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sábado, 28 de janeiro de 2023

Brincadeiras em família fortalecem laços afetivos

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Atividades feitas entre pais e filhos ajudam na construção da segurança e autoestima nas crianças 

 

A atividade física e as brincadeiras longe das telas são hábitos importantes, que devem ser ensinados e cultivados desde cedo, pois elas promovem a saúde física e mental, ajudam a prevenir doenças, contribuem para o crescimento saudável dos músculos e dos ossos, estimulam a coordenação motora e ajudam a melhorar o equilíbrio. 

“O mundo de hoje está muito sedentário para as crianças. A modernidade - no que diz respeito à tecnologia, aos jogos de computador e celulares – está presente nas rotinas diárias e faz com que a gente tenha pouco tempo ao ar livre ou pratique poucas atividades e brincadeiras juntos com os pais. Para algumas famílias, o exercício físico e as recreações ficam restritos apenas à escola”, explica José Eduardo Segala, professor de Educação Física do Centro Universitário Integrado, instituição de ensino superior que oferecerá o curso de forma semipresencial a partir de 2023.

  

Prática da atividade física em família gera mais proximidade e afetividade entre pais e filhos

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Prática em família

Quando praticadas entre pais e filhos, as atividades reforçam os laços familiares, ajudam na manutenção do condicionamento físico de adultos e crianças e auxiliam no desenvolvimento mental dos pequenos. 

“Os exercícios ajudam as crianças a gastarem energia. Isso melhora a qualidade do sono e a concentração no dia seguinte. Quando recebem a atenção dos pais, o lado emocional e afetivo das crianças melhora e elas sentem mais segurança, autoconfiança e autoestima. Isso é fundamental para os pequenos”, destaca Segala.

Pensando nessa proximidade e convívio saudável, o professor de Educação Física sugere algumas atividades para serem feitas em família. 

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1. Jogos com bola (futebol, vôlei, basquete, entre outros). A prática do esporte auxilia no aumento da capacidade cardiorrespiratória e potência aeróbica. O esporte também fortalece a musculatura, especificamente da coluna e das pernas.

 

2. Amarelinha, pega-pega e esconde-esconde. Ajuda no equilíbrio, no controle e no ritmo corporal. A brincadeira ajuda na saúde cerebral e no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Ao mesmo tempo, exige concentração e autocontrole na hora de pegar a pedrinha.

 

3. Caminhar, correr, pedalar e subir escadas. Essas atividades ajudam a regular os níveis de colesterol no corpo. Elas agem tanto na diminuição na produção de gorduras ruins ao organismo - que têm mais facilidade de se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e por isso causam derrames e infartos – quanto no aumento na produção de HDL, mais conhecido como colesterol bom.

 

4. Natação. Ajuda a melhorar a postura e a coordenação motora, promove a socialização e auxilia no controle do peso corporal. Também fortalece a musculatura e contribui com a flexibilidade do corpo.

 

5. Andar de bicicleta. Além da diversão, o exercício ajuda no emagrecimento e nas articulações, melhora o tônus muscular, gera sensação de bem-estar, aumenta o fôlego, reduz o colesterol e auxilia na pressão arterial.

 

6. Dançar. O exercício estimula o cérebro e a memória, ajuda no combate à depressão, melhora a postura, tonifica os músculos, favorece a perda de calorias, ajuda no condicionamento físico, aumenta o fluxo sanguíneo e melhora a saúde do sistema cardiovascular.

 

7. Passear com os animais de estimação. O passeio com os bichinhos é um bom exercício para você e para ele, pois ajuda a manter o peso adequado e ajuda a evitar a obesidade para ambos. O exercício dessa caminhada vai deixar o pet mais calmo, menos agressivo e o dono mais tranquilo.

 

8. Cuidar do quintal. Cuidar do jardim e nutrir plantas aumenta o nível de bem-estar. Também contribui para a boa forma, pois a jardinagem também é um tipo de exercício físico. Atividades como capinar, cavar, cortar grama e remover ervas daninhas queimam cerca de 650 calorias e ajudam na qualidade do sono.

 

“Para todas essas atividades é fundamental usar o protetor solar, ingerir bastante água e ficar sempre de olho nas crianças. Existem diversas ações que a família pode fazer em conjunto e isso, além de reforçar os laços afetivos, vai trazer experiências motoras e sensoriais aos pequenos”, destaca o professor do Integrado, José Eduardo Segala. 

Além disso, o professor enfatiza que a prática dessas atividades na família ajuda a construir a base do pensamento cognitivo – que é a capacidade de adquirir conhecimento e desenvolver emoções, tendo como base o raciocínio, a linguagem e a memória, a tomada de decisões dentre outros.


Como pais e filhos podem encarar o retorno à escola de forma mais natural e tranquila?

