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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Moda sustentável ganha força e indica tendência para o pós-pandemia

Segundo levantamento da Kantar, 84% dos consumidores estão procurando comprar de marcas que apoiam causas pelas quais se identificam 

 

A pandemia ocasionada pela Covid-19 tem deixado velhos hábitos de consumo para trás e essa tendência já está sendo refletida no mercado da moda, como as mudanças impulsionadas pelo movimento slow fashion. Elas vão desde o desapego ao escolher peças que devem ser descartadas do guarda-roupa – o que ensina as pessoas a valorizarem mais o que é essencial – até a compra em brechós, estimulada pela economia circular e com presença ainda mais fortalecida no ambiente digital. 

De acordo com o relatório BrandZ Global 2020, da Kantar, 84% dos consumidores em todo o mundo dizem que estão procurando comprar de marcas que apoiam causas pelas quais elas se identificam e 93% afirmam que buscar confiança e transparência é importante. Com isso, marcas começaram a se preocupar mais com o meio ambiente, com boas práticas de gestão e a acompanhar esses novos comportamentos de consumo. No entanto, esse caminho ainda parece longo.  

“Na moda, os principais fatores de decisão de compra tendem a ser preço, disponibilidade ou conveniência, qualidade e estilo”, afirma Valkiria Garré, CEO de Insights na Kantar Brasil. “Muitas das principais marcas oferecem todos esses itens, mas a maioria está apenas nos primeiros passos em sua jornada para ser mais ecologicamente correta. Outros fatores, como impacto nas comunidades, comércio local, transporte e condições de trabalho ainda estão no fundo do funil de prioridade”.  

Ainda que a passos lentos, a moda sustentável já apresenta sinais de tendência para o varejo pós-pandemia. No Brasil, a Renner, que esse ano aparece na oitava posição no ranking BrandZ Brasil, com crescimento de 19% em valor de marca, anunciou parceria com um site brechó, o Repassa, para que os clientes possam vender as roupas que não usam mais, estimulando, assim, o consumo consciente. Os consumidores que venderem peças escolhem se querem sacar o dinheiro, doar ou fazer nova compra.  

Em âmbito global, a gigante do fast fashion H&M apresentou uma máquina que recicla roupas usadas e as transforma em peças novas, localizada em uma de suas unidades de Estocolmo, na Suécia. O objetivo da marca é reforçar o princípio de circulação das roupas, mostrando que uma peça deixada de lado no armário pode ser transformada em algo novo e que pode ser usada outras vezes. Para utilizar a máquina de reciclagem de roupas, a H&M cobrará entre 10 e 15 euros. O valor arrecadado servirá para continuar com as pesquisas de uso sustentável das roupas produzidas pela H&M. 

 

Como uma marca pode ser mais sustentável? 

Diante das mudanças de comportamento que os consumidores têm apresentado, a Kantar destaca algumas dicas para as marcas que estão iniciando ações de sustentabilidade e querem se engajar com boas práticas de consumo: 

 

Incentive as compras repetidas 

As pessoas têm uma necessidade fundamental por roupas. Sendo assim, incentive os consumidores a fazerem a ¹reposição sustentável de produtos e recompense-os por isso. 

 

Ofereça serviços 

À medida que o consumo muda, as marcas não podem oferecer apenas produtos, mas também serviços e experiências que envolvam esses itens. Aproveite e ofereça opções que integre a sustentabilidade em suas ofertas de serviços. 

   

Dê visibilidade a suas ações 

Os clientes estão cada vez mais interessados ​​em produtos sustentáveis. Com isso, torne mais acessível e visível as ações que estão sendo realizadas para que eles as encontrem e associem sua marca à sustentabilidade.  

 

¹reposição sustentável: são compras feitas apenas quando o produto que o consumidor já possui está totalmente gasto, e não porque deseja coisas novas.

 


Kantar


Pós-pandemia: é hora de aprender a cooperar!

Para onde caminharemos no pós-pandemia? Que lições levaremos deste cenário que fez cada setor e cada mercado se reinventar? No agronegócio não foi diferente. Mas nessa área talvez alguns caminhos, que se mostraram essenciais nesse momento, já vinham sendo traçados pela prática do cooperativismo e devem continuar após a pandemia com ainda mais força. 

Tecnologia, conhecimento e capacidade de adaptação para o escoamento da produção. São pontos que permitiram a sobrevivência de muitas marcas. Na região dos Campos Gerais, no Paraná,o modelo de intercooperação da Unium, resultado da aliança entre Frísia, Castrolanda e Capal, já permitia que as cooperativas adotassem um investimento conjunto justamente nesses pontos, além da industrialização. O formato permite que as cooperativas ofereçam suporte em todas as fases da produção agrícola para o cooperado, desde o momento da compra da semente e dos insumos, até a hora da industrialização e venda para o consumidor final. Ou seja, o produtor rural não precisa gerenciar todo o processo ou se preocupar com a parte de vendas ou marketing para comercializar seus produtos. Ele cuida da produção e a cooperativa faz o restante. 

