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terça-feira, 28 de março de 2023

Padrões de tensão 127 e 220 Volts: entenda as diferenças entre as tensões elétricas fornecidas em cada instalação

O que são as tensões elétricas disponíveis para o funcionamento dos equipamentos elétricos em casa? A Sil Fios e Cabos Elétricos explica 

 

Antes de realizar o projeto elétrico, é fundamental verificar quais as tensões disponíveis na cidade/Estado, uma vez que o Brasil disponibiliza basicamente duas tensões127 e 220 V. Cada instalação demanda um projeto elétrico específico| Foto: Pexels

 

Equipamentos elétricos e eletrônicos funcionam nas tensões 127 V ou 220 V: quando se faz um projeto elétrico, é necessário averiguar as especificações da localidade onde se está construindo ou reformando para saber qual a voltagem elétrica disponibilizada pela empresa responsável pelo fornecimento. Essa informação é de extrema importância, uma vez que no Brasil não existe um padrão nos Estados e essa variação pode acontecer mesmo entre municípios pertencentes a uma mesma unidade Federativa.

Segundo Nelson Volyk, gerente de Engenharia de Produto da Sil Fios e Cabos Elétricos, a distinção surgiu desde o início do processo de instalação das redes elétricas no país, entre os séculos XIX e XX. “Oriundas de diversos partes do mundo, várias companhias vieram para o Brasil e, nesse momento, não tínhamos um padrão estipulado por aqui”, relata. Dados da ABRADEE (Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica) mostram que os Estados das regiões Sudeste, Norte e parte do Centro-Oeste utilizam a tensão 127 V, enquanto o Sul e alguns Estados do Nordeste utilizam 220 V.

Líder de mercado na produção e comercialização de fios e cabos elétricos de baixa tensão de até 1kV, a Sil Fios e Cabos Elétricos é reconhecida, em todo país, como referência em alta qualidade, tecnologia e inovação com produtos para instalações em residências, indústrias e condomínios, entre outros. Acompanhe o guia realizado pela empresa com os principais esclarecimentos sobre as tensões de 127 e 220 V.

 

No cotidiano dos brasileiros, ter ciência sobre a tensão elétrica 127 V ou 220 V é fundamental para a adequação dos circuitos elétricos durante a realização das instalações dos projetos residenciais e comerciais, bem como na aquisição dos aparelhos eletroeletrônicos | Foto: Freekip

  

O que muda de uma voltagem para a outra?

Quando um fabricante elabora um produto elétrico, parte-se do princípio de que a sua alimentação acontecerá por meio de uma pilha ou tomada – nesse caso, também pode ser bivolt, como a maioria dos produtos atuais, mas para produtos de maior consumo elétrico, geralmente são 127 V ou 220 V.

O gasto elétrico de um produto não tem relação com a sua tensão elétrica. Isto significa que dois produtos de mesma potência elétrica podem ser fabricados para serem ligados em tensões diferentes e o que define o consumo é justamente a potência do produto, independentemente de ser 127 V ou 220 V.

Para mesma potência elétrica, um produto 127 V consome mais corrente elétrica que um de 220 V, devido à seguinte fórmula:


P = V x I

P - Potência elétrica em Watts (W)

V – Tensão elétrica em Volts (V)

I – Corrente elétrica em Ampère (A)


Dessa forma um chuveiro de 7500 W, fabricado com resistência para 127 V, possui uma corrente elétrica maior, se comparado com uma resistência para 220 V. De acordo com o especialista da Sil, o equipamento 127 V necessitará de um condutor elétrico de maior seção nominal se comparado com um de mesma potência ligado em 220 V, deixando a instalação elétrica mais cara.

Ele também faz a ressalva para que um produto 127 V não seja ligado em uma tomada 220 V. “Por não ser elaborado para trabalhar com uma tensão mais elevada, é fato que o equipamento queimará. Pensando em uma situação inversa, não haverá danos, mas seu funcionamento não será o esperado”, orienta Nelson.

Vale ressaltar que a tarifa mensal não é impactada pela tensão e muitos erram ao considerar que os aparelhos de 220 V são os vilões. “A potência (em Watts) e o tempo de uso do equipamento são os fatores que influenciam o consumo de energia elétrica”, detalha o gerente da Sil.

Atualmente, produtos com menor consumo são fabricados para serem ligados em qualquer tomada, ou seja, ele reconhece a tensão que foi conectado. Estes produtos bivolts permitem o funcionamento em qualquer uma das tensões, sem comprometer o funcionamento, eliminam a preocupação de usuários que se movimentam de uma cidade para outra e não sabem se o seu aparelho está adequado para funcionar na voltagem disponível. “O sistema presente em notebooks, e carregadores de celular são casos clássicos de bivolts”, detalha o especialista.


Instalação das tensões de 127 e 220 V

No Brasil, a Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão (NBR 5410) estabelece como padrão as seguintes cores:

- Azul-claro para condutores neutros;

- Verde ou verde/amarelo para condutores de proteção, também conhecido como terra.

As demais cores possuem uso livre e só não podem ser utilizadas como neutro e terra.

 

De acordo com a Sil Fios e Cabos Elétricos, a NBR 5410 determina as cores dos revestimentos de acordo com a função do condutor. A empresa produz os materiais em diversas cores como preto, vermelho, branco, cinza, amarelo, azul-claro, verde e verde com uma listra amarela (brasileirinho) | Foto Freepik

A diferença de cor é essencial em uma instalação elétrica. Para uma tomada de 127 V, o profissional manuseará um condutor com isolação azul-claro, saindo do barramento neutro do quadro de distribuição e um condutor fase (de qualquer cor, exceto azul-claro e verde ou verde/amarelo) saindo do disjuntor. Para o condutor terra, o profissional usará o cabo da cor verde ou verde/amarelo.

Já as tomadas de 220 V utilizam dois condutores fase saindo de um disjuntor bipolar e o condutor terra na cor verde ou verde/amarelo. Como vimos acima, as cores das fases são livres, não sendo permitido o azul-claro e verde ou verde/amarelo. Em algumas regiões do Brasil, é possível encontrar a tomada de 220 V formada por um condutor fase e um neutro.

