A
escarlatina é uma doença comum nesta época, e acomete principalmente crianças
em idade escolar, com maior frequência em meninos. É causada por uma bactéria
chamada Estreptococo beta hemolítico do grupo A, ou Streptococcus pyogenes.
Essa bactéria provoca também outras doenças, como faringite e infecções de
pele.
A
transmissão é através de saliva e secreção nasal, através de tosse e espirros,
diretamente no ar ou através de objetos contaminados. A bactéria pode ser
proveniente de pessoas que estejam ou não doentes (portadores). O aparecimento
da escarlatina é causado não diretamente pela bactéria, mas por uma toxina que
ela produz. O período de incubação, geralmente, é rápido, em torno de 1 a 2
dias, mas a doença pode se manifestar em até 10 dias após o contato.
Ela
começa como uma faringoamigdalite, com febre alta e dor de garganta. A criança
desenvolve sintomas gerais como mal-estar, inapetência, dores musculares,
cefaleia e náuseas, podendo chegar a vomitar. Em seguida, aparecem manchas
vermelhas no pescoço e tronco, que se espalham para o corpo todo, poupando
apenas palma das mãos e planta dos pés. A pele fica áspera (“grosseira”), e
pode ou não haver prurido. A língua fica bastante avermelhada e com as papilas
inchadas, dando o aspecto chamado de “língua em framboesa”.
O
diagnóstico, em geral, é clínico, através da história e do exame físico no
paciente. Pode ser feita uma pesquisa rápida para o Estreptococo, através de um
swab passado na orofaringe. A cultura de secreção da orofaringe também confirma
a infecção, mas é pouco utilizada, pois o resultado é mais demorado.
O
tratamento é feito com antibiótico, em geral, à base de penicilina. A resposta
costuma ser muito boa e rápida, mas a vermelhidão pode demorar de 2 a 3 semanas
para desaparecer completamente, e pode ser seguida por uma descamação da pele.
O paciente deve ficar em repouso até a cura, e ingerir bastante líquido.
Quando
não tratado, pode ocorrer complicações graves como a febre reumática e
glomerulonefrite. A única prevenção é evitar contato com pessoas doentes, não
existe vacina. Na suspeita da doença, é importante procurar atendimento médico
o quanto antes.
Dr.
Carlo Crivellaro - Pediatra com Título de Especialista em Pediatria pela
Sociedade Brasileira de Pediatria; Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria;
e Membro da Highway to Health International Healthcare Community