Essa ideia de união foi adotada por muitas empresas ao longo desse ano e a expectativa é que isso se intensifique ainda mais, o que coloca o modelo de intercooperação, independente da área ou escala em que é aplicado, como o novo normal a ser seguido após a pandemia. Com esse formato ganhando muito mais força no mercado, as cooperativas são capazes de dar estrutura e competitividade para quem, possivelmente, ficaria à deriva em grandes crises.  Por isso, o intercooperativismo pode ser visto como uma alternativa estratégica atual e relevante para garantir a sobrevivência e o crescimento sustentável das cooperativas. Para os cooperados, as vantagens são claras, já que o produto final sai ganhando, principalmente na questão da qualidade e eficiência toda da cadeia produtiva.

No contexto atípico que 2020 nos proporcionou, o poder do trabalho conjunto, pensando no crescimento de todos de forma igualitária, tornou-se essencial. A intercooperação ganha força no mercado e garante um lugar estratégico nas ações pós-pandemia, provando que, unindo forças, é possível chegar mais longe.

 


Cracios Clinton Consul - Gerente de Marketing da Unium


Ipem-SP verifica mais de 3.800 bafômetros destinados aos órgãos de trânsito

 

Os etilômetros, popularmente conhecidos por bafômetros, utilizados pela fiscalização de trânsito são verificados pelo Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), autarquia do Governo do Estado, vinculada à Secretaria da Justiça, e órgão delegado do Inmetro, sejam eles recém-fabricados ou equipamentos em utilização. 

 

De janeiro a novembro deste ano, o Ipem-SP verificou 3.823 etilômetros para diversos instituições entre elas, Batalhões da Polícia Militar do interior de SP; Comando de Policiamento da região metropolitana e do interior; Concessionárias de auto estradas; Delegacia da Capitania dos Portos dos Estados de: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraíba, Alagoas e Bahia; Detran (Espírito Santo, Maranhão, Rondônia e Ceará); Polícia Militar do Estado de São Paulo; Prefeituras Municipais do Estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Superintendência da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro, Rondônia e Amazonas; Transportadoras e Logísticas; Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) (Rio Grande do Sul); Departamento de Estradas e Rodagem (DER) (Distrito Federal, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Rondônia); fabricantes, importadores e empresas de transporte.   

A verificação metrológica em etilômetros constata, por meio de ensaios no laboratório do Ipem-SP, se o instrumento mantém a reprodução de valores de acordo com as tolerâncias pré-estabelecidas em regulamentos do Inmetro.  

Os ensaios consistem em injetar nos etilômetros três diferentes concentrações de misturas gasosas de etanol em nitrogênio, além de injeção de ar sintético para verificação do ponto zero. 

A verificação anual tem como finalidade aprovar o instrumento após os ensaios laboratoriais para poder ser utilizado em fiscalização de trânsito.   

Em 2019, foram verificados 5.536 etilômetros, sendo 4.031 na verificação periódica e 1.505 verificação inicial. 

  

Responsabilidade dos órgãos fiscalizadores   

As Polícias Rodoviária Estadual, Federal, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), entre outros órgãos que utilizam o etilômetro para fins de fiscalização, devem submeter anualmente seus equipamentos ao Ipem-SP para garantir que os aparelhos estejam medindo corretamente. O Laboratório de Etilômetros do Ipem-SP também realiza verificação de etilômetros para outros Estados da Federação.  

É de responsabilidade do detentor do instrumento seu encaminhamento ao órgão metrológico para a execução da verificação, uma vez que o etilômetro somente deve ser utilizado com a verificação vigente.   

Para mais informações ou agendamento para a verificação do etilômetros é necessário entrar em contato com a equipe do laboratório.   

Laboratório de Etilômetros do Departamento de Metrologia Científica e Industrial do Ipem-SP   

Telefone: (11) 3581-2499   

Horário de funcionamento: De 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h.   

Endereço: Rua Muriaé, 154 – Alto do Ipiranga – São Paulo – SP  

Confira a página do setor. Acesse https://tinyurl.com/sz5nvky 

  

Informação ao cidadão  

Se você, cidadão, foi submetido ao teste, saiba que é seu direito saber se o aparelho está verificado pelo Ipem-SP ou por demais órgãos delegados do Inmetro. Assim como outros instrumentos de medição regulamentados pelo Inmetro, por exemplo, balanças, bombas de combustíveis, aparelhos de pressão arterial, entre outros. Os etilômetros verificados recebem uma marca holográfica com o ano da validade. O mês e o dia de validade estão previstos em um certificado de verificação.   

A certificação do etilômetro pode ser consultada na página do Portal de Serviços do Inmetro nos Estados (PSIE), acesse https://tinyurl.com/ukda5pn. Vale lembrar que é necessário ter os dados corretos do etilômetro.   