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Especialista dá dicas para que as crianças se sintam mais seguras nesta etapa do ano 

 

As férias de verão chegaram ao fim e é hora das crianças voltarem para a escola. Para os que retornam a uma instituição que já frequentavam, o processo da volta costuma ser mais simples. Mas, para as crianças - e seus pais - que estão iniciando o ano letivo em uma nova escola, ou indo para a escola pela primeira vez, é normal que haja um certo nervosismo e ansiedade. Os pequenos estão vivendo a expectativa de conhecer um lugar novo, com novos amigos e professores, e os pais, por sua vez, anseiam por uma adaptação rápida e tranquila. Mas, a questão é: como conseguir isso da melhor maneira possível?

“O ideal é conversar bastante com a criança sobre a nova escola e inseri-la nos preparativos, como separar o uniforme, a mochila e os materiais que serão usados por ela. Transmitir segurança, alegria e, principalmente, interesse sobre a nova escola é fundamental para que todo o processo aconteça de forma harmoniosa”, explica o psicopedagogo e especialista em educação infantil, Junior Cadima.

O momento de adaptação escolar envolve o conhecimento de um novo ambiente em que a criança vai, aos poucos, situar-se. Neste período, que pode durar de poucos dias até um mês (em média, dependendo do perfil do aluno), é comum que a criança tenha crises de choro ao chegar à escola ou perca a motivação e não queira nem ir, principalmente quando a própria família demonstra insegurança ao deixá-la no local. Para o especialista, o recomendado é ter bastante calma e paciência e compreender as mudanças bruscas de comportamento, buscando entender o que está acontecendo e acolher o que a criança está sentindo.

“Se até nós, adultos, sentimos desconforto e estranheza em um primeiro dia de trabalho, evento ou viagem para um lugar desconhecido, imagine as crianças. Para elas, lidar com as emoções da adaptação escolar e com as mudanças, certamente, é desafiador”, reforça o professor.

Pensando em tornar o processo de adaptação escolar mais leve, Junior Cadima separou algumas dicas simples que podem ser adotadas pelos responsáveis:

1) Entender quais são as inseguranças: o que está resultando na dificuldade de adaptação da criança?

 

2) Trocar experiências com outros pais e responsáveis: é importante conversar para entender como eles têm vivenciado esse processo.

 

3) Aproximar-se dos professores da escola: caso seja necessário, pedir ajuda aos professores é fundamental, e eles estão ali para ajudar.

 

4) Conversar com a criança: mesmo que ela não consiga explicar ou externalizar com clareza aquilo que está sentindo, mostrar que você está ali para ajudá-la é essencial para construir confiança. 

 

Na Base Nacional Comum Curricular - documento normativo que estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os alunos desenvolvam ao longo da escolaridade básica - é possível encontrar orientações sobre a fase de adaptação escolar. “O período de adaptação é fundamental para a aprendizagem e o desenvolvimento. Dessa adaptação, dependem a consolidação de uma relação de confiança, num ambiente seguro e acolhedor, e a construção das condições adequadas para que os bebês possam interagir e explorar o ambiente com autonomia” (BNCC, 2018).

A paciência e o diálogo são as palavras-chave para uma adaptação escolar bem sucedida. “Explique para a criança o motivo da mudança de uma forma com que ela possa compreender a necessidade e como isso pode ser positivo para ela. Além disso, demonstre companheirismo, dando força nesse momento delicado para ela”, finaliza o especialista.


Metas de começo de ano: ambientes podem ajudar ou até atrapalhar de tirá-las do papel

Crédito da imagem: Canva
Arquitetas especialistas em “neuroarquitetura” dão dicas de como ter uma casa mais convidativa ao diálogo, alimentação saudável e prática de atividades físicas

 

Comer melhor, praticar exercícios, conversar mais com seus parentes e amigos; o começo do ano chega com o desejo de mudança. Com a retomada das atividades, é comum que as pessoas desejem tirar do papel todas aqueles desejos trazidos do ano anterior, e postergadas de tempo em tempo. Mas, você sabia que os ambientes físicos podem interferir nos hábitos que as pessoas exercem no dia a dia? 

Conforme as arquitetas Gabi Sartori e Priscilla Bencke, fundadoras da NEUROARQ® Academy, os ambientes físicos são uma ferramenta que influencia na execução de diversos hábitos diários, sejam eles benéficos ou não. Isso pode acontecer desde uma pequena escala; como uma casa que pode interferir no comportamento de seus habitantes, de acordo com a disposição dos móveis e cômodos, bem como o uso de aromas, sons, diferentes tipos de iluminação, entre outras variáveis, até em escala macro; com as cidades influenciando na forma como as pessoas vivem nela. 

As profissionais são especialistas em “neuroarquitetura” -- disciplina que utiliza diversas áreas relacionadas ao comportamento humano para criar ambientes agradáveis e que cumpram objetivos específicos, como promover concentração, relaxamento, bem-estar, pertencimento, foco, entre outros --, nascida da junção da neurociência, campo científico que estuda o sistema nervoso, com a arquitetura. 