No portfólio da Sil Fios e Cabos Elétricos, os mais empregados nos projetos de instalação são o Cabo FlexSil 750V, com isolação em PVC e reconhecido por sua excelente flexibilidade e facilidade para a instalação, e o Cabo Flexível Silnax 0,6/1kV HEPR 90⁰C, que apresenta uma capacidade de corrente elétrica superior com relação aos cabos isolados em PVC. A decisão entre os dois produtos acontece de acordo com as especificidades do circuito e a localização. “O Flexsil 750V é recomendado para instalações protegidas, como, por exemplo, em eletroduto, enquanto o Silnax tem uma aplicação mais ampla, onde além da utilização em eletroduto, pode ser utilizado em bandejas e leitos”, explica o gerente especialista da empresa.
 

Os cabos FlexSil 750V e Silnax 0,6/1kV são especificados em consonância com os atributos dos projetos | Foto Sil Fios e Cabos Elétricos

Como identificar se uma tensão é 127 V ou 220 V?

De acordo com o especialista da Sil Fio e Cabos e Elétricos, caso não se conheça a tensão, a medição ser aferida nas tomadas por meio do multímetro na escala de tensão ou, de maneira mais popular, com o chaveiro de teste de tensão.

Como o consumidor pode ter a certeza sobre as instalações seguras nas duas tensões?

Seja para uma nova instalação ou um reparo, ou complemento na instalação existente, a Sil sempre recomenda a contratação de um profissional especializado para o exercício da função. “Por isso, apresentamos a palestra Condutores Elétricos de Baixa Tensão para contribuir com a capacitação dos profissionais, bem como ajudar na escolha dos materiais. Só em 2022, a Sil realizou treinamentos para mais de 3 mil pessoas”, informa Nelson Volyk.
 

 

Multímetro usado para identificar tensão 127V ou 220V. Foto Freepik


Ainda assim, caso o consumidor queira, por conta própria, fazer alguma intervenção na instalação, a empresa esclarece que a norma técnica NBR 5410 solicita que os condutores estejam desenergizados, de maneira que não haja risco de choque elétrico ou curto-circuito.


Quais erros mais comuns nas instalações das tensões 127 V e 220 V?

A empresa alerta sobre duas situações a serem evitadas durante as instalações:

- Cabo dimensionado de forma incorreta: situação em que a seção nominal do cabo, também conhecido como ‘bitola’, é inferior ao necessário para o projeto, podendo incorrer em aquecimento excessivo, aumento da conta de energia e riscos de curto-circuito;

- Cabos fora de norma: quando o fio em questão não apresenta a quantidade correta de cobre, a instalação torna-se insegura e responsável por uma conta de energia mais alta.


O que acontece se o equipamento eletrônico for ligado na tensão errada?

Como cada aparelho é produzido para trabalhar em uma tensão nominal – exceto aqueles com sistema bivolt –, a conexão incorreta de um equipamento 127 V na tensão 220 V acarretará na queima do equipamento. Se a situação for inversa, um equipamento 220 V ligado em 127 V não queimará, porém, não funcionará adequadamente ou ligará.
 

 

www.sil.com.br 

Instagram: @sil_fios_e_cabos 


Amigos, amigos, negócios à parte?

Uma a cada três empresas são formadas por amigos que decidem empreender. Advogados especialistas em Direito Empresarial trazem dicas e orientações que podem salvar, não só uma empresa, mas uma longa e feliz amizade 

 

Segundo dados de uma pesquisa direcionada ao empreendedorismo, realizada pela consultoria MindMiners, uma a cada três empresas no Brasil são formadas por sócios que se consideram amigos, o que representa 29% das sociedades empresárias no País. Mas quem não conhece ou já ouviu falar de amizades que se desfizeram junto com uma sociedade que parecia promissora? 

O advogado Fabrício Cândido, especializado em direito empresarial e um dos sócios do escritório Celso Cândido de Souza Advogados, compara o início de uma relação societária a um namoro. No começo tudo são flores. Não há desconfianças. Mas à medida que a relação vai avançando, as situações adversas começam a surgir. “O segredo é não deixar os problemas crescerem”, diz.

E uma coisa é certa: os conflitos inevitavelmente irão surgir, é só uma questão de tempo porque a sociedade é, antes de tudo, uma relação entre pessoas. Por isso, segundo Fabrício, o início da sociedade é o momento crucial para estabelecer regras, para que tanto o negócio quanto a amizade sejam longevos. 

“O ideal é prever os pontos de possíveis conflitos e já estabelecer critérios para resolvê-los”, orienta ele, que junto com a advogada Nara Lidia Turra, trazem dicas para que os sócios não coloquem em risco os amigos nem os negócios. 

 

Redija o acordo entre sócios

Obrigatório por lei, o Contrato Social é a certidão de nascimento de uma empresa, um documento onde constam informações públicas da pessoa jurídica, entre elas as cotas de cada sócio.  

Normalmente, os empreendedores se limitam apenas a ele como documento formal da sociedade, mas o ideal é ir além dele para definir melhor as obrigações e direitos de cada sócio. Trata-se do acordo entre sócios, uma das principais formas de prevenir problemas futuros. 

“Assim como no relacionamento pessoal, diálogo e boa comunicação são fundamentais para o sucesso das relações, mas o acordo de sócios é uma ferramenta que pode ajudar muito a blindar tanto a amizade quanto o negócio dos conflitos", define Fabrício Cândido.

Nesse documento, pode-se definir a divisão de tarefas, a responsabilidade de cada sócio, como será feito o pagamento de pró-labore, como proceder em caso de ausência do sócio por motivos de doença, férias etc.  “Quanto mais situações prevenir, menos pontos de conflito haverá”, complementa a advogada Nara Lidia Turra.

Diferentemente do Contrato Social, o acordo entre sócios é privativo aos sócios, portanto, não precisa ser registrado na Junta Comercial, a não ser que contenha alguma cláusula que envolva terceiros fora da relação societária. 