Dúvidas sobre o PSIE podem ser esclarecidas na Ouvidoria do Inmetro, pelo telefone 0800 285 18 18 ou pelo e-mail ouvidoria@inmetro.gov.br

  

 


Ipem-SP

ouvidoria@ipem.sp.gov.br


Entenda como a consciência linguística ajuda a preservar os Direitos Huma

Pixabay


No Dia Internacional dos Direitos Humanos, linguistas internacionais convidam os brasileiros a se conscientizarem sobre como preconceitos e opressões não são simplesmente refletidos na linguagem, mas também são resultados dela.


O Dia Internacional dos Direitos Humanos é celebrado em 10 de dezembro. A data surgiu em 1948, quando a Declaração Universal dos Direitos do Homem foi oficializada pela ONU – Organização das Nações Unidas – para garantir a igualdade, a liberdade de expressão e a inclusão de todos os indivíduos. Com base nesses direitos, a Babbel, uma das empresas de educação mais inovadoras da Europa, atua com pesquisas que promovem maior consciência linguística, em vários idiomas.

Para lembrar a data, a equipe de linguistas da Babbel selecionou algumas frases comuns que ferem os Direitos Humanos. Confira:

 

Frases e termos sexistas que visam inferiorizar mulheres e pessoas LGBTI+:

  • “Isso é coisa de mulherzinha””
  • “Lugar de mulher é na cozinha”
  • “Travecão”
  • “Ela é bem inteligente para uma mulher”
  • “Você nasceu homem/mulher, vai morrer homem/mulher”

Expressões que designam as mulheres como um objeto, uma posse.
São aquelas que praticam a violência psicológica ao se passar por expressões de amor. Quando, na realidade, revelam a intenção de ter controle sobre a mulher.:


Brasil

  • “Você é minha e de mais ninguém”
  • “Se você não ficar comigo, não ficará com mais ninguém”


Pelo mundo:

  • Argentina: “Calladita te ves más bonita” (“calada você é mais bonita”)
  • França: “Sois belle et tais toi” (“seja bela e pare de falar”)
  • Estados Unidos: “You look prettier when you smile” (“você fica mais bonita quando sorri”)
  • Itália: “Tanto a voi basta aprire le gambe” (“você só precisa abrir as pernas”)


Ameaças


O medo de ser agredida ou até de morrer é um dos motivos pelos quais muitas mulheres permanecem em situação de abuso. Essas são algumas das violências verbais direcionadas a elas:


Brasil

  • “Se você me deixar, me mato”
  • “Se você me deixar, eu te mato”


Pelo mundo

  • Argentina: “No voy a permitir que estés con otra persona” (“não permitirei que você fique com outro pessoa”)
  • Itália: “Se provi a sentire ancora x (amico/collega), vedrai che succede.” (“se você tentar ouvir x (amigo/colega) novamente, você verá o que te acontece”)

Outros exemplos podem ser conferidos aqui: https://pt.babbel.com/violencia-verbal-contra-a-mulher


De volta para o Futuro!

Após meses do início da pandemia, os profissionais se perguntam quando vamos voltar ao trabalho como era antes. Cada vez estou mais convencido que não voltaremos a operar como fazíamos antes do dia 11 março de 2020. E isso não é ruim. Vamos voltar para o futuro!


O futuro acelerou a adoção do home-office, do estudo à distância e o do próprio e-commerce, já muito conhecido dos brasileiros. Como tudo na vida, tudo tem vantagens e desvantagens. Dá para arriscar que o futuro dessas atividades passa pelo modelo híbrido daqui para frente.

Para que as vantagens superem as desvantagens é preciso garantir a segurança de todos os dispositivos, que agora estão em casa, mas que se conectam com a rede corporativa de forma on-line.

Segundo a consultoria International Data Corporation (IDC), líder em inteligência de mercado, estima-se que o mercado de segurança da informação cresça 11% em 2020 no Brasil, puxado por segurança de rede e de conectividade e serviços gerenciados.

Este dado reforça que a atenção deve ser redobrada para os equipamentos que estão fora do ambiente corporativo: em casa, em coworkings, em cafés e até fora do País. Os clientes/usuários passaram a consumir muito mais serviços e, a cada ano surgem, novos tipos de ataque, então as companhias precisam educar seus usuários a se atualizar quanto a isso, e estar um passo à frente para evitar problemas futuros.

Para impedir essas situações, é hora de replanejar as estratégias de segurança dos PC’s, notebooks, tablets e celulares. O prejuízo causado por uma falha de segurança pode ser ainda maior do que apenas a perda de dados ou interrupção de atividades. O maior dano envolve a reputação da empresa/marca junto a seus consumidores e demais stakeholders. São incontáveis os casos relatados esse ano, em empresas das mais variáveis atividades. Recentemente, até o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sofreu com as ameaças virtuais.

