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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Campanha paulista atrai famílias para crianças que vivem em abrigos




Um “boa-noite” faria toda diferença na vida de mais de cinco mil crianças acima dos sete anos. A frase é o slogan da campanha “Adote um Boa-Noite” , do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que tem como objetivo conseguir famílias para crianças e adolescentes que vivem em abrigos e com chances remotas de adoção – em geral, por estarem acima da idade desejada pelos pretendentes. 

A campanha começou em setembro com 18 crianças e adolescentes da Vara de Infância de Santo Amaro e, de lá para cá, 130 famílias já procuraram a Vara, sendo que um estágio de convivência – período necessário para efetivar a adoção – já está em andamento. 

O Estado de São Paulo concentra o maior número de crianças que vivem em abrigos: nele estão 13.418 das 47 mil acolhidas em todos os estados, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Somente em 2017, foram emitidas 880 novas guias de acolhimento no estado de São Paulo. 

No entanto, das crianças que vivem em abrigo no País, apenas 8.260 crianças estão aptas à adoção no país, de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), coordenado pela Corregedoria do CNJ. O número de pretendentes é bem maior – 41.698 -, mas a conta não fecha principalmente porque as crianças que esperam por uma família estão, em geral, fora do perfil mais comumente desejado pelos adotantes. 

A campanha “Adote um Boa Noite” foi concebida com base na ideia de que a hora de ir dormir é um momento especialmente solitário no qual as crianças abrigadas não contam, normalmente, com aquele beijo de “boa noite” dos pais. O tribunal paulista optou por um site que retratasse algumas crianças, nos moldes do que já faz o Estado do Espírito Santo com a campanha “Esperando por Você”. “Não existe vedação no ECA e não são adolescentes infratores, não precisam ser escondidos. A ideia de desestigmatizar passa pela necessidade de pararmos de escondê-las”, diz o desembargador do TJSP Manoel de Queiroz Pereira Calças, Corregedor-geral da Justiça paulista.



As crianças e adolescentes retratados na campanha foram selecionados pelas Varas, passaram por estudos técnicos e autorização das juízas titulares. Todos eles já tiveram o poder familiar destituído e não conseguiram pretendentes no CNA. De acordo com o desembargador Manoel Calças, não foram incluídas no programa  crianças cujos estudos indicam que elas não gostariam de se mostrar ou que poderiam se frustrar demais com os eventuais resultados. 

Para o desembargador, além de obter famílias para essas crianças, o objetivo da campanha é colocar a questão da adoção na pauta. “As pessoas precisam saber que essas crianças e adolescentes existem e que saem dos abrigos, aos 18 anos, muitas vezes sem referências. Pessoas que não tiveram oportunidade alguma”, diz o desembargador.

Prudência para evitar devoluções

A partir 15/11, a campanha “Adote um boa-noite” será ampliada com a participação de mais onze crianças e adolescentes da Vara de Infância do Tatuapé. Para o desembargador Manoel Calças, o sucesso verdadeiro dessas adoções, isto é, sem “devoluções” de crianças, é que vai nortear a possibilidade de estender ou não a campanha para as outras Varas do Estado. 

“Não desejamos gerar adoções por impulso, pouco refletidas, motivadas por um sentimento de caridade fugaz.  Para tanto, os setores técnicos das Varas do projeto estão bastante atentos e são muito preparados. A razão de apenas um estágio de convivência ter se iniciado até agora dentro do projeto reflete esse cuidado”, diz o desembargador Manoel Calças.

De acordo com ele, não se trata de falta de estrutura da Vara para absorver a demanda, e sim intencional prudência. O TJSP está promovendo também um curso de “adoção tardia” para todo o Estado, direcionado a juízes e todos os servidores, sobre as peculiaridades envolvidas nessas adoções.


O curso foi estruturado em quatro seminários com participação de juízes, assistentes sociais e psicólogos, e será retransmitido quantas vezes forem necessárias, visto que a procura foi enorme, segundo o magistrado. “Acreditamos que é muito importante, também, que as Varas acompanhem o período “pós adotivo”, além da atenção próxima ao estágio de convivência, a ser realizado com bastante calma”, diz.

Cadastro mais ágil e transparente

O novo Cadastro Adoção,  coordenado pela Corregedoria do CNJ, passa por reformulação e, até o primeiro semestre de 2018, estará operacional para as varas de Infância e Juventude. Entre as mudanças propostas de mudança sugeridas por magistrados, em workshops promovidos pelo CNJ durante este ano, está a unificação dos cadastros de adoção e o de crianças acolhidas. A intenção é possibilitar a pesquisa sobre o histórico de acolhimento de criança, anexando informações como relatório psicológico e social e o Plano Individual de Acolhimento. 

O cadastro a ser implantado permitirá a pretendentes à adoção uma busca mais rápida e ampla de crianças disponíveis. O objetivo é que o sistema faça uma varredura automática diária. Dessa forma, caso o juiz não realize uma pesquisa específica por um pretendente disponível, o sistema fará uma busca automática à noite e reportará o resultado ao usuário por e-mail ou malote digital no dia seguinte. 

Além disso, o sistema de busca inteligente procurará dados aproximados para ampliar as possibilidades de adoção – por exemplo, se o pretendente restringiu a idade para até três anos, mas há uma criança de quatro anos que está disponível para adoção, seu perfil será apresentado.





Luiza Fariello
Agência CNJ de Notícias




Prematuridade: Um dia do bebê no útero equivale a três na UTI neonatal



Referência em gestação de risco e no tratamento de prematuros, Maternidade Pro Matre Paulista conta com unidade de tratamento semi-intensivo que diminui  a morbidade materno-fetal decorrente da prematuridade


Novembro é o mês de conscientização e prevenção à prematuridade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de bebês nascem antes do tempo por ano no mundo, sendo que a cada 10 recém-nascidos, um é prematuro.  No Brasil, a taxa de prematuridade é ainda maior, somando mais de 340 mil nascimentos por ano, o que significa 40 por hora, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Por isso, a Maternidade Pro Matre Paulista acredita que é importante entender as causas e consequências da prematuridade e preveni-la sempre que possível.
Uma boa assistência pré-natal é uma das precauções essenciais na prevenção à prematuridade. “Além de conhecer todo o histórico da mãe, a realização de exames clínicos, laboratoriais e obstétricos são de extrema importância para identificação prévia de possíveis gestações de risco e indicação adequada da melhor conduta terapêutica”, afirma o Dr. Mario Macoto, coordenador científico do departamento de obstetrícia da Maternidade Pro Matre Paulista. A avaliação do colo do útero também é fundamental, “Nossa recomendação é que toda gestante realize uma ultrassonografia transvaginal entre a 20ª e 24ª semana para saber a medida do colo uterino, pois ela pode sinalizar o risco de parto prematuro”, completa o médico.
Em muitos casos, quando a possibilidade de prematuridade é identificada com antecedência, a internação da gestante para repouso e o monitoramento da mãe e do feto é indicada para retardar o processo o máximo possível. “Entre outros fatores, a idade gestacional irá determinar a gravidade daquele bebê prematuro. Por isso, ganhar tempo dentro do útero é essencial para diminuir os riscos. Costumamos dizer que um dia do bebê no útero materno equivale a três dias de internação na UTI neonatal”, afirma Macoto.
A Maternidade Pro Matre Paulista conta com uma estrutura completa para as gestações de alto risco, com uma unidade de tratamento semi-intensiva composta por uma equipe multiprofissional (intensivista adulto, obstetra, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogos e outros) com o intuito de diminuir a incidência da prematuridade e melhorar a sobrevida dos prematuros.  “A Permanência da gestante na unidade semi-intensiva garante mais segurança para a mãe e para o bebê, que terão mais agilidade no atendimento e, como consequência, um melhor resultado neonatal”, reforça o especialista.
Entre os critérios maternos mais comuns para a internação na semi-intensiva estão as intercorrências obstétricas, como diabetes gestacional, placenta prévia, bolsa rota, pré eclampsia e trabalho de parto prematuro ; as intercorrências clínicas, como a hipertensão arterial cronica,  trombofilia, hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças hematológicas e doenças renais, infecção urinária e infecção pulmonar; e as intercorrências fetais, como restrição de crescimento, alteração do líquido amniótico e alteração da vitalidade fetal.
Caso o parto prematuro seja inevitável, o uso de corticoides durante a gestação para fortalecer os pulmões do bebê e do sulfato de magnésio para proteger o cérebro do recém-nascido, são métodos bastante indicados e administrados com frequência. Segundo Macoto, é possível diminuir o impacto da prematuridade em função dos cuidados oferecidos a essas gestantes e bebês. Depois do nascimento, o bebê prematuro é encaminhado para a UTI neonatal da Pro Matre, que oferece uma infraestrutura completa para garantir um atendimento de qualidade aos bebês.
Na Maternidade Pro Matre Paulista, 7 % do total de nascidos vivos são prematuros ou nascem com o peso menor que 2500g, 1,1% são menores que 1.500 gramas e 0,5% são menores que 1000 gramas. A taxa de sobrevida de bebês que nascem com menos de 750 gramas é de 60%, taxa que aumenta para 95% para bebês que nascem com mais de 1 Kg. Estes números representam a vitória dos tratamentos de prevenção: no mundo 15 milhões de bebês nascidos anualmente são prematuros – 340 mil somente no Brasil. São consideradas prematuras as crianças que nascem antes de completar 37 semanas. Os bebes prematuro são classificados  como:  bebê prematuro tardio, nascido entre 34 e 36 semanas; prematuro precoce, nascido antes de 34 semanas e o prematuro extremo, que nasce antes de  28 semanas de gestação.
“A população no geral não tem ideia das possíveis intercorrências de uma gestação. Mesmo uma gestante saudável está sujeita a ter pré-eclâmpsia ou desenvolver diabetes gestacional, por exemplo. Por isso, o acompanhamento médico durante todo o período gestacional é primordial”, finaliza Macoto.
Comprometida com a causa da prematuridade, a Maternidade Pro Matre Paulista apoia a mais de 14 anos a ONG http://www.viveresorrir.org.br/ , entidade sem fins lucrativos, constituída por pessoas da sociedade que se uniram para ajudar a Disciplina de Pediatria Neonatal da UNIFESP/EPM a cumprir uma de suas missões: colaborar para que as crianças prematuras tenham melhores condições de vida.




Diferenciais do Brasil no mundo novo sem carbono



É interessante e estratégico para o Brasil, relatório que acaba de ser divulgado pelas Nações Unidas, mostrando que a totalidade da energia consumida no Planeta poderá ser proveniente de fontes renováveis até 2050. Além disso, os custos dessa nova matriz têm potencial para ser mais baixos do que os dos combustíveis fósseis nos próximos dez anos.

Nesse cenário que se apresenta, decisivo para o meio ambiente e a reversão das mudanças climáticas, nosso país está na vanguarda: segundo os últimos dados oficiais do Ministério das Minas e Energia (2015, divulgados em maio de 2016), as fontes renováveis totalizaram participação de 41,2% na matriz nacional (sendo 16,9% relativos à cana-de-açúcar, cada vez mais estratégica). Nosso indicador é quase três vezes superior à média global, de apenas 13,8%. O País também se destaca no tocante aos dados específicos da geração elétrica, com 74% de renováveis, ante 23,8% no restante da Terra. 

Essas informações constam do boletim Energia no Mundo 2014-2015, divulgado anualmente pela Secretária de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME). Ao se confrontar seu conteúdo com o novo estudo agora apresentado pelas Nações Unidas, realizado pela Rede de Energias Renováveis para o Século 21 (REN21), em parceria com a ONU Meio Ambiente, percebe-se com clareza a posição diferenciada e privilegiada do Brasil.

Nosso país tem tudo para avançar ainda mais, cumprindo os compromissos que assumiu no âmbito do Acordo de Paris, de aumentar a participação das fontes renováveis na matriz nacional para 45%, até 2030. Isso, além da geração hidrelétrica, que, em tese, responderia pelos restantes 55% no total utilizado para mover toda a nossa economia. Assim, tornam-se decisivos o etanol, o biodiesel/bioquerosene, a energia gerada a partir da biomassa (bagaço e palha de cana, eucalipto e outras fontes), solar e eólica.

Estamos na frente, mas não ganhamos o jogo. Ainda carecemos de transição tecnológica, uma das bases do Acordo de Paris, bem como linhas de financiamento, para que a indústria de transformação seja cada vez menos intensiva em carbono e mais competitiva. Como impulso, o aporte de recursos financeiros internacionais do Fundo Verde (Green Climate Fund) e de outras fontes, internas e externas, é avaliado como essencial pelos setores produtivos.

É importante enfatizar o significado do agronegócio nesse contexto, pois boa parte da energia renovável que produziremos para nossa economia e o mundo, nesse processo de transformação contemplado no estudo das Nações Unidas, virá do cultivo da terra. Já demos imensa contribuição ao desenvolver no País tecnologias como a dos veículos flex e ao demonstrar na prática que os biocombustíveis são econômica, social e ambientalmente viáveis e corretos. 
Para consolidar sua posição no mundo novo sem carbono, é fundamental que o País também proteja o meio ambiente, conforme preconiza a Campanha da Fraternidade 2017, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cujo tema é coerente com nossos compromissos perante o Acordo de Paris: “Biomas brasileiros e defesa da vida”. O Papa Francisco, que tem defendido posições corajosas e avançadas, já observava, em sua Encíclica Laudato Si, em 2015, a necessidade de respeito à criação divina e a obrigação fraterna do homem em preservá-la. 

Estamos vivenciando a quarta revolução industrial, denominada Manufatura Avançada. O próximo passo, também em curso, é a Economia das Energias Renováveis, que poderá transformar o Brasil numa grande potência. Precisamos trabalhar com determinação e foco para assegurar essa condição fundamental à nossa competitividade e desenvolvimento. 





João Guilherme Sabino Ometto - engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da FIESP e Membro da Academia Nacional de Agricultura. 





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