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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Colírio pode colocar a saúde em risco



Uso indiscriminado de colírio cresce no calor, pode causar graves doenças oculares e dificultar tratamentos sistêmicos. Saiba como prevenir complicações.


O Brasil é um dos maiores consumidores de medicamentos do mundo. A projeção da Associação da Indústria Farmacêutica é de que em 2021 o país saia da atual oitava posição no ranking mundial para a 5ª posição. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier parte deste crescimento está relacionado ao envelhecimento da população que predispõe às doenças crônicas. Uma delas, destaca, o glaucoma, atinge cerca de 2 milhões de brasileiros. Em 90% dos casos   exige uso contínuo de colírios que baixam a pressão interna do olho e evitam a perda definitiva do campo visual.   Mas não é só  isso. Levantamento feito pelo médico em 12 mil prontuários do hospital, mostra que no período do calor quatro em cada dez pacientes já chegam aos consultórios usando algum colírio por conta própria.  Não é para menos. Uma pesquisa sobre a saúde no Brasil https://is.gd/2qujZq revela que 55% dos 4.133 participantes deixam de comprar os medicamentos receitados por falta de dinheiro. O mesmo levantamento mostra que a automedicação para problemas nos olhos está bastante próxima dos 37% que afirmaram já ter comprado medicamento sem receita para as mais variadas doenças. Neste grupo 66% afirmaram que foram orientados por um farmacêutico, 12% por amigos ou familiares e 2% fizeram pesquisa na internet. 


Resistência a antibióticos

Quando o assunto é a saúde dos olhos, Queiroz Neto afirma ser um erro acreditar  que determinado  medicamento sempre vai nos levar à cura só porque algum dia   nos livrou de um desconforto. “Nosso organismo muda, as bactérias também estão em constante mutação para preservar a espécie e o tratamento das doenças oculares externas devem cobrir todas estas variáveis”, comenta. Atualmente, destaca, a resistência aos antibióticos é uma das principais preocupações globais da saúde pública. O uso indiscriminado de colírios antibióticos está criando superbactérias, adverte. “Se hoje as doenças infecciosas são as que menos cegam no mundo todo, podem ser tornar incuráveis e até impossibilitar o transplante de córnea no futuro”, afirma. Prova disso, é a previsão de um relatório do governo britânico de que em 2050 as infecções devem matar uma pessoa a cada 3 segundos por causa da crescente resistência aos antibióticos. Por isso, o especialista recomenda a cada um de nós adiar este processo só usando antibióticos conforme a prescrição médica.


Quando usar antibiótico

Queiroz Neto afirma que o calor, aglomerações, contato do olho com a água contaminada das praias e piscinas, aumentam nesta época do ano a conjuntivite bacteriana, a conjuntivite viral e a ceratite. Os sintomas dessas doenças são semelhantes:  olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. Mas os tratamentos diferem.
A conjuntivite bacteriana, inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho e a face interna das pálpebras, tem uma secreção amarelada e é tratada com colírio antibiótico. É mais comum entre crianças por causa do maior contato dos olhos com água contaminada, mas por ser altamente contagiosa pode passar para toda família. O tratamento é feito com colírio antibiótico e deve ser interrompido conforme a prescrição médica. 


Prevenção

Para evitar a contaminação da conjuntiva por bactérias ou vírus as recomendações do oftalmologista são: 

·       Manter as mãos sempre limpas.

·       Evitar levar as mãos aos olhos

·       Não compartilhar toalhas, fronhas, maquiagem e teclados eletrônicos.

Ao primeiro desconforto no olho, o especialista indica aplicar compressas de gaze embebida em água morna nos casos de secreção purulenta. A compressa deve ser feita com água gelada para conjuntivite viral que tem secreção viscosa. Não desaparecendo os sintomas  em dois dias a consulta a um oftalmologista deve ser imediata.


Risco de contrair glaucoma e catarata

O especialista afirma que a conjuntivite viral é a mais frequente.  O tratamento é feito com colírio anti-inflamatório hormonal, ou seja, com corticóide para as severas e não-hormonal para as mais brandas. O mesmo tipo de medicamento pode ser utilizado no tratamento de ceratite, inflamação da córnea. A ceratite geralmente é decorrente da má oxigenação da córnea em pessoas que abusam do uso de lente de contato, não retiram a lente em viagens aéreas por mais de três horas ou permanecem muito tempo em ambientes com ar condicionado usando lente.

Para evitar a inflamação a recomendação é sempre retirar a lente de contato quando sentir desconforto nos olhos. “O uso frequente ou prolongado de colírio com corticóide predispõe ao glaucoma e à catarata precoce”, conclui. 


AIDS e Sífilis: não tenha medo de fazer o teste



Sexta-feira, dia de sair e curtir uma festa. Muitos jovens no mundo aguardam mais esse dia do que os outros da semana para poderem esfriar a cabeça. Você chega no bar, começa com algumas cervejas e, a princípio, está tudo bem. Mas esse era só o ‘esquenta’ e, então, todos seguem já alcoolizados para uma balada. Lá, você conhece uma pessoa legal e trocam beijos, o clima esquenta e vocês acabam terminando em um motel, onde num momento crucial você não acha no bolso, na sua bolsa, na sua carteira, enfim não lembra onde está: você está sem camisinha. Pode parecer besteira, mas uma noite sem preservativo pode levar a uma infecção que compromete 827 mil brasileiros. Estamos falando do HIV. Se não tratada, pode levar a uma doença grave e que pode ser letal: a AIDS.

Dezembro é conhecido como o mês de combate à AIDS. Esta síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que ocorre por uma deficiência no sistema imune causada pelo vírus HIV que penetra nos linfócitos e não permite que as células de defesa protejam o corpo de infecções. A principal via de contaminação é por sexo sem proteção (camisinha masculina ou feminina), mas pode ocorrer por transmissão de mãe para o bebê ou transfusão sanguínea.

Dados divulgados em 2016 pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectadas. Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil seguem sem tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas. São dados assustadores, considerando o esforço do Ministério da Saúde em disponibilizar medicação apropriada para todos os infectados.

As indicações formais para fazer o exame de sangue já abrangem muitas pessoas, principalmente no quesito do comportamento sexual de risco, que não é incomum (indivíduos com vários parceiros sexuais ou que não usam preservativo). Outra indicação é a presença de sintomas sugestivos de HIV, que são inespecíficos e incluem: emagrecimento, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre, entre outros. Por conta disso, todo indivíduo que desejar se testar deve fazer o exame, e isso faz parte da busca pela saúde e segurança sexual.

Na realidade, a proposta de proteção contra o HIV com o uso do preservativo não se atém apenas a esta infecção. Outras doenças transmitidas pelo sexo podem ser evitadas com a mesma forma de proteção. Uma delas é a Sífilis. Sabemos que ela vem crescendo, inclusive se tornando uma epidemia em algumas regiões do Brasil. Novamente segundo o Ministério da Saúde, em pré-natais, por exemplo, foram detectados 37 mil casos em gestantes em 2016, pacientes que só descobriram a doença porque fizeram o exame por causa da gravidez. O problema da Sífilis é a capacidade da infecção e os sintomas, que inicialmente são poucos, como uma lesão na genitália, e desaparecerem depois de algumas semanas, permanecendo latente a infecção. Por isso, fazer a triagem para essa doença é a melhor forma de fazer o diagnóstico mais precoce possível, pois em estágios mais tardios ela tem o potencial de deixar graves sequelas.

Portanto, se você ainda não fez testes para infecções transmitidas pelo sexo, como o HIV e a Sífilis, ou já fez há algum tempo e deseja cuidar da sua saúde de forma mais ativa, faça os exames! É importante saber o quanto antes, pois um diagnóstico precoce pode mudar a história natural dessas doenças.





Dr. Octavio Fernandes - patologista clínico e vice-presidente de operações do Labi Exames.





Lá vem ela: a dezembrite



Ansiedade e estresse gerados no fim do ano aumentam riscos de desenvolver – ou piorar – problemas de coração; cérebro, sono e estômago também sofrem nessa fase


Organizar a casa, montar a árvore de Natal, preparar a ceia, fazer check-up, organizar a papelada, arrumar o cabelo e comprar uma roupa, perder peso. A lista é imensa, mas esses são alguns exemplos do que acontece quando o calendário marca dezembro. É um corre-corre para fazer tudo ao mesmo tempo, na tentativa de receber o novo ano com tudo resolvido. Acontece que essas metas estipuladas, e toda a ansiedade que existe nesta época, não são nada saudáveis, e costumam estressar grande parte das pessoas. É a famosa dezembrite. Embora não seja exatamente uma doença, o clima gerado nesta fase pode sim prejudicar a saúde, e até mesmo piorar problemas já existentes. 

"Não há dúvida de que a sobrecarga de tensões e a necessidade desnecessária de resolver tudo até o fim do ano pioram as doenças crônicas, gerando essa dezembrite", afirma o cardiologista do Hospital CEMA, Carlos Alberto Pastore.

Você pode achar estranha a denominação, mas certamente conhece bem a sensação que existe nesta época. Quantas vezes você terminou dezembro com certa frustração por não ter conseguido fazer tudo, além do sentimento de cansaço e a certeza de que o começo do ano seria apenas mais uma fase cheia de dívidas para pagar, resoluções não concluídas e volta a velha rotina de sempre? Esse excesso de expectativas e ansiedade pode ser extremamente nocivo ao coração. Não à toa, nesta época aumentam as ocorrências em hospitais. "É mais comum do que imaginamos receber pacientes que desenvolveram algo grave, cujo gatilho foi justamente todo esse estresse de Natal e Ano-Novo", detalha o médico.

Mas, o que acontece com o coração quando chega essa época? "O aumento da ansiedade estimula hormônios do estresse, como a adrenalina e cortisol, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Isso favorece infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais", explica Pastore. Além do coração, o cérebro também entra em parafuso com tanta demanda e expectativa geradas nesta fase. O sono, então, nem se fala. São dias sem dormir bem, quando não virando noites em claro; afinal, que tipo de pessoa você seria se não visse os fogos de artifício na virada do ano? E o que dizer do estômago? Este também é um dos que mais sofrem com os excessos praticados em dezembro.

"O exagero na comida e o abuso do álcool nas festas trazem repercussões orgânicas importantes, principalmente para os indivíduos com pressão alta, diabetes, obesidade, entre outras doenças. Vale lembrar também que a bebida alcoólica aumenta a frequência cardíaca e favorece arritmias, além de aumentar a pressão arterial. Por isso, a dica é não exagerar", diz o especialista. Evitar o exagero e conter a ansiedade. Essa talvez seja a dica número um para quem quer "sobreviver" a esta fase, sem passar pela dezembrite. Parece difícil, mas é possível. O grande segredo é fechar um pouco os olhos para o calendário, respirar fundo e relaxar. Será que você consegue?





Hospital CEMA
http://www.cemahospital.com.br





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