De acordo com o Gartner, os investimentos globais em tecnologia e serviços de segurança da informação e de gestão de risco continuarão crescendo. Espera-se que os investimentos em segurança da informação cresçam 2,4%, chegando a US$ 123,8 bilhões em 2020, e com esse crescimento aumentam as ofertas baseadas em nuvem e licenças passando de 50% em alguns segmentos como, por exemplo, e-mails mais seguros. 

Mas como será que serão aplicados todos esses recursos? A pandemia reprimiu vários negócios e atividades econômicas, mas o cyber ataque não parou. A segurança cibernética é uma atividade que exige disciplina e vigilância constantes e demanda muita atenção e energia dos líderes.

 Nesse contexto, é que surgem as perguntas? Quanto um líder tem de tempo sobrando para ter que gerenciar uma demanda tão importante quanto essa? Será que isso é realmente papel do gestor? Para quem o líder pode confiar tamanha responsabilidade? Exatamente nesse momento é que cresce a tendência do outsourcing também nessa área. Ao tomar essa decisão, o líder transfere todo o gerenciamento dos equipamentos e garante um excelente nível de SLA (Service Level Agreement) para a segurança de sua rede de informação. 

Enquanto isso, acreditamos que o melhor caminho para garantir a segurança em todos os aspectos continua sendo o investimento na educação digital. Estamos em plena Transformação Digital e os usuários precisam ser orientados e sensibilizados sobre os riscos do mundo on-line.




Paulo Theophilo Moreira Junior - diretor de Marketing da Simpress


Especialista em contabilidade oferece dicas para empresas começarem o próximo ano com mais segurança

O diretor executivo da COAN Contabilidade explica que, apesar da crise, é possível começar o ano de 2021 com as contas em dia e evitar problemas fiscais


O ano de 2020 pode não ter sido o melhor para os empresários, que tiveram muitos contratempos nesse período pandêmico e acabaram tendo dificuldades financeiras e prejuízos relacionados à funcionários e mercadorias. Em contrapartida, muitos inovaram e criaram formas de seguir trabalhando. Mas agora, com a flexibilização da quarentena em quase todo o país, a mágoa acabou e agora é necessário pensar em como começar o ano de 2021 com mais confiança e tranquilidade.

Fábio Barretta, diretor executivo da COAN Consultoria Contábil, explica que os negócios que não tinham um plano de contingência tiveram mais impactos negativos e oferece dicas para a mudança desse cenário. “Com a crise os as pessoas perceberam a necessidade de se qualificar em gestão empresarial ou buscar serviços de terceirização dos serviços que não eram bem gerenciados internamente. Um deles é setor de financeiro, uma área muito sensível que envolve o fluxo de caixa”, relata.

Atualmente a COAN é uma das empresas que oferecem esse serviço, com o objetivo de cessar as preocupações com qualquer item da ala financeira de um negócio. Entre essas preocupações estão também as taxas e tributações que precisam de atenção durante todo o ano.

Segundo o especialista, ao término do ano é preciso fazer o fechamento do balanço patrimonial, com a definição dos lucros e prejuízos. “Para as empresas, no lucro real anual é preciso fazer o ajuste de recolhimento dos impostos de renda, já as cadastradas no simples nacional podem parcelar os débitos em aberto, evitando a exclusão do regime simplificado em 2021”, ele explica.

No entanto, caso ocorra alguma irregularidade, pode ser necessário analisar a possibilidade de abrir um novo CNPJ e elaborar um planejamento societário e tributário, desvinculando quaisquer problemas fiscais, trabalhistas ou de ações judiciais do CNPJ atingido pela crise. Especialmente nesse caso, a ajuda de um contador é fundamental, assim é possível dissecar o cenário de cada negócio e começar uma reestruturação total dele. “Na COAN Contabilidade fazemos isso com frequência, justamente para evitar que as empresas acumulem passivos ao logo dos anos”, Fábio relata.

 No entanto, apesar do coronavírus ter impactado a todos, houve aqueles souberam se adaptar e Fábio demonstra otimismo com essa ocorrência. “A Covid-19 possibilitou a aceleração na transformação dos mercados e da economia, foram desenvolvidas novas formas de vender produtos e serviços, o consumidor passou a realizar mais compras via internet e, acima de tudo, exigiu dos empresários mais planejamento financeiro e de processos a curto prazo. Com isso, quem conseguiu manter seu negócio aberto em 2020, entrará no ano de 2021 mais preparado”, ele finaliza.

 



Fábio Barretta - diretor executivo desde 2018 da COAN- consultoria contábil. É bacharel em ciências contábeis desde 2005 pela PUC/SP.  Também possui especialização em planejamento tributário pela FECAP/SP em 2010. Atua na área contábil desde 1997, onde ingressou na COAN CONTABIL passando pelas áreas contábil, fiscal e legal, acumulando vasta experiência em assessoria contábil. Fábio é sócio diretor desde 2010, período em que marcou o ingresso da COAN CONTABIL nos programas de qualidade e certificação ISO9001. Para saber mais, visite o site https://coancontabil.com.br/, mande e-mail para fabio@coancontabil.com.br ou acesse o perfill no instagram @coan_contabil e pelo facebook CoanContabilidade.

