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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Frio e cães: como eles mantêm o corpo quentinho?

Michael Kleinsasser por Pixabay
Geneticista explica como o animal regula a temperatura do corpo e aponta ações realmente necessárias para o inverno – e que fogem do senso comum

 

Mês de maio, temperatura caindo, e, com ela, a preocupação dos donos: será que meu cachorro sente frio? Preciso agasalhá-lo e deixar de sair na rua devido ao ar gelado? E por que será que ele mantém o corpo quentinho, mesmo em baixos graus Celsius? 

Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, explica, com base em estudos relacionados à Fisiologia, como o de Guyton & Hall ("Tratado de Fisiologia Médica"), que os cães são animais adaptados ao frio. 

Prova disso é a maneira pela qual regulam a temperatura corporal: através da respiração – ao contrário dos humanos, eles praticamente nem transpiram. 

"Ao longo do processo de evolução, inspirar o ar frio foi a forma que os cães encontraram de controlar a temperatura do próprio corpo. Com isso, viver em locais de clima quente acaba sendo muito mais desafiador para eles, pois ficam ofegantes na tentativa de expelir ar quente do corpo e trazer, para dentro, ar frio. Não raro, o calor leva os cães a morrerem de hipertermia", detalha. 

Assim, frentes frias só começam a ser complicadoras para o cachorro quando a temperatura fica negativa, algo raro no Brasil. 

Além disso, duas características dos cães funcionam como isolante térmico, que os protegem do frio: pelo e gordura corporal. "Não há cobertor mais eficiente do que o pelo. Ele evita que o animal perca ou receba calor em excesso, ajudando a equilibrar a temperatura do corpo", registra Chamone. 

Justamente por isso, uma atenção especial deve ser direcionada a cães muito magros ou sem pelos, como os galgos, os pelados mexicanos e os cães de crista chinesa.

 

Frio: sinais e ações

Segundo a geneticista, há alguns sinais normais, nesta época, que não demandam grandes preocupações. 

Um deles é o fato de o cão dormir mais. "Como a temperatura do corpo cai de 1 a 2 graus enquanto os cães dormem, o frio é um ótimo indutor de sono. Consequentemente, quando está muito quente, reduzir a temperatura do corpo, para promover a indução do sono, é muito mais difícil – por isso, os cachorros tendem a ficar mais inquietos e desconfortáveis no calor", avalia. 

Também é natural que fique mais quieto, gaste mais energia e sinta mais fome, já que, pelo fato de serem animais homeotermos (ou seja, manterem a temperatura do corpo constante – entre 38,5 a 39,5 graus –, independentemente da temperatura externa), suas células precisam funcionar constantemente como verdadeiras "usinas térmicas".

 "É por isso que grande parte das calorias ingeridas é convertida em calor. Quando está frio, esta produção de calor precisa ser maior para que ele mantenha sua temperatura corporal constante; portanto, ficar mais quietinho é uma forma de minimizar o desperdício de energia pelo corpo. Até por isso, é válido checar, com o veterinário, a possibilidade de aumentar um pouco a quantidade de comida neste período – claro, se o animal for saudável", pontua. 

Estes sinais são comuns. No entanto, ao sentir de fato um incômodo com o frio, o cão dá outros sinais claros: além de ficar quieto, com o corpo mais enrolado, ele treme. Isso ocorre porque, ao tremer, os músculos trazem movimento ao corpo para produzir mais calor, na tentativa de aumentar sua temperatura. 

Nessas situações, Chamone recomenda ações simples: disponibilizar cobertores e mantas e proteger o cão de ambientes abertos – se ele dorme em área externa, por exemplo, é interessante providenciar casinha com papelão no chão. 

"No entanto, evite empacotá-lo demais com roupas ou muitas cobertas; além de causar desconforto, isso pode torná-lo cada vez menos resistente ao frio, sendo que o ideal é sempre aumentar a adaptabilidade do cão ao ambiente em que vive. Deixar janelas abertas, para o ar circular, e acesso a áreas externas à casa são ações importantes para esta adaptabilidade", pondera a geneticista. 

Por isso, atenção às roupinhas, pois nem todo bicho se sente confortável com o uso. "Se o cão foge para colocar a peça ou demonstra desconforto, recomendo não forçar". 

Um cuidado especial deve se voltar aos cães idosos, pelo fato de comumente terem doenças articulares. "Elas costumam piorar no frio porque o cachorro fica mais quieto e encolhido, contraindo muito a musculatura. Por isso é importante estimular seus movimentos". 

E, por falar em movimento, um ponto que causa questionamento é manter ou não os passeios diários nesta época do ano. A tendência de muitos donos é não passear com seu cachorro no inverno, com receio de que ele passe frio. No entanto, Chamone explica que a atividade física é recomendada, pois eleva a temperatura do corpo, além de produzir inúmeros efeitos benéficos à saúde. 

"Ao ficar mais ofegante, o cachorro aumenta sua taxa metabólica e a temperatura corporal, conseguindo se auto aquecer. Portanto, o passeio é essencial em qualquer estação do ano, inclusive para manter a qualidade de vida diária do animal", garante.

 

Vacina da gripe

Ao contrário do senso comum, no mundo canino, a vacina da gripe não deve ser recomendada apenas em uma estação, como no inverno. 

Segundo o manual da World Small Animal Veterinay Association (WSAVA), esta vacina é importante independentemente da época do ano, mas para um grupo específico: cães que frequentam locais onde há aglomerações caninas, como creche ou hotelzinho. 

"A principal forma de transmissão de parasitas da gripe canina ocorre pelo contato direto com as secreções nasais de um cachorro infectado ou com objetos contaminados pelo animal doente, como comedouros ou brinquedos de roer. Por isso, se o seu cão tem contato direto com outros, é importante vaciná-lo", pontua Chamone.


