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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Mitos e verdades sobre a febre amarela


Todos os anos o Brasil fica em alerta com a febre amarela, dengue e Chikungunya.

Muita gente não sabe exatamente quais são os sintomas e como é transmitido, e isso acaba gerando muita confusão e atrapalhando no tratamento correto. Confira neste infográfico preparado pela Clínica Sadeb o que é verdade e o que é mito sobre a febre amarela.





Cadastro de grávidas e lactantes do CNJ mostra 514 presas


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) disponibiliza, a partir deste mês, acesso público aos dados do cadastro de grávidas e lactantes presas, , por unidade da Federação.O banco de informações criado pelo CNJ por determinação da presidente do órgão, ministra Cármen Lúcia, estará disponível na página do CNJ pela Internet.

O sistema informa que, em março de 2018, havia 514 presas gestantes ou amamentando em unidades penitenciárias do País: 308 mulheres estão grávidas e 206 são lactantes. Acesse aqui o cadastro com dados por estado. 

Essa é a primeira vez que a Justiça detalha e disponibiliza informações sobre gestantes e lactantes custodiadas pelo Estado. A medida confere maior transparência em relação a essa informação e permite que o Judiciário conheça e acompanhe, continuamente, não só a situação dessas mulheres, mas também a de seus filhos. 

O banco é alimentado pelos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMFs), criados conforme Resolução 96/2009 do CNJ e vinculados aos tribunais da Justiça Estadual. Os Estados têm até o 5º dia útil do mês corrente para lançar as informações, apuradas no mês anterior.

No cadastro não consta o número de mulheres gestantes ou lactantes que cumprem prisão domiciliar, tendo em vista que elas não estão custodiadas no sistema prisional.

Realidades encontradas 

Nos últimos dois meses, equipe do CNJ coordenada pela juíza auxiliar da Presidência do CNJ Andremara Santos esteve em 24 estabelecimentos penais de 16 Estados e do Distrito Federal para conhecer a situação dessas presas. Foram visitados presídios femininos de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas, Maranhão, Ceará, Sergipe, Pará, Piauí, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e do Distrito Federal.

Durante as visitas, foram constatadas realidades contrastantes: presídios com boa estrutura física que não oferecem atendimento adequado às mulheres e unidades penitenciárias precárias, mas em cujas instalações as detentas lactantes e grávidas são bem assistidas.

 “Ficou clara a necessidade de estabelecermos padrões de procedimentos em relação aos cuidados com grávidas, lactantes e seus filhos a serem adotados no sistema prisional”, diz Andremara dos Santos. A equipe do CNJ também constatou que o acesso à assistência médica continua um problema ainda a ser solucionado nos presídios femininos: o descaso com saúde e alimentação de grávidas e crianças. 


Relatos de medo

Boa parte das crianças que estão vivendo no interior do presídio com suas mães não têm sido acompanhadas pela Justiça da Infância e Juventude. A juíza do CNJ também relatou que algumas mães chegam a esconder que possuem outros filhos, por medo de que a situação precária em que vivem as crianças legitime a entrega delas para a adoção.

"Ouvimos relatos de mães receosas de perderem o poder familiar sobre seus filhos. O Conselho Tutelar e as Varas de Infância e Juventude devem acompanhar a situação dessas crianças e acionar a rede de proteção à infância para protegê-las. É preciso, também, garantir que o destino dessas crianças seja confiado legalmente e preferencialmente a alguém de sua família”, afirmou Andremara.

A maioria dessas presas é de mães de outras crianças e adolescentes, vivendo, em geral, em situação de vulnerabilidade socioeconômica. No entanto, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que a condenação criminal do pai ou da mãe não implica na destituição do poder familiar, a não ser que o crime tenha sido praticado contra o próprio filho.Idealizadora do cadastro, a ministra Cármen Lúcia defende que, se o Judiciário não tiver condições de deferir a prisão domiciliar nesses casos, o Estado deve providenciar um local adequado para que a mãe possa ficar custodiada até o término da gestação, assim como durante o período de amamentação de seu filho. “Nascer dentro de uma penitenciária é condição de absoluta indignidade”, diz a presidente do CNJ.




Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias 

Ancestrais da inteligência artificial: rastros de uma história que está em construção


Se você pensa que as aplicações de inteligência artificial são uma novidade, vale a pena conferir os vestígios que encontramos no século passado; evento que acontecerá na USP, em São Carlos, ajudará a compreender as origens remotas desse campo do conhecimento, entender algumas oportunidades atuais e planejar o futuro 

Pense que você está sem conexão com a internet – o que é bastante raro atualmente, mas faça um esforço imaginativo. Justo nesse dia, você precisa urgentemente redigir um texto em português. Então, liga o computador e acessa um dos mais famosos editores de texto da atualidade: o Word, da Microsoft. Começa a digitar e escreve “inteligencia” artificial. Imediatamente, a palavra aparece grifada e, ao clicar sobre ela, vê uma recomendação para colocar um acento circunflexo na segunda vogal “e”. 

Pois bem, você acaba de experimentar, na prática, uma aplicação de inteligência artificial sem sequer estar conectado à rede mundial de computadores ou usando as últimas tecnologias. Poucos sabem que esse simples e prosaico exemplo tem origem no interior do Estado de São Paulo, na cidade de São Carlos. Conhecida como capital da tecnologia, o município é berço dos recursos linguístico-computacionais que fomentaram o desenvolvimento de revisores ortográficos e gramaticais para o português. Suas origens remontam a um projeto realizado por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP sob demanda de uma grande empresa de tecnologia brasileira já extinta, a Itautec, ainda nos primeiros anos da longínqua década de 1990. 