“A pessoa que vive em um lar que possui o mobiliário da sala de estar todo direcionado para a televisão, por exemplo, muito provavelmente vai ficar sentado vendo TV e se comunicando menos com os demais indivíduos que ocupam aquele ambiente. Quando a gente entende que a organização dos espaços e os elementos que o compõem favorecem determinadas atividades, podemos nos propor a mudá-las”, explica Priscilla. 

Segundo Gabi, nestes casos, pessoas que desejam ter mais interação familiar podem pensar em um mobiliário que seja redirecionado a outros campos de visão além da TV, ou poltronas que estejam posicionadas lado a lado ou frente a frente, incentivando o diálogo. 

Confira mais dicas das especialistas de como tornar sua casa o lugar ideal para tirar do papel as resoluções que há muito tempo têm sido postergadas!

 

Veja os ambientes como ferramentas comportamentais 

Conforme as especialistas, quando aplicada à arquitetura, a neurociência pode nos ajudar a melhorar alguns hábitos que possam incomodar, mas que com a correria diária são sequer percebidos. “No momento em que eu me dou conta de que os espaços que eu ocupo estão interferindo nos meus hábitos, é possível pensar estratégias de torná-los uma ferramenta para a criação de comportamentos mais saudáveis”, orienta Priscilla. 

Segundo Gabi, a estratégia é válida para todos os cômodos de uma casa; passando dos espaços de convivência; incentivando o diálogo, aos quartos promovendo um sono reparador, ou escritórios e home office; trazendo mais concentração ao trabalho.

 

Composição da cozinha vs. alimentação 

Você sabia que a ambientação da cozinha também pode influenciar na forma como as pessoas se alimentam? De acordo com as especialistas, a disposição do cômodo pode interferir diretamente na alimentação, já que cozinhas muito fechadas, afastadas de outros cômodos ou que a pessoa fique muito tempo sozinha, podem induzir que a pessoa cozinhe rapidamente, optando por alimentos menos saudáveis. 

Por outro lado, aquelas mais abertas e integradas podem incentivar uma alimentação mais saudável e feita com calma. A disposição dos alimentos também é algo crucial. Quando o objetivo dos pais é fazer com que os filhos comam mais frutas, é importante que elas estejam sempre à mostra, seja em cima de mesas ou em móveis dedicados, porém sempre expostos.

 

“Esse ano eu vou malhar!” 

Essa é uma das principais metas de início de ano, e poucas pessoas sabem que a disposição dos cômodos também pode motivar ou desmotivar na realização das atividades físicas. 

Conforme as especialistas, quando o objetivo das pessoas é caminhar mais, assim que chegam do trabalho, é importante que ao chegar em casa elas tenham um espaço logo na entrada para trocar de roupa, colocar um calçado confortável e sair para caminhar. 

“O mesmo ocorre quando vamos meditar, temos que ter um lugar dedicado”, orienta Priscilla. “Se, toda vez que a pessoa for fazer sua meditação, a pessoa tiver que pensar em um ambiente confortável, com menos ruído e iluminação adequada, ela perderá a vontade.” 

Nestes casos, o ideal é sempre ter um ambiente: um canto da casa que seja dedicado para sua meditação, nem que seja um cantinho silencioso, com uma iluminação natural e uma aromatização que incentive esse relaxamento.

 

Benefícios para além das casas 

Segundo as especialistas, essas ideias simples de serem postas em prática no dia a dia podem ser utilizadas, inclusive em ambientes comerciais ou grandes empreendimentos. 

As arquitetas explicam que condomínios que desejam utilizar na própria divulgação de marketing o fato de incluir dentro de suas dependências áreas de esporte, ciclovias, parques e áreas preservadas com vegetação, podem destacar os benefícios de o quanto os moradores estarão motivados a desenvolver hábitos mais saudáveis morando naquele lugar. 

“Pessoas que vivem em bairros próximos a ciclovias ou parques, provavelmente terão mais vontade de caminhar ou andar de bicicleta do que uma pessoa que vive em uma área sem contato com a natureza”, finaliza Priscilla. 

 

Gabriela Sartori - arquiteta e urbanista, certificada em Neuroscience and Architecture, Design and Urbanism (Newschool, EUA), membro da ACE (ANFA Center Education) - Latin America 2020/21, Instrutora em NeuroDesign no DigitalFUTURES WORLD 2020 - ARCHITECTS UNITE 10th Summer (Tongji University - Xangai/China). É graduada em Comunicação Social e pós-graduada em Arquitetura Comercial pelo Senac, palestrante e consultora de Neurociência e Arquitetura com diversas publicações sobre o tema na mídia. Além disso, Gabriela possui experiência profissional em projetos cenográficos e arquitetônicos, a frente do escritório Sartori Design em São Paulo/SP.