DOENÇAS DE INVERNO EM CÃES

 Se não tratadas, as doenças de inverno podem se tornar grandes problemas para os cães. 

 

Assim como os humanos, os cães também precisam de cuidados especiais na época do inverno para se protegerem de patologias típicas dessa estação. "Sim, as doenças de inverno também podem atingir os peludos e é sua responsabilidade protegê-los delas" afirma a veterinária Livia Romeiro do Vet Quality Centro Veterinário 24h.

 

Principais doenças de inverno que podem atingir os cachorros

 

Traqueobronquite infecciosa canina

Essa doença é popularmente conhecida como tosse dos canis.  É muito comum entre os cães e possui uma forma de contágio bastante rápida. A doença é provocada por vírus ou bactérias e começa com tosse de cachorro simples e garganta inflamada, que não deve ser negligenciada. Se não tratada, pode evoluir para um quadro de pneumonia.

 

Gripe canina 

Ela é bem parecida com a gripe dos seres humanos e a doença pode ser passada de um cão para o outro, apenas. O vírus responsável por essa gripe é o H3N8 e foi descoberto em cavalos cerca de 40 anos atrás. Porém, em 2004, foi identificada em cachorros, especificamente nos galgos. 

Alguns cães podem estar com o vírus e não apresentar nenhum sintoma, mas, ainda assim, podem transmitir para outros cães. Os principais sintomas são febre, tosse persistente, coriza e espirros. 

Os sintomas são bem parecidos com a tosse dos canis e por causa disso é muito comum que as pessoas confundam uma com a outra. Os sinais e sintomas da gripe canina começam a aparecer cerca de dois a quatro dias depois da exposição ao vírus.

 

Cuidados com os cachorros no inverno

 

Mantenha as vacinas em dia 

Não há melhor forma de proteger o seu pet de doenças. As vacinas são a principal forma de prevenção contra doenças de inverno. Inclusive, existe  vacina para a tosse dos canis. 

 

Menos banho e tosa 

Enquanto os seres humanos usam cobertores no inverno, os cães já possuem a sua proteção natural que são os pelos, portanto, diminua as tosas durante o inverno. Banhos com muita frequência podem desencadear problemas respiratórios, já que na época mais fria do ano os cachorros ficam mais suscetíveis a adquirir certas doenças de inverno.

 

Roupas e cobertores 

Além do pelo, podem ser necessárias algumas peças de roupa para manter o cão aquecido, principalmente em regiões mais frias do país como sul e sudeste. Deve-se optar pelas opções mais funcionais e confortaveis. As melhores  peças são as quais o  cão se sinta livre para continuar brincando e fazendo suas necessidades naturalmente. 

Por exemplo, coletes sem mangas são ótimos para serem usados durante o inverno. Sempre compre um número maior para não incomodar  e que sejam fechadas com velcro, pois são mais fáceis de colocar e também de tirar. 

 

Prepare um lugar quentinho 

As pessoas que moram em casa com quintal precisam garantir um local quentinho para o seu cachorro ficar. As casinhas são sempre ótimas opções, mas não são as únicas. Defina um local coberto, protegido do vento e da chuva. Forre tudo com materiais que mantenham o seu amiguinho aquecido, como papelão, tecido e espuma. A intenção é separar um lugar confortável e quentinho para que ele possa passar a noite sem sofrer as consequências do tempo frio.


Horários mais quentes para o passeio

Enquanto no verão os horários da manhã e da noite são os melhores para passear com os cachorros, no inverno é justamente o contrário. Deve-se procurar horários que sejam um pouco mais quentes e que ainda tenham sol, como às 16h, por exemplo. 

É importante lembrar que, caso o cão apresente algum desse sintomas, o mesmo deve ser levado a uma clínica veterinária. 

 

 Como adaptar o pet a uma nova família

Além de oferecer muito amor, alguns cuidados são necessários para garantir a saúde e o bem-estar do novo amigo  

Shutterstock/Divulgação PremieRpet®

Os laços entre humanos e animais estão cada vez mais estreitos e, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de 139 milhões de animais de estimação no país e, acredite, eles já ocupam mais lares do que as crianças.  

Mas é importante lembrar que receber um pet em casa exige muita responsabilidade, paciência e dedicação. “O tutor deve respeitar o espaço e o tempo necessários para adaptação do cão ou gato ao novo lar, aceitando a individualidade do animal e proporcionando momentos que permitam o seu pleno desenvolvimento”, afirma a médica-veterinária Marina Macruz, supervisora de Capacitação Técnico-Científica e Técnico-Comercial da PremieRpet®.

 

4 dicas de como adaptar o pet a uma nova família 

Ao receber a guarda de um animal de estimação, o tutor torna-se responsável por ele e deve zelar por sua saúde e bem-estar por toda a vida. Além de oferecer muito amor, alguns cuidados são necessários para garantir a qualidade de vida do seu novo amigo:

 

Ambiente - O tutor deve estar atento a possíveis modificações nos espaços que seu companheiro transitará na residência, verificando se estão realmente adequados e não fornecem riscos, como objetos ou móveis com pontas expostas ou telas danificadas, no caso dos gatos.

 

Alimentação - Uma alimentação completa e balanceada faz toda a diferença na vida dos cães e gatos. A boa nutrição proporciona saúde e bem-estar para que os pets tenham uma vida mais longa e prazerosa junto aos seus tutores. “É importante contar com a orientação de um médico-veterinário para indicar a alimentação mais adequada para a faixa etária, o porte, o nível de atividade física, bem como as condições fisiológicas e corporais de cada pet”, explica Marina.