 

Somos obrigados a nos vacinar

A Lei 6.259/75, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, criou o Programa Nacional de Imunizações. Desde então, algumas vacinas são obrigatórias, conforme prevê a referida lei e o Decreto 78.231/76 que a regulamenta. De acordo com essas normas, as vacinas obrigatórias são aquelas definidas pelo Ministério da Saúde que elabora, de acordo com o comportamento epidemiológico das doenças em todo território nacional ou por regiões do país, lista bienal atualizada das vacinas. Segundo o art. 29 da Lei 6.259/75 “é dever de todo cidadão submeter-se e os menores dos quais tenha a guarda ou responsabilidade, à vacinação obrigatória”, ficando dispensado somente aquele que apresentar atestado médico de contraindicação da aplicação da vacina.

Mas, nem todas as vacinas são obrigatórias e o Estado não pode usar de força para coagir os indivíduos a se vacinarem. Do mesmo modo que o voto é obrigatório, ninguém vai até a sua casa e o arrasta para as urnas. Fake News com esse teor tem circulado nas redes sociais fazendo um desserviço à população, com viés decadente da velha política que se aproveita da falta de informação e do medo do coronavírus.

 

 O que é já é feito no Brasil, em caso de descumprimento do calendário vacinal obrigatório, é a privação de certos direitos como o salário-família, matrículas em creches, pré-escolas, ensinos fundamental e médio e universidades, de acordo com a faixa etária do aluno, alistamento militar e recebimento de benefícios sociais concedidos pelo Governo. Porém, ocorre que as vacinas obrigatórias devem ser gratuitas e serem fornecidas com observância aos princípios da eficiência e da segurança por serem tipo de serviço público.

 

Especificamente no caso das vacinas contra o coronavírus, não sabemos se o Estado terá condições de fornecê-las gratuitamente. Caso não o faça, não poderá exigir a obrigatoriedade. Ponto nevrálgico das discussões internacionais sobre essas vacinas é sua eficácia e segurança. O Estado não pode colocar em risco a população, prestando um serviço público que coloque em risco a saúde e a vida dos usuários; nem ao menos ineficaz, tanto em relação à prestação do serviço em si, quanto aos resultados obtidos.


Em meio a tanta falta de credibilidade, jogo de interesses e oportunismo em torno dessa doença, fica extremamente complicado tomarmos uma decisão segura sobre a vacina. Como se já não bastasse ter que lidarmos com as consequências devastadoras da pandemia, que mais parece a Caixa de Pandora, tendo na vacina sua última esperança incerta de frear todas as mazelas do caos que vivemos desde março.

 


Ana Lúcia Amorim Boaventura - advogada especialista em Direito Médico e da Saúde, professora da faculdade de Medicina da PUC-GOIÁS.


5 dicas para lucrar no e-commerce durante o Natal

Recomendações apresentadas pela Lomadee mostram como essa época pode trazer um retorno financeiro favorável para quem trabalha com vendas on-line


O mês de dezembro carrega uma das datas mais esperadas do ano pelos vendedores digitais: o Natal. Apesar do impacto econômico causado pela pandemia, a data segue próspera para o comércio on-line, visto que números de um estudo desenvolvido pela Neotrust|Compre&Confie revelam que, no terceiro trimestre de 2020, o setor chegou a faturar R$ 33,4 bilhões, aumentando 85,1% em relação ao ano passado.

Pensando nisso, a Lomadee, startup de consultores digitais especializados do Movimento Compre&Confie, apresenta algumas recomendações de como aproveitar o período do Natal para alavancar as vendas no ambiente digital da melhor forma, utilizando estratégias que permitem aos consultores adquirirem renda extra e, inclusive, independência financeira.

Agora, veja quais são as 5 dicas para tornar a data ainda mais promissora, visto que já costuma ser sinônimo de boas vendas.


  1. Destaque o Natal em suas vendas

Com o propósito de atrair mais consumidores, destaque o Natal como tema de suas divulgações, descrições e imagens dos produtos. Essa técnica pode servir como chamariz para que os clientes digitais se sintam mais interessados no momento de comprar. As cores e enfeites típicos da data, quando ressaltados em anúncios, despertam mais atenção à chegada do período.


  1. Invista seu tempo em criação de conteúdo

Além de deixar a temática de Natal em evidência, é essencial aproveitar a data para produzir conteúdo diferenciado para as redes sociais ou blogs. Assuntos como “presentes de Natal para mães” ou “presentes de Natal para namorado” estão sempre entre as pesquisas mais realizadas em sites de busca. Neste caso, utilizar essas palavras-chave em seus materiais irá aproximar ainda mais os compradores.