Priscilla Bencke - arquiteta e urbanista, certificada em Neuroscience and Architecture, Design and Urbanism (Newschool, EUA), membro da ACE (ANFA Center Education) - Latin America 2020/21, Instrutora em NeuroDesign no DigitalFUTURES WORLD 2020 - ARCHITECTS UNITE 10th Summer (Tongji University - Xangai/China). É Especialista em Projetos para Ambientes de Trabalho (Gepr. ArbeitsplatzExpertin/ Gepr. BüroEinrichterin), É Especialista em Projetos para Ambientes de Trabalho (Gepr. ArbeitsplatzExpertin/ Gepr. BüroEinrichterin), Consultora internacional de Qualidade em Escritórios (Quality Office Consultant), Pós-graduada em Arquitetura de Interiores e pós-graduada em Neurociências e Comportamento. Além disso, Priscilla é Fundadora da QUALIDADE CORPORATIVA Smart Workplaces®️. Palestrante e Consultora de Neurociência e Arquitetura com diversas publicações.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Pernas e pés inchados? Veja 5 dicas para melhorar a circulação sanguínea

Aumentar o consumo de líquidos, praticar atividades físicas e optar por uma alimentação balanceada estão entre as recomendações


O verão tem sido marcado por altas temperaturas e, com a exposição ao sol, o inchaço nas pernas e nos pés pode ser mais comum. Esse sintoma está associado à retenção de líquido, falta de exercícios físicos e, em muitos casos, má circulação sanguínea.

De acordo com o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Dr. Márcio Steinbruch, isso acontece porque o calor tem potencial de dilatar as veias e, consequentemente, causar uma alteração no retorno do sangue das extremidades do organismo, ao coração.

Além disso, o médico também explica que as altas temperaturas podem afetar o funcionamento dos vasos linfáticos, que são responsáveis pela drenagem do excesso de líquido nos tecidos. “Nos membros inferiores, essas estruturas atuam contra a força da gravidade, com auxílio da musculatura da panturrilha. É por isso que quando ficamos muito tempo sem movimentar as pernas, seja sentado ou em pé, dificultamos o retorno venoso e, podemos perceber os membros inferiores inchados”.

No entanto, a boa notícia é que pequenas mudanças de hábitos, especialmente durante o verão, podem ajudar a reduzir o inchaço nas pernas e pés. Confira abaixo as dicas do Dr. Steinbruch.

 

1- Aumente o consumo de líquidos: a hidratação, com água, água de coco e sucos naturais, é fundamental para desintoxicar e eliminar as toxinas, porque irá estimular a troca de líquidos no corpo;

2- Pratique atividades físicas regularmente: reservar alguns minutos diários para fazer exercícios, como caminhadas, que fortalecerá a musculatura da panturrilha, melhorando de maneira considerável a circulação sanguínea pelo corpo;

3- Mantenha uma alimentação balanceada: optar por refeições equilibradas, com alimentos leves e ingerir mais frutas e legumes pode ajudar na eliminação de líquidos. Há opções diuréticas que também podem ser aliadas, como: kiwi, alface, melancia, melão, capim-cidreira, água de coco e pera;

4- Faça massagem ou drenagem linfática: elas contribuem com o retorno venoso e, assim, podem diminuir o inchaço;

5- Evite passar longos períodos na mesma posição: se você trabalha em pé ou sentado, intercale momentos a cada uma hora para dar alguns passos.

 

O médico também indica que é preciso ficar atento aos sinais. “Se o inchaço acompanhar outros sintomas, como dores, formigamento e dormência, é fundamental procurar um especialista para investigar as causas desses desconfortos”, finalizou.   



Dr. Márcio Steinbruch – formado pela Universidade de São Paulo (USP), é médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, além disso, possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Instagram: @livredevarizes
Facebook.com/marcio.steinbruch
www.livredevarizes.com.br/


Pressão baixa no verão? Saiba os mitos e verdades que cercam essa disfunção

Pressão baixa não é uma doença e pode acontecer por diversos motivos, um deles é a desidratação
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Ações como colocar sal debaixo da língua e molhar a nuca não são eficazes

 

Tontura, fraqueza e sensação de desmaio. Já sentiu estes sintomas no verão e não soube o que fazer? É comum e geralmente eles são causados por um só motivo: pressão baixa. 

Considerada vilã por muitos, a pressão baixa não é uma doença, sendo assim, fique tranquilo e não recorra às medidas populares, como colocar sal debaixo da língua, molhar a nuca e ingerir uma pequena quantidade de açúcar. 

Segundo o Doutor Carlos Alberto Cyrillo Sellera, médico cardiologista e responsável pela disciplina de Doenças Cardiovasculares da Faculdade de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), essas ações não são medidas isentas de risco e a resposta da pressão é apenas transitória. 

“O açúcar não tem nada a ver e a água na nuca ou o sal debaixo da língua não apresentam resultados. O que se deve fazer é deitar elevando os membros inferiores e se hidratar bem”, explica o médico. 

Segundo o especialista, a pressão baixa ocorre por diversos motivos, os mais comuns são: desidratação, hemorragia, jejum prolongado, gravidez, problemas nutricionais, diabetes, hipotireoidismo, manter-se em pé ou parado em locais abafados por tempo prolongado, pós exercício físico com parada abrupta, ingestão excessiva de álcool, uso de certos medicamentos e algum tipo de arritmia cardíaca. 