 

Socialização - Para auxiliar seu companheiro no período de adaptação à nova vida, comece interagindo com ele. Apresente-o a todos os integrantes da família e brinque bastante para que ele se sinta à vontade, sempre respeitando seus limites e momentos de descanso. “Os petiscos, quando adequados para a espécie e porte do animal, são uma ótima opção para reforçar o vínculo dos tutores com os pets de forma saudável e saborosa, e podem ser utilizados como agrado, reforço positivo em treinamentos ou em atividades de enriquecimento ambiental”, aponta a especialista.

 

Rotina - Criar uma rotina é de grande valia para tornar o novo ambiente mais previsível e auxiliar na adaptação de seu amigo. Estipule horários para passeios diários, no caso dos cães, e não se esqueça de cumpri-los. Também defina horários para alimentação, brincadeiras e descanso, isso promoverá sensação de segurança e confiança.

O Guia do Adotante PremieRpet® proporciona ferramentas para uma excelente adaptação de seu novo amigo, assim como traz orientações básicas para garantir sua saúde, bem-estar e longevidade. O material foi desenvolvido pela equipe de médicos-veterinários do Instituto PremieRpet® em parceria com os médicos-veterinários residentes em Medicina Veterinária do Coletivo da UFPR. Acesse aqui!

Com os devidos cuidados e sempre muito carinho, você viverá muitos momentos de alegria, cumplicidade e amor ao lado do seu melhor amigo!

 


PremieRpet®
www.premierpet.com.br
PremieRpet® Responde: 0800 055 6666 (de segunda a sexta, das 8h30 às 17h30).


Animais de estimação podem ajudar na prevenção de alergia alimentar?

·         O que é a Teoria da Higiene?

·         Pets ajudariam na regulação imunológica

                                         #semanaalergiaalimentar

 

Conviver com animais de estimação pode diminuir o risco de a criança desenvolver alergia alimentar? Dra. Lucila Camargo Lopes de Oliveira, Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), conta que para se fazer esse tipo de associação é necessário um estudo de grande abrangência.

 

A médica explica sobre a Teoria da Higiene: “A teoria diz que o excesso de limpeza ou o pouco contato com micro-organismos faz o sistema imune desviar para o desenvolvimento de alergias, ao invés de se concentrar na defesa”.

 

Dra. Lucila comenta ainda que o contato com micro-organismos presentes nos pets ajudaria na regulação imunológica, enquanto condições de muita limpeza, quer seja por não ter pets, nascer de cesariana (sem contato com micro-organismos do canal vaginal), uso indiscriminado de antibióticos, por exemplo, favoreceriam o desenvolvimento de alergias.

 

“Cães, gatos e outros animais podem ser fontes de alergias, incluindo os sintomas de alergias respiratórias. Mas, geralmente só se recomenda evitar o contato para quem já é alérgico. Como prevenção para quem não tem alergias, não há essa restrição. E gosto de ressaltar que pets podem ser interessantes para desenvolver empatia, responsabilidade, são fontes de afeto e ajudam a diminuir a ansiedade”, enfatiza a Coordenadora de Alergia Alimentar da ASBAI.

 

De 15 a 19 de maio acontece a Semana de Conscientização de Alergia Alimentar. Nas redes sociais da ASBAI é possível acessar muitas informações sobre o tema.

 



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Geneticista aponta os perigos de brincadeiras com luz laser para cães e gatos

Myléne por Pixabay
Objeto, em vez de entreter, é muito estressante para esses animais e pode deixar sequelas 


Diariamente, grandes lojas populares, brasileiras e internacionais, disponibilizam produtos com preços atrativos, inclusive voltados ao mercado pet. Um deles, bastante procurado por donos de cães e gatos, é a luz laser, usada com frequência para brincadeiras nas horas de lazer.

Desavisados, muitos desses tutores adquirem este tipo de objeto com a intenção de estar fazendo um bom negócio, pois acreditam que possam trazer bem-estar e entretenimento aos animais de forma simples e econômica. Porém, embora pareçam inofensivas, as luzes dos lasers podem trazer sérias consequências aos bichinhos.

Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, explica que o hiperfoco gerado pela inalcançável caça ao ponto de luz desencadeia um quadro de enorme hiper estimulação mental, com a liberação dos "hormônios do estresse" – em especial, a noradrenalina.

"Esses 'hormônios do estresse' afetam o estado de vigília dos cachorros e, consequentemente, aumentam a ansiedade, que pode se manifestar sob a forma de latidos, lambedura ou monta compulsivos; corridas malucas pela casa; dificuldade de dormir à noite; e ação de comer o próprio cocô, chamada de coprofagia", alerta a geneticista.

Não raro, cães (e gatos, também) acabam desenvolvendo o comportamento de perseguir obsessivamente qualquer ponto de luz, quando expostos recorrentemente a esse tipo de "brincadeira". 

"Para evitar o desenvolvimento desse quadro de ansiedade, o ideal é não usar laser para interagir com seu cão ou gato", simplifica.

Assim, se o intuito for trazer bem-estar para o seu animalzinho, opte por manter uma vida equilibrada por meio de quatro pilares: gerenciamento das emoções, alimentação de qualidade, sono satisfatório e rotina de exercícios físicos.

"Para enriquecer o dia a dia com atividades, foque em passeios em contato com a natureza, brinquedos que estimulem o olfato, com petiscos dentro deles, ou um grande osso para roer. Esses são estímulos importantes e que deixarão o seu peludo longe da ansiedade causada por brinquedos completamente inadequados, como os lasers", finaliza.


Pet macho ou fêmea? Entenda se há diferenças nos cuidados

 iStock
Embora muito do que se pensa sobre machos e fêmeas esteja pautado em crendices populares, existem diferenças pontuais entre eles que devem ser conhecidas

 

Assim como nós humanos, os pets também têm necessidades diferentes, a depender do sexo. Para além de toda a responsabilidade de se adotar um amigo de estimação, é importante prestar atenção as exigências e particularidades que cada animal tem e levar em conta as vantagens e desvantagens de machos e fêmeas antes de tomar qualquer decisão. Afinal, é uma vida que depende totalmente dos nossos cuidados.

