Pesquisar no Blog

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Dia Mundial da Hemofilia: a importância de falar sobre o segundo maior distúrbio de coagulação do Brasil


A data evidencia a necessidade da união dos atores da rotina do paciente para proporcionar um cuidado integrado e gerar maior qualidade de vida


O Dia Mundial da Hemofilia, que acontece anualmente no dia 17 de abril, é marcado por diversas ações de conscientização que visam trazer à tona a realidade das mais de 11,5 mil pessoas que convivem com a hemofilia no Brasil¹. As mobilizações realizadas em todo o mundo têm o intuito de desmistificar esta deficiência, aumentar o suporte de toda a sociedade e engajar pacientes, profissionais de saúde e outros responsáveis pela busca por melhores tratamentos.

A hemofilia é uma condição rara, na maioria das vezes hereditária, caracterizada pela dificuldade de coagulação do sangue. Ela ocorre devido à falta ou diminuição de algumas proteínas no corpo humano, conhecidas como fatores, que são encarregadas por este processo. É por este motivo que as pessoas com este distúrbio possuem dificuldade de cessar sangramentos naturalmente.

Entre os tipos de hemofilia existentes, os mais conhecidos são o A e o B. O tipo A, que representa 80%² de todos os casos, é causado pela deficiência do Fator VIII, enquanto o B é decorrente da falta do Fator IX. A forma mais comum de transmissão da hemofilia ocorre de mãe para filho, por meio de um gene deficiente localizado no cromossomo X. 

O transtorno ocasiona, além dos sangramentos visíveis, hemorragias intramusculares e intra-articulares, em sua maioria. Caso não sejam tratadas, podem desgastar as articulações e provocar lesões nos tecidos e ossos, conhecidas como artropatias crônicas, que acabam restringindo os movimentos dos pacientes com hemofilia. 

Apesar de ainda não ter cura, os pacientes são capazes de controlar os sangramentos se realizarem um tratamento adequado. A terapia pode ser feita de duas formas: sob demanda, quando a reposição do fator deficiente é realizada no momento em que ocorrem sangramentos, ou por profilaxia, quando a reposição é realizada regularmente, para preveni-los. Infelizmente, cerca de 30%³ dos pacientes com hemofilia do tipo A grave desenvolvem inibidores contra o fator infundido, que neutralizam o efeito do medicamento e, consequentemente, tornam  maiores as  chances de sangramento. Nesses casos, os pacientes são tratados com uma técnica chamada imunotolerância, que consiste na infusão de fator VIII várias vezes por semana por tempo prolongado, com a finalidade de erradicar o inibidor.  Tanto o tratamento para os pacientes com inibidores, como para os sem inibidores é realizado por via intravenosa e frequente.

Para proporcionar maior qualidade de vida, estão sendo realizados estudos que buscam alternativas de tratamento. As pesquisas clínicas que vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos mostram novas perspectivas sobre as formas de tratar a hemofilia e representam um marco para a comunidade de pacientes. As opções que estão em análise geram expectativa, pois serão capazes de beneficiar as pessoas que possuem resistência à terapia padrão.


Bate-papo sobre a hemofilia

Com objetivo de conscientizar a sociedade, a Roche Farma Brasil realizará, no dia 17 de abril, um bate-papo que evidenciará todos os agentes na atenção ao paciente. O encontro marcará a apresentação do selo “cuidado integrado”, que foca em divulgar a importância de todos os profissionais envolvidos na rotina da pessoa com hemofilia. A conversa terá a presença da jornalista Mariana Ferrão e contará com a presença de uma hematologista e uma enfermeira com larga experiência no assunto, abordando detalhes sobre a condição, cuidados necessários no dia a dia e a importância do brincar na vida de qualquer criança. 

O evento tem o propósito de facilitar a inserção desse assunto no meio social e, consequentemente, abrir discussão sobre a necessidade de inclusão e aceitação da criança com hemofilia, podendo proporcionar uma infância, com brincadeiras e vida social. O momento será repercutido no Facebook da Roche para alcançar e informar o maior número de famílias possível.





Roche



Referências:
  1. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/perfil_coagulopatias_hereditarias_brasil_2014.pdf. Acessado em 12/03/2018.
  2. A hemofilia A é a mais comum e representa 80% dos casos. Ocorre devido a deficiência do Fator VIII, Segundo a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular – ABHH http://www.abhh.org.br/educacao/fique-por-dentro-educacao/hematologia-de-a-a-z/faq/. Acessado em 12/03/2018.
  3. Matéria da revista científica da Faculdade de Medicina de Campos - http://www.fmc.br/revista/V6N1P07-13.pdf. Acessado em 12/03/2018.

Agências x consultorias e houses: as transformações do marketing no presente e futuro


O mercado de comunicação e marketing tem passado por diversas mudanças nos últimos anos. Motivadas pelas novas posturas com relação a investimento dentro das empresas, as agências de publicidade ganharam novos concorrentes. Falo das consultorias de comunicação e das houses. 

As consultorias de comunicação se destacaram no momento em que empresas passaram a rever suas contratações baseadas na entrega de resultados. Devido à situação econômica instável, a estratégia precisa ser assertiva, e não simplesmente criativa. As consultorias se habilitaram em usar tecnologia e método para entregar estratégia, mesmo sem grande desenvolvimento criativo.
No caso das houses, que são departamentos criativos dentro das próprias empresas, o caso é mais simples. A ideia é poupar gastos, não mais contratando agências para criação, mas produzindo campanhas internamente. Porém, há uma limitação criativa, pela falta de expertise de uma agência, e de estratégia, já que prevalece uma visão interna que se tem da empresa. 

No primeiro caso, faltam aptidões que somente as agências possuem - sobretudo ligadas à criação - mesmo que haja uma boa abordagem estratégica. Já com as houses, o trabalho acaba sendo pouco detalhista, e em certos níveis até amador, originando resultados piores.

A questão é que essa concorrência surgiu de uma falha no comportamento das agências que estavam no mercado. Com o tempo, elas passaram a focar-se tanto na pura criatividade, que a estratégia se tornou secundária, dependente do cliente, que na maior parte das vezes não sabia para onde ir.

Isso também encareceu projetos, que no fim não olhavam as campanhas com uma visão global. A criatividade das agências se pautou muito no briefing com o cliente e o feeling do publicitário, gerando campanhas muito bonitas com belos insights, porém muitas vezes elas deixavam de atender ao verdadeiro objetivo de retorno da empresa. A campanha precisa fazer sentido para o público alvo que irá comprar, e não simplesmente ser genial. 

Apesar disso, as agências continuaram a ser mais bem preparadas para lidar com os problemas de seus clientes. Observando o cenário, e realmente aprendendo com o mercado, algumas agências começaram a mudar seu DNA, e essa é a maior tendência para o presente e futuro. Usando tecnologia, metodologia, observação de comportamento do consumidor e do vendedor, é possível compor um quadro estratégico, usar ferramentas, e pautar a criatividade.

Gerar uma experiência de impacto para o consumidor depende de conhecer seu alvo, dominar ferramentas e criatividade, além de agir considerando um cenário geral. O consumidor quer viver experiências, não apenas comprar. 

É preciso que agências não sejam mais, unicamente, locais de produção de peças publicitárias. É uma evolução da profissão, que passa a voltar olhares para fontes de dados valiosos como o field marketing, os pontos de venda e a análise do comportamento de compra. A racionalidade gerada é o que direciona campanhas realmente eficientes, acima de belas.

Para os clientes, isso significa verbas melhor utilizadas. Para as agências, uma revolução cheia de possibilidades de crescimento. É preciso desapegar-se de modelos antigos e abraçar a necessidade do mercado como oportunidade de atingir novos patamares de comunicação.






André Romero -  diretor da Red Lemon Agency, agência especializada em comunicação, field marketing e ações promocionais.
 

O ensino superior com fórmula ultrapassada


Durante muitas décadas, o sucesso profissional no Brasil esteve ligado diretamente ao diploma. Um histórico que teve início no século 19, quando as famílias ricas mandavam seus filhos estudar na Europa. De lá, voltavam médicos, engenheiros e advogados. Desde então, mais do que o status social, um curso superior sempre foi considerado uma ferramenta fundamental para uma vida melhor em um país subdesenvolvido. Isso realmente fazia sentido, pois o sonhado diploma abria as portas do mercado de trabalho possibilitando salários melhores, promoções frequentes e, principalmente, estabilidade profissional.

Mas, em pleno ano de 2017, o que tem evoluído nos cursos superiores? Considerando que a maioria das profissões que conhecemos irá desaparecer em menos de uma década, que nesse mesmo tempo mais da metade dos postos de trabalho existentes hoje serão exercidos por máquinas e que todo o conhecimento acadêmico do mundo está online e acessível na palma da mão, como as faculdades estão formando seus alunos?

As universidades, engessadas em modelos tradicionais, serão capazes de se reinventar para formar uma mão de obra ainda inexistente? Nos Estados Unidos e em países europeus e asiáticos, grandes empresas internacionais estão priorizando cada vez mais aqueles com capacidade de encontrar soluções e de se reinventar, que tenham responsabilidade social, talento, criatividade e vontade de empreender, deixando em segundo plano a formação superior.

Desde o início dos anos 1990 a competitividade exige dos profissionais um aprendizado continuado. Somos provocados a mudar de área de atuação para seguir as melhores oportunidades do mercado. Por esse motivo, não é coerente cursar uma nova faculdade sempre que o mercado tomar novos rumos. Há, inclusive, o risco da nova profissão deixar de existir antes da conclusão do curso.

As escolas de formação rápida e prática, com os cursos mais inovadores e que incentivam o aluno a ir além do que já foi feito, escrito, ou descoberto, formam os profissionais capacitados a se adaptarem às mudanças e às instabilidades de um mercado de trabalho em constante transformação. A liberdade didática e conceitual dessas instituições permite que elas se moldem às principais necessidades e tendências, direcionando cursos para atender as mais variadas demandas. Essa dinâmica chegou ao Brasil nas últimas décadas e vai ganhando espaço. A hiperespecialização, que exige conhecimentos aprofundados em áreas bem específicas, tem movido o segmento e exigido muita agilidade.

Você já parou para pensar, por exemplo, quanto tempo uma universidade tradicional demoraria para adaptar o seu programa e adicionar temas do momento, como os tão falados drones?  Até o final de 2017 serão comercializados mais de três milhões de drones em todo o mundo, e várias profissões serão impactadas por eles. É um instrumento transformador em logística, mapeamento e topografia, agricultura, meio ambiente, construção civil, mineração, publicidade, eventos e jornalismo. Esse é só um exemplo de uma nova habilidade profissional que não era nem imaginada há poucos anos.

Com a inteligência artificial, que será responsável por uma fase de grandes transformações, as instituições de ensino superior vão precisar atingir um novo patamar e quebrar paradigmas seculares. Os avanços científicos estarão sendo desenvolvidos nos grandes laboratórios e em empresas como Google, Microsoft, Apple, Amazon e Facebook. As áreas que necessitarem de precisão ou de repetição não terão mercado de trabalho em escala. O mercado de trabalho será para pessoas com talentos diferenciados. Exatidão, rotina e previsibilidade serão qualidades para as máquinas. O mercado mais promissor será o da economia criatividade e das várias modalidades de hospitalidade. 

Os alunos das instituições de ensino superior e aqueles que se preparam para ingressar nelas, dificilmente terão suas expectativas atendidas. Tudo está mudando rapidamente, mas as faculdades caminham com uma lentidão preocupante. É fundamental percebermos que existem formas muito mais eficientes e dinâmicas para o desenvolvimento de habilidades profissionais. Nos próximos anos, cada ser humano construirá seu caminho profissional extremamente personalizado, passando pelo ensino formal, informal e vivenciando experiências realmente transformadoras. 






Carlos Rodolfo Sandrini - arquiteto e urbanista. No início da década de 1990, fundou o Centro Europeu (www.centroeuropeu.com.br), primeira escola de economia criativa do Brasil.


Posts mais acessados