E mesmo com diversos motivos, muitos também podem ser acometidos pela pressão baixa por conta do calor. O Dr. Sellera comenta que isso acontece porque a temperatura mais alta faz os vasos dilatarem. 

“No inverno é exatamente o inverso, a pressão fica mais elevada pela constrição dos vasos. Por isso, agora nessa época do ano em que as temperaturas ultrapassam os 30º, é muito importante que as pessoas se hidratem mais”, relata Sellera. 

Outro ponto importante que o médico ressalta é o cuidado com os idosos, já que eles são mais suscetíveis à desidratação principalmente em dias muito quentes e correm maior risco de desmaio.

 

O que fazer quando estiver com a pressão baixa

  1. É recomendado a pessoa deitar-se numa posição confortável e com os pés mais elevados do que o coração e a cabeça.
  2. Ingerir bastante líquido para aumentar o volume do fluxo sanguíneo, mas em pequenos goles.
  3. Caso a pessoa esteja em jejum há muito tempo, é indicado dar preferência a sucos de frutas. Entretanto, hidratantes do tipo isotônicos também são válidos.
  4. Caso os sintomas sejam recorrentes e passe a interferir na qualidade de vida da pessoa, é necessário procurar um médico.


 

Universidade Metropolitana de Santos - UNIMES


Cientistas identificam padrão de atividade cerebral associado à resistência ao estresse

 Estudo com ratos combinou análise de ritmos neurais do hipocampo e córtex pré-frontal com técnicas de aprendizado de máquina. Resultados podem, no futuro, orientar tratamentos personalizados para transtornos psiquiátricos (imagem: Freepik)

 

Ao combinar técnicas de encefalografia (registro gráfico das correntes elétricas do cérebro obtido por meio de eletrodos) e aprendizado de máquina, pesquisadores conseguiram encontrar padrões na atividade cerebral de ratos sob estresse e, dessa forma, predizer quais animais seriam mais resistentes a adversidades.

Resultados da pesquisa, conduzida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) com apoio da FAPESP, foram publicados no Journal of Neuroscience. Além de servir como biomarcadores de resiliência ao estresse, esses achados podem, no futuro, orientar o tratamento de pacientes psiquiátricos.

“Por meio dessa abordagem sofisticada de aprendizado de máquina, conseguimos identificar padrões de atividade neural no córtex pré-frontal e no hipocampo, o que permitiu detectar os animais resistentes ao estresse. Uma possibilidade futura seria antecipar, por meio do estudo dos ritmos neurais, aqueles indivíduos que teriam uma resposta eventualmente mais positiva a um momento de estresse”, explicou João Pereira Leite, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP e coordenador do estudo.

Os pesquisadores usaram um modelo experimental consagrado na psiquiatria para estudos sobre estresse. O método consiste em submeter um grupo de ratos a choques moderados nas patas, dos quais podem escapar pulando por cima de um pequeno muro. Outro grupo recebe choques em quantidade, intensidade e duração idênticas ao do grupo anterior, porém, sem a possibilidade de escapar. E, no terceiro grupo, estão os animais-controle, ou seja, que não recebem choques.

Como explicam os pesquisadores, a maioria dos animais que passa por choques incontroláveis falha em escapar de adversidades apresentadas posteriormente, mesmo quando os novos estímulos são “escapáveis”. “É um fenômeno bem entendido na psiquiatria para esse modelo experimental e que recebe o nome de desamparo aprendido. Já os animais que passam por uma primeira exposição a choques controláveis tendem a se tornar mais resistentes a situações estressoras no futuro, fenômeno atualmente denominado resistência aprendida”, explica Danilo Benette Marques, pesquisador da FMRP-USP e primeiro autor do artigo.

Durante os experimentos, os pesquisadores foram registrando a atividade elétrica no hipocampo e no córtex pré-frontal dos animais. Eles explicam que as duas regiões cerebrais foram amplamente associadas aos efeitos do estresse e da depressão em estudos anteriores.

Os resultados foram então analisados por meio de técnicas de aprendizado de máquina, ramo da inteligência artificial que permite trabalhar com grandes volumes de dados e automatizar a construção de modelos analíticos. O algoritmo aprende com os dados a identificar padrões ou tomar decisões.


Ritmo neural da resiliência

“Pudemos realizar uma investigação extensa das atividades cerebrais durante o estresse e descobrimos oscilações neurais que distinguiam os animais resistentes dos desamparados. O interessante é que essas oscilações na atividade elétrica do cérebro poderiam ser verificadas por eletroencefalografia [EEG, método não invasivo], o que ajudaria a orientar tratamentos personalizados para depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático”, ressalta Marques.