Os direitos de uso e comercialização da ferramenta de revisão automática foram adquiridos posteriormente pela Microsoft e adicionados ao Word. Naquele tempo, o que a Itautec queria era oferecer aos clientes o inovador revisor ortográfico e gramatical para o português por meio de disquetes, um disco de armazenamento magnético fino e flexível que hoje é uma espécie de artefato pré-histórico (quem ainda lembra disso?), mas que fez um tremendo sucesso de meados de 1970 até o começo dos anos 2000.

Uma língua para as máquinas – Estudar os primórdios do revisor automático do Word lança luz sobre as origens do campo da inteligência artificial. Muitos pensam que a área é fruto do desenvolvimento científico e tecnológico recente, já que esse assunto tem alcançado destaque na grande mídia. No entanto, essa concepção é tão equivocada que pode ser comparada às famosas fake news que rondam por aí, para usar uma palavra da moda amplamente empregada para designar outro fenômeno que, apesar de ter algumas características novas, existe a muito mais tempo do que você pode imaginar. 

É claro que há diversos recursos e aplicações de inteligência artificial que só foram criados mais recentemente, tendo em vista que os conhecimentos produzidos nesse campo se ampliaram de forma bastante veloz nas últimas décadas. Mas a professora Graça Nunes, do ICMC, explica que o processamento da língua dos humanos foi um dos primeiros terrenos explorados pelos cientistas da computação para além dos horizontes dos cálculos matemáticos: “A inteligência artificial surge para estudar os sistemas que, de alguma forma, não envolvem só os cálculos numéricos, mas abarcam algum tipo de inteligência, considerando a forma como compreendemos o que é a inteligência humana. Por ser uma tarefa típica dos seres humanos, o processar a linguagem pertence também ao campo da inteligência artificial”. 

Já o professor Thiago Pardo, do ICMC, assim define a linguística computacional: “Quando falamos em processamento da linguagem natural, estamos preocupados em habilitar a máquina, o computador, a lidar com a língua humana, tanto no que se refere ao entendimento quanto à produção. São dois lados da mesma moeda: a interpretação e a geração de textos escritos e falados em diferentes línguas. Isso abrange um leque de tarefas, tais como revisão ortográfica e gramatical, compreensão, tradução e sumarização, por exemplo”. 

O tipo de conhecimento presente no revisor do Word é também utilizado por mais de um bilhão de pessoas quando acessam a ferramenta de correção automática presente no aplicativo WhatsApp. Outro exemplo de como o processamento de linguagem natural está presente no nosso dia a dia é a Siri, um assistente virtual comandado por voz de propriedade da Apple, presente nos iPhones e iPads. Segundo a empresa, quanto mais você usa a Siri, mais ela sabe do que você precisa e quando precisa. Os mesmos princípios de computação presentes na Siri podem ser encontrados em ferramentas como o Google Tradutor e nos chatbots, que são aplicações conversacionais já utilizadas por diversas empresas para atender automaticamente os clientes.

Um jovem experiente – Aquele projeto proposto pela Itautec no início dos anos de 1990 reuniu cientistas da computação, físicos e linguistas para enfrentarem o desafio de construir uma ferramenta automática destinada à revisão ortográfica e gramatical em língua portuguesa. Foi esse grupo que deu origem, em 1993, ao Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC), um grupo multidisciplinar de pesquisa, cuja sede fica no ICMC, na USP. 

Para comemorar a marca de 25 anos do NILC, assim como relembrar o passado, discutir as oportunidades atuais e planejar o futuro, um workshop acontecerá no auditório Fernão Stella Rodrigues Germano (confira a programação aqui) no dia 4 de maio, sexta-feira. Para participar, basta preencher o formulário disponível neste link: icmc.usp.br/e/8445d. Gratuito e aberto a todos os interessados, o evento é uma oportunidade para quem deseja conhecer o processamento da linguagem natural no Brasil, entender os projetos que estão sendo desenvolvidos atualmente e discutir as oportunidades de pesquisa futuras com os professores, pesquisadores, alunos e ex-alunos do grupo. 

Hoje, o Núcleo conta com pesquisadores de várias instituições, como USP, UNESP, Universidade Federal de São Carlos e Universidade Estadual de Maringá. No total, são 13 professores associados (das áreas de computação, linguística e física), 10 pesquisadores colaboradores regulares e cerca de 60 alunos de graduação e pós-graduação: um pós-doutorando, 23 doutorandos, 21 mestrandos e 15 alunos de graduação que atuam em projetos de iniciação científica e de conclusão de curso. 

Essa equipe tornou o NILC uma referência para os grupos de pesquisa em processamento de linguagem natural do Brasil. Além de inovar em diversas frentes de pesquisa, o Núcleo já estabeleceu colaborações com várias empresas – como Itautec, Microsoft, Samsung e Embrapa, possibilitando a transferência de tecnologia – e com institutos de pesquisa, como o Instituto de Estudos Avançados da ONU, para projetos de grande porte. 

Entre as diversas frentes de atuação do NILC estão projetos para enfrentar desafios científicos relacionados a tradução, ferramentas de auxílio à escrita científica e sumarização – que já são tradicionalmente explorados por quem investiga linguística computacional. Com a expansão da internet e das redes sociais, novas frentes de atuação foram criadas, destinadas, por exemplo, a estudar desafios como a detecção de fake news, a mineração de opinião e o diagnóstico de doenças mentais através da fala, entre muitos outros. Ninguém tem dúvida de que essa história está só começando.





Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC 

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