  1. Utilize ferramentas de marketing digital

Como forma de trazer campanhas personalizadas, o marketing digital é um ótimo recurso para ser aplicado no e-commerce. Uma das ferramentas que o método dispõe é o e-mail marketing, que busca avisar aos clientes sobre lançamentos de produtos que tenham ligação com o perfil de compra deles. Ademais, é possível fazer uso do histórico da Black Friday para oferecer produtos de interesse para cada um deles. Por exemplo, se alguém comprou um hidratante corporal na Black Friday, talvez queira um perfume no Natal.


  1. Entrega garantida antes do Natal

É de extrema importância que os clientes recebam seus produtos a tempo de presentear as pessoas queridas. Dessa forma, você pode facilitar o processo de decisão dos compradores e sugerir que as compras possam ser realizadas com a maior antecedência possível a fim de garantir a entrega dentro do prazo esperado. Sempre ficar atento com os prazos de entrega prometidos pelos varejistas.


  1. Bom atendimento e carta de agradecimento

Como alguns consumidores ainda se sentem inseguros em comprar no e-commerce, é importante que os vendedores digitais tenham um olhar mais sensível em relação à essas pessoas, para que elas voltem a comprar mais vezes. Um atendimento mais pessoal e com maior intimidade é fundamental para transmitir segurança aos clientes. Além disso, algumas ações adicionais como envio de um agradecimento pela confiança ou solicitar uma foto do consumidor com o produto comprado, são ações de engajamento importantes que podem mudar a percepção dos compradores e incentivar a recompra.


Guerra das vacinas pode parar no Supremo

 Avaliação é da advogada Mérces da Silva Nunes, especialista em Direito Médico


Como boa parte dos debates recentes do país, a novela da vacina contra o coronavírus pode parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é a avaliação da advogada Mérces da Silva Nunes, especializada em Direito Médico, sócia do escritório Silva Nunes Advogados Associados.

Segundo ela, o Estado de São Paulo possui autonomia para planejar um calendário de vacinação contra o coronavírus, mediante a proteção da Lei 13.979/20, que dispõe que as autoridades poderão adotar medidas, no âmbito de sua competência, inclusive de caráter compulsório (art. 3º, III). “O STF também reconheceu a autonomia de estados e municípios para adotar medidas de enfrentamento”, explica. Por outro lado, o artigo 3º da Lei nº 6.259/75 dispõe que compete ao Ministério da Saúde elaborar o Programa Nacional de Imunizações, inclusive as de caráter obrigatório. “Em se tratando de pandemia, há efetiva necessidade de a vacinação ser executada em âmbito nacional, sob a coordenação centralizada no Ministério da Saúde. Mas certamente o conflito de competência entre as duas leis será decidido no Poder Judiciário”, antecipa. 

Essa semana, numa clara posição de antagonismo ao governo federal e fazendo duras críticas ao Ministério da Saúde, o governador de São Paulo, João Dória, anunciou o plano estadual de vacinação contra o coronavírus. A CoronaVac, prometida para janeiro de 2021 e fruto de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, ainda não possui registro concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por estar finalizando os estudos da fase III, a de eficácia. Segundo o governo estadual, os documentos concluídos serão entregues até o dia 15 de dezembro à Anvisa.

A partir de então, caberá à Anvisa, um órgão federal, analisar se a CoronaVac poderá ser registrada em tempo hábil. Segundo Mérces da Silva Nunes, este poderá ser mais um embate que pode cair nas mãos do Supremo. “A Anvisa pode negar o registro da vacina se os documentos submetidos à análise, sobretudo os resultados relativos à fase III, não restarem comprovados. Mas, havendo divergência entre os poderes e entre as autoridades de saúde, o caso poderá, mais uma vez, ser levado ao Supremo para análise e decisão”.

 


Mérces da Silva Nunes - possui graduação em Direito - Instituição Toledo de Ensino - Faculdade de Direito de Araçatuba, mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006) e Doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2014). Advogada - sócia titular da Silva Nunes Advogados Associados. Autora de obras e artigos sobre Direito Médico.


Alento do varejo na pandemia, e-commerce paulista vai faturar 32% a mais em 2020

Demanda por bens duráveis impulsiona resultados positivos do comércio eletrônico no Estado; setor de serviços paulistano cairá 2% no ano

 
Em um ano economicamente turbulento, o comércio eletrônico paulista desponta como um alívio para o consumo em 2020: segundo projeção da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o setor terminará 2020 com crescimento de 32% no faturamento real em relação a 2019 – um crescimento que, em números absolutos, é da ordem de R$ 7 bilhões a mais nas receitas.
 
Confirmando o montante de vendas previsto pela Federação para o quarto trimestre (R$ 9,3 bilhões), impulsionado pela Black Friday, no mês passado, e pelas compras de Natal, o resultado deste ano do e-commerce trará um faturamento de R$ 29,2 bilhões (em 2019, ele foi de R$ 22,1 bilhões, o que já representava uma alta de 15% em comparação a 2018).
 
A curva ascendente deve continuar em 2021, segundo a FecomercioSP: com mais consumidores se adaptando às compras online e em meio às incertezas diante de uma segunda onda da pandemia, o comércio eletrônico deve crescer 6% no próximo ano, atingindo a cifra de R$ 31,1 bilhões.
 