 

Antes de adotar um pet, é importante assegurar de que se dispõe de tempo, paciência, dinheiro e principalmente espaço para que tudo corra bem com ele ou ela. Por essa razão, fazer um planejamento é parte imprescindível da escolha. Apenas mais uma variável deve ser adicionada, que é justamente a questão do sexo.

 

Como é sabido, cães machos adoram demarcar território, através do xixi. É algo que faz parte do seu instinto de matilha. Para eles, todo lugar deve ser “carimbado” com sua presença. Por esse motivo, são mais difíceis de serem ensinados a fazer suas necessidades em um só lugar. Para solucionar esta questão, adestramento e castração podem ajudar.

 

Ao contrário do que se costuma pensar, os cães machos não são mais agressivos que as fêmeas. Na realidade, apenas costumam brincar de forma mais bruta. Aliás, agressividade é uma característica que pouco tem a ver com o sexo do animal, e está mais ligada a forma como o animal é criado. Logo, adestramento correto e carinho ajudam no controle de qualquer animal. No entanto, as fêmeas são mais fáceis de serem adestradas. 

 

Apenas quando estão no cio que podem apresentar algum comportamento mais agressivo, principalmente na presença de outras fêmeas. Essa disputa pelos machos é normal e costuma durar cerca de 10 dias, ou seja, durante o ciclo do cio, que ocorre de uma a duas vezes por ano. A castração pode ser importante para aliviar algumas mudanças de humor ocorridas por conta da variação hormonal.

 

No geral, as fêmeas são mais carinhosas com crianças e também um pouco menos barulhentas e territorialistas que os machos. Costumam ser mais independentes também, o que significa que gostam de um tempo para si. Também são mais controladoras e ciumentas que os machos, devido ao seu instinto maternal. Os machos são mais bagunceiros e adoram roer e destruir coisas.

 

Quanto aos cuidados, as exigências são um pouco diferentes. Um macho pode precisar de mais espaço para fazer xixi, caso esse comportamento não tenha sido controlado. As fêmeas costumam concentrar as necessidades em um mesmo lugar. Por isso, é importante sempre manter o local limpo e desinfetado para garantir a higiene e saúde do animalzinho.

 

No mais, as diferenças podem se dar muito mais por conta do porte e da raça do animal. É importante conhecer estas características antes de adotar. E, com a idade, as necessidades e os cuidados também mudam bastante, assim como acontece conosco. Animais mais velhos podem sofrer de incontinência urinária, por exemplo, e demandar produtos específicos, como fraldas para cachorro. Na dúvida, um veterinário deve ser consultado.



Nanotecnologia: inovação para controle da dermatite atópica canina

A nanociclosporina pode ser administrada em diferentes vias,
como oral, nasal, ocular e tópica, possibilitando maior
diversidade no tratamento dos pets
 Foto: Melvin Quaresma
Nova fórmula pode custar até 50% menos e proporcionar maior eficácia com redução de efeitos colaterais, nessa e em outras doenças


Coceira intensa que incentiva a lambedura e a mordedura, capaz de ocasionar vermelhidão, lesões na pele, pequenos caroços, edemas e, até mesmo, alopecia. Esses são os sintomas da dermatite atópica, doença que, segundo estimativas, atinge cerca de 10% a 30% da população canina e compromete significativamente a qualidade de vida dos pets, causando quadros de estresse crônico nos animais e também nos tutores, desconfortáveis com o incômodo dos seus bichinhos de estimação.  

De origem genética, a dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica que torna os cães sensíveis a antígenos presentes no ambiente, causando crises agudas quando ocorre oscilação na imunidade ou fatores estressantes. As regiões mais afetadas são a face, os olhos, o interior das orelhas, a virilha, os interdígitos, o períneo e o rabo. Se não tratadas, as lesões na pele podem evoluir para quadros de inflamação e infecção secundárias.

Embora não tenha cura, existe tratamento para o controle da doença. Um dos fármacos mais indicados é a ciclosporina A, bastante conhecida pela prevenção de rejeição de órgãos transplantados em seres humanos, mas que, na medicina veterinária, é muito empregada no tratamento de dermatite e alergias atópicas, fístulas perianais em cães, complexo granuloma eosinofílico felino, doença intestinal inflamatória, estomatite e doença das vias aéreas (asma) em gatos, além do uso tópico e oftálmico.

Apesar dos resultados que pode proporcionar, a ciclosporina possui baixa solubilidade aquosa, sendo necessária sua veiculação em óleos ou sistemas mistos, que geralmente causam menor aceitação e mais chances de reações adversas para os pacientes. Pensando nisso, a rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET investiu em pesquisa e na nanotecnologia para desenvolver sua própria fórmula de nanociclosporina. “A nanotecnologia é uma tendência mundial como técnica para aprimorar medicamentos para humanos ou animais, pois as nanopartículas têm alta capacidade de proteger as moléculas de fármacos contra a degradação no meio fisiológico ou durante o armazenamento, permitem uma liberação gradual dos ativos no organismo e reduzem uma possível toxicidade devido a uma eventual liberação exacerbada. Desta forma, com a nossa fórmula conseguimos otimizar os efeitos da ciclosporina, reduzindo possíveis reações adversas, criando uma alternativa bastante inovadora e promissora para tratamentos”, revela a farmacêutica e gerente de produto e desenvolvimento da DrogaVET, Thereza Denes.