Aprenda que o pró-labore é diferente de lucro Fabrício Cândido explica que muitos empreendedores, no início de sua jornada, confundem essas duas receitas, o que pode gerar problemas de gestão financeira e também desentendimentos. 

O lucro da empresa são os resultados financeiros positivos, a qual é repartida entre os sócios, conforme suas cotas estabelecidas no contrato social.Já o pró-labore é uma remuneração mensal destinada ao sócio-administrador de uma empresa, aquele responsável pelas demandas administrativas do dia a dia da empresa, como a organização financeira, contratação de funcionário e a prospecção de novos clientes.Importante destacar que a regra geral é que apenas o sócio-administrador receba o pró-labore. “Ou seja: nem todos os sócios têm direito a recebê-lo no final de cada mês, mesmo trabalhando no negócio”, explica Fabrício.O advogado explica que esse já pode ser um ponto de desentendimento entre os sócios e, nessa hora, o acordo entre os sócios pode definir qual será a conduta dentro da empresa. “Os sócios têm liberdade de mudar essa prática por meio do documento”, completa. 

Defina áreas de atuação para cada sócio Quando a tomada de decisão de um setor está sob o comando de vários sócios, ao mesmo tempo, a expressão “é muito cacique para pouco índio” se encaixa como uma luva. Nem sempre as decisões são unânimes e, em decorrência, podem acontecer os desentendimentos, especialmente se uma medida tomada for mal sucedida. Por isso, definir a área de atuação para cada sócio pode não apenas otimizar a gestão da empresa como também eliminar o foco de conflitos. 

Fabrício Cândido usa um exemplo para ilustrar: “em uma construtora, por exemplo, em que dois sócios são engenheiros, um pode administrar as obras e o outro se dedicar à parte mercadológica e comercial. Cada um se responsabiliza por sua parte, corre atrás das metas e responde pelos problemas que surgirem em sua área”, exemplifica.

Essa divisão, continua o advogado, além de ser mais produtiva porque cada um se dedica a uma frente do negócio, também deixa definida a responsabilidade de cada um em caso de demandas judiciais ou prejuízos.Como serão as férias e licenças de cada sócio Apesar dos direitos trabalhistas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) serem uma referência para o brasileiro, elas não valem para os sócios de uma empresa. Por isso, é importante que os empreendedores definam entre si e registrem no acordo entre sócios como serão tratadas as ausências do negócio, seja por motivo de doença, necessidade de descanso e assim por diante. “Já fizemos acordo entre sócios que previu como seria a remuneração e divisão de lucros até mesmo em caso de um dos cotistas tirarem um ano sabático”, comenta Fabrício Cândido, ao salientar que é positivo fazer essas previsões porque a lógica de trabalho em uma sociedade é diferente da lógica de trabalho de quem é empregado. 

 

Eleja um mediador

E se os amigos não fizeram um acordo entre sócios já na abertura de negócios, o que fazer quando surgir o conflito? Nessa hora, recomenda Nara Lidai Turra, é que se busque um mediador neutro, sem vínculo entre as partes. “Isso porque, nesse momento, cada um só enxerga sua parte. Uma pessoa que não está emocionalmente envolvida com o problema vai ajudar mais do que tentar resolvê-lo por si só”, diz.  

Mesmo com a adesão ao acordo entre sócios, é recomendável que o documento também tenha um mediador eleito entre o grupo para ajudar na resolução de situações conflituosas não previstas.  É recomendável que o mediador seja um advogado, para que as soluções estejam dentro das normativas vigentes e, assim, se evite questionamentos futuros.

 

Equidade na prática: passo a passo para empresas de qualquer tamanho

Divulgação
Pequenos ajustes nos processos de contratação e retenção de talentos contribuem para um quadro de colaboradores mais diverso 

 

Durante a pandemia de covid-19, as mulheres perderam seus empregos com uma frequência maior que os homens. Cerca de 72% das vagas brasileiras encerradas no período eram ocupadas por mulheres. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o problema não atinge só o Brasil. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, ao longo de 2022 15% das mulheres em idade produtiva em todo o mundo não conseguiram emprego. Com um cenário desfavorável, boa parte das empresas precisa começar a investir na contratação de quadros femininos para equilibrar essa balança.

Para Michaela Vicare, diretora de Gente & Gestão (RH) da Tecnobank - que tem em suas fileiras 50% de mulheres, incluindo a presidente e a diretora de tecnologia, pequenas mudanças nos processos de contratação e retenção de talentos têm impacto significativo na equidade de gênero nas empresas. “Quando falamos em equidade, muitos gestores tendem a pensar no quadro macro, o que é um erro. O que faz diferença, nesse caso, são os pequenos gestos e esforços para garantir um número de colaboradores mais igualitário, em diversas áreas, entre homens e mulheres”, explica. Ela lembra que esses esforços precisam, necessariamente, ir além do discurso. A boa notícia é que, seguindo um passo a passo simples, essa missão pode se tornar mais prática.


  1. Analise a situação atual da empresa quanto à equidade

Junto aos gestores e responsáveis pelas diversas áreas existentes na organização, busque avaliar a quantidade de mulheres já contratadas para as funções estabelecidas. Essa análise pode trazer mais clareza sobre a intensidade dos esforços necessários para trazer mais equidade para o quadro de colaboradores. “É importante conhecer o cenário atual para entender de que ponto a empresa está partindo rumo a um quadro mais diverso”, detalha a especialista.


  1. Crie vagas pensadas especificamente para mulheres

Não se trata de demitir colaboradores para substituí-los por quadros femininos. Depois de ter clareza sobre o ponto em que a empresa se encontra, é preciso começar a pensar em funções que poderiam ser ocupadas por mulheres no futuro próximo. Assim, quando novas contratações forem necessárias, essas vagas poderão ser criadas já tendo em mente a necessidade de ocupá-las com mulheres.


