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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Em 2018, o SUS completa 30 anos. Temos o que comemorar?


Criado pela Constituição “Cidadã” de 1988, a qual assegurou acesso universal ao sistema de saúde para todos os cidadãos brasileiros, imputando ao Estado o dever de promover ações que visem mitigar os riscos de doenças, bem como garantir a sua promoção, preservação e recuperação, o SUS completa esse ano suas três décadas, com grandes conquistas, mas muito a ser feito para alcançar os propósitos humanitários da Constituinte estabelecida no final da década de 80.

Teoricamente, é o maior sistema do mundo de acesso universal ao tratamento gratuito da saúde, com assistência a mais de 160 milhões de brasileiros - visto que apenas pouco mais de 40 milhões (ou 20%) se valem do sistema suplementar ou particular. O Brasil é, na verdade, o único país com mais de 100 milhões de habitantes que propicia essa assistência universal e gratuita à totalidade da população. Ao todo, em 2016, foram realizadas mais de 11,3 milhões de internações (contra 7,9 milhões do sistema privado) no País. O SUS dispõe de 336 mil leitos, enquanto o sistema privado se vale de 158 mil. O SUS realiza cerca de 2,1 milhões de partos por ano, contra 800 mil da iniciativa privada.

A expectativa de vida do brasileiro cresceu nesse período de 69,7 para 73,1 anos. A mortalidade infantil diminuiu de 53,7 para 21,17 mortos para cada mil nascidos vivos. O número de usuários atendidos pelo sistema foi ampliado dos 30 milhões iniciais para mais de 160 milhões atualmente.

Não obstante, encerramos o ano de 2017, com 904 mil pessoas na fila, aguardando por uma cirurgia. Desses, 83% estão na fila há mais de dois anos e 1,4% há mais de dez anos aguardando por algum procedimento.

Contudo, de todos os países que adotaram um sistema universal de saúde, o Brasil é o que menos investe. O Reino Unido investe 16,57% de suas riquezas em saúde pública, sendo que 83,41% de todos os investimentos no setor são públicos. O Canadá investe 18,77% de seu PIB, bancando 70,9% de todos os gastos no setor. A Suécia banca 84,03% dos gastos totais em saúde, com um investimento correspondente a 19,03% do seu PIB. A França investe 15,69% do PIB, bancando 78,21% dos gastos com a saúde da população. No Brasil, essa relação é vergonhosa. O Estado brasileiro investe apenas 6,7% do PIB em saúde, bancando apenas 44,25% dos gastos em saúde pública.

No orçamento de 2018, a União reservou R$ 119,2 bilhões para a saúde, o que representa um investimento de míseros R$ 573,90 por ano por habitante, ou seja, R$ 1,57 por dia. Comparativamente, o Reino Unido gasta 3.600,00 libras por habitante anualmente. A Austrália, por exemplo, investe US$ 4,5 mil dólares. Até a nossa pobre vizinha, a Argentina, investe US$ 995 anualmente para cada habitante.

Não bastasse um investimento muito aquém do mínimo necessário, o Brasil ainda investe mal. Cerca de 35% do total dos investimentos são desperdiçados nos drenos da corrupção, do superfaturamento, do desperdício e do uso inadequado dos insumos e medicamentos.

Como se vê, não há muito que ser comemorado nessas três décadas. Precisamos, sim, rever os investimentos para garantir real acesso universal à saúde a todos os indivíduos brasileiros.




Raul Canal - Advogado, presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), da Asbraf (Associação Brasileira de Franqueados), da AAAPV (Agência de Autorregulamentação das Associações de Proteção Veicular e Patrimonial), do Supremo Conselho Internacional Acadêmico da ALACH (Academia Latino-Americana de Ciências Humanas) e autor das obras "O pensamento jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico" e "Erro médico e judicialização da medicina".


Uso indevido de colírios para conjuntivite pode causar doenças sérias


Além de piorar a infecção, automedicação pode gerar risco de desenvolver glaucoma, arritmias cardíacas, hipertensão, catarata e hiperglicemia


No outono, é normal que a temperatura vá diminuindo. Em paralelo, há uma tendência de queda da umidade do ar e maior concentração de pessoas em ambientes fechados. Estes fenômenos, juntos, contribuem para a propagação de diversas doenças oculares, entre elas a conjuntivite – inflamação da conjuntiva, membrana que reveste a parte externa do globo ocular.

De acordo com a Dra. Mayra Leite, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos, em caso de suspeita da doença é fundamental procurar um oftalmologista, que fará o diagnóstico correto e indicará o procedimento apropriado. A falta de tratamento ou o uso inadequado de medicamentos pode ter consequências sérias.

“Na conjuntivite, é muito comum os casos de automedicação com colírios, o que é muito arriscado, já que alguns podem retardar o tratamento e até causar consequências maléficas à saúde ocular”, adverte a médica. “A utilização incorreta pode prolongar o processo infeccioso e ainda resultar em glaucoma, dilatação pupilar, vermelhidão dos olhos, arritmias cardíacas, hipertensão, catarata e hiperglicemia.”

Somente nos três primeiros meses de 2018, a patologia registrou mais de 17 mil casos atendidos pelo H.Olhos. Segundo a especialista, há dois tipos mais frequentes da doença. Uma delas é a conjuntivite alérgica, causada por alérgenos (substâncias que provocam alergias), como poeira, poluição, pelos de animais, entre outros. Ao entrarem em contato com os olhos desencadeiam uma cascata de reações imunológicas que levam aos sintomas inflamatórios.

Já as virais vêm do contato com objetos pessoais contaminados, como maquiagens, toalhas, fronhas e lenços, e superfícies infectadas de uso comum, como maçanetas e corrimãos.


Colírios também são remédios

A orientação médica para o uso de remédios é essencial, e com os colírios não é diferente.

A Dra. Mayra Leite explica que os colírios frequentemente utilizados na conjuntivite viral são as lágrimas artificiais, de preferência sem conservantes, de quatro a oito vezes ao dia. Em caso de coceira intensa, também podem ser administrados anti-histamínicos. É esperado que os sintomas desapareçam entre sete e dez dias.

Em algumas pessoas podem surgir complicações, como as pseudomembranas, que devem ser removidas, e os infiltrados epiteliais. Para ambos, é indicado o uso de corticoides tópicos de duas a quatro vezes ao dia.

“No geral, o tratamento é realizado com colírios para alívio dos sintomas, apenas para tirar o desconforto dos pacientes. Mas em casos mais sérios outros medicamentos devem ser utilizados, por isso o diagnóstico profissional é imprescindível”, esclarece.

Para as conjuntivites alérgicas, é necessário evitar contato com o alérgeno (poeira, pólen, pelos de animais, fumaça, poluição etc.) e usar medicamento específico prescrito por um especialista, que vai depender de cada caso.

Para todas as situações, são recomendadas medidas para o alívio dos sintomas, como compressas frias e colírios lubrificantes. O uso de lentes de contato deve ser suspenso.


Prevenção, sempre!

Geralmente, o melhor remédio é a prevenção. No caso da conjuntivite, há algumas dicas para se proteger.
 
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
  • Evitar contato com os olhos sem higienizar as mãos;
  • Evitar uso de maquiagem de outras pessoas nos olhos;
  • Nunca usar lentes de contato de outras pessoas;
  • Nunca usar colírios utilizados anteriormente por pessoa com conjuntivite;
  • Não levar crianças com conjuntivite para o berçário ou à escola até que o quadro tenha se resolvido;
  • Utilizar apenas produtos descartáveis para limpeza dos olhos acometidos pela doença;
  • Lavar regularmente lençóis, fronhas e toalhas.



Pesquisa mostra que mais mulheres sofrem acidente vascular cerebral devido à fibrilação atrial do que homens


Fibrilação atrial é um dos principais fatores de risco para o acidente vascular cerebral, sendo responsável, todos os anos no Brasil, por 51 mil casos da doença¹


A pesquisa "A percepção do brasileiro sobre doenças cardiovasculares", encomendada pela Boehringer Ingelheim (BI) em parceria com o IBOPE CONECTA, apontou alguns dados interessantes. Por exemplo, dentre os participantes que relataram ter fibrilação atrial (FA) e um acidente vascular cerebral (AVC), a maioria era de mulheres. Entre julho e agosto de 2017, o estudo ouviu, no total, 2.001 pessoas, com idades entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C, residentes de todas as regiões do país, com o objetivo de mapear o conhecimento dos brasileiros a respeito das doenças cardiovasculares, explorando, em profundidade, a compreensão da população sobre a fibrilação atrial.

Na pesquisa, os entrevistados diagnosticados com FA ou que conhecem alguém que possui a doença foram questionados se sofreram com a ocorrência de um AVC nos seis meses anteriores ao estudo. 30% deles responderam afirmativamente3, o que vai ao encontro dos principais estudos científicos na área que apontam a relação do derrame, como a doença é popularmente conhecida - com essa arritmia, um dos seus principais fatores de risco. Nessa amostra, 34% dos casos de AVC aconteceram em mulheres, contra 24% em homens3.

Para evitar tal complicação, que figura como a principal causa de incapacidade física globalmente4, a fibrilação atrial deve ser diagnosticada precocemente e tratada. A doença, que leva o coração a bater em um ritmo descompassado, favorece a formação de coágulos no órgão que, ao se desprenderem, entram na circulação sanguínea e podem chegar a qualquer parte do corpo, como o cérebro, levando ao acidente vascular cerebral isquêmico5. Assim, parte do tratamento da FA consiste no uso de medicamentos anticoagulantes, que "afinam" o sangue e previnem a ocorrência do AVC.

Entretanto, a pesquisa também mostrou que 47% dos entrevistados com FA não fazem uso de medicação anticoagulante³, ficando mais expostos ao risco de AVC. De acordo com especialistas, essa porcentagem pode ser justificada graças à preocupação com sangramentos, um dos principais efeitos colaterais desse tipo de medicação. Mas, hoje, caso esses pacientes sofram acidentes, sangramentos incontroláveis ou tenham que ser submetidos a procedimentos emergenciais, já existe na medicina um agente reversor, específico para a dabigatrana, que age revertendo, imediata e momentaneamente, efeito anticoagulante6-7.


Doença assintomática x AVC

Recentemente a Boehringer Ingelheim também anunciou novos resultados do GLORIA™-AF, um dos maiores programas de registro observacionais que coleta dados reais de segurança, eficácia e resultados em pacientes com FA que fazem uso controlado de anticoagulantes.

De acordo com essa subanálise dos dados do GLORIA™-AF, apresentada em uma sessão científica da Associação Europeia de Ritmo Cardíaco – European Heart Rhythm Association, pacientes com fibrilação arterial (FA) não valvar, com poucos ou sem sintomas da doença, são mais propensos a ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral), antes mesmo do diagnóstico de FA, quando comparados aos pacientes com FA sintomática8

Provavelmente, a constatação é uma consequência da falta de conhecimento sobre a patologia, já que pacientes com FA assintomática levam mais tempo para receber o diagnóstico da doença.

Nesta subanálise do GLORIA™-AF, que comparou as características de 6.011 pacientes com FA no Leste Europeu, 69% (4.119 pessoas) apresentaram poucos ou nenhum sintoma da doença e 31% (1.892 pessoas) reportaram sintomas quando foram diagnosticados. Constatou-se, portanto, que pacientes com FA sem sintomas tiveram duas vezes mais chances de sofrer um AVC prévio (14,7% contra 6%)8.

Segundo o Dr. Steffen Christow, cardiologista e chefe do Laboratório de Eletrofisiologia do Hospital Ingolstadt GmbH, na Alemanha, sem o diagnóstico, os pacientes com FA continuam em risco de sofrer um AVC, que pode ser debilitante e provocar não só mudanças na vida dos pacientes, como pode ser uma condição fatal.

"O GLORIA™-AF enfatiza a necessidade de programas de saúde pública de triagem para identificar a FA na população de alto risco, para que as pessoas possam ser diagnosticadas precocemente e assim receber a terapêutica apropriada com o uso de anticoagulantes. Além disso, também é importante fazer o gerenciamento de todos os fatores de risco da doença, para reduzir assim os riscos de AVC e morte", esclarece o Dr. Christow.

De acordo com o Professor Jörg Kreuzer, vice-presidente médico da Área de Terapêutica Cardiovascular da Boehringer Ingelheim, o GLORIA™-AF é uma iniciativa importante: 
"Estamos realmente satisfeitos por essas descobertas estarem na pauta da sessão científica da EHRA. Estamos aguardando mais resultados do GLORIA™-AF que irão dar suporte nas prescrições do médico para prevenção do AVC. Análises futuras do programa incluirão dados de cerca de 5.000 pacientes que usam a dabigatrana e a rotina clínica prática em todo o mundo, grupo acompanhado por dois anos", comenta.






Boehringer Ingelheim
www.boehringer-ingelheim.com.br e www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil



Referências
  1. Martins S World StroKe Coference 2011.
  2. Atrial Fibrillation Fact Sheet, National Heart Blood and Lung Institute Diseases and conditions Index, October 2009. Disponível em www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/af. Último acesso em 18 de setembro de 2017.
  3. Pesquisa "A Percepção dos Brasileiros sobre Doenças Cardiovasculares". Coleta de Dados pelo IBOPE CONECTA em parceria com a Boehringer Ingelheim. Análise de Dados feita pela Edelman Significa.
  4. Figin et al 2015-2016.
  5. Atrial Fibrillation Fact Sheet, National Heart Blood and Lung Institute Diseases and conditions Index, October 2009. Disponível em www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/af. Último acesso em 18 de setembro de 2017.
  6. Base de dados da Boehringer Ingelheim
  7. Pollack, C.V. et al. Idarucizumab for Dabigatran Reversal – Full Cohort Analysis. New Engl J Med. 2017; DOI: 10.1056/NEJMoa1707278.
  8. Christow.SP. et al. Increased Rate of Previous Stroke in Asymptomatic/Minimally Symptomatic versus Symptomatic Patients with Newly Detected Atrial Fibrillation in Western Europe – Results From the GLORIA-AF Registry. (Abstract #41120) apresentado no EHRA-EUROPACE CARDIOSTIM, em 21 de junho de 2017.

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