Para o desenvolvimento da fórmula, a rede de farmácias investiu em dois anos de estudos junto às universidades Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), nas áreas de dermatologia e oftalmologia. A terapia mostrou-se eficaz e segura para o controle a longo prazo do prurido e das lesões dos cães com dermatite atópica. Na administração oftálmica, o estudo comparativo entre a ciclosporina convencional e a nanoencapsulada revelou que a segurança e a eficácia de ambas as drogas foram equivalentes, porém as médias diárias do Teste de Schirmer (exame que avalia se o olho produz uma quantidade suficiente de lágrima), obtidas com a nanociclosporina, foram constantemente superiores às da ciclosporina.

Agora a marca lança, de forma exclusiva, o ativo nanoencapsulado disponível em diversas formas farmacêuticas. “Com a nanotecnologia conseguimos dispersar o fármaco em veículos aquosos, o que aumenta sua absorção e permite sua administração em diferentes vias, como oral, nasal, ocular e tópica, possibilitando maior diversidade no tratamento de pacientes”, explica a farmacêutica. Ou seja, além do tratamento em suspensão oral ou em colírio, já conhecidos, é possível oferecer o medicamento em outras formas farmacêuticas como biscoito, calda, molho, pasta oral e também para uso tópico como cremes, espuma, spray, shampoo, lenço umedecido, gel transdérmico e solução nasal e otológica. “A variação de formas farmacêuticas permite mais possibilidades para o médico veterinário tratar o paciente, além de facilitar a administração do medicamento para o pet. O gel transdérmico, por exemplo, é fácil de aplicar e reduz os efeitos colaterais gastrointestinais. Sprays e loções permitem a aplicação local e biscoitos, caldas e molhos podem ser manipulados com o sabor de preferência do animal, tornando o tratamento mais agradável”, comenta a médica veterinária e consultora da DrogaVET, Farah de Andrade.

A novidade ainda impacta positivamente o bolso dos tutores: “O tratamento com a nanociclosporina pode chegar a custar até 50% menos que o convencional com ciclosporina oral”, revela Thereza. Além da diversidade de formas farmacêuticas, a manipulação veterinária ainda permite a combinação de mais de um ativo em uma mesma fórmula, fatores que potencializam o tratamento e reduzem ainda mais o custo final.

Mais informações sobre doenças de pele, prevenção e tratamento também estão disponíveis no bate-papo gravado com o apresentador, Julinho Casares, e a professora e médica veterinária, Marcia Lima, disponível no canal da rede de farmácias de manipulação no Youtube: https://youtu.be/25EE1_ESt8c

 

DrogaVET
www.drogavet.com.br

Conheça os 10 principais suplementos nutricionais para pets

 Veterinária convidada pela VetBR, a mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do país, fala sobre a importância e os benefícios da suplementação para animais de estimação

 

A preocupação com uma alimentação saudável tem conquistado mais espaço, tornando-se parte do cotidiano das pessoas. Junto com ela, tem crescido também o uso de suplementos alimentares, auxiliares para a prevenção de doenças e a melhora da qualidade de vida. Não é muito diferente no segmento de pets, em que os suplementos são a cada dia mais um recurso para que os animais também se beneficiem de uma vida mais saudável. Mas para isso é necessário que os cuidados sejam adotados durante toda a vida do animal. 

Segundo a veterinária e promotora de vendas da VetBR, Manuella Ebeling, os tutores que optaram pela alimentação natural (formulação de dieta com alimentos saudáveis), mix feeding (mistura da ração com alimentos úmidos) ou até mesmo pela ração precisam ficar atentos às necessidades nutricionais dos pets. 

“A suplementação é o melhor aliado do tutor em diferentes casos, tanto durante um tratamento de doença quanto na prevenção. Ela não tem contraindicação, mas é importante que, antes de recorrer aos suplementos, o tutor consulte um médico veterinário para que ele verifique se o pet realmente precisa de suplementação e quais são as suas reais necessidades nutricionais. Essa medida evita desperdício de dinheiro e tempo e também que o pet tome vitaminas que ele já tenha em nível suficiente”, explica Ebeling.

Com foco na saúde animal, a especialista apresenta importantes informações sobre os dez principais suplementos nutricionais para pets. Confira a seguir.

 

  • Ômega 3

Age como anti-inflamatório no organismo do pet. Previne doenças, melhora a circulação sanguínea e a oxigenação do sangue. Bastante indicado para filhotes, por estarem em fase de desenvolvimento cognitivo, e em animais idosos, que têm grandes chances de ter disfunção cognitiva (o suplemento retarda o processo, nesse caso). Indicado também para pacientes cardíacos, oncológicos, com disfunções renais e até mesmo para aqueles que tenham alguma alteração cutânea. Por ser um anti-inflamatório, ele também tem indicação para pacientes com osteoartrose em geral. É um suplemento com inúmeros benefícios para os nossos pets. 

 

  • Probióticos

Conceituados como suplementos microbianos vivos, restauram qualquer disbiose (desequilíbrio da flora intestinal). Indicados para animais com alterações na microbiota intestinal, quedas de imunidade, em período de vacinação e em fase de mudança na dieta.

 

  • Condroitina e glucosamina

Têm como função evitar o desenvolvimento de doenças articulares nos pets — são ideais, portanto, para animais idosos, em formação ou até que já desenvolveram artrose. Ideal também para algumas raças específicas — como Labrador, Golden Retriever e Pastor Alemão, cuja articulação nem sempre acompanha o crescimento do animal. A suplementação visa diminuir as dores, ajudar no desenvolvimento das articulações ou retardar o processo de diferentes doenças.

 

  • Cálcio e fósforo

A deficiência de cálcio e fósforo nos animais pode causar diversas doenças. São indicados principalmente para fêmeas gestantes e lactantes, pois ajudam a manter o bom funcionamento do organismo da fêmea e auxiliam no desenvolvimento dos filhotes. Já é possível encontrar esses suplementos em formato de biscoito e com aroma de carne, o que torna a experiência mais agradável para o animal de estimação.

