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domingo, 30 de outubro de 2016

A ansiedade infantil



Ansiedade é um sentimento, geralmente, associado ao medo, antecipação de perigo ou ameaça, que vem acompanhado por pensamentos e interpretações catastróficas sobre o futuro. Este sentimento acomete tanto a população adulta quanto as crianças. E como a ansiedade se manifesta na infância?

Em termos conceituais e funcionais, a ansiedade pode se manifestar de maneira normal ou como um transtorno. Como assim, normal? É isso mesmo, a ansiedade é um sentimento importante para nós, pois quando vivenciada no dia a dia, nos permite correr atrás de um objetivo, nos preparar para os desafios e fugir de situações de perigo, sem que haja um comprometimento na nossa vida.
Por outro lado, a ansiedade considerada como um transtorno, é um sentimento que gera desconforto físico intenso como: taquicardia, tremores, sudorese, calafrios, alterações gastrointestinais, entre outras.

Além disso, segundo pesquisadores, a ansiedade patológica pode levar o paciente a desenvolver estratégias como, por exemplo, evitar o contato com aquilo que lhe causa temor, e ainda causar manifestações clínicas capazes de gerar importantes prejuízos no funcionamento normal do indivíduo. As causas dos transtornos de ansiedade ainda não são bem delimitadas, pode-se dizer que tem muitos fatores, como origens genéticas, comportamentais ou ambientais.

Para alguns autores, os transtornos ansiosos mais frequentes nas crianças podem ser: transtorno de ansiedade de separação, mutismos seletivo, fobia específica, fobia social, transtorno da ansiedade generalizada e pânico.

O indivíduo com transtorno de ansiedade de separação tem um medo ou ansiedade associado à separação das figuras de apego (cuidadores), a um grau de reação e manifestação inadequado. Neste sentido, é uma reação de sofrimento intenso das crianças quando se veem separadas dos seus pais ou outro cuidador, mas não somente com a manifestação de choro que é esperado no primeiro dia de aula, por exemplo, é algo muito intenso, com grande sofrimento.

O mutismo seletivo é caracterizado por uma incapacidade persistente de falar em situações sociais em que existe essa expectativa, como na escola, mesmo que o indivíduo seja capaz de falar em outras situações. A criança só fala em alguns locais, como, por exemplo, em casa.

Indivíduos com fobia específica tem um medo irracional por determinados objetos ou situações. Existem vários tipos de fobias específicas: animal, ambiente natural, sangue-injeção etc. Existe ainda a ansiedade social (fobia social), ou seja, quando a criança tem medo ou ansiedade diante de situações associadas às interações sociais e que envolvem a possibilidade de ser analisada.

É importante entender as dificuldades apresentadas pelas crianças, e assim, buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou mesmo um psiquiatra infantil, para que os “pequenos” possam resolver esta dificuldade que não se trata de “birra”, teimosia, mas de um transtorno, que deve ser tratado como tal.




Maria Luiza Silva Medeiros - psicóloga clínica, pós-graduada em Psicoterapias Cognitivas e em Neuropsicologia e membro da Comunidade Canção Nova.



H1N1 sofre mutação e vacinas contra influenza recomendadas para 2017 conterão uma nova cepa




Pela primeira vez, desde 2010, o vírus A (H1N1) sofre alterações genéticas que podem comprometer a eficácia das vacinas, portanto, as vacinas influenza trivalente e quadrivalente serão reformuladas para 2017.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou recentemente a recomendação das cepas (tipos de vírus) que devem compor as vacinas de Influenza para o Hemisfério Sul no ano de 2017. Em relação ao ano anterior, a cepa A H1N1, que se mantinha a mesma desde 2010, deverá ser substituída. Somente poderão ser produzidas e comercializadas as vacinas que estiverem de acordo com as novas determinações. As vacinas atualmente comercializadas ou fabricadas fora destas especificações não deverão ser utilizadas na próxima temporada de influenza (2017).

Os vírus da gripe sofrem mutações constantemente, por isso é necessário atualizar as vacinas. Depois do seu surgimento, em março de 2009, e da disseminação global, o vírus H1N1 permaneceu estável. No entanto, alguns vírus isolados recentemente mostraram-se geneticamente distintos da cepa de 2009, podendo comprometer a efetividade das vacinas. Por este motivo, houve substituição pela nova cepa A (H1N1), tanto nas vacinas trivalentes como nas vacinas quadrivalentes indicadas para o hemisfério sul.

