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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Coração não é o único órgão que sofre com a hipertensão arterial


Cérebro, rins e olhos também podem ser afetados pela doença, que muitas vezes é silenciosa


Infarto, AVC e aneurismas são algumas das mais conhecidas consequências da hipertensão arterial. A doença que atinge quase 30% dos brasileiros com menos de 60 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), traz grandes riscos ao coração, mas também pode afetar de forma grave outros órgãos do corpo, como cérebro e rins.

- O cérebro necessita de um fluxo sanguíneo contínuo para exercer suas atividades no organismo. Sem essa circulação sanguínea e com a falta de oxigenação, o órgão pode perder progressivamente suas capacidades e funções, podendo chegar a um estado de demência. Nesse estágio, o paciente passa a apresentar problemas de cognição, memória e concentração – alerta Dra. Olga Souza, Coordenadora do Serviço de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca da Rede D’Or São Luiz.

Os rins também podem sofrer com a hipertensão arterial mal controlada. A doença é uma das principais causas da insuficiência renal. A pressão alta deixa os vasos sanguíneos mais rígidos e a quantidade de sangue que chega até o órgão, como o rim, seja menor, tornando-o incapaz de exercer suas funções, como eliminar impurezas e filtrar substâncias no organismo.

A cegueira é outra consequência pouco conhecida da hipertensão arterial. Os olhos podem sofrer grandes alterações, especialmente na retina, decorrentes da doença. Tais alterações, chamadas de retinopatia hipertensiva, são ocasionadas por um estreitamento dos vasos sanguíneos ou pelo enrijecimento das paredes arteriais, levando a um quadro de hemorragia nos olhos e deslocamento da retina, que pode ocasionar – em casos mais graves – a cegueira.

- A hipertensão arterial também está relacionada a ocorrência de uma arritmia cardíaca, conhecida como fibrilação atrial que acarreta a formação de coágulos no coração e pode causar o AVC. Apesar de graves consequências, pode-se conviver com a hipertensão arterial de forma segura. Após o diagnóstico, hábitos mais saudáveis e, se necessário, uso de medicamentos com orientação médica, são aliados no tratamento que deve ser seguido para o resto da vida – destaca a cardiologista.



5 CURIOSIDADES QUE PODEM AJUDAR NA PREVENÇÃO, COMBATE E TRATAMENTO DA DOENÇA

- Música ajuda no tratamento da hipertensão: Controle o seu nível de estresse. Procure durante o dia ter alguns minutos para relaxar, ouvir uma música, conversar com um amigo, isso ajuda bastante no tratamento;

- Analgésicos e anti-inflamatórios podem causar hipertensão: Esses medicamentos podem elevar a pressão arterial.

- Uma vida solitária pode causar a doença: Procure estar com pessoas que te fazem sentir bem;

- A doença é silenciosa: Em alguns casos, os sinais e sintomas são imperceptíveis, portanto verifique sempre a sua pressão arterial;

-  A doença não tem cura e o tratamento deve ser levado à serio para o resto da vida.


Mais de 30 milhões de brasileiros têm pressão alta


Se não for tratado corretamente, o problema pode trazer consequências graves


Dia 26 de abril é marcado pela celebração do Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com o problema. Conhecida popularmente como “pressão alta”, a doença crônica é determinada pelos níveis elevados da pressão sanguínea no corpo, igual ou maior que 12 por 8.

De acordo com o Prof. Dr. Elia Ascer, cardiologista do aplicativo Docway, a pressão do corpo pode elevar por inúmeros motivos, mas o principal deles é a contração dos vasos por onde o sangue circula. “Vamos pensar no coração e os vasos como uma torneira ligada a várias mangueiras circulando o sangue. Se fecharmos a ponta dessas mangueiras a pressão dentro delas vai aumentar. Acontece a mesma coisa quando o coração vai bombear o sangue para o corpo e as veias estão estreitas. A pressão aumenta”.

Ainda segundo o médico, se não tratada a hipertensão pode ter consequências graves como insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica, AVC isquêmico e hemorrágico, dentre outras. “Essa pressão elevada acaba atacando os vasos, coração, rins e cérebro, que são recobertos por uma camada muito fina e delicada, que acaba sendo machucada. Com o tempo, esses vasos vão ficando endurecidos e ainda mais estreitos e podem entupir e romper”, complementa.

Por esses motivos, o médico lembra que a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada e suas consequências mais graves evitadas. “Se você é hipertenso, é importante reduzir o consumo de sal no dia a dia, assim como eliminar o consumo de álcool e cigarro. É fundamental, também, controlar a gordura no sangue mantendo uma alimentação saudável. Para completar, a prática de atividades físicas é importantíssima”, completa Prof. Dr. Ascer.


Hipertensão mata uma pessoa a cada dois minutos


Dia de Prevenção e Combate à Hipertensão é lembrado anualmente em 26 de abril para alertar gravidade do problema

De acordo com o Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros é hipertenso. A doença mata 300 mil brasileiros anualmente, o que representa 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos. Apesar do hipertenso não ter um perfil exato, sabe-se que atinge mais pessoas com idade avançada. 

Há uma estimativa de que 25% da população brasileira adulta conviva com esse mal, chegando a mais de 50% na faixa etária acima dos 60 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Não é possível saber a sua causa, mas na maioria das vezes influenciam fatores como hereditariedade (predisposição familiar), obesidade, tabagismo, estresse, sedentarismo, colesterol alto e grande consumo de sal. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome, em média, doze gramas de sódio todos os dias. É quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é menos de cinco gramas por dia.

A cardiologista Carmen Weigert, do Hospital Cardiológico Costantini, lembra que a doença não tem cura para a maioria dos pacientes, mas pode ser controlada com cuidados específicos. Em poucos pacientes, um entupimento de uma artéria do rim ou alguma doença sistêmica pode ocasionar a hipertensão e o tratamento pode normalizar a pressão elevada.

"O médico determinará o melhor método para cada paciente. Se não tratada, a pressão alta pode causar derrames cerebrais, doenças do coração (como infarto e insuficiência cardíaca), angina (dor no peito), insuficiência renal (paralisação dos rins) ou alterações visuais que podem levar à cegueira", explica a médica.
Carmen afirma ainda que a maioria dos hipertensos são assintomáticos. "Mas quando um indivíduo apresenta uma hipertensão grave, prolongada ou não controlada pode apresentar dores de cabeça, dispneia (falta de ar), agitação, náuseas e vômitos e visão turva", esclarece.

A cardiologista recomenda uma monitorização regular dos níveis de pressão arterial, que deve ser mantida abaixo de 140/90 mmHg - 14 por 9. Além disso, tanto para tratamento pós-diagnóstico como para prevenir a doença, é importante mudanças de hábitos e estilo de vida. 

"É imprescindível ter alimentação saudável, evitar açúcares e doces, carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados e processados, como embutidos, enlatados, conservas e defumados. Preferir alimentos cozidos ou assados e evitar frituras. Usar temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola e dar preferência a produtos lácteos desnatados. Além disso, é importante diminuir a quantidade de sal da comida, usar no máximo uma colher de chá de sal para toda a alimentação do dia", recomenda Carmen,
Além disso, a cardiologista aconselha a redução no consumo de bebidas alcoólicas, assim como a suspensão do tabagismo. Por fim, é recomendável a prática de atividade física, com acompanhamento profissional, no mínimo cinco vezes na semana.

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