A previsão é corroborada, principalmente, pelo fato de a maior expansão nas receitas em 2020 ter acontecido no segundo trimestre, período em que a crise do novo coronavírus estava no auge no Brasil: entre abril e junho, o montante arrecadado pelo e-commerce subiu 54% em relação ao mesmo período de 2019. Foi neste mesmo intervalo de tempo que o comércio eletrônico melhorou sua participação no varejo como um todo, assumindo 4,6% do mercado.
 
O desempenho também foi positivo nos outros trimestres analisados: 16%, no primeiro, e 24%, no terceiro.
 
Os resultados expressivos do e-commerce foram alcançados principalmente pela demanda de produtos duráveis, como os relacionados à linha branca e aos computadores, por exemplo, que registrarão crescimento de 39% no e-commerce em 2020. No entendimento da Entidade, isso se explica pela necessidade de muitos lares na adaptação à rotina da quarentena, o que incluiu a compra de dispositivos eletrônicos e móveis.
 
A alta na compra de itens semiduráveis, como roupas e calçados, também será significativa: 25%. Os não duráveis, por sua vez, vão aumentar as receitas dos agentes do setor em 10%.

 
Sobe e-commerce, caem os serviços
 
Depois de registrar crescimento significativo nas vendas (aumento de 18% entre 2018 e 2019), o setor de serviços na cidade de São Paulo vai sentir o impacto da pandemia nas receitas de fim ano: segundo projeção da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), também da FecomercioSP, ele deverá acabar 2020 com queda de 2% no faturamento real, alcançando a cifra de R$ 419 bilhões.
 
Apesar da queda prevista para o faturamento do setor de serviços na capital ao longo do ano, o resultado pode até ser comemorado, no entendimento da Federação, já que a restrição de circulação no primeiro semestre e a crise econômica decorrente da pandemia colocaram os serviços em um dos piores momentos de sua história.
 
Por um lado, a queda se explica, em boa parte, pelos maus resultados das atividades de turismo e hospedagem, que vão fechar o ano em queda de 59% nas receitas, além daquelas relacionadas à educação (-13%) e empresas que fazem parte do Simples Nacional (-13%). Das 13 atividades que compõem o indicador, cinco vão terminar o ano em retração.
 
Por outro lado, o que impediu uma diminuição mais brusca do faturamento foi o desempenho de setembro, que bateu o recorte histórico de faturamento: R$ 37,2 bilhões – alta de 3,1% em relação ao mesmo mês de 2019. Esse número se deve, principalmente, à melhora das vendas nas atividades de mercadologia e comunicação, que foi de 17,4%, seguida por bancos, instituições financeiras e securitárias (13,6%) e pela demanda sobre a construção civil (9,3%).
 
As projeções da FecomercioSP para 2021, no entanto, são positivas: aumento de 2% no faturamento em relação a 2020, motivado pela volta, ainda que lenta, das famílias ao consumo; pela retomada gradual de viagens domésticas e, posteriormente, dos eventos culturais e corporativos; e, num cenário mais adiante, pela vacinação contra o coronavírus a um público mais amplo da cidade.

 
Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) é realizada trimestralmente pela FecomercioSP a partir de informações fornecidas pela Ebit|Nielsen. Além de dados de faturamento real, número de pedidos e tíquete médio, a pesquisa permite mensurar a participação do comércio eletrônico nas vendas totais do varejo paulista. As informações são segmentadas em 16 regiões, que englobam todos os 645 municípios paulistas e abrangem todas as atividades varejistas constantes do código CNAE 2.0.
 
Em 2018, a PCCE passou a trazer também informações sobre as vendas de três categorias de bens de consumo: duráveis, semiduráveis e não duráveis. Entre os bens duráveis estão automóveis e veículos, blu-ray, brinquedos, casa e decoração, CDs, colecionáveis, construção e ferramentas, discos de vinil, DVDs, eletrodomésticos, eletrônicos, fotografia, games, informática, instrumentos musicais, joias e relógios, telefonia e celulares. Os semiduráveis são compostos por itens de arte e antiguidade, artigos religiosos, bebês e cia, esporte e lazer, indústria, comércio e negócios, livros, moda e acessórios, natal, papelaria e escritório. Já entre os não duráveis estão: alimentos e bebidas, assinaturas e revistas, perfumaria e cosméticos, petshop, saúde, serviços, sexshop e tabacaria.


Não sabendo que era impossível, foi lá e fez

A arte da possibilidade é, sem dúvida, um elemento constituinte do perfil de quem pretende exercer a docência no cotidiano escolar. Isso nada mais é do que assumir a responsabilidade pela construção de soluções para os vazios que a ciência, profundamente marcada pela razão, não é capaz de dar conta, no que tange ao refinamento qualitativo da natureza humana, matéria-prima do trabalho escolar. Cada proposta a ser construída somente figurará como solução se o seu cerne representar a captura fiel das relações humanas, investigada a partir do tempo e do espaço nos quais elas acontecem.

Outro viés para abordar a arte da possibilidade é por meio da superação de “situações-limite”, uma categoria freireana, denominada de “inédito viável”. Trata-se de uma solução latente na “futuridade histórica”, ainda inédita de ação. Para tanto, se considera o real e o virtual como algo que não se opõem, apenas estão representados de forma diferente na conjuntura atual – um capturado e o outro disperso. Partindo desse princípio, uma árvore está contida, virtualmente, numa semente. Logo, a semente é virtualmente uma árvore  e, na medida em que se torna uma árvore, ela se atualiza.

Já no que tange ao potencial humano, sua virtualidade é elástica, pois não nascemos determinados, nascemos apenas e tão somente, condicionados. Sendo assim, a expectativa em relação ao espetáculo que podemos fazer com a nossa existência é imensa. Afinar os sentidos para perceber, constatar e intervir de forma a aperfeiçoar a natureza humana é uma virtude e não um dom. Trata-se de uma força intrínseca, um devir facultado para todos e todas que se permitem ‘baixar uma nova versão’ a cada amanhecer. Atualizar, nesse contexto, significa capturar o virtual e transformá-lo em real observável, de forma genuína, no pensamento (que revela a autonomia), na ação (que revela a obra) e na palavra (que revela a autoria) daquele ou daquela que o faz.

Não há outra forma de construir o caminho da ‘possibilidade inédita’ que não seja caminhando, superando desafios, um após o outro. Um servindo de aprendizado para o outro. “Ninguém chega lá, saindo de lá”, também escreveu Paulo Freire. E é nesse movimento que uma situação diagnosticada como impossível de ser transposta, em dado momento; em outro, ao ser superada, germina como condição indispensável ao embate re-criador do mundo, bem como revitaliza as habilidades e as competências que nos credencia para (co)operar no mundo.

Não há quem não queira se “atualizar” para se incluir nesse universo de relações que é o mundo. Por esse motivo, um dos principais fundamentos que enobrece a alma e constrói a dignidade humana é a capacidade de responder por algo, ou seja, a responsabilidade. Se reconhecer em uma edificação coletiva requer certa dose de resistência à frustração para assumir todos os erros que não sejam advindos da negligência, mas próprios de quem se coloca em ação e, nesse movimento, se fertiliza ao fertilizar. Pois tão importante quanto saber o que fazer é saber o que não podemos fazer. Nessa dinâmica, catalogar os erros e os acertos tem importância similar. Registrou certa feita, Thomas Edison, que ouviu, por diversas vezes, que seria impossível a realização do seu sonho: “tão importante quanto inventar a lâmpada elétrica foi inventar 1.430 modos de não fazê-la”. E foi por não acreditar na impossibilidade que ele foi lá e fez!

 


Acedriana Vicente Vogel - diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.


O Dilema das Redes e a educação digital

Cláudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie, analisa como um documentário despertou a atenção de pais, responsáveis e educadores para a urgência de incluir a educação digital na grade de disciplinas.


O século XXI – com o advento da tecnologia e seus respectivos impactos no cenário global – trouxe para a sociedade a figura do cidadão digital. Dessa persona, espera-se que utilize de maneira apropriada e responsável os recursos tecnológicos; esse atuar envolve direitos e deveres que, dado o ineditismo do momento, podem não ser tão claros e de fácil domínio quanto imaginamos. Há alguns anos, tenho ouvido pais, mães e responsáveis comentarem o quanto crianças e adolescentes, os chamados nativos digitais, são hábeis em navegar nesse mundo. Entretanto, essa conclusão é equivocada ao extremo. De acordo com pesquisa TIC Kids Online, quando desafiados a julgar as próprias habilidades na internet, 76% dos jovens brasileiros acreditam saber mais do que os pais; 71% afirmam conhecer muito sobre como usar a rede. No entanto, da teoria à prática, em um experimento da mesma organização, 30% dos jovens não souberam verificar se uma informação na internet estava correta. Esse dado é relevante, porque prova que há necessidade de orientação; da mediação de pais e professores. Aliás, essa conclusão fica muito clara com o docudrama The Social Dilemma (O Dilema das Redes), lançado pela Netflix.

Dirigido por Jeff Orlowski e escrito por Orlowski, Davis Coombe e Vickie Curtis, o documentário analisa o papel das redes sociais e os danos que elas podem causar à sociedade. Temas como desinformação, discurso de ódio, polarização e manipulação de algoritmos e recursos – como o botão like – são detalhados por executivos da indústria que vivenciaram a criação e o gerenciamento de redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest e do Google. Os dilemas éticos passam pela constatação do dano causado pelas redes à sociedade e aos indivíduos, sobretudo os mais jovens que têm desenvolvido uma dependência tecnológica que compromete a saúde mental deles. O documentário tem causado desconforