Pesquisar no Blog

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O que fazer em caso de insônia



Se o sono está fragmentado, tem sonolência diurna, pouca energia, irritabilidade e/ou demora mais de 30 minutos para começar a dormir, e esses fatores se repetem pelo menos três vezes por semana durante três meses, é a insônia se manifestando como um transtorno.

Caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono, de mantê-lo durante a noite ou pelo despertar precoce, a insônia afeta grande parte da população e pode acarretar problemas mais graves. Segundo a neurologista e coordenadora do Departamento Científico do Sono da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Andrea Bacelar, muitas vezes, quando combinado com outro transtorno ou doença, como dores crônicas, nas artrites ou artrose, e transtorno de humor ou ansiedade, passa a ser chamada insônia comórbida, ou seja, insônia e outra situação acontecendo simultaneamente, uma piorando a outra. Comumente relacionada com a depressão, é de suma importância que não somente o humor, mas também o sono, sejam tratados para evitar complicações.

“Para que o tratamento seja eficaz, é essencial individualizar as queixas fazendo uma anamnese abrangente para definir outras possíveis situações agregadas à insônia”, indica a especialista.

O transtorno é mais comum em mulheres por influências genéticas, hormonais, culturais e cotidianas, como quando é submetida ao exercício de multitarefas, o que a sobrecarrega física e emocionalmente e dificulta o relaxamento para uma boa noite de sono. Muitas vezes, durante a gravidez, a dificuldade para adormecer também aparece, embora, nesse caso, seja transitório, decorrente de mudanças hormonais e do desconforto gerado durante o período gestacional.

Há diversas opções de tratamento para os que sofrem com o transtorno da insônia. As recomendações médicas vão desde terapias não farmacológicas atuando em hábitos e pensamentos inadequados que acabam perpetuando as manifestações da insônia até doses baixas de antidepressivos. “Os antidepressivos sedativos podem ser muito eficazes, funcionando como monoterapia, ou seja, um único remédio para resolver diversas questões, como, por exemplo, ansiedade, humor e até dificuldade para iniciar ou manter o sono”, avalia a especialista.

“Muitas vezes, o paciente se ajusta à insônia em vez de procurar ajuda. Tal escolha pode causar graves consequências, já que a insônia pode se tornar crônica e, uma vez que esse indivíduo adota meios inadequados para o tratamento, como álcool e tranquilizantes, sem recomendações médicas, pode acabar se tornando dependente do tratamento, e sem resolver o problema”, alerta Andrea Bacelar.

O tratamento não medicamentoso também é uma opção para quem sofre com o transtorno. Exercícios físicos, boa alimentação em horários habituais, evitar ingerir bebidas alcoólicas e com cafeína perto da hora de dormir, regularidade nos horários de se deitar e de se levantar e terapia cognitiva para insônia, cujo objetivo é eliminar crenças inadequadas sobre o sono, entre outros, possibilitam alívio e até resolução do problema. Pode-se, também, apostar em técnicas relaxantes, como ioga, acupuntura e meditações, que, embora não tenham comprovação científica, são grandes aliadas.






Crise dos 30 anos: psicóloga investiga o que leva pessoas nessa faixa etária a buscarem mudanças de vida e carreira



Bruna Tokunaga Dias, psicóloga especializada em orientação profissional, é pioneira na pesquisa dos dilemas, motivações e desafios que surgem por volta dos 30 anos


As pessoas na faixa dos 30 anos estão, de acordo com a psicologia, próximos a um período chamado “meio da vida”, caracterizado por muitas mudanças, um momento de balanço e revisão do que foi feito até ali e que servirá de base para as escolhas que virão a seguir. Estudos e pesquisas acerca dessa fase sempre existiram, porém, hoje em dia, como o mundo se tornou mais dinâmico e o leque de possibilidades é cada vez mais amplo, a crise dos 30 anos tornou-se mais evidente. “A diferença é que hoje temos uma permissão social para falar sobre o desejo de seguir um caminho e trabalhar com algo que faça sentido para nós”, esclarece Bruna Tokunaga Dias, especialista em orientação profissional.

Motivada pelos comportamentos peculiares da geração com 30 anos, Bruna resolveu sair da superfície de hipóteses e estereótipos para entender o que há por trás das dúvidas, dilemas e angústias que, muitas vezes, causam inclusive depressão. “Seria a faixa dos 30 anos um possível prolongamento da adolescência ou sobre uma segunda dose da fase típica da juventude? Ou seria realmente uma antecipação das questões antes vividas aos 40? Ou será que os 30 são os novos 20 e, portanto, estamos mais imaturos e lentos do que nossos pais e avós em alguns aspectos”, questiona Tokunaga, que mergulhou num mestrado e levou a fundo uma grande pesquisa sobre o assunto.

Segundo a psicóloga constatou em sua pesquisa, nessa fase, as pessoas começam a se perguntar se faz sentido passar 12 ou 15 horas por dia dentro de uma empresa, visto que o corpo e a cabeça começam a dar sinais de insatisfação. “Começam a repensar suas escolhas, tem mais perguntas do que respostas. Se não estão felizes, o resto da vida parece tempo demais para seguir pelo mesmo caminho”, diz.


Sintomas de uma crise aos 30 anos

Bruna foi ao mesmo tempo pesquisadora e objeto de pesquisa. Seu mestrado rendeu o livro recém-lançado “A crise dos 30: a adolescência da vida adulta”, pela editora Integrare.  Ela constatou que, a partir das questões de carreira, as pessoas mobilizam questionamentos existenciais que geram impactos, além do âmbito profissional.

A turma dos 30 anos já tem atitudes diferentes de outras gerações e tendem a focar em questões individuais, mais que no começo dos anos 2000. Segundo o IBGE, os brasileiros estão indo cada vez mais tarde para o altar. E, com a tendência de adiar o casamento e a chegada dos filhos – que deixaram de ser socialmente “obrigatórios”, o foco de muitos jovens acaba sendo a carreira. “É como se fosse um mantra: primeiro vou resolver minha vida profissional, até porque atualmente a carreira ser bem-sucedida é responsabilidade de cada um e não mais da empresa”, comenta Bruna, dando destaque a uma mudança de paradigma, um reflexo do conceito sociedade líquida.

O ponto crucial é que, em geral, na faixa dos 30 anos, a carreira, para muitas pessoas, se confunde com a própria identidade. “Retomam questionamentos internos comuns na adolescência e quando essas questões são colocadas diante de inúmeras possibilidades, as decisões ganham um peso, muitas vezes, difícil de suportar. E a saída, consciente ou inconscientemente escolhida por alguns, é adiar essa decisão o máximo possível. Outros acabam se deixando levar por idealizações sobre o trabalho e não raro fazem escolhas que não se sustentam por muito tempo”, aponta Bruna.

Segundo Bruna, em médio e longo prazos, a insistência em seguir a cartilha de uma “vida normal” e o evitar os riscos de uma mudança, a despeito dos questionamentos e dos desconfortos internos, cobra seu preço e traz certas frustrações e instabilidade nas emoções. Dessa forma, com o tempo aparece uma dificuldade comum entre os jovens de 30 anos: conciliar expectativas e realidade.

O conselho de Bruna para reverter esse quadro de insatisfação evidente é: “Os 30 anos são a adolescência da vida adulta, um convite ao amadurecimento. O momento de olhar para trás e entender o que foi construído até ali. É hora, então, de olhar para frente, de ajustar a rota e seguir viagem com a bagagem atualizada. Mas, para que esse caminho seja sólido e iluminado, é preciso, entre a chegada e a partida, olhar para dentro e se perguntar: a quem serve isso que estou fazendo? Em momentos difíceis, busque fazer a escolha o melhor possível. Para isso, faça uma lista de prós e contras e anote as razões pelas quais escolheu por um determinado caminho. Ao olhar para trás, ao invés de sentir-se frustrado com o que aconteceu e não aconteceu, lembre-se de que fez a melhor escolha possível naquela situação”, conclui a especialista.






Bruna Tokunaga Dias - psicóloga especialista em transições de vida e carreira e mestre em Psicologia Clínica - Questões de Carreira na Atualidade – ambas formações pela PUC/SP. Com vivência de mais de 10 anos em recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas, Bruna atua com projetos corporativos especiais sobre transições e desenvolvimento de carreira e também com atendimentos individuais. E, na Cambridge Family Enterprise Group, lidera projetos de planejamento estratégico familiar, governança e desenvolvimento da próxima geração para famílias empresárias. Anteriormente foi Consultora e Head da área de Carreiras do Grupo DMRH/ Cia de Talentos.





Uma a cada 100 pessoas no mundo têm autismo

 Saiba como lidar com as características de aprendizagem no Transtorno de Espectro Autista (TEA).


Cada pessoa tem um ritmo diferente de vida e de aprendizagem. A nossa capacidade de aprender algo novo é influenciada por diferentes fatores, como a cognição, a personalidade, as experiências de educação e as oportunidades culturais. A dificuldade de aprender é bastante comum em diferentes crianças, mas torna-se ainda mais especial naquelas com Transtorno de Espectro Autista (TEA).

A TEA é um distúrbio do desenvolvimento que tem como características os prejuízos sociais e de comunicação, o interesse restrito a poucos temas e os comportamentos repetitivos e estereotipados. “O TEA é uma condição diagnosticada cada vez mais precocemente e as estatísticas apontam para uma a cada 100 pessoas em todo o mundo”, conta a fonoaudióloga Ana Lúcia Duran, que reforça a importância da capacitação de pais e professores para garantir a melhor aprendizagem e adequação da criança autista.

“É preciso focar nas peculiaridades desta criança. Ela aprende melhor quando é instruída de forma clara e quando as regras e expectativas são simples. As metodologias de ensino que focam na intuição para a aprendizagem não são indicadas a esses alunos, visto que eles têm dificuldade para entender a linguagem corporal, as expressões faciais e a entonação de voz das outras pessoas. São crianças muito literais e que não compreendem conceitos abstratos e piadas, por exemplo”, explica.

Em alguns casos parece difícil por ser pouco linear ou fluído, o aprendizado é totalmente possível e deve ser constantemente estimulado nas crianças com TEA. “Mesmo que pareça que ela não está evoluindo, deve-se insistir na transmissão do conhecimento repetidas vezes”, indica Ana Lucia. “As dificuldades não são permanentes e muitos alunos pulam etapas da aprendizagem, chegando a conseguir acompanhar seus colegas de sala que não têm TEA.”

Para facilitar a aprendizagem, é indicado ser claro e consistente nas explicações, dar dicas visuais, treinos com teatro e instruções curtas e claras. “Os estímulos visuais e a criação de uma rotina são essenciais para ajudar a criança com TEA na escola”, conta a fonoaudióloga, que reforça que cada caso deve ser acompanhado de forma individual. 





FONTE: Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga clínica (graduada pela EPM/UNIFESP) e educacional (responsável pelo projeto oficina de linguagem do colégio Cermac/ vencedor do PNGE - Prêmio Nacional de Gestão Educacional/2015), pós graduada em psicomotricidade.





Posts mais acessados