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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Procrastinação: como sair disso?


A procrastinação é algo natural do ser humano. Ou seja, é impossível eliminá-la completamente das nossas vidas. O que podemos fazer é aprender formas para combater e reduzir essa atitude no nosso dia a dia, de um modo que ela não atrapalhe nossa vida e nossas atividades cotidianas.

Na pesquisa que realizei para o meu livro Equilíbrio e Resultado, com mais de três mil pessoas e centenas de entrevistas, constatei que existe um abismo enorme entre a expectativa das pessoas e a realidade de execução dos seus afazeres. Com o acúmulo de tarefas durante o dia, é muito comum que elas comecem a adiar suas responsabilidades e deixem tudo para o último minuto – o que pode se tornar uma rotina.

Muitas vezes, isso acontece porque, ao terem acesso a diferentes coisas ao mesmo tempo, as pessoas optam por realizar aquilo que dá um prazer imediato em vez de fazer algo que ofereça um retorno a longo prazo.

Mas como romper com esse padrão? Costumo dizer que existem duas técnicas simples para que você comece a adiar menos coisas na sua vida. A primeira delas é chamada de “técnica da formiga”. A formiga é um ser insignificante – ela está presente em todos os lugares, mas geralmente é ignorada. Podemos utilizar essa mesma lógica para caracterizar uma determinada atividade.

Por exemplo: você definiu que lerá durante meia hora todos os dias. Para que esse plano não se torne algo pesado, você pode transformá-lo em algo insignificante, em uma “formiga”: comece a ler duas páginas por dia. Assim, você criará o momento da leitura, ou seja, tomará uma atitude para realizar aquela tarefa. A partir daí, será mais fácil prolongar o tempo de leitura até o ideal.

A segunda técnica, chamada de “técnica dos cinco”, é baseada no conceito de “mindfulness”, ou seja, na atenção plena ao momento presente. Quando você pensar naquela tarefa, deve largar tudo que estiver fazendo e contar de cinco até um, respirar profundamente a cada número e mentalizar o que precisa fazer. Ao final da contagem, você deve levantar e iniciar o trabalho. Isso é uma forma de te colocar em um estado de concentração e fornecer a energia necessária para que você entre em ação.

É claro que existem outras estratégias para evitar a procrastinação, mas essas duas técnicas simples são extremamente eficientes para começar a adiar cada vez menos tarefas e não deixá-las para a última hora.






Christian Barbosa - maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade e CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo.


4 motivos para meditar no trabalho


 Aumenta o grau de concentração

Relatório para terminar, reunião para acompanhar, projeto para desenvolver e concentração nula. A prática da meditação ajuda a se concentrar em um objetivo específico, criando um fluxo de atenção e aqueles que meditam podem manter a sua atenção durante períodos relativamente longos, conta o monge Mathieu Ricard.


Melhor o relacionamento interpessoal

Sabe aquela pessoa estourada, o famoso pavio curto? Os adeptos da prática budista desconhecem essas atitudes, isso porque eles desenvolvem o autoconhecimento e a meditação aumenta a sensibilidade em relação ao outro. Ainda de acordo com o estudo feito pelo Instituto Max-Planck (Alemanha), dirigido por Wolf Singer, os “burn-outs” são um resultado do desgaste emocional causado pela “fadiga da empatia”.


Aumenta a criatividade e produtividade

Checar o e-mail e Whatsapp a cada cinco minutos consome seu tempo, não?! A concentração ganhada durante a meditação vai aumentar não apenas a sua produtividade no escritório como também a criatividade, já que você não interromperá o processo criativo com facilidade. Ou seja, tudo terá sua hora certa para fazer. 


Reduz a ansiedade

A preocupação com o futuro e o próximo passo pode tornar a rotina no mínimo estressante, por isso a prática ajuda o indivíduo a se concentrar no hoje. Para
Mathieu Ricard,  “passamos um tempo considerável sendo vítimas de pensamentos insuportáveis, da ansiedade e da raiva (...) achamos mais fácil considerar que esse caos é “normal”, que a “natureza humana é assim”. 






Matthieu Ricard - monge budista há mais de quarenta anos. Vive no Nepal, onde se dedica aos projetos humanitários da Associação Karuna-Shechen. É intérprete do dalai lama para o francês.

Wolf Singer - neurocientista, diretor emérito do Instituto de Pesquisas Cerebrais Max Planck e diretor fundador do Instituto de Estudos Avançados de Frankfurt (Alemanha).

Editora Alaúde

A formação educacional e o mercado de trabalho


Estar preparado para enfrentar um mercado de trabalho em constante mutação é o desafio das novas gerações. Somado a isso, é preciso conhecimento e estrutura para enfrentar as crises cíclicas na economia, que afetam diretamente o emprego. As comemorações pelo Dia do Trabalho estão chegando e me levam a confirmar a importância fundamental de uma boa formação educacional em um país que atualmente registra quase 13 milhões de pessoas desempregadas. 
Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que 13,7% dos adultos que não concluíram o Ensino Médio ficaram desempregados; enquanto que entre os que têm nível superior completo, este índice foi de apenas 5,3%. Isso comprova que a taxa de desemprego de indivíduos que interromperam seus estudos na educação básica foi quase o triplo da registrada entre aqueles que terminaram uma faculdade. 
Os índices são preocupantes. Mais da metade dos adultos brasileiros não chegam ao Ensino Médio. E falta mão de obra qualificada. Para piorar, o país não investe no Ensino Profissional. Sem educação de qualidade, a parcela mais pobre do país não tem acesso a um bom emprego. Sem falar no retrocesso: programas educacionais como o FIES tiveram as vagas reduzidas e o MEC encerrou o programa Ciência Sem Fronteiras na modalidade de cursos para graduação. 
Aliado à falta de apoio governamental para a Educação, vivemos em um país com extrema desigualdade social, com altas taxas de violência e serviços básicos precários, fatores que influenciam diretamente no tempo de escolaridade. Muitas vezes a necessidade do sustento fala mais alto do que os livros e cadernos. Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que a média de escolaridade no Brasil é de apenas 7,8 anos.
Muito se fala sobre a reforma do Ensino Médio, que é realmente necessária. No entanto, as deficiências encontradas nos anos finais da educação básica – e que trazem por consequência dificuldades de ingresso na faculdade e no mercado de trabalho – são oriundas, na maioria das vezes, da má formação dos alunos lá atrás, no Ensino Fundamental, que é quando se começa verdadeiramente o aprendizado das diversas disciplinas em sala de aula. Aí está o cerne do problema. Para ingressar no Ensino Médio e ter um bom desempenho, crianças e adolescentes precisam primeiro ter passado por um Ensino Fundamental de qualidade.
É verdade que uma melhora vem acontecendo, a passos lentos, mas vem. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) tem apresentado médias crescentes ao longo dos anos. Em 2015, por exemplo, a média das notas nos anos iniciais do Ensino Fundamental ficou em 5,5, ultrapassando a meta que era de 5,2. É pouco ainda, mas já indica um avanço.
Não há receita de bolo, ou melhor, existem várias receitas, mas falta o principal: o comprometimento do Governo com a Educação. Para começar uma mudança profunda, não se pode deixar de fora aqueles que exercem o papel mais importante em todo o processo de transmitir conhecimento às nossas crianças: os professores. Alguns deles, também, são mal formados. O censo do MEC mostrou que 15% dos docentes da Educação Básica não têm ensino superior. Desmembrando esse número, vemos que na Educação Infantil, 6,2% dos professores estudaram somente até o Ensino Fundamental e 18,1% não terminaram nem o Ensino Médio. Já no Ensino Fundamental, 3,7% dos professores que estão lecionando não terminaram nem o Ensino Médio e 5% deles estudaram só até essa etapa. Cursando o ensino superior, são apenas 6% dos educadores.
As prefeituras, responsáveis por 61,3% das escolas brasileiras, têm que arregaçar as mangas! É preciso oferecer cursos de formação e atualização para nossos educadores, dando condições para que eles desenvolvam aulas mais completas e ricas de conteúdo, tendo, inclusive, a tecnologia como aliada. Eles precisam ter acesso a uma metodologia atualizada de ensino, moderna e instigante, que contribua não só para transmitir os conteúdos didáticos tradicionais, mas que desenvolva também nos alunos a criatividade, a vontade de ler e de buscar novos conhecimentos, habilidades cognitivas e socioemocionais fundamentais para prepará-los como cidadãos e para o novo mundo do trabalho.


Luis Antonio Namura Poblacion - Presidente da Planneta (www.planneta.com.br); Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica; com especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising. Atua na área de educação há mais de 35 anos.

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