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87% dos participantes do estudo têm smartphones, sete pontos percentuais a mais
do que em 2016;
· 45% dos jovens entre 18 e 24 anos checam suas mídias sociais na madrugada;
· Interesse pela compra de tablets recua de 32% para 28%
Oito
em cada dez brasileiros que possuem smartphone acabam estourando seus pacotes
de dados antes do final do período programado para utilização. Essa é uma das
conclusões da pesquisa Global
Mobile Consumer Survey 2017, realizada pela Deloitte com 2.000
entrevistados no Brasil. O estudo destaca as características de uso intenso dos
celulares, assim como a costumeira falta de planejamento de gastos dos
consumidores.
De
acordo com o levantamento, mais da metade (51%) das pessoas consultadas que
contratam serviço de dados para acessar a internet possuem pacotes limitados,
menores que 3GB de capacidade, enquanto 20% dos participantes não sabem sequer
qual é o tamanho do plano contratado com sua operadora.
Diante
do uso intenso, três de cada cinco brasileiros que responderam à pesquisa
disseram que tentam reduzir ou limitar o uso de seus smartphones. Vinte e nove
por cento afirmaram que desligam a conectividade de dados de seus aparelhos
para economizar. Outros 28% desativam as notificações de áudio, enquanto que um
percentual idêntico simplesmente desliga os aparelhos durante a noite.
“O
fenômeno da afinidade e do apego do brasileiro em relação às tecnologias móveis
realmente merece estudo. Com os resultados da Global Mobile Consumer Survey 2017,
constatamos que nossa sociedade vive mudanças de hábitos e costumes que têm
transformado a maneira como as pessoas se comportam, como trabalham, estudam,
se divertem e se relacionam. Para além das curiosas conclusões de nosso estudo,
traçamos um importante retrato dos tempos atuais, das potencialidades e
perspectivas que se abrem para o futuro”, afirma Marcia Ogawa, sócia-líder de
Tecnologia, Mídia e Telecomunicação da Deloitte no Brasil.
A
atual edição do estudo foi feita concomitantemente pela Deloitte em 22 países,
incluindo o Brasil. A consulta foi feita por meio de questionários eletrônicos
com mais de 40.000 pessoas, das quais 2.000 brasileiras, sobre seus hábitos de
consumo de tecnologias móveis.
Smartphone
segue como “sonho de consumo”
Apesar
de 87% dos participantes da pesquisa terem revelado já possuir ou ter acesso a
um smartphone – parcela sete pontos percentuais maior do que a registrada na
edição do ano passado (80%) e dez pontos acima da apurada em 2015 (77%) –, esse
tipo de aparelho continua sendo o principal “sonho de consumo” entre os
brasileiros, como indicam os resultados do levantamento.
Sessenta
e dois por cento dos participantes afirmaram que o smartphone é o equipamento
móvel mais citado entre aqueles que as pessoas pretendem adquirir no próximo
ano (alta de três pontos percentuais ante os 59% de 2016). O segundo aparelho
mais desejado é o notebook (com 31% de citações em 2017, pequeno recuo ante os
32% no ano passado), seguido pelo tablet (cujo interesse foi o que mais se
retraiu em 12 meses, chegando a 28%, ante 32% do ano anterior).
Brasileiros
conectados em todos os momentos
Mais
uma vez, os brasileiros que foram consultados pela Global Mobile Consumer Survey 2017 deram
mostras de seus hábitos excessivos na utilização dos smartphones. Quase metade
(45%) dos jovens entre 18 e 24 anos disse que checa notificações de mídias
sociais no meio da noite. Na média geral, entre os participantes de todas as
idades, esse hábito noturno afeta 33% dos participantes.
Fazendo
a comparação com outros países, 22% dos jovens britânicos até 24 anos têm o
costume de checar suas notificações de mídias sociais no meio da noite. Já na
média geral de todos consultados na pesquisa do Reino Unido, esse percentual
fica abaixo de um terço (10%) do demonstrado pelos brasileiros. Os jovens
canadenses (24%) e os australianos (31%) também ficam atrás dos usuários do
Brasil quando o assunto é mexer nos smartphones em plena madrugada.
O
uso excessivo dos smartphones é notadamente um fator de atrito entre muitos
casais. De acordo com a pesquisa da Deloitte, 56% das pessoas que têm um
relacionamento estável consideram que seu parceiro ou parceira utiliza
demasiadamente seu celular.
A
opinião sobre excessos é ainda mais marcante entre os pais, já que 63% deles
avaliam que seus filhos usam muito os smartphones. Porém, quando a questão é
autocrítica, um percentual menor reconhece seus próprios excessos: exatamente
metade (50%) dos participantes do estudo reconhecem hábitos exagerados no uso de
seus aparelhos.
Smartphone
no trabalho
Quase
dois terços (64%) dos brasileiros participantes reconhecem utilizar com
frequência seus aparelhos para uso pessoal em pleno horário de serviço. Apenas
4% afirmam nunca fazer esse uso e 31% o fazem eventualmente.
No
Reino Unido, metade (50%) dos britânicos consultados pelo estudo reconhece
utilizar com frequência seus aparelhos para uso pessoal em pleno horário de
serviço, enquanto que 10% afirmam nunca fazer esse uso e 40% o fazem
eventualmente.
Já
no Canadá, o percentual daqueles que usam seus smartphones no serviço com
finalidades pessoas é ainda mais baixo (46%). Somente 10% dizem nunca fazer
esse uso e 44% usam esporadicamente. Também os australianos demonstram
respeitar mais o ambiente de trabalho que os brasileiros, já que pouco menos da
metade (48%) dos participantes tem esse hábito, 44% fazem uso eventual do
celular no trabalho e 8% nunca recorrem a seu aparelho nesse ambiente.
Na
ponta oposta dessa equação, 48% dos brasileiros consultados afirmaram utilizar
por razões profissionais seus smartphones com alguma frequência fora do horário
de trabalho. Trinta e nove por cento agem assim eventualmente e 13% não
utilizam essa ferramenta para fins de trabalho durante seus períodos de folga.
Os
britânicos evitam “levar trabalho para casa”. Apenas 19% deles disseram que
consultam seus smartphones por razões profissionais com frequência fora do
horário de trabalho, 34% agem assim eventualmente, enquanto que 47% nunca usam
essa ferramenta em suas folgas.
Canadenses
(22%) e australianos (26%) também são mais reticentes a tratar sistematicamente
de questões profissionais fora do ambiente de serviço. Quarenta por cento dos
consultados no Canadá e 42% na Austrália levam eventualmente trabalho para casa
com seus smartphones, enquanto que 37% e 32%, respectivamente, nunca fazem
isso.
Mensagens
instantâneas no topo
Os
aplicativos (APPs) de troca de mensagens instantâneas são os mais utilizados
pelos participantes da pesquisa da Deloitte, e quase totalidade deles (94%)
confirmou usar esse tipo de solução em seus smartphones. O segundo grupo de
APPs mais lembrado é o de redes sociais, com 89% de citações. Pouco abaixo, vêm
os aplicativos de e-mails (com 82% das referências) e as ligações de voz
tradicionais (80%).
Já
o avanço no acesso às redes de dados móveis de quarta geração (ou 4G) entre os
usuários brasileiros de telefonia móvel foi considerável nos últimos dois anos,
partindo de 25% dos participantes da pesquisa de 2015 para 44% no ano passado,
e chegando aos 61% em 2017 – ou 36 pontos percentuais a mais em 24 meses.
Mesmo
assim, o meio de conectividade com a internet preferido pelos brasileiros
consultados segue sendo a conexão Wi-Fi, apontada como a mais utilizada por 84%
dos que responderam ao estudo. As redes de dados móveis são apontadas como
preferenciais por apenas 16% das pessoas.
Outro
fator que demonstra o uso intenso das funcionalidades permitidas pelos
smartphones e também pelos aplicativos de troca de mensagens instantâneas é o
hábito de compartilhar com frequência fotos ou vídeos. Mais de dois terços dos
brasileiros participantes (82%) afirmam compartilhar imagens nesses aplicativos
ao menos uma vez por semana e 75% compartilham semanalmente vídeos pelo
smartphone.
“Pouco
interesse” por APPs
Os
brasileiros consultados pela Global
Mobile Consumer Survey 2017 parecem não demonstrar grande interesse
em acumular uma quantidade grande de aplicativos em seus aparelhos. Quase
metade deles (48%) indicou “não ver necessidade de ter mais APPs”. Outro fator
que restringe a aquisição de APPs, citado por 39% dos consultados, é a falta de
memória para armazenamento.
Outros 10% dizem utilizar-se do navegador de
internet para ter acesso a facilidades oferecidas por alguns APPs e 5% não
querem gastar mais com isso.
Hábitos
de compra de aparelhos
Apesar
de estar constantemente conectado, o brasileiro ainda prefere adquirir seu
smartphone em lojas físicas. De acordo com a Global
Mobile Consumer Survey 2017, 42% (mesmo percentual de 2016) dos participantes
da pesquisa compraram seu aparelho atual em lojas físicas, contra 33% (35% no
ano passado) daqueles que o adquiriram em estabelecimentos online.
Entre
os estabelecimentos físicos, a preferência foi por lojas varejistas de produtos
eletrônicos (33%), seguidas por lojas de departamentos (24%), vendedores
exclusivos de telefonia celular (12%), pontos de vendas dos fabricantes (9%),
operadores de telefonia móvel (também 9%) e supermercados (6%). Já os
estabelecimentos online preferidos foram: lojas de departamentos (38%); lojas
varejistas de produtos eletrônicos (25%); sites de e-commerce (10%);
supermercados (8%); lojas dos fabricantes (5%); vendedores exclusivos de
telefonia celular (4%); e operadores de telefonia móvel (1%).
Em
relação aos hábitos gerais de compras, 56% dos brasileiros consultados
afirmaram realizar pesquisas online sobre produtos ou serviços pelo menos uma
vez por semana. Já 18% do total de respondentes efetivamente realizam no mínimo
uma compra de produto por semana.
Smartphone
“financeiro”
O
estudo detalha a tendência de crescimento do uso do smartphone para realização
de operações bancárias pelos brasileiros, já apurada pela Pesquisa FEBRABAN de
Tecnologia Bancária 2017 – produzida pela Deloitte em parceria com a Federação
Brasileira de Bancos –, que concluiu que o mobile
banking é atualmente o canal preferido pelo brasileiro para
realizar transações, com 34% do total.
De
acordo com Global Mobile
Consumer Survey 2017, quando as pessoas pretendem fazer
transferências de dinheiro, os aplicativos de bancos são os preferidos (com 67%
das citações). A seguir, vêm os provedores de transferências online de recursos
(28%), aplicativos de outras instituições financeiras (19%) e solução do
Facebook (11%).
Quando
a questão apresentada aos participantes foi relacionada a seus hábitos de uso
de serviços financeiros pelo navegador de internet ou pelos aplicativos de seu
smartphone, 46% das pessoas disseram que consultam seu saldo, 31% realizam
algum outro tipo de operação, 20% concluem uma transferência de dinheiro para
outra pessoa no Brasil e 13% realizam transferências internacionais de recursos
ao menos uma vez por semana.
Sobre
a pesquisa
Além
do Brasil, a Global Mobile
Costumer Survey 2017 foi realizada concomitantemente em outros 21
países: Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca,
Espanha, Estados Unidos, Finlândia, Holanda, Irlanda, Itália, Japão,
Luxemburgo, México, Noruega, Reino Unido, Rússia, Suécia e Turquia.
Para
apurar os resultados sobre hábitos de consumo de tecnologias móveis, a Deloitte
consultou por meio de questionários eletrônicos mais de 40.000 pessoas, de 18 a
55 anos, das quais 2.000 do Brasil.
Deloitte