Estudos apontam que a maternidade
causa mudanças fundamentais no cérebro das mulheres e também dos seus filhos
“Amor de mãe cura tudo”. Essa frase é ouvida com muita frequência
e pesquisas apontam que ela é mais verdadeira do que podíamos imaginar. Uma
pesquisa americana feita na Universidade de Washington mostra que a
demonstração de amor das mães para com os filhos pode trazer benefícios,
principalmente ao nosso cérebro.
A psiquiatra infantil Joan Luby,
responsável pelo estudo, concluiu que uma importante área do cérebro tem um
crescimento mais rápido e eficaz em crianças cujas mães têm um excesso de zelo
e que demonstram mais afeto e apoio emocional. O impacto causado pelo
comportamento materno é observado principalmente no hipocampo, área do cérebro
responsável por habilidades como a memória, o aprendizado e o controle das
emoções.
Imagens do
cérebro também mostraram que essas demonstrações de afeto são especialmente
importantes e fundamentais para crianças com menos de seis anos. Isso porque o
cérebro responde mais ativamente ao apoio maternos, devido à maior plasticidade
do cérebro – ou seja, capacidade de se modificar de acordo com estímulos -
durante esta fase da vida.
E as mães?
E não é só nos
filhos que a maternidade produz um impacto no cérebro. As mulheres também
passam por mudanças cognitivas importantes depois que se tornam mães. Além da
mudança em toda a sua rotina, onde as responsabilidades aumentam e o tempo se
torna cada vez mais curto, o corpo também passa por diversas transformações,
inclusive o cérebro.
“Por uma combinação dinâmica de
amor, genes, hormônios e prática, o cérebro feminino sofre mudanças concretas e
provavelmente duradouras no processo de dar à luz e criar os filhos”, escreveu
a americana Katherine Ellison no livro Inteligência de mãe.
De acordo com a ciência, a elevação
dos níveis de hormônios durante a maternidade, como o estrogênio e
progesterona, melhora o desempenho do cérebro, deixando a mulher mais ágil e
mais atenta aos estímulos externos. O cuidado com os filhos ativa nas mães
centros cerebrais de recompensa ligados ao prazer e essa também é uma forma de
explicar as raízes do altruísmo e do “amor incondicional”.
Em entrevista à Revista CLAUDIA, a
neurocientista Suzana Herculano declarou que também sentiu essas alterações
cerebrais durante sua gestação. “Afinal, a única maneira de lidar com
todas as tarefas por fazer e ainda cuidar de duas crianças é aprender a
priorizar, passando para frente o que tem que ser feito
hoje e eventualmente ignorando, sem remorsos, o que não era tão importante. Meu
cérebro aprendeu a lidar melhor com isso”, afirma.
Neuroplasticidade cerebral
As pesquisas mais recentes da neurociência mostram que tanto a
neuroplasticidade quanto a capacidade do cérebro de criar novos neurônios,
acontecem na infância e na vida adulta.
Para isso, o cérebro precisa ser
estimulado com frequência por meio de atividades que o tirem da zona de
conforto, como a ginástica para o cérebro e a leitura, por exemplo, que ajudam
a desenvolver a performance e melhorar habilidades como memória, concentração,
raciocínio e criatividade.
Assim como o SUPERA, curso de
ginástica para o cérebro, tem um método baseado na novidade, variedade e desafio
crescente, a maternidade também traz à tona esses conceitos. As mães se tornam
mais ágeis e espertas devido aos desafios crescentes que ocorrem ao longo da
sua rotina; a variedade de ações diferentes para com seus filhos e as situações
completamente novas em sua vida depois da maternidade. E é por isso que
as mães são nossas heroínas!