  1. Desenvolva políticas internas que garantam a permanência de mulheres nas equipes

“Antigamente, era comum escutar afirmações como ‘contratar mulheres é trabalhoso ou custa mais caro, porque elas têm filhos’. Hoje, ainda bem, esse pensamento, além de arcaico, provou-se incorreto. No entanto, é preciso, sim, pensar estratégias para que as mulheres possam desempenhar suas funções com tranquilidade”, detalha Michaela. Essas políticas internas podem incluir, por exemplo, auxílio-creche, horários para amamentação e flexibilidade de horários para quando as crianças estiverem doentes, por exemplo. Outra forma de ser uma empresa responsável, nesse sentido, é permitir que os homens que têm filhos também disponham dessa flexibilidade, como forma de contribuir para que suas companheiras também possam manter seus empregos.


  1. Ofereça treinamentos

A falta de oportunidade para assumir novas responsabilidades e desafios dentro da organização pode ser o único obstáculo para que as mulheres da equipe alcancem novos horizontes. Por isso, é fundamental promover internamente ou oferecer benefícios em forma de mensalidades e descontos em cursos de capacitação e desenvolvimento. Atualmente, essa prática é considerada um diferencial na hora de contratar e reter talentos, ajudando a atrair profissionais dedicados e interessados em evoluir.


  1. Atenção à igualdade salarial

De nada adianta, entretanto, atrair e manter boas profissionais, se a política salarial da organização não for também voltada à equidade. Na prática, isso significa que pessoas que desempenham a mesma função, independentemente do gênero, precisam receber o mesmo valor. “Esse é o tipo de ponto inegociável quando o assunto é equidade. Não existe um motivo plausível para que homens ganhem mais que mulheres que exercem o mesmo cargo e/ou as mesmas atividades”, ressalta a especialista.


  1. Mulheres na liderança

Por fim, além de ter um quadro equilibrado, do ponto de vista do gênero, também é preciso assegurar-se de que essas mulheres tenham acesso a posições de liderança e estratégicas dentro da organização. Não basta trazê-las para dentro da equipe, se elas não puderem alçar voos mais altos ou ter perspectivas de crescimento dentro da própria organização que as contratou. “Ter mulheres na liderança é imprescindível não apenas como forma de reconhecer e valorizar o trabalho delas, mas também para inspirar outras mulheres”, finaliza Michaela

 

 Tecnobank


Locações crescem 58% e venda de imóvel usado tem alta de 10% com preço menor em São Paulo

Pesquisa CreciSP

Cidade de São Paulo

Fevereiro de 2023

Imóveis residenciais usados

Venda e Locação

 

Destaques:

- 52% dos novos inquilinos de Fevereiro vão pagar aluguel de até R$ 1,5 mil

- preços dos aluguéis novos aumentaram 0,85% em média sobre Janeiro

- pesquisa com 247 imobiliárias registrou queda de 3,4% nos preços dos usados

- presidente do CreciSP critica proposta de excluir imóvel usado de compulsório   

            As vendas de imóveis usados e a locação de residências tiveram em Fevereiro o segundo mês de alta na cidade de São Paulo. Pesquisa feita com 247 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) apurou aumento de 10,8% nas vendas e de 58,18% nas locações em comparação com Janeiro. Nesse primeiro mês do ano, as vendas cresceram 12,89% e as locações 21,35% frente a Dezembro.

            Os imóveis usados mais vendidos em Janeiro na Capital foram os de preços até R$ 800 mil, com 65,17% do total. Por faixas de preços de metro quadrado, 61,8% estão enquadrados nas de até R$ 8 mil o m2. Os preços médios das casas e apartamentos vendidos caíram em média 3,4% na comparação de Fevereiro com Janeiro.

            Na locação, 52,25% das casas e apartamentos foram alugados por até R$ 1.500,00 mensais, com os preços apresentando queda de 0,85% em relação a Janeiro.

            Foram vendidos mais apartamentos (56,18%) do que casas (43,82%) e alugadas mais casas (50,35%) que apartamentos (49,65%).

Os descontos concedidos sobre os preços originais dos aluguéis variaram de 11,67% para os imóveis situados em bairros da Zona D, como Casa Verde e Sacomã, a 5,21% para os da Zona E, que agrupa bairros como Parelheiros e Cangaíba.

            Sobre os preços de venda anunciados, os proprietários concederam descontos médios sobre os valores que inicialmente pediram de 13,93% para os imóveis localizados também na Zona D e de 3% para aqueles que estão em bairros da Zona B, como Pompéia e Sumaré.


                                         Venda sem financiamento

            “Com o crédito mais caro e mais difícil de conseguir, a saída para a maioria das famílias é o aluguel”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, ao justificar o crescimento das locações nesse primeiro bimestre do ano.

            Sobre as vendas de imóveis usados, ele observa que o mercado “vive uma distorção” devido à prevalência de outros meios aquisitivos sobre os financiamentos bancários. Em Fevereiro, conforme a pesquisa CreciSP, 60,67% das vendas foram feitas à vista, 2,25% em parcelas pagas aos proprietários e 37,08% por meio de empréstimos de bancos públicos e privados.

            Em Janeiro, as vendas à vista somaram 52,5%, as feitas por crédito de consórcios imobiliários 1,25% e as realizadas por financiamento, 46,25%.

            “Vendas à vista em níveis como esses representam uma distorção comprometedora dos fundamentos do mercado imobiliário, que tem sua sustentação baseada no financiamento exatamente por se tratar de um bem caro e que demanda pagamento em prazos longos”, critica Viana Neto.

            Ele rejeita com veemência, por isso, a sugestão feita por representantes de entidades do setor de exclusão dos imóveis usados de um pretendido aumento dos recursos para financiamento que se obteria com a redução de 5% dos depósitos compulsórios retidos pelos bancos. A sugestão feita ao Banco Central criaria um funding (recurso) para os bancos manterem o mesmo volume de financiamento de 2022, o que deixaria de pressionar os juros.