 

  • Ferro

É difícil detectar a carência de ferro no organismo dos animais, sendo necessário fazer exames para confirmar o diagnóstico. Entretanto, alguns sintomas como cansaço, desânimo, fraqueza, anorexia, aumento da frequência cardíaca, palidez de mucosas e diminuição do apetite podem ser sinais que há algo de errado com o pet. A falta do mineral pode causar diversas doenças, como a anemia ferropriva. 

 

  • Estimulador de apetite

Também existem suplementos que estimulam o apetite do seu gato ou cachorro. Geralmente são indicados para animais que estão com alguma enfermidade, tomando antibiótico ou na fase idosa, período em que o apetite pode diminuir. Geralmente produzido em forma de seringa, pode ser aplicado de uma a duas vezes ao dia.

 

  • Vitamina C

Indicada para cães e gatos em qualquer fase da vida. Tem efeito antioxidante e é aliado para melhorar a imunidade e também contra doenças virais nos pets. O suplemento ajuda a deixar o organismo menos suscetível ao desenvolvimento de bactérias nocivas. 

 

  • Vitamina B

Voltado para cães que têm ou já tiveram cinomose ou que não produzem vitamina B sozinhos. É importante lembrar também que, em caso de vômito e diarreia, a vitamina B é a primeira eliminada, precisando, por isso, de reposição.

 

  • Biotina

Estimula o crescimento e o fortalecimento do pelo e da pele do animal — ideal, com isso, para pets que têm algum problema de saúde que leva à queda ou perda de brilho dos pelos. Ele também já é vendido em forma de petisco e com sabor de carne, o que facilita a adesão do animal ao suplemento.

 

  • Complexo vitamínico

Indicado para animais que não têm uma dieta balanceada ou que comem, por alguma razão, ração de qualidade inferior. No caso das rações que não oferecem nutrientes suficientes, o complexo vitamínico pode ser um ótimo aliado. O suplemento ajuda a evitar doenças e aumenta a imunidade do animal.

 


VetBR
https://bit.ly/3NUgg5h


Cerca de 150 mil litros de leite materno humano são distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais por ano

Diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, e coordenadora do Centro de Aleitamento Ana Abrão - Assistência, Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano, Profª. Drª Kelly Coca abordam a importância da doação de leite humano

 

Neste ano, o Dia de Doação de Leite Humano, 19 de maio, traz o slogan “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: Doe leite materno!”, uma iniciativa para proteção e promoção do aleitamento materno, que visa sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de leite humano. De acordo com o Ministério da Saúde, anualmente, cerca de 150 mil litros de leite materno são distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso que estão internados em unidades neonatais no país. Um litro de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia.

Segundo a coordenadora do Centro Ana Abrão, Profª Drª Kelly Coca, o leite humano é o alimento ideal para a criança e é recomendado até os seis meses de vida, de forma exclusiva. “O leite materno não só oferece uma alimentação completa e equilibrada como também traz proteção contra doenças infecciosas do primeiro ano de vida e doenças crônicas na vida adulta, diminui o risco de infecção hospitalar e de doenças gastrointestinais”, explica.

A diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, afirma que os cuidados nos primeiros mil dias de vida da criança são primordiais para a prevenção de doenças e para a implementação de práticas saudáveis na rotina diária e, o aleitamento materno é parte fundamental nesse processo. “Doar leite materno humano é um gesto que salva vidas. O Ministério da Saúde enfatiza que bebês que estão internados com baixo peso e não podem ser amamentados pelas próprias mães têm a oportunidade de receber os benefícios do alimento por meio da doação, com maiores chances de desenvolvimento  pleno”, relata.

As mulheres que possuem baixa produção de leite, podem buscar auxílio do serviço especializado do Banco de Leite Humano (BLH) mais próximo de sua residência. A doação pode ser realizada por mulheres saudáveis que amamentam e apresentam excedente de leite materno. A coleta de leite humano é realizada pelos Bancos de Leite Humano existentes em todo o território brasileiro, responsáveis por recolher o leite materno doado, processar e distribuir aos recém-nascidos internados nas UTIs Neonatais que não conseguem receber leite da própria mãe, principalmente prematuros e de baixo peso. “A doadora não pode fazer uso de medicamentos que interfiram no aleitamento materno. O Banco de Leite Humano da UNIFESP aceita doações de leite humano com volumes superiores a 200 ml semanais”, informa Dra. Kelly Coca.

Atualmente, o Centro de Aleitamento Ana Abrão conta com o apoio de 40 doadoras, com um total de 54 litros de leite doados no último mês. O leite é pasteurizado e distribuído para as crianças internadas, especialmente na UTI Neonatal do Hospital São Paulo da UNIFESP. A instituição realiza campanha de doação permanente, com reforço no mês de maio. Para mais informações de como ser uma doadora de leite, entre em contato pelo WhatsApp: (11) 94044-2802. Se tiver dúvidas sobre amamentação, faça contato pelo whatsapp (11) 5576-4891, e-mail: aleitamento@unifesp.br ou telefone: (11) 5576-4891

 

SOBRE INSTITUTO OPY

Braço filantrópico da Opy Health, gestora de infraestrutura hospitalar, o Instituto Opy de Saúde atua como articulador, fomentador de ideias, projetos e ações de grande impacto social na promoção da saúde de crianças, gestantes e na redução de fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis.


SOBRE CENTRO ANA ABRÃO

O Centro Ana Abrão – Assistência, Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano oferece assistência, ensino e pesquisa em aleitamento materno e banco de leite. A instituição foi criada em 2003, com o objetivo de atender as necessidades das crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital São Paulo.


Especialista alerta sobre riscos da automedicação em casos de pré-eclâmpsia

Fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos




Historicamente, a pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no mundo. Caracterizada pela elevação da pressão arterial durante a gravidez, a doença pode ser identificada precocemente durante a realização do pré-natal, por meio da aferição da pressão e avaliação durante as consultas.

Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, dor na boca do estômago, alterações na visão (com pontos de luz ou “estrelinhas”), e inchaço dos membros inferiores.

“São condições que parecem simples e isoladas, então sem orientação médica, muitas gestantes acabam se automedicando em casa e mascarando a real situação, que é relacionada à elevação da pressão arterial”, alerta Soubhi Kahhale, Coordenador Científico de Obstetrícia da Maternidade São Luiz Star e professor Associado Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP.

Por isso a importância da realização correta do pré-natal e a busca por atendimento ao identificar qualquer sintoma ou alteração durante a gestação. “É uma doença rápida e muito perigosa, mas se identificada precocemente, é possível adotar medidas de controle que possibilitam uma gravidez segura”, complementa o médico.

O alerta acontece na semana em que é celebrado o Dia Mundial de Pré-eclâmpsia (22/5), data voltada para a conscientização sobre a doença, que afeta de 5 a 10% das gestações no mundo.

De acordo com a percepção do especialista, que atua há 50 anos na área e já coordenou um grupo de pesquisa no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre hipertensão e pré-eclâmpsia, fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos.

Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta queda de 13% nas consultas de pré-natal no ano de 2020, em relação a 2019, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O que temos visto em hospitais são gestantes que chegam com quadros graves de pré-eclâmpsia, como a Síndrome Hellp, que evolui com problemas de coagulação e a eclâmpsia quando apresenta convulsões. Ou seja, quadros gravíssimos e muitas vezes irreversíveis”, destaca o especialista da Maternidade Star, que reúne toda a expertise do Hospital São Luiz, um dos mais tradicionais de São Paulo, com o serviço premium da Rede D’Or.

Dados apontam que cerca de 20% das internações na UTI da Maternidade Star são relacionadas com síndromes hipertensivas na gravidez.

“Use máscara, álcool em gel e outras medidas para se sentir mais segura, mas vá ao médico. Jamais tome medicamentos por conta própria, pois isso pode agravar o quadro clínico”, orienta o professor Soubhi.

Já Mariza Loesch, coordenadora médica da Unidade de Terapia intensiva, lembra que o cuidado com a hipertensão não se encerra no parto. “O puerpério é um período extremamente conturbado e estressante, e os riscos relacionados à doença continuam. Por isso, é extremamente importante seguir com os cuidados após a saída do hospital, com acompanhamento médico ambulatorialmente", explica a especialista.

Entre as complicações estão principalmente problemas cardiocirculatórios, como derrame cerebral. “Após o nascimento a mãe tem uma série de preocupações com o bebê e a nova rotina, mas não pode deixar de lado os cuidados com a sua saúde”, alerta Mariza.

Em cerca de 10 meses de funcionamento, a Maternidade Star já realizou quase cinco mil partos e mantem sua taxa de mortalidade materna zerada.

Para Maria Augusta Gibelli, diretora Médica, esse resultado é possível graças à equipe multiprofissional altamente capacitada, que inclui os maiores especialistas do país.

“Temos equipes especializadas em casos de hipertensão, nomes de referência no setor, que acompanham as gestantes 24 horas por dia. Há ainda protocolos robustos e bem estabelecidos para atendimentos dos casos graves, proporcionando segurança assistencial e uma resposta mais rápida e eficiente”, destaca a gestora.

A unidade conta ainda com que há de mais moderno em termos de tecnologia hospitalar, com leitos de Unidades de Terapia Intensiva e semi-intensiva Adulto e Neonatal, pronto-socorro e centro obstétrico, salas de Delivery Rooms no Centro de Parto Natural, 90 apartamentos, além de salas exclusivas para partos cirúrgicos, cirurgias fetais e neonatais.

A taxa de mortalidade materna da Maternidade São Luiz Star está na contramão da taxa nacional, que aumentou consideravelmente nos últimos anos.

De acordo com levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro, com dados do Ministério da Saúde, a razão de mortalidade materna nacional aumentou 94% durante a pandemia da Covid-19, passando de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos em 2019, para 107.53 em 2021.


Estudo do CEUB mostra eficácia de massagem terapêutica no combate à enxaqueca

Pesquisa realizada pelo fisioterapeuta Patrick Ferreira comprova resultado da massagem no tecido conjuntivo na redução da intensidade e da frequência dos episódios de crise

 

A enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes do mundo: atinge 16% da população brasileira, em especial as mulheres com idades entre 30 e 50 anos. Levantamentos mostram que o uso abusivo de medicamentos para o tratamento das dores de cabeça piora a qualidade de vida dos pacientes e gera altos custos econômicos. Pesquisa feita pelo fisioterapeuta Patrick Ferreira sobre tratamentos não medicamentosos mostrou que 70% das pacientes alcançaram melhora no quadro de náuseas e vômitos ao adotarem a técnica conhecida como massagem no tecido conjuntivo – ressaltando a importância dos tratamentos alternativos. 

O estudo de Patrick Ferreira foi resultado de um Projeto de Iniciação Científica realizado no CEUB para estudar os benefícios da técnica conhecida como massagem no tecido conjuntivo (MTC) no tratamento de mulheres que utilizam medicação analgésica para o alívio da dor. O objetivo da pesquisa foi avaliar a eficácia dessa terapia na redução da intensidade da dor e na frequência dos episódios. Trata-se de uma massagem profunda nas “zonas de head”, regiões da pele que estão rígidas e aderentes em situações crônicas ou agudas.  

A pesquisa de Patrick mostrou que após a MTC foi observada a diminuição dos sintomas durante as crises. Cerca de 70% das pacientes alcançaram melhora no quadro de náuseas e vômitos, aproximadamente 54% tiveram redução da fotofobia e 70% registraram melhora no sentimento de agitação ou inquietação, além de tontura ou vertigem. Quanto à frequência dos episódios, antes da terapia, cerca de 46% das voluntárias apresentavam crises semanais, 38% tinham episódios mensais e aproximadamente 15% registravam crises diárias. 

Após a MTC, 15% das pacientes relataram não ter mais dores, 15% tinham episódios semanais e 70% registraram crises mensais, indicando a eliminação de casos com incidência diária de dores. Quanto à ingestão de medicamentos, segundo Patrick, 54% diminuíram a quantidade e 39% suspenderam completamente os remédios. “Esse estudo foi motivado pela busca de um método que pudesse minimizar os impactos da doença ao paciente e reduzir o uso de medicamentos. E aqui confirmamos a MTC como uma terapia alternativa para o tratamento de enxaqueca”, celebra Patrick Ferreira.

 

Difusão da técnica

Letícia Martins Paiva, doutora em Ciências da Saúde e coordenadora do curso de Fisioterapia do CEUB, avalia que a técnica deveria ser mais difundida e aplicada, inclusive em pacientes do SUS. “Para disseminar o método, seria necessário que os próprios fisioterapeutas apresentassem a técnica aos médicos, tanto com demonstrações técnicas, quanto por meio de publicações científicas, como foi o caso deste PIC”, comenta a orientadora do projeto. “Essa técnica propicia o alívio do quadro álgico, a melhora do funcionamento dos órgãos internos, a restauração da mobilidade do tecido conjuntivo, da circulação local e geral. Além do próprio relaxamento muscular e de manter o terapeuta em constante contato com o paciente”, acrescenta. 

A professora alerta, entretanto, para as contraindicações da técnica. “Assim como toda técnica de massagem, a MTC possui inúmeras contraindicações, como: tumores malignos, tuberculose, mioma uterino, cisto de ovário, inflamações agudas, infecções (febre, abscessos, gripe, amigdalite), feridas abertas, úlceras ou lesões cutâneas, psoríase, gestantes antes do 4º mês, além de determinados distúrbios cardíacos e mentais”, ressalta a professora Letícia.

 

Sobre a Enxaqueca 

A enxaqueca é uma forma de cefaleia recorrente, que se manifesta em crises que duram entre 4 a 72 horas, desencadeando impactos socioeconômicos, além do comprometimento da saúde e da qualidade de vida de milhões de pessoas. Apesar de ser uma doença com alta incidência, sua fisiopatologia ainda não é completamente compreendida e pode estar relacionada a diversos fatores, como estresse, menstruação, fadiga, alterações no sono, alimentos com potencial alergênico, desequilíbrios neuroendócrinos e deficiências nutricionais. O tratamento para as crises de enxaqueca é considerado padrão e inclui a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios que visam restaurar rapidamente o paciente para o funcionamento normal.

 

Glaucoma não combina com qualidade de vida

 

Entre as muitas datas de conscientização da Saúde, no dia 26 de maio temos o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Doença oftalmológica que gera perda do campo visual e pode levar à cegueira, o glaucoma causa uma lesão no nervo óptico e, atualmente, impacta quase um milhão de pessoas no Brasil e cerca de 64 milhões de pessoas entre 40 e 80 anos em todo o mundo. O glaucoma fica atrás somente da catarata, sendo a segunda maior causa de casos de cegueira. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que o número total de pacientes com glaucoma pode ultrapassar os 110 milhões até 2040.       

Por tudo isso, é importante que nós, profissionais de saúde, atuemos na linha de frente da conscientização a respeito da necessidade de incluir as visitas periódicas ao oftalmologista na lista de cuidados de prevenção de doenças, para pessoas de todas as idades. Infelizmente, o glaucoma ainda não tem cura, e o diagnóstico precoce, bem como o tratamento, são fundamentais para o paciente e para sua qualidade de vida.    

Estudos mostram que a doença é mais comum em pessoas da população negra ou que sejam parentes de portadores de glaucoma, idosos, portadores de alta miopia, diabéticos e usuários crônicos de colírios com corticoides. Os sintomas iniciais mais frequentes são os escotomas, aquelas manchas escuras no campo visual periférico: inicialmente, a visão da pessoa fica prejudicada nas laterais, e conforme a doença vai ficando mais crítica, essas manchas também crescem de tamanho, deteriorando ainda mais a visão, e ela passa a enxergar como se estivesse olhando por um binóculo. Outros sintomas também podem surgir: dor nos olhos e na cabeça, maior sensibilidade à luz e olhos avermelhados e lacrimejantes.      

O maior problema do glaucoma é que seus sintomas iniciais são praticamente imperceptíveis. Em geral, quando esses sintomas são notados, a doença já está avançada, e o paciente já tem cerca de 50% das células ganglionares atrofiadas. O diagnóstico final é feito por meio de exames como a campimetria e a tomografia de coerência óptica. Definido conforme o caso, o tratamento é relativamente simples e envolve a aplicação de colírios, tendo como objetivo reduzir ou estabilizar a pressão intraocular, melhorando expressivamente a qualidade de vida do paciente. Em casos mais avançados, o especialista responsável pode recomendar a aplicação de laser ou cirurgia.        

O mais importante é lembrarmos que, com a visão comprometida, nossa mobilidade e qualidade de vida ficam reduzidas. Assim, o melhor caminho é manter uma rotina de consultas com o oftalmologista, que é o profissional mais indicado para orientar os cuidados de manutenção da saúde dos olhos e as ações de prevenção de doenças. Além disso, vale sempre repetir: não use colírios e nenhum outro tipo de medicamento nos olhos sem prescrição médica. O glaucoma definitivamente não combina com qualidade de vida.  

   


Márcia Ferrari - médica oftalmologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.


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