“A revacinação anual contra a gripe é indicada todos os anos. A identificação de uma nova variante do vírus A (H1N1) torna ainda mais necessária a imunização em 2017. Vale ressaltar que, embora acometa pessoas de qualquer faixa etária, o vírus A (H1N1) tem causado grande número de casos graves e mortes em pessoas com menos de 60 anos de idade, que normalmente não aderem às recomendações das Sociedades Médicas para se vacinarem, mesmo quando apresentam condições de risco como, diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, etc.”, explica a Dra. Lucia Bricks,  diretora médica para Influenza da Sanofi Pasteur na América Latina.

A vacina influenza trivalente contém duas cepas A e uma B. A vacina quadrivalente proporciona maior proteção contra a influenza e suas complicações, pois uma cepa B adicional, (duas A e duas B). Duas cepas B têm cocirculado com as cepas A(H1N1) e A(H3N2) há mais de uma década, em diversos países, incluindo o Brasil. Ambas as vacinas, trivalente e quadrivalente,  são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)[1].

Cepas recomendadas para a temporada do Hemisfério Sul 2017
·         Cepa A Michigan/45/2015/H1N1 pdn09-like à Nova variação do vírus
·         Cepa A Hong Kong/4801/2014/H3N2-like
·         Cepa B Brisbane/60/2008/Victoria-like

Cepa adicional para as vacinas quadrivalentes
·         Cepa B Yamagata: B/Phuket/3073/2013-Like (Yamagata)

O vírus A H1N1, que desencadeou a pandemia de  2009, foi responsável por 75,3% dos casos de janeiro a setembro deste ano[2]. Outros 17% dos casos foram decorrentes de influenza B e 1,3% por influenza A (H3N2). Em 2016, foram confirmadas mais de duas mil mortes por influenza e, de acordo com o Ministério da Saúde, a maioria das mortes foi registrada em pessoas com idade entre 40 e 60 anos. Cerca de 70% dos indivíduos que foram a óbito apresentaram ao menos um fator de risco como, problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas.

Nas campanhas nacionais de imunização, são utilizadas as vacinas trivalentes contra a influenza. As vacinas quadrivalentes foram aprovadas nos Estados Unidos em 2013 e estão disponíveis no Brasil desde 2015. A vacina influenza quadrivalente da Sanofi Pasteur, disponível nas clínicas particulares de todo o Brasil, é a única licenciada para crianças a partir dos seis meses de idade. É indicada no mesmo esquema e número de doses da vacina trivalente, oferecendo maior proteção.

A vacinação contra a gripe é a forma mais eficiente para a redução do impacto da doença. Sua eficácia pode variar de acordo com diversos fatores, como idade, condição de saúde, imunidade prévia natural ou adquirida por vacinação e semelhança ou “compatibilidade” entre os vírus incluídos na vacina e aqueles que estão circulando na comunidade[3]. Vários estudos, entretanto,  demonstram que, mesmo quando a proteção é moderada, existem grandes benefícios em vacinar as pessoas de todas as idades. A vacina não apenas reduz o número de casos e complicações, mas pode também reduzir a gravidade, taxa de hospitalização, duração de hospitalização e uso de medicamentos para tratar a influenza e suas complicações[4].

10 fatos sobre a biópsia que todo paciente precisa saber



Especialista fala sobre exame presente na vida de todos pacientes, mas que ainda gera dúvida e receio


A biópsia é um procedimento extremamente comum na prática médica que ainda é pouco entendido pela maioria da população. Por conta disso, uma grande parcela dos pacientes nutre certo temor a respeito do exame, imaginando que ele seja dolorido, traga riscos à saúde ou que sua solicitação esteja sempre associada à suspeita de alguma doença grave. Segundo a médica patologista e diretora da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Gerusa Biagione, a falta de informação figura como principal causa para esse medo infundado.

“O procedimento é feito para a coleta de fragmentos de um determinado órgão ou tecido para análise posterior por um médico patologista. Quando solicitada, a biópsia é parte importante do processo de investigação de uma doença, o que possibilita o diagnóstico e fornece informações que contribuem para a escolha da conduta terapêutica adequada”, explica Gerusa.

Para melhorar a informação sobre o que é o exame e como ele é realizado, ela enumera os 10 principais fatos sobre o procedimento que todo paciente deveria saber:

1º) A solicitação de uma biópsia não significa suspeita de câncer. Grande parte dos pacientes fica assustada quando o médico pede esse tipo de exame, imaginando que isso só ocorra quando existe uma suspeita de câncer. Entretanto, muitas outras patologias menos graves também podem ser diagnosticadas via biópsias, como dermatite e outras doenças de pele. Via de regra, esse procedimento é indicado sempre que há necessidade de algum tipo de esclarecimento.

2º) A biópsia não precisa de um anestesia geral para ser realizada. Esse tipo de sedação só é usado quando a coleta de material precisa ser feita em uma cirurgia. Na maioria dos casos, contudo, essa retirada é mais simples, sendo feita por meio de procedimentos ambulatoriais, dentro do consultório médico.

3º) Ela não é um procedimento dolorido. O nível de dor é relativo, depende do órgão e do local a ser biopsiado. Em alguns casos pode ser necessária anestesia local, enquanto em outros mais simples não há dor alguma.

4º) A biópsia de medula óssea não é perigosa. Esse é um procedimento simples que é encarado com terror por muitos pacientes. A obtenção de material da medula óssea apenas requer alguns cuidados que justificam sua realização em ambiente hospitalar, como assepsia. Ainda assim, a retirada não representa riscos à saúde do paciente.

5º) A biópsia sozinha não é o suficiente para diagnosticar o tipo de câncer e fornecer seu prognóstico. O exame histológico de uma amostra de tecido é parte importante da investigação clínica de uma doença. Ainda assim, a investigação completa inclui o exame clínico, além de exames de sangue, imagem e até outras biópsias, sempre que houver necessidade para o esclarecimento do diagnóstico.

6º) O tamanho e o local de onde a amostra foi retirada são importantes. Os patologistas estudam seis anos de medicina e pelo menos três de residência e especialização para conseguir avaliar tipos diferentes de tecidos com base nas imagens do microscópio. Para tanto, a amostra deve ser grande o suficiente para ser analisada. Outro ponto é o local de onde ela é retirada, que deve ser exatamente aquele em que as alterações celulares e do tecido fornecerão as informações que possibilitarão um diagnóstico preciso.

7º) O tempo para chegar a um diagnóstico pode variar. O tempo até a emissão do laudo é influenciado por fatores como o tipo de amostra a ser analisada e até a disponibilidade de serviços de patologia no hospital ou clínica. Como esse material precisa chegar até o microscópio do patologista para ser analisado, o período pode ser muito diferente de uma região, estado ou serviço para outros.

8º) O patologista deve garantir que a amostra utilizada é correta para o melhor diagnóstico possível. Como os fragmentos de órgãos e tecidos são seu instrumento de trabalho, esse profissional os avalia com atenção e cuida de sua preservação. Mais do que utilizar a biópsia para diagnosticar o câncer, o patologista pode usar a mesma amostra para identificar outros fatores que podem influenciar no tratamento e recuperação do paciente, como alterações genéticas relacionadas ao desenvolvimento de tumores.

9º) Sua biópsia é guardada em segurança para ajudar em tratamentos futuros. Os laboratórios são obrigados por lei a guardar as amostras por um determinado período de tempo. Esse material é valioso porque fornece informações importantes sobre um tumor primário, ajudando a identificar, por exemplo, se outras manifestações cancerígenas são reincidências dessa primeira lesão ou se são um novo câncer. O paciente ainda pode dar autorização para que essas amostras sejam incluídas em bancos de tumores ou para outras pesquisas científicas.

10º) Todo diagnóstico tem por trás de si um processo quase artesanal. Para emitir seu laudo, o patologista precisa analisar as amostras minuciosamente no microscópio. Longe de ser um diagnóstico automatizado impresso rapidamente por uma máquina, ele leva tempo e envolve etapas como exame da amostra a olho nu (macroscopia), processos químicos para preservação e coloração dos tecidos e de corte para que as lâminas fiquem prontas para serem analisadas. Depois disso o especialista utiliza anos de experiência e estudo para comparar as imagens obtidas para emitir seu parecer. Só assim ele consegue indicar qual é a doença em questão, seu estágio e a melhor conduta terapêutica que o restante da equipe médica deve utilizar.


Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) atua na defesa da atuação profissional dos patologistas, oferecendo oportunidades de atualização e encontros para o desenvolvimento da especialidade. Desde sua instituição, a SBP tem realizado cursos, congressos e eventos com o objetivo de elevar o nível de qualificação desses profissionais.


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