“Não podemos aceitar que os imóveis usados sejam deixados de fora dos financiamentos sob o argumento de que é nos novos que estaria a geração de empregos que movimentaria a Economia”, afirma Viana Neto. “Essa é uma visão míope, distorcida da realidade, pois ignora o fato de que milhares de famílias precisam do financiamento para vender seu imóvel usado e comprar um novo, fazendo assim girar a roda de todo o sistema habitacional e não apenas de um segmento que quer absolutizar o crédito para si”, ressalta.

Deixar os imóveis usados de fora do crédito bancário, adverte Viana Neto, “é alijar da possibilidade de acesso à casa própria outras milhares de famílias que anseiam comprar uma casa ou apartamento usados porque são mais baratos que os similares novos, acessíveis a seus padrões de renda, e ainda contam com mais espaço e, em muitos, casos, melhor localização”.


                   Vendas maiores na Zona A,  que reúne bairros mais caros  

            A Zona A foi onde mais se venderam imóveis usados em Fevereiro na Capital, 25,82% do total segundo a pesquisa CreciSP. Ela agrupa os bairros de maiores preços médios da cidade, como os Jardins, Campo Belo e Higienópolis.

            O segundo lugar em volume de vendas coube aos bairros da Zona D (20,23%), seguidos pelos da Zona C (19,08%), Zona B (17,99%) e Zona E (16,87%).

            Têm padrão construtivo médio 76% das casas e apartamentos vendidos pelas 247 imobiliárias pesquisadas, 16% são do padrão standard e 8% do padrão luxo.

            Imóveis com três dormitórios predominaram sobre os demais tipos entre os que foram vendidos nas Zonas A (14,61% do total), B (12,36%) e C (10,11%). Os de dois dormitórios foram maioria nas Zonas D (13,48%) e E (13,48%).

       

  Bairros da Zona C lideram locação de residências  

            A maioria dos imóveis alugados na Capital em Janeiro (56,05%) está em bairros da Zona C, como Cambuci, Ipiranga e Jabaquara. Na sequência vêm a Zona D (17,62% das locações), a E (12,51%), a B (9,11%) e a A (4,71%).

            Foi na Zona C que a pesquisa CreciSP encontrou o apartamento mais barato alugado em Fevereiro – R$ 600,00 por quitinetes. O aluguel mais caro de apartamentos foi dos com três dormitórios na Zona A, R$ 4.000,77 em média.

            Casas de dois cômodos na Zona D foram os imóveis com aluguel mais barato em Janeiro, alugados por R$ 465,38 em média. Os mais caros também foram casas – R$ 4.272,22 por residências de três dormitórios na Zona B.

            Os novos inquilinos alugaram seus imóveis oferecendo como garantia de pagamento do aluguel o seguro de fiança (32,83%), o depósito de três aluguéis (30,43%), o fiador (21,22%), a caução de imóveis (2,6%) e a cessão fiduciária (1,8%).

            Nas 247 imobiliárias pesquisadas, estavam inadimplentes em Fevereiro 4,28% dos inquilinos, percentual 3,63% superior aos 4,13% que estavam devedores em Janeiro.    

            As imobiliárias também relataram que o volume de imóveis devolvidos por inquilinos em Fevereiro equivaleu a 57,66% do total alugado, sendo 34,2% por motivos financeiros e 65,8% por outras razões, como mudança de imóvel. Esse percentual de devoluções foi 40,74% menor que o apurado em Janeiro, quando representaram 97,3% das novas locações.


A (quase) falência do SVB e o potencial em criar uma crise financeira global

Muitos de nós certamente se lembram da crise financeira de 2008, desencadeada por – dentre vários motivos – uma bolha no setor imobiliário dos Estados Unidos. Grandes bancos faliram, e o governo estadunidense foi forçado a intervir. Dentre essas grandes instituições, o maior banco de investimentos do país, o Lehman Brothers, fundado em 1847 e que contava com 25 mil funcionários, faliu. Da mesma forma, o Washington Mutual, um banco de poupança e empréstimos sediado em Seattle, encerrou suas atividades e o governo dos EUA o vendeu para o JPMorgan Chase.

Com sede na Califórnia, o IndyMac foi fechado pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) em julho de 2008 e vendido para um grupo de investidores; enquanto o quarto maior banco dos EUA à época, o Wachovia, foi adquirido pelo Wells Fargo em outubro do mesmo ano. Ao caso do colapso do sistema bancário 15 anos atrás, seguiram-se aumentos expressivos nos índices de desemprego, empobrecimento de famílias e milhares de pessoas sendo despejadas não só nos Estados Unidos mas no mundo todo. Tudo isso faz com que as imagens e lembranças daquela crise sejam realmente assustadoras.

Agora, o fantasma de 2008 volta a rondar o mundo, mas com outro nome: Silicon Valley Bank, o SVB. Trata-se de um banco fundado em 1983 por Bill Biggerstaff e Robert Medearis e com sede em Santa Clara, na Califórnia. Desde o início, a estratégia focou-se em capital de risco, seja de empresas financiadas por esse tipo de capital ou por investidores e serviços financeiros. A oferta inicial de ações do banco ocorreu em 1988, e, desde a década de 1990, o SVB atendeu uma variedade de grandes empresas, como a Cisco Systems, e startups como o Airbnb, o Twillio ou mesmo o Zoom Video Communications.

No dia 9 de março, as ações do SVB caíram mais de 62% após a proposta da empresa em vender ações para reforçar seu balanço patrimonial. A isso seguiu-se uma corrida dos correntistas ao banco para sacar os valores depositados ali. O Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia alegou risco de insolvência e, no domingo, 12 de março, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou medidas emergenciais para evitar a falência do banco.

O Silicon Valley Bank possui operações em países como Canadá, China, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Israel, Suécia e Reino Unido; e se beneficiou tanto do crescimento do setor de tecnologia na Califórnia e nos EUA nos últimos anos quanto dos empréstimos a juros baixos até meados da pandemia. Entre 2019 e 2022, os ativos do SVB saíram de US$ 71 bilhões para US$ 220 bilhões.

A falência de uma instituição financeira é algo extremamente arriscado não só para a economia de um país como também, dependendo do caso, para a economia de todo o planeta. Primeiramente, pelo papel crítico dos bancos no sistema financeiro: ao armazenar e gerenciar recursos, fornecer empréstimos e financiamentos. Segundo, pela série de efeitos negativos que uma falência bancária pode causar: desde a perda de confiança dos consumidores no sistema financeiro até o efeito dominó. Nesse último caso, trata-se de uma reação em cadeia em que outras empresas e instituições financeiras que possuem relação com o banco em processo falimentar podem tornar-se incapazes de honrar as próprias dívidas. Por fim, a falência de um banco reduz o fornecimento de crédito. Para os EUA, neste exato momento, isso também é muito preocupante: o país está em franca disputa tecnológica e comercial com a China, e a redução na sua capacidade de gerar inovações pode ter severos efeitos geopolíticos.

Embora as diferenças entre o que ocorre agora com o SVB e a crise financeira de 2008 sejam bastante grandes – em especial pois, àquela época, as instituições financeiras possuíam inúmeros ativos sem lastro –, o receio do contágio de uma crise financeira permanece. Estima-se que os ativos do SVB estejam na casa de US$ 209 bilhões. Era o que faltava: após uma pandemia e uma guerra, uma crise financeira.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray


3 passos para transformar uma produção artesanal em um negócio lucrativo

Imagem: eduK
Especialista aponta 3 passos para deixar a gestão do negócio mais fácil, dinâmica


Quem já se lançou no mundo do empreendedorismo quebrou muito a cabeça tentando melhorar e otimizar a gestão e a parte financeira do seu negócio. No Brasil, 99% de todas as empresas são micro e pequenas, incluindo os microempreendedores individuais (MEI). Ao todo, são cerca de 20 milhões de empresas, sendo 14 milhões de MEIs. O segredo para aumentar a sua capacidade de lucro é ter controle de todas as etapas de sua produção e saber precificar o seu produto, destaca a especialista parceira da eduK, Vanessa Longo. 

Com base nesses conceitos, ela e o sócio Rafael Longo criaram a plataforma Calcularte, um sistema para precificação e gestão de negócios artesanais. O objetivo é otimizar recursos e fazer seu negócio de confeitaria, artesanato ou beleza decolar. Segundo Vanessa, há 3 passos fundamentais para fazer de uma produção um negócio lucrativo. A eduK fez uma parceria com a empresa Calcularte, e lançou um curso sobre o tema. 


Passo 1: Entenda que você tem um negócio, e suas preocupações precisam ir além da produção. Mesmo que você trabalhe em um cantinho de casa, compreenda que você tem um negócio e precisa cuidar dele. Ou seja, é necessário ter gestão e controle financeiro, criar e executar ações de marketing, e não só produzir e vender. Se você não olhar para essas outras áreas, você não terá um retorno financeiro. 


Passo 2: Tenha um controle financeiro. Uma ferramenta é o fluxo de caixa. Você precisa saber controlar todas as despesas que tem para produzir e vender. Para ter uma noção se está gastando muito com algum insumo, para controlar pagamentos e valores a receber. Muitas vezes, você vende parcelado e se perde no momento da cobrança, tomando um prejuízo. 

Dentro deste controle de despesas, é importante que a pessoa, mesmo que trabalhe em casa, considere despesas da casa que também são usadas no negócio, como internet, energia, água e gás. “Muita gente deixa de lado essas despesas, mas se provavelmente fizesse só uso pessoal, elas iriam ser mais baixas, e isso, no final, impacta no seu lucro”, observou Vanessa.
 

Passo 3: Precifique seu produto. E tenha em mente os 6 pontos necessários. Para formar o seu preço, você precisa considerar: material usado, mão-de-obra (que compõem o seu salário), lucro (que você irá reinvestir no seu negócio), impostos (caso tenha um CNPJ), custos com meios de venda (taxas de marketplaces, comissão, tarifa da máquina do cartão de crédito) e despesas do negócio. 

Essas são as bases de um negócio. É lógico que é importante ter um bom atendimento, uma boa divulgação, escolher onde vender, testando os melhores canais de venda. Mas se você só tiver uma boa técnica, o seu negócio não se sustenta. Por isso, outra dica importante é saber gerenciar o seu tempo entre estas etapas. E organizar o dia entre produzir, gerenciar e divulgar o seu produto.
 


Vanessa Longo já usou muito a eduK para aprender técnicas e inovar no negócio de papelaria que tinha até 2017. A ideia da Calcularte surgiu pela necessidade de precificar corretamente e de fazer a administração do negócio de forma mais otimizada e organizada, pois na época não existia nenhum sistema de gestão focado em negócios artesanais.

eduK


Especialista do Senac ensina como se tornar DJ

Tocar, mixar e fazer um set list de músicas para animar a festa dos amigos, as pistas das principais casas noturnas ou agitar uma multidão nos grandes festivais é a arte do DJ (disc jóquei), atividade que pode ser encarada como hobby ou carreira cobiçada.

A regulamentação da profissão de DJ ainda está em tramitação no governo federal, mas os profissionais do toca-discos têm amplo mercado de trabalho e poderão comandar as cabines de som em casas noturnas, bares, casamentos, aniversários e eventos corporativos. Além disso, poderão atuar em empresas especializadas em trilhas sonoras e com curadoria musical para lojas, academias e até em desfiles de moda.

“Para se tornar um DJ, o primeiro passo é fazer um curso específico para adquirir o conhecimento básico em áudio, equipamentos de discotecagem, mídias (vinil, CD, MP3) e o princípio básico de percepção musical, o ritmo, diz Paulo Agulhari, DJ e docente da Oficina de DJ e do curso de Disc Jóquei (DJ) do Senac São Paulo, que dá dicas para ativar o DJ que existe em você. 

  • O DJ deve gostar e frequentar festas e eventos, ser uma pessoa carismática para lidar com o público, construir um bom relacionamento e repertório que surpreenda o público.
  • O profissional deve ser versátil e nunca se prender somente aos hits do momento. É imprescindível pesquisar as novidades e tendências musicais e manter um acervo pessoal.
  • Defina o estilo e a área de atuação. Atualmente existem DJs ‘open format’, profissionais que tocam todos os estilos e agradam em diferentes eventos. Porém, em sua maioria, os DJs se especializam nos gêneros musicais que tenham afinidade.
  • Capriche na montagem do set list e conte uma história musical, com começo, meio e fim. Comece com músicas dançantes, mas contidas, para que as pessoas possam se ambientar. Quando a pista estiver enchendo e ‘esquentando’, é a hora de tocar os grandes hits.
  • Invista no visual, moda e música caminham juntos. Ter um visual bacana faz parte da apresentação pessoal. Além disso, é muito importante estar presente e compartilhar vídeos das discotecagens nas redes sociais.

Serasa Experian, em parceria inédita com a Gerando Falcões, vai oferecer bolsas de estudo 100% gratuitas para jovens de favela ingressarem na área de Tecnologia

800 jovens selecionados receberão formação completa em TI e Dados e terão apoio para inserção no mercado de trabalho. A primeira etapa do programa acontece na cidade de São Paulo (zona sul) e São Carlos. As inscrições vão até o dia 18 de abril

 

A Serasa Experian, em parceria inédita com a Gerando Falcões, ONG que tem a missão de transformar a pobreza da favela antes de Marte ser colonizado, vai oferecer, até o final de 2023, mais de 800 bolsas de estudos 100% gratuitas para jovens de baixa renda de todo o Brasil que queiram ingressar no mercado de tecnologia e dados. As inscrições começam hoje, dia 27 de março, e as vagas são destinadas exclusivamente para jovens residentes em favelas e que estejam cursando ou completado o Ensino Médio em instituição pública ou em particular sendo bolsista. 

Na etapa 1 do programa, serão 200 bolsas de ensino destinadas a jovens de 18 a 23 anos da zona sul de São Paulo e de São Carlos/SP. Os interessados poderão se inscrever pelo site www.serasaexperian.com.br/transformese. O programa será presencial, terá a duração de 260 horas e vai abordar informática básica, lógica de programação e programação de sistemas. Além disso, os jovens terão mentoria de carreira com profissionais da Serasa Experian, acompanhamento social e pedagógico personalizado, certificação do Senac ao final do curso e apoio para inserção no mercado. Os alunos terão ajuda de custo de R$ 500 mensais para participação no programa. A iniciativa faz parte do Programa Transforme-se da Serasa Experian, que tem o objetivo de desenvolver pessoas em situação de vulnerabilidade nas áreas de programação e dados, um setor que só cresce e gera oportunidades de emprego. 

As próximas turmas ocorrerão em São Paulo (zona leste), Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Florianópolis. 

O gerente executivo de Sustentabilidade da Serasa Experian, Roger Cruz, comenta que o ingresso no mercado de trabalho é um processo árduo para os jovens, especialmente para aqueles que não tiveram oportunidade de ter formação adequada. “Queremos transformar a vida dos jovens da favela por meio da educação, quebrando barreiras para diminuir a desigualdade. Teremos uma abordagem completa, com conteúdo técnico consistente, desenvolvimento humano e atenção diferenciada para cada indivíduo, garantindo que possam extrair o máximo da oportunidade. Ao final, esses jovens estarão aptos a trabalhar em qualquer empresa ou área de tecnologia.” 

"O mercado de tecnologia tem crescido a cada dia, e uma parceria como essa abre caminhos para que jovens moradores de favela tenham suas habilidades valorizadas e possam expandir a consciência, os colocando na trilha da inclusão produtiva. Fico muito feliz porque sei que centenas de oportunidades e possibilidades estão se abrindo para futuros brilhantes", complementa Edu Lyra, CEO e fundador da Gerando Falcões.

 

Como o Transforme-se vai funcionar?

• Bolsa 100% gratuitas para estudar com a metodologia Senac

• Carga horária: 260 horas, 4 meses de aulas presenciais no período da tarde ou noite

• 800 bolsas para o primeiro módulo em Informática Básica e Lógica de Programação com 60h de duração. Os alunos com maior afinidade com a área serão selecionados para receber uma das 400 bolsas para o segundo módulo em Programação de Sistemas com 200h de duração.

• Mentoria com profissionais da Serasa Experian

• Bolsa-auxílio para estudantes de R$ 500 por mês

• Acompanhamento social e pedagógico individualizado

• Etapa 1: 200 bolsas para as cidades de São Carlos e São Paulo (Zona Sul), inscrições abertas até 20 de abril e início das aulas em maio de 2023.

•  Etapas 2 e 3: 800 bolsas para as cidades de Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo (Zona Leste). Inscrições e aulas no 2º semestre de 2023. 

Para se inscrever, clique aqui

Esta é a quarta edição do programa, que já ofereceu 260 bolsas no total. A primeira edição foi exclusiva para mulheres em todo Brasil, a segunda para jovens de baixa renda de São Carlos e a terceira, focada em pessoas em deficiência e está em andamento. Em menos de 6 meses após o curso, mais de 2/3 dos beneficiados conseguiram emprego na área ou aumento de renda. Estima-se que só no Brasil nos próximos cinco anos, teremos falta de mais de 800 mil de profissionais de TI, “ou seja, as oportunidades de carreira em tecnologia são imensas”, reforça o executivo da Serasa Experian.

 

Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br

 

LGPD: dano moral na ótica dos tribunais

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o simples vazamento de dados cadastrais não é capaz de gerar dano moral indenizável, em recurso da concessionária Eletropaulo. A sentença reforma acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que condenou a empresa a pagar R$ 5 mil a um cliente que teve expostas informações como nome, data de nascimento, endereço e documento de identificação. 

O caso em tela se debruçou sobre dois temas de grande relevância para a aplicação prática da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, ou Lei nº 13.709/2018), no âmbito da responsabilidade civil e na aplicabilidade da legislação pelos tribunais. 

O primeiro tema recai sobre o rol taxativo dos dados pessoais que são considerados sensíveis. Segundo o relator da decisão, o Ministro Francisco Falcão, dados pessoais cadastrais não são acobertados pelo sigilo, e o conhecimento destes dados por terceiros em nada violaria o direito de personalidade do titular. Ele citou como informações sensíveis a origem racial ou étnica, a convicção religiosa e a opinião política, entre outras, estas que estão taxativamente indicadas na LGPD (art. 5º, II, LGPD). 

Ainda neste julgado, o Ministro afirmou nos autos do processo que o dano moral não é presumido. Assim, o titular dos dados deve demonstrar ter ocorrido efetivo prejuízo decorrente daquele vazamento e do acesso por terceiros não autorizados. 

A decisão comentada não inova quanto ao entendimento da aplicação da LGPD nos processos em que os titulares buscam reparação por danos morais. Em 2021, a 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo , ao julgar o recurso de Apelação Cível interposto por titular em face de empresa do ramo imobiliário, reformou a decisão de 1ª instância para julgar improcedente o pedido de indenização por danos morais, outrora fixado em R$ 10 mil, em razão do compartilhamento indevido de dados pessoais, assédio e importunação sofrido pelo titular em contato realizado por outras empresas. 

Nesta ocasião, apesar do titular ter demonstrado em juízo a importunação sofrida, foi reconhecido que “1) "as alegadas ligações, mensagens e e-mails recebidos pelo autor, ainda que de forma reiterada e apesar de causar incômodo, não caracterizam, por si só, violação de intimidade", e "nas circunstâncias apresentadas, elas não ultrapassaram a esfera do mero aborrecimento"; 2) o autor "não sofreu nenhum ônus excepcional, a não ser aquele que todo ser humano tem que aprender a suportar por viver numa sociedade tecnológica, frenética e massificada, sob pena da convivência social ficar insuportável"; e 3) trata-se de "episódio do qual não resultou nenhuma interferência excepcional no comportamento do autor e que não rompeu o seu equilíbrio psicológico". 

Vale destacar que neste caso foram enfrentados outros requisitos para deflagração do dano moral, o Tribunal entendeu que as provas trazidas aos autos pelo titular não seriam seguras para comprovar que o compartilhamento indevido dos dados pessoais se deu por meio da empresa ré, ausente, portanto, o nexo de causalidade. 

Em outra decisão semelhante em 2019 , apesar do titular ter sido vítima de fraude decorrente do acesso indevido de seus dados pessoais por terceiros, no âmbito do contrato com empresa do ramo de recuperação de crédito, a indenização por danos morais lhe foi negada, sob o argumento:  “não restaram caracterizados os danos morais, já que a parte autora não comprovou que tivesse tido abalo em algum dos atributos da sua personalidade, em função da situação vivenciada, tratando-se de mero aborrecimento, o que não é capaz de gerar dano moral indenizável, salvo em situações excepcionais"; e 2) "não há possibilidade de condenação em danos morais com pura finalidade punitiva, isso porque os danos morais têm cunho compensatório, não havendo lei que ampare punição patrimonial por danos morais”. 

Diante da jurisprudência que vem se formando, está cada vez mais distante a possibilidade dos tribunais superiores considerarem pela ocorrência do dano moral presumido em virtude da violação de direitos de privacidade e proteção de dados pessoais. Entretanto, a questão não está pacificada e “cada caso é um caso”. A LGPD engloba diversas atividades de tratamento de dados, categorias de titulares, de dados pessoais, de direitos dos titulares e obrigações dos agentes de tratamento que, se não observados com cautela, podem levar a cabo situações excepcionais que extrapolam o mero aborrecimento e podem gerar dano moral indenizável. 

É de salutar importância que estes entendimentos recentes dos tribunais não sejam encarados como um ponto flexibilizador da legislação, embora, representem, para o titular de dados, maior cautela ao buscar a tutela jurisdicional no tocante a indenização por danos morais, visto que será o principal responsável pela demonstração da prática do ilícito, o dano de ordem moral (aqueles que ferem o interior da pessoa, seu psicológico, bem como os direitos da personalidade, como o nome, a honra e a intimidade) e a relação direta entre o ato ilícito praticado pelo agente de tratamento e o dano (nexo de causalidade). 

Além da responsabilização no processo civil, os agentes de tratamento também estão sujeitos ao processo fiscalizador e administrativo sancionador no âmbito da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). 

A instauração e o deslinde do processo sancionador, que resultar na prova cabal de que houve um incidente de privacidade e/ou de segurança, independente da pena imposta, pode servir ao titular de dados para comprovação, em juízo, da prática do ilícito pela empresa. 

Além disso, o titular de dados poderá arguir a inversão do ônus da prova em seu favor a fim de demonstrar o nexo de causalidade entre o vazamento de seus dados, por exemplo, com o dano patrimonial ou moral efetivamente causado, se, no caso concreto, vislumbrar os seguintes requisitos: for verossímil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessivamente onerosa (art. 42, §2º, LGPD). 

O posicionamento dos tribunais está caminhando no sentido de se firmar o entendimento da não presunção do dano moral (“in re ipsa” ), quando decorrente de um incidente de privacidade ou de segurança de dados que expor a terceiros não autorizados, as informações pessoais dos titulares. O que não deve afastar a responsabilidade patrimonial dos agentes de tratamento, ou ainda, dos processos de fiscalização e administrativo sancionador decorrente deste mesmo incidente. No entanto, entendemos que a questão ainda é incipiente e carece de decisões judiciais que apreciem outras situações de violação da LGPD, tais como incidentes em atividades de tratamento de dados sensíveis e de crianças e adolescentes, negativa dos direitos dos titulares, transferências internacionais e outros aspectos relevantes que podem superar o mero dissabor sofrido pelo titular.

 

Lucas Anjos - advogado e Data Protection Officer (DPO), pós-graduando em Compliance, Auditoria e Controladoria pela PUC-RS, associado ao escritório Cerveira, Bloch, Goettems, Hansen & Longo Advogados Associados, atuante no consultivo empresarial, cível, consumidor e líder de projetos de adequação de empresas à LGPD

 

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