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sexta-feira, 27 de abril de 2018

1º de Maio: Dia de se reinventar no trabalho


Você sabe o que é portfólio? É um conjunto de trabalhos realizados que apresentam o profissional. É típico das artes visuais. Um desenhista tem uma pasta com seus trabalhos mais importantes publicados ou veiculados, por exemplo.

Em tempos de grande dificuldade de se arrumar trabalho, vamos tentar pensar de um pouco diferente. Primeiro, preste atenção que falei trabalho e não emprego! O emprego de carteira assinada está cada vez mais raro e assim continuará depois da reforma trabalhista. Um único emprego, férias anuais e 13º tende a existir cada vez menos. O trabalho remunerado pode acontecer por meio da micro empresa, microempreendedor individual ou até mesmo dando um recibo como autônomo.

A tendência é de cada um de nós tenhamos diferentes fontes de renda e não necessariamente ligada a uma atividade única. Exemplo: de uma forma ou de outra, sempre exerci isso. Enquanto fazia faculdade de Psicologia, assessorei um coordenador de grupo, fui guia na Disney e fiz estágios na área. Formada, trabalhei na Prefeitura por concurso público, dei aula na faculdade, no consultório, com projetos sociais. Quando larguei a faculdade me joguei no Falatório, faço palestras, dou consultoria, além do consultório.

Tenho amigos que além das profissões tocam, cantam, fazem bijuterias, são escritores, professores particulares, chefs, ou seja, combinam a formação acadêmica com habilidades e experiências desenvolvidas ao longo da vida e formam uma carteira de renda pessoal. Diferentes fontes de renda compõem a remuneração total.

Nos tornamos um portfólio, um conjunto de talentos, habilidades e capacidades com as quais podemos trabalhar e ganhar dinheiro.

E esse conjunto, muitas vezes, acontece por acaso. A profissão principal torna-se secundária e o que era hobby se transforma em fonte de renda principal. Em tempos fluidos, incertos e imprevisíveis, temos que ser criativos e experimentarmos, ousarmos.

Fico um tanto preocupada quando ouço dos jovens vestibulandos aflitíssimos com a escolha de uma profissão única, que o satisfará e o sustentará para o resto da vida. A profissão é um caminho que nos mostra outros dentro e fora dela. Muitas coisas que fiz foram surgindo, oportunidades apareceram e eu encarei. Umas deram mais certo, outras não.

Dentro da Psicologia há tanta coisa que eu adoro e ainda gostaria de estudar, como por exemplo as mudanças provocadas pelas redes virtuais. Fico fascinada e preocupada ao mesmo tempo!!

Mas o que interessa é chamar atenção para o leque de possibilidades que cada um de nós tem. Então, não pense em uma única saída para fazer grana, pense num conjunto delas, torne-se um portfólio profissional, pense como se você fosse uma pasta virtual de atividades e apresente-se. Exponha o conteúdo desta pasta, explore-se!!!



Gisela Monteiro - Doutora em Psicologia Social pela USP, com experiência em Saúde Coletiva, Projetos Sociais e Consultório Particular. Faz consultoria para empresas e escolas e é autora do Falatório com Gisela- www.falatoriocomgisela.org


Dia do Trabalhador: entenda as habilidades mais requeridas pelo mercado de trabalho

No dia 1º de maio, o Brasil (e muitos outros países) comemora o Dia do Trabalho ou Dia Internacional dos Trabalhadores. A data se originou em razão das manifestações de trabalhadores de Chicago (Estados Unidos), em 1886, que buscavam melhores condições para exercerem suas profissões.

Hoje, existem mais de 13 milhões de desempregados no Brasil. E, de acordo com dados do IBGE, a quantidade de jovens de 16 a 29 anos que não estudavam e nem trabalhavam cresceu rapidamente nos últimos dois anos (2016 e 2017), chegando a 25,8% da população dessa faixa etária em 2016, ou 11,6 milhões de pessoas.

No entanto, as perspectivas são positivas. Segundo o Ministério da Fazenda o País criará 2,5 milhões de postos de trabalho até o fim do ano, o melhor resultado desde 2010, em diversas atividades e para profissionais de diferentes níveis. “Com dois anos de PIB positivo, acredito que gradativamente reduziremos o número de desempregados”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit –  empresa do Grupo Talenses especializada em conectar profissionais de cargos iniciais da carreira ao mercado de trabalho.

Nesse sentido, para esses profissionais que ainda estão desempregados, ou até para aqueles que desejam uma recolocação, Vianna endereça, abaixo, as principais competências técnicas e comportamentais mais requeridas atualmente, para que os profissionais saibam como se preparar em busca de oportunidades. São elas:


Habilidades técnicas (Hard skills)

  • Reciclagem constante

Os profissionais não podem parar de estudar, é preciso se reciclar constantemente, para se atualizar tecnicamente com as boas práticas de mercado. Além disso, a existência da formação complementar no currículo - seja uma pós-graduação, ou especializações - é um indicador de que não estão em zona de conforto;

  • Realizações de projetos

Outra diferencial importante são as entregas efetivas. É preciso contar isso tanto no currículo, como nas entrevistas. Ou seja, é importante saber contar sobre as atividades que você já participou e tiveram resultados positivos: é necessário evidenciar isso de forma qualitativa e quantitativa. E, aqui, podem ser incluídos também seus projeto pessoais. Ou seja, intercâmbio, cursos que não estejam relacionados a sua formação, trabalhos voluntários, e atividades diferentes que te enriqueceram de alguma forma;

  • Inglês – e terceiro idioma

A fluência no idioma inglês ainda é um desafio para grande parte dos profissionais – em diversos níveis hierárquicos. No entanto, essa capacitação é extremamente importante para um mercado de trabalho cada vez mais globalizado. Então, não deixe para desenvolver seu inglês quando começar a sentir falta. E, além disso, é válido focar também em um terceiro idioma como atrativo para o currículo.

Habilidades comportamentais (Soft Skills)

  • Cultura geral
Essa competência é sempre importante, independentemente da área de atuação e nível hierárquico. É importante saber debater assuntos sobre o mundo, ter visão sistêmica e lógica, conhecer assuntos diversos; Para isso, leia jornais, revistas, blogs, seja impresso ou digital, o que importa é não estar alienado com as coisas que acontecem no mundo. Elas com certeza têm impactos no seu trabalho.

  • Adaptabilidade/criatividade

Os profissionais devem trabalhar com performance satisfatória no cenário em que se encontra. A habilidade de extrair o máximo de resultado de acordo com a condição oferecida é cada vez mais valorizada pelas companhias;

  • Energia

A instabilidade econômica ainda é uma realidade, e as empresas devem retomar aos poucos suas estruturas de equipes antigas. Até então, a energia e disponibilidade são essenciais para ser multitarefa;

  • Otimismo

A atitude vencedora é ainda mais valorizada em períodos de instabilidade econômica. Um profissional que tem essa energia positiva pode fazer a diferença, quando também está munido de outras capacidades.



quinta-feira, 26 de abril de 2018

Pesquisar para crescer


A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) chega aos seus 45 anos como instrumento importante para o desenvolvimento da produção agropecuária nacional. Um papel crescente quando consideramos os desafios futuros do Brasil, como fornecedor de energia, fibras e alimento para o mundo.

Em um mundo que assiste cada vez mais a tecnologia ser incorporada ao processo produtivo, destaco que a pesquisa voltada ao setor agropecuário hoje se compõe de inúmeros órgãos públicos e privados aos que se somam instituições de ensino, também públicas e privadas, constituindo um sofisticado sistema de pesquisa científica e inovação tecnológica. Nele a Embrapa precisa continuar a protagonizar iniciativas que auxiliem o agricultor a aumentar sua produtividade e agregar valor ao seu produto. O desafio é ser atual, dinâmica e relevante – ao mesmo tempo em que dribla a burocracia, os limites orçamentários e se qualifica para enfrentar a feroz competição internacional.

Deve somar seus esforços para que as inovações tecnológicas, os produtos e a agricultura familiar cheguem também aos produtores de menor porte e à agricultura familiar. 

Com a chegada definitiva às lavouras de drones, GPS, big data, internet das coisas e o constante avanço da mecanização na atividade agropecuária, relembramos a frase de que “ há tanta tecnologia em um grão de milho quanto em um celular de última geração, ” para dar uma idéia da modernidade que caracteriza o nosso setor.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), seremos 9 bilhões de habitantes no planeta todo. Alimentar a todos com segurança e saudabilidade deve ser o principal foco de pesquisadores, tanto da esfera pública quanto da privada. 

Enquanto secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apliquei diretriz do governador Geraldo Alckmin, para aproximar a pesquisa e a inovação da atividade cotidiana do produtor. É preciso que os passos da inovação cheguem ao pasto, à lavoura, estejam presentes para melhorar a vida do homem do campo.

Um grande passo foi a implantação dos Núcleos de Inovação Tecnológica. Eles estão presentes nos seis institutos da Pasta: Biológico (IB), de Zootecnia (IZ), Agronômico (IAC), de Economia Agrícola (IEA), de Pesca (IP) e de Tecnologia de Alimentos (Ital) e na APTA (Agência Paulista de Tecnologia). 

Os NITs retiram entraves burocráticos para facilitar as parcerias público-privadas para pesquisas sobre inovações para o agro. Além disso, permitem que os resultados desses estudos sejam divididos com os pesquisadores, incentivando quem dedica sua vida a melhorar a agropecuária.
Os resultados já são sólidos e devem ser cada vez melhores. 

Esta forma de atuar supera os desafios de um Estado fragilizado na sua capacidade de financiar mas, amparado pelo novo marco nacional regulatório de Ciência e Tecnologia e pelo decreto que fizemos em São Paulo, permite viabilizar não somente fontes de recursos mas parcerias que dão foco e garantem difusão mais ampla dos avanços tecnológicos.

Estou certo de que é um caminho que precisa ser trilhado pela Embrapa e por todos institutos públicos de pesquisa do setor.

A informação está mudando a regra do jogo, é preciso entender esse dinamismo para não ficar obsoleto, improdutivo. A pesquisa tem papel determinante nesta competitividade. É ela quem pode fazer com que se produza mais sem avançar em mata nativa, com cultivares mais resistentes e alimentos com mais saudabilidade. 

Mas não podemos delegar toda a responsabilidade à pesquisa, é preciso que a eficiência esteja presente em todos os elos da cadeia. No Brasil, nosso produtor rural é eficiente, mas acaba esbarrando em carga tributária alta e falta de infraestrutura logística para escoamento, para citar dois dos problemas principais.

O desafio é dinamizar as instituições públicas de pesquisa e aproximar esses resultados de sua aplicação prática no campo. Se o Brasil quer continuar sendo campeão de exportações do agronegócio, precisa investir em inovação e tecnologia – dois temas de total domínio da aniversariante Embrapa.

No novo mundo, virtual, conectado e cada vez mais dinâmico, é preciso caminhar rumo à tecnologia para não ficar para trás. A inovação traz crescimento, equilíbrio social e respeito ambiental. O agro agora é digital, sem fronteiras e campo fértil para a semeadura de ideias relevantes, transformadoras e necessárias. 

Vamos avançar!





Arnaldo Jardim deputado federal PPS/SP


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