Os pesquisadores observaram nos animais resistentes aumento de oscilações nas frequências entre 5 e 10 hertz, conhecidas como oscilações teta (θ). “Não estamos falando de uma maior quantidade de atividade neuronal e sim de uma sincronicidade dessa atividade em uma mesma frequência. A atividade do cérebro tende a ser desordenada, sem um padrão claro. Entretanto, em momentos associados a alguma atividade cognitiva ou comportamental, ele apresenta um padrão periódico, com uma oscilação muito clara que pode durar segundos. Nesses casos é a oscilação teta”, explica Rafael Naime Ruggiero, bolsista da FAPESP e coorientador do estudo.

Ruggiero explica que o fenômeno nada mais é que uma sincronização de um conjunto de neurônios. “Portanto, o que se observa para oscilações neurais no geral é que um input faz com que os neurônios se despolarizem [ocorre uma deflexão da onda] e depois eles voltam a ser regularizados. A onda [frequência] vai e volta e isso acontece de modo periódico”, explica.

Pereira Leite ressalta que o entendimento desses padrões de atividade rítmica cerebral pode contribuir para o tratamento de pacientes psiquiátricos. Afinal, sabe-se que experiências traumáticas (e estressantes) são fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais, entre eles ansiedade generalizada, depressão maior e estresse pós-traumático.

Em um estudo mais recente, disponível em versão preprint (sem revisão por pares) na plataforma bioRxiv, os pesquisadores demostraram que a sincronia de várias regiões cerebrais nas frequências teta está envolvida no enfrentamento ao estresse, não só quando este tem um valor aversivo (como escapar de um choque), mas também em situações positivas, como conseguir uma recompensa.

Dessa forma, de acordo com o estudo, as relações positivas entre a atividade cerebral e os processos comportamentais associados à resiliência indicam um potencial terapêutico.

“Os resultados possibilitam o uso de estratégias não farmacológicas para o tratamento desses indivíduos. É o caso da neuromodulação, que visa estimular determinadas regiões cerebrais e fazer com que o indivíduo reproduza a atividade teta, eventualmente obtendo um resultado mais positivo que o uso de medicamentos psiquiátricos”, diz Pereira Leite.

Além disso, ao entender melhor o funcionamento do córtex pré-frontal e do hipocampo, torna-se possível buscar terapias mais específicas.

“No caso dos antidepressivos, por exemplo, eles são tomados por via oral e atuam nas sinapses e em neurotransmissores de todo o cérebro. O estudo mostrou que a maior resiliência ou o próprio desamparo podem envolver circuitos e dinâmicas cerebrais particulares, não o cérebro como um todo. É possível identificar regiões ou interações entre regiões que vão ser muito importantes para guiar o desenvolvimento de novos tratamentos psiquiátricos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Desse modo, o medicamento não precisaria mexer na serotonina do cérebro todo, por exemplo", explica Pereira Leite.

O artigo Prediction of Learned Resistance or Helplessness by Hippocampal-Prefrontal Cortical Network Activity during Stress pode ser encontrado em: www.jneurosci.org/content/42/1/81.

 



Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP 
 https://agencia.fapesp.br/cientistas-identificam-padrao-de-atividade-cerebral-associado-a-resistencia-ao-estresse/40561/


Seis cuidados importantes que as gestantes precisam se atentar durante o verão

Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra - Créditos: Divulgação
 Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra, aborda os principais cuidados que grávidas devem ter para aproveitarem a estação mais quente do ano com mais conforto e segurança


A gravidez é um dos momentos mais esperados por algumas mulheres. No entanto, é uma fase a qual se fazem necessários diversos cuidados especiais durante toda a gestação, especialmente em épocas como o verão, em que as grávidas se preparam para irem à praia e/ou à piscina para aproveitar o calor e os dias mais quentes. Contudo, a estação requer atenção redobrada em alguns pontos importantes, com o objetivo de assegurar a saúde da mulher e do bebê. “Além dos alertas comuns do período, como a exposição ao sol e desidratação, elas devem se atentar a algumas medidas protetivas e preventivas com a alimentação, os cuidados íntimos e, até mesmo, com o contato do corpo com água do mar e o cloro da piscina”, revela Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra. 

Especialista em medicina fetal pela Conceptus, a médica faz um alerta sobre a necessidade da conscientização das mulheres grávidas durante o verão, com o intuito de evitar possíveis problemas e intercorrências que podem comprometer a saúde da gestação. Pensando nisso, a médica elencou seis cuidados fundamentais para as gestantes aproveitarem a estação mais quente do ano com segurança e conforto. Confira, a seguir, quais são eles:
 

1. Proteja-se do sol

Ainda que o verão seja a época favorita para se bronzear, as gestantes devem ter cuidado redobrado com o tempo de exposição ao sol. “A insolação é um problema ainda mais grave durante a gravidez. Além de complicações mais frequentes, como desidratação e mal estar, o sol também pode favorecer o surgimento de manchas na pele, sintoma comum em muitas mulheres grávidas”, explica a obstetra. Segundo ela, o uso de protetor solar facial e corporal, bem como de chapéus, viseiras e/ou bonés em locais com muita incidência de luz, além de ficar debaixo do guarda-sol, são alguns dos cuidados importantes para curtir o calor sem preocupação.

