Na semana do Dia
Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes,
especialistas refletem sobre o problema do casamento precoce
No
Brasil, cerca de 3 milhões de mulheres de 20 a 24 anos se casaram antes dos 18
anos, número que corresponde a 36% das mulheres dessa faixa etária. Esse dado
coloca o país em primeiro lugar na América Latina e em quarto no mundo em
termos de casamentos realizados durante a infância e a adolescência. Para
conversar sobre os impactos na infância brasileira, os motivos pelos quais
tantas meninas se casam durante a infância, e quais os movimentos do
Legislativo para coibir a prática, o programa Prioridade Absoluta, do Instituto
Alana, realiza o bate-papo virtual "Expresso 227 – Casamento infantil no
Brasil", amanhã (15), às 19h, com transmissão ao vivo no canal do YouTube
do Alana.
A
conversa acontece na semana do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio de 2000, pela Lei
Federal n° 9.970. Participam do "Expresso 227": Nana Queiroz,
jornalista, escritora e diretora de redação da revista AzMina; Norma Sá,
coordenadora de projetos do Instituto Promundo; Thaís Dantas, advogada do
programa Prioridade Absoluta e conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente (Conanda), e Viviana Santiago, gerente de gênero e
incidência política na Plan International Brasil.
"Há
uma naturalização dessa violência em nossa sociedade, o que se reflete em uma
legislação pouco protetiva nesse tema e na ausência de políticas públicas
específicas. A situação brasileira é grave. Somos o quarto país do mundo no
ranking de casamento precoce. É preciso reverter esse cenário", ressalta
Thaís Dantas, advogada do programa Prioridade Absoluta.
A
questão do casamento infantil não é um problema apenas por aqui. Em todo o
mundo, segundo dados do Unicef,
mais de 700 milhões de mulheres casaram antes dos 18 anos. Esses índices
alarmantes fizeram com que a Organização das Nações Unidas (ONU) incluísse na
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em 2015, a eliminação de todas
as práticas nocivas, incluindo os casamentos prematuros, forçados e de
crianças.
Sobre o Instituto Alana
O Instituto
Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta
em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da
infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial
desde 2013. Tem como missão "honrar a criança".