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domingo, 25 de setembro de 2016

Porque devemos debater a publicidade infantil



Quase ninguém sabe que existe um extenso e profundo debate acerca da proibição da publicidade infantil no Brasil. Você não vê esse tema ser abordado na TV, no rádio ou na internet como deveria.

Os poucos canais que se dedicam a levantar o assunto, reverberam muito pouco ou quase nada. Mas porque falar sobre publicidade infantil é tão importante?

Primeiro porque é um tema diretamente ligado a educação infantil. Estamos falando aqui, de um elemento importantíssimo para a percepção infantil de conceitos como comunicação, marketing, educação financeira e desejo de consumo.

Só por isso, já valeria uma pauta em cada veículo de comunicação do País. Afinal, estamos aqui definindo de que forma vamos estruturar as relações de comunicação, consumo e educação das crianças brasileiras. Estabelecendo parâmetros, regras e conduta que vai impactar essa e as próximas gerações.

Além disso, ao falar de publicidade infantil, estamos como nação, exercitando os mecanismos de controle, sejam eles o Estado, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA; a Constituição Federal, o Código de Defesa do Consumidor, ou organizados pela sociedade e representado pelas associações, Conselhos ou instituições de defesa da criança e do adolescente.

Trata-se, portanto, de um saudável e importante exercício de identificação dos direitos coletivos e individuais. Do respeito a opinião e a liberdade de expressão e um tremendo exercício social na busca de um ponto de equilíbrio entre permitir e regular.

Esse não é um debate local. Países do mundo inteiro já debateram ou ainda debatem a questão da publicidade infantil e seus efeitos. O Brasil atualmente se baseia no sistema misto de controle da publicidade infantil.

Nesse modelo, tanto o Estado quanto a sociedade exercem o direito de regular e controlar o conteúdo da publicidade produzida no País. Ambos têm o direito de acionar suas ferramentas de controle quando acreditam que uma peça publicitária fere os direitos da criança e do adolescente ou as diretrizes de uma comunicação mercadológica ética e responsável.

Mas qual deveria ser o próximo passo? Deveríamos avançar para um modelo estritamente autoritário e controlador, onde apenas o Estado poderia dizer o que deve ser produzido e comunicado no Pais? Ou devemos manter o formato misto e apenas rever os parâmetros atuais? Afinal estamos ou não estamos prejudicando as crianças ao privá-las de uma comunicação mercadológica que pode prepará-las para as relações de consumo de maneira saudável e controlada?

A sociedade deve ser convidada a fazer essa reflexão! Pais, famílias, educadores, escolas, agências de comunicação e profissionais da publicidade devem ser provocados e refletir para construir seu próprio repertório sobre a questão da publicidade infantil. Esse deve ser um debate público para que possamos encontrar o melhor caminho a seguir coletivamente. Vamos falar sobre isso?




Marici Ferreira - diretora-presidente da Associação Brasileira de Licenciamentos (ABRAL).



Os bebês também sentem tontura



Embora seja difícil o diagnóstico, alguns sinais e sintomas indiretos podem indicar o problema

Mais frequente em idosos, a tontura é um sintoma que também pode vir a se manifestar em bebês e crianças. De acordo com a médica otorrinolaringologista, Dra. Jeanne Oiticica, especialista em Otoneurologia (que trata zumbido, tontura e surdez), as causas mais frequentes são otite média com efusão (OME); e vertigem paroxística benigna da infância (VPBI) - neste caso as crises são breves, duram segundos, a criança cai subitamente ou tenta se apoiar em algo, acompanhada de choro, palidez e suor frio. Pode ser visualizado neste momento o batimento rápido de olhos em determinada direção, chamado nistagmo. Também pode ocorrer por vertigem relacionada (vertigem e enxaqueca) ou como um fenômeno equivalente da enxaqueca (vertigem sem enxaqueca); cinetose ou enjoos de movimento (mal estar causado por movimento não habitual do corpo, como o enjoo causado ao andar de carro ou ônibus, viajar de navio, avião, etc.). 

“Em bebês e crianças o diagnóstico é sempre mais difícil que no adulto, pela dificuldade em colher a história clínica. Entretanto, a história clínica é fundamental e representa 70% a 80% do caminho para um bom diagnóstico. Além do exame físico, exames complementares podem ser usados para esclarecer a suspeita inicial, são eles: o teste otoneurológico (cuja intenção é avaliar o funcionamento do labirinto), o teste auditivo (para avaliar a capacidade auditiva), exames de sangue, de imagem, dentre outros”, explica Dra. Jeanne.

Conheça os sinais e sintomas indiretos que podem indicar o problema:

• Torcicolo Paroxístico Benigno, pescoço caído para um dos lados, e quando você tenta colocá-lo no lugar o bebê chora. Esta posição atípica de cabeça pendendo para o lado trata-se de postura de conforto, estratégia do corpo para evitar o surgimento do mal estar.

• Quando o bebê prefere ficar no berço ou no bebê conforto mais do que no colo. Neste caso o contato do corpo com as superfícies de apoio é bem maior, o que, consequentemente, aumenta a sensação de estabilidade e equilíbrio. No berço, muitas vezes, prefere ficar escondido no canto.

• Vômitos, náuseas, palidez e suor frio sem motivo aparente ou desproporcionais ao estímulo. Enjoo e vômitos em veículos em movimento, e em brinquedos de gira-gira.

• Desenvolvimento Motor / Equilíbrio Precário & Orientação Espacial Diminuída = quedas frequentes (cai com facilidade e por nada), tromba fácil nas coisas (esbarra nos móveis, está sempre com ecmoses – áreas escuras por pancadas). 

• Batimento rápido de olhos chamado nistagmo.

O tratamento da tontura em bebês e crianças é feito de acordo com o diagnóstico e pode incluir dietas, medicamentos, reabilitação vestibular (método de tratamento indicado para indivíduos com distúrbios do equilíbrio, feito por meio de exercícios físicos específicos que visam ativar os mecanismos de plasticidade neural do Sistema Nervoso Central, buscando acelerar a compensação vestibular), dentre outros.

“A tontura deve sempre ser investigada. Pode ser uma coisa simples e de fácil resolução. Entretanto, independente do motivo, quando mais cedo se procura ajuda maiores as chances de recuperação rápida e menor será a probabilidade de sequelas, do problema se tornar crônico, persistente e duradouro”, alerta a especialista.




Dra. Jeanne Oiticica - Médica otorrinolaringologista concursada do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP. Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Chefe do Laboratório de Investigação Médica em Otorrinolaringologia  (LIM-32) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.


Doenças Cardiovasculares: Mitos e Verdades



Cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Fernando Costa, alerta população sobre a doença que mais mata no País

Quase metade dos óbitos por doenças cardíacas acontecem no período produtivo – entre 15 e 69 anos. Com o intuito de alertar a população sobre a prevenção de doenças cardiovasculares, o cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Fernando Costa, destaca os principais mitos e verdades que envolvem a saúde cardíaca.

Esteja atento!
#SetembroVermelhoBP

As doenças cardiovasculares apresentam-se de diversas formas e intensidades.
VERDADE! Existem dois tipos de doenças cardiovasculares: as que apresentam sintomas, como angina ou arritmias cardíacas e as que, em geral, não apresentam sintomas, como hipertensão ou aterosclerose. As últimas, por serem silenciosas, são o principal motivo para visitar regularmente o cardiologista, principalmente se há histórico de complicações cardíacas na família.

Somente indivíduos idosos têm doenças cardiovasculares e podem sofrer morte súbita.
MITO! Segundo o Dr. Fernando Costa, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, quase metade das vítimas de óbito de doenças do coração está no período mais produtivo da vida, entre 15 e 69 anos de idade. Além disso, a morte súbita pode ocorrer em qualquer faixa etária, mesmo em recém-nascidos. A maior porcentagem de ocorrência está em pessoas que possuem doenças cardíacas ou já sofreram parada cardíaca, bem como naqueles que têm histórico de doenças na família (pais, irmãos etc.)

As doenças cardiovasculares podem ser evitadas.
VERDADE! A prevenção dessas doenças pode ser feita por meio de pequenas mudanças de hábito no dia a dia, como manter uma dieta saudável, praticar atividade física regular, consumir sal com moderação, controlar o peso, manter restrição ao tabaco e ao álcool e fazer o controle efetivo da pressão arterial. Quando a doença já está em fase avançada, ela pode ser controlada por meio de medicamentos indicados pelo cardiologista.

A morte súbita acontece apenas em atletas/esportistas.
MITO! Qualquer pessoa está sujeita à morte súbita, inclusive atletas. A doença acomete indivíduos independentemente da faixa etária, sexo ou condição socioeconômica.

Doenças cardíacas são sempre malignas.
MITO! Existem doenças cardíacas malignas e benignas. No entanto, após uma avaliação detalhada, que deve ser feita por um cardiologista, arritmologista ou eletrofisiologista, será determinada a necessidade ou não do tratamento. O Dr. Fernando Costa, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, recomenda que, além dos hábitos saudáveis, os exames de rotina estejam sempre em dia para monitorar a saúde do coração. Entre os exames mais comuns estão o eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, holter 24 horas, cintilografia miocárdica, angiotomografia coronária, cateterismo cardíaco, entre outros.

Fumo e bebo em excesso, mas posso compensar estes maus hábitos com a prática de exercícios físicos.
MITO! O correto é, antes de iniciar uma atividade física, mudar os hábitos alimentares e baixar o colesterol ruim (LDL). A recomendação médica é fazer pelo menos um eletrocardiograma, embora o ideal seja um teste ergométrico. O ideal é parar de fumar, de beber em excesso e emagrecer para garantir 100% de sucesso ao processo

Tenho arritmia cardíaca, portanto não posso praticar atividades físicas.
MITO! Atualmente os tratamentos médicos são tão modernos que permitem que o paciente se exercite mesmo diante de um problema cardíaco. No entanto, o cardiologista deve acompanhar e definir o tipo de exercício a ser realizado.

A arritmia cardíaca pode ser desencadeada devido a obesidade, diabetes e colesterol.
VERDADE! Diabetes, hipertensão, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo, entre outros fatores, podem causar arritmias cardíacas e demais problemas cardiovasculares. Por isso, a prevenção começa por hábitos e comportamentos saudáveis.

Bebidas alcoólicas e/ou energéticos podem induzir problemas cardíacos.
VERDADE! O álcool em excesso, associado a energéticos que possuem alto grau de cafeína em sua composição, pode funcionar como agente excitador, causar tipos de arritmias cardíacas que podem levar à morte súbita. Os energéticos diminuem a sensação de embriaguez e a ingestão da bebida em maior quantidade aumenta a probabilidade de problemas cardíacos, porque fazem o coração disparar de forma perigosa. O Dr. Fernando Costa, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta “A cafeína em pequenas doses não causa arritmia, mas aumenta a frequência cardíaca em torno de 5 a 10 batimentos por minuto. É preciso ficar atento quando se trata de doses maiores, principalmente quando há associação com bebidas alcoólicas. A recomendação é evitar, porque isso pode induzir à uma arritmia cardíaca, crises de hipertensão arterial e infarto. No geral, diga não às drogas e estimulantes”.

Uma pessoa que sofre parada cardíaca certamente vai morrer.
MITO! A parada cardíaca tem sucesso na recuperação quando manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar são imediatamente realizadas. Acompanhado do uso do Desfibrilador Automático Externo (DEA), o índice de sucesso depende do tempo entre o pedido de socorro e a desfibrilação. As chances diminuem cerca de 10% a cada minuto de atraso.

Posso escolher meu tratamento, tomando apenas remédios.
MITO! Apenas um cardiologista ou médico especialista poderá determinar qual o melhor tratamento para o paciente; profissionais que diagnosticam e tratam a doença.



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