 

2. Use repelente

Nas estações mais quentes, é comum o aumento de doenças infecciosas transmitidas por mosquitos, como Dengue, Zika Vírus e Chikungunya, visto que a reprodução dos mosquitos é mais propícia e frequente durante o calor. A médica alerta que o uso de repelente para as gestantes é imprescindível, para evitar doenças e possíveis enfermidades decorrentes do contágio. “Quando infectada, além dos sintomas comuns a essas doenças, a mãe e o bebê estão mais vulneráveis a sofrerem problemas mais sérios, como hemorragia, parto prematuro e, em casos mais graves, o aborto”, revela. Por isso, a ginecologista sugere o uso de repelentes específicos para gestantes ou manipulados.

 

3. Evite biquínis e roupas molhadas

Outro cuidado importante para as mulheres no verão, em especial para as grávidas, é evitar ficar por muito tempo com roupas ou peças molhadas, já que a umidade favorece o surgimento de infecções vaginais, como a candidíase, entre outras. Sendo assim, a médica sugere levar mudas de roupas secas para trocar ao longo do dia e prevenir esse tipo de problema. “Uma dica importante também é, ao sentar-se no chão, sempre utilizar cangas e/ou toalhas secas, para evitar o contato direto com a areia ou o solo, a fim de evitar infecções bacterianas, entre outras intercorrências”, sugere.

 

4. Entre no mar de costas e evite piscinas aquecidas

“Se estiver na praia e desejar entrar no mar, lembre-se de entrar de costas na água. O impacto das ondas na barriga da gestante, principalmente em estágios mais avançados da gravidez, pode causar desconforto e dores”, alerta Dra. Evelyn. Já em em outros ambientes, a médica recomenda evitar ofurôs, saunas e piscinas aquecidas, pela temperatura da água e o possível contágio com bactérias e fungos presentes nestes locais. “Nestes casos, procure locais seguros onde a higienização é feita regularmente e a temperatura da água é controlada”, aconselha.
 

5. Opte por alimentos leves

“Uma dica importante para as futuras mamães é evitar comidas pesadas, gordurosas e frutos do mar quando estiver na praia ou fora de casa”, indica Prete. Segundo ela, tais alimentos podem causar azia, enjoos, ou até mesmo, intoxicação alimentar, que ocorre, principalmente, pelo consumo de peixes e crustáceos. Uma alternativa efetiva para contornar essa situação é levar algumas frutas picadas e petiscos saudáveis em uma bolsa térmica ou se alimentar em restaurantes confiáveis e de boa qualidade.

 

6. Beba água

Essa pode parecer ser a recomendação mais simples de todas, porém, é primordial para a saúde da mãe e do bebê. “A exposição ao sol durante um longo período de tempo afeta não só a saúde e bem-estar da mãe, como também a do bebê. Por isso, é recomendável o consumo de, pelo menos, 2,5 litros de água por dia, principalmente nos mais quentes”, sugere a ginecologista. De acordo com Evelyn, uma alternativa eficaz para manter o controle da hidratação é utilizar garrafas de água com marcações, para a gestante saber a quantidade de líquido que foi ingerido ao longo do dia.




Evelyn Prete - formada em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Maternidade Jesus, José e Maria de Guarulhos, uma das maiores em volume de partos do estado de São Paulo. Passou por estágios nos hospitais Pérola Byngton e Unifesp e, atualmente, é especialista em Medicina Fetal pela Conceptus, além de sócia-proprietária da clínica Alve Medicina, em Guarulhos e realiza atendimento de ginecologia, obstetrícia e medicina fetal na Unimef Conceptus -- Unidade de Medicina Fetal, no bairro do Paraíso, em São Paulo
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Dia Nacional da Mamografia: Brasil precisa mudar diretrizes e ampliar acesso ao exame

Número de mamografias feitas no SUS, que limita acesso a maiores de 50 anos, voltou a subir em 2022 depois de forte queda no período mais intenso da pandemia, mas segue baixo. Entidades médicas, incluindo a Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR) recomendam que o exame esteja disponível a partir dos 40 anos, com repetição anual - ou antes - em caso de história pessoal ou familiar


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Dia 5 de fevereiro é o Dia Nacional da Mamografia. “A data é uma oportunidade para desmistificar o exame e encorajar as mulheres brasileiras a fazê-lo, pois é um direito e salva vidas”, diz a médica radiologista Camila Guatelli, membro da Sociedade Paulista de Diagnóstico por Imagem (SPR) e titular do A. C. Camargo Cancer Center na área de radiologia e imagens da mama.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, precedido apenas pelos tumores de pele não-melanoma. Para o triênio 2023-2025, são esperados cerca de 74 mil novos casos/ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ligado ao Ministério da Saúde. No país, cerca de 60% desses tumores ainda são descobertos em estadiamento avançado, exigindo tratamento mais agressivo.

A mamografia é o primeiro exame a ser feito para detectar a doença, principalmente por seu potencial de identificar lesões ainda não palpáveis. “Os tumores malignos de mama se apresentam na forma de nódulos ou de microcalcificações. A mamografia é o único método diagnóstico existente que é capaz de identificar a presença dessas microcalcificações e nódulos que podem estar associados ao câncer. Ela é a nossa bússola e norteia a realização de exames complementares”, diz a médica.

A conduta padronizada no país é fazer a mamografia seguida por uma ultrassonografia das mamas. “A ultrassonografia das mamas é importante para melhorar a detecção de nódulos, principalmente em mamas mais densas ou glandulares, que são o tipo mais comum nos dias atuais”, diz a radiologista. Segundo a médica, muita gente não sabe que a mamografia consiste em uma radiografia da mama. Durante o exame, cada seio é acomodado e comprimido entre duas placas acrílicas em um equipamento chamado mamógrafo. “Quando o seio está na posição certa, o mamógrafo emite um feixe de Raios X que atravessa o tecido mamário”, descreve a radiologista Camila. A compressão é fundamental para radiografar a mama em toda a sua extensão e garantir a qualidade da imagem, mas pode causar desconforto.

“A intensidade dessa sensação dolorosa, que dura aproximadamente quatro segundos, varia a cada pessoa. E não importa o tamanho da mama: há mulheres que não sentem nada ou têm desconforto leve, enquanto outras relatam grande mal-estar”, diz a médica. Se não houver urgência, a orientação é evitar a realização do exame no período pré-menstrual ou em fases de maior sensibilidade física e emocional. Até o momento, não foram desenvolvidos aparelhos com a mesma finalidade que descartem a compressão da mama durante o exame. 

A cobertura mamográfica no Brasil é considerada muito baixa. Apesar da carência e da variação de dados sobre o número total de mamografias feitas na rede pública e suplementar no país, as informações disponíveis mostram que ainda estamos distantes do padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade preconiza que ao menos 70% das mulheres com idade entre 40 e 69 anos sejam inseridas em programas de rastreamento.

Os números de mamografia no Brasil - Em 2022, o SUS realizou 3.246.960 de mamografias (SISCAN/Datasus). O volume foi maior do que no ano anterior, quando foram feitas 2.680.472 mamografias (1), e do que em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, quando apenas 1.868.352 mulheres se submeteram ao exame na rede pública. Todos os exames realizados no ano passado na rede pública corresponderam a uma cobertura de cerca de 28% da população feminina com idade entre 50 e 69 anos, estimada em cerca de 11,4 milhões (10,49%) pelo IBGE para 2022 (108,7 milhões ou 51,1% do total de 212,7 milhões de habitantes).

Por uma determinação do Ministério da Saúde, o SUS só oferece a mamografia de rotina (quando não há sinais ou sintomas relacionados ao câncer de mama) a mulheres com idade entre 50 e 69 anos e a pacientes de risco elevado, como mostra a tabela abaixo. 

 

Brasil 2022

População brasileira estimada em 2022 (IBGE)
212,7 milhões

Mulheres (toda as idades)
108,7 milhões (51,1%)

População-alvo da mamografia de rastreamento entre 40 e 69 anos 
19.359.470 (17,81%)

População entre 50 – 69 anos
11,4 milhões (10,49%)

Mulheres
40 a 44 anos – 3,88%
45 a 49 anos - 3,44%
Total – 7,32%

50 a 54 anos – 3,12%
55 a 59 anos – 2,87%
60 a 64 anos – 2,49%
65 a 69 anos – 2,01%
Total 10,49%

Fonte: Projeção IBGE


A opção das brasileiras que têm menos de 40 anos sem sinais ou sintomas associados à doença ou fatores de risco é buscar o exame na rede privada ou suplementar. As sociedades médicas, como a SPR, divergem dessa orientação e recomendam a primeira mamografia, para fazer um mapeamento das mamas, a partir dos 40 anos. Segundo a radiologista Camila, é consenso entre os profissionais da saúde que o Ministério da Saúde precisa atualizar suas diretrizes. A expectativa é de que a ministra da Saúde recém-empossada, Nísia Trindade, reveja essa orientação. “As evidências científicas apontam que 25% das mulheres brasileiras que terão câncer de mama estão na faixa etária entre 40 e 49 anos de idade”, diz a especialista. Quando há casos de câncer de mama ou ovário em parentes próximas, o rastreamento deve começar aos 30 anos.

Diversos fatores contribuem para que a mamografia siga menos acessível do que deveria. Além das limitações do SUS, há as filas de espera por consultas e exames (o que se agravou com a covid-19), o alto custo do exame na rede privada para quem não tem plano de saúde e a desigualdade na distribuição dos equipamentos de mamografia no país, mais concentrados nas grandes cidades e nas regiões Sul e Sudeste. 


 Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem - SPR

 Referência

  • Fonte: SISCAN – Mamografia – Por Local de Residência – Brasil/ Exames por Tipo Mamo rast segundo Ano competência 2018-2022. Acessado em 24/01/2023.

 

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