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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Cirrose: a doença silenciosa que pode afetar também não alcoólatras


A doença pode ser causada por outras patologias e pode levar à morte 

Engana-se quem pensa que a cirrose é um problema que afeta apenas quem consome bebidas alcoólicas em exagero. Segundo Eduardo Ramos, cirurgião geral do Hospital Nossa Senhora das Graças, a doença que afeta as células do fígado, prejudicando a circulação do sangue que passa pelo órgão, pode ser causada por outras patologias. “A cirrose pode ser originada pela hepatite B e C, pela esteopatite não alcoólica, que é o acúmulo de gordura no interior das células do fígado, pela cirrose biliar primária e secundária, entre outras”, conta.

Trata-se de uma doença silenciosa, com poucos sintomas até estar em uma fase avançada. “Os sintomas nessa fase são sangramentos digestivo, água na barriga, confusão mental, alterações renais, perda de massa muscular, aranhas vasculares, e infecções”, afirma. 

O tratamento vai depender das causas, dos sintomas e das complicações. 

“Para as aranhas vasculares os pacientes devem realizar endoscopia digestiva alta. Já para a ascite, que é a água na barriga, o paciente deverá restringir ou evitar o uso de sal e fazer uso de diuréticos. E assim por diante”, comenta. 

Baseando-se no diagnóstico, o médico vai dar o prognóstico do paciente em relação à doença. No caso da cirrose, a pessoa poderá viver vários anos. 

“Dependendo do grau de comprometimento do fígado. Sintomas como ascite e varizes de esôfago que sangraram indicam doença avançada”, ressalta. 

Para evitar a cirrose é necessário impedir as causas de hepatite e fazer o tratamento adequado no caso dos sintomas. “Não se deve compartilhar materiais que tenham sangue, como escova de dentes, giletes e material de manicure. As relações sexuais devem ser com proteção. Não utilizar drogas ilícitas, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas”, finaliza. 



Nem sempre boca seca é sinal de sede


 Especialista explica as doenças que podem estar associadas

 
Sua boca fica seca constantemente? A sensação de boca seca, também conhecida como xerostomia, nem sempre indica que é hora de beber água e pode ser sinal de alguma outra doença, como baixa produção ou entrega de saliva na cavidade bucal.

Além de boca seca, outros sintomas podem surgir como dificuldade para engolir ou mastigar. As causas podem estar associadas às glândulas salivares responsáveis pela produção de saliva ou ao uso de determinados medicamentos (antidepressivos, relaxantes musculares, ansiolíticos, tranquilizantes).

“O tabagismo e os efeitos de radioterapia local também constituem etiologias importantes. Se além da boca seca o indivíduo tem dor ou dificuldade para mastigar o problema pode ser cálculo nos ductos das glândulas salivares”, explica Dra. Jeanne Oiticica, otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O diagnóstico é feito, principalmente, pela história clínica. Em casos específicos, exames complementares podem ser solicitados, incluindo sangue, imagem e biópsia. O tratamento deve ser conduzido caso a caso, dependendo do diagnóstico verificado pelo especialista.

A boca seca pode trazer complicações para a cavidade bucal e garganta. Além de afetar o hálito e o pH da boca, pode indicar doenças inflamatórias e/ou infecciosas das glândulas salivares, que podem ser crônicas e nocivas ao organismo, acometendo diretamente as defesas e a imunidade local, deixando o indivíduo mais suscetível.

A Dra. Jeanne lista algumas dicas de prevenção para evitar as doenças que causam a boca seca. São elas:
  • Higiene bucal regular (escovar os dentes após as refeições e antes de dormir, uso de fio dental, gargarejos com água morna e uma pitada de bicarbonato de sódio);
  • Hidroterapia (beber pelo menos 2 litros de água por dia);
  • Evitar o consumo de bebidas e ou alimentos que deixam a saliva grossa e espessa (laticínios, café, refrigerantes, álcool);
  • Não fumar.

“Sempre indico o consumo de uma maçã por dia, já que a fruta tem efeito desengordurante, adistringente, capaz de limpar e remover resíduos e impurezas da boca. Existem ainda as salivas artificiais e estimulantes do fluxo salivar, que podem repor a falta de produção intrínseca de saliva”, conclui Dra. Jeanne.


Demência na terceira idade pode ser por hidrocefalia


Classificada como um tipo de demência, a doença se diferencia pela possibilidade de ser totalmente reversível, se diagnosticada e tratada rapidamente.


Pode parecer doença Parkinson ou mal de Alzheimer, mas não é. A Hidrocefalia de Pressão Normal ou simplesmente (HPN) é uma doença cerebral causada por acúmulo de líquido dentro das cavidades cerebrais, os ventrículos. De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), Fernando Gomes Pinto, a doença pode ser classificada como um tipo de demência, mas se diferencia pela possibilidade de ser totalmente reversível se diagnosticada e tratada rapidamente, ou pelo período mínimo de dois anos.

"O declínio das funções do cérebro faz parte do processo natural do envelhecimento, por isso é importante a atenção nos sinais em pessoas com mais de 60 anos, que é a faixa etária em que há mais registros da doença", explica o neurocirurgião.

A tríade clínica que caracteriza o distúrbio é formada, de acordo com a seguinte ordem de importância:
  • Apraxia de marcha (existe força nos membros inferiores, mas dificuldade em executar plenamente a marcha que fica com pequenos passos);
  • Demência (comprometimento das funções executivas, presença de lentificação mental e dificuldade de memorizar fatos recentes);
  • Incontinência urinária (perda do controle da micção, e, em alguns casos, da evacuação).
Para Gomes Pinto, alguns sinais são denunciantes, como quedas, acordar várias vezes à noite para urinar ou esquecer coisas simples do dia-a-dia com frequência. "Podem ser sinais de HPN", afirma.

A doença foi descrita há cerca de 50 anos pelo neurocirurgião colombiano Salomón Hakim, após observar que pacientes com hidrocefalia sem hipertensão intracraniana, quando submetidos à punção de líquor lombar ou à derivação ventrículo-peritoneal (DVP), para aliviar a pressão do cérebro causada pelo acúmulo de líquido, apresentavam melhora neurológica.

De acordo com o especialista, ainda não há estatísticas sobre a incidência e prevalência da HPN, pois falta consenso universal relacionado às etapas do diagnóstico da doença, como subdiagnósticos, diagnósticos errados, principalmente, quando as características da tríade não se manifestam ao mesmo tempo.
Aproximadamente 95% dos pacientes portadores de HPN têm dificuldade para andar, mas 52% evidenciam a tríade clínica completa. "No Brasil, cerca de 11 mil casos novos poderiam ser diagnosticados por ano, mas isso não ocorre por desconhecimento da doença, tanto por parte dos profissionais da saúde, quanto da população", conclui o neurocirurgião Fernando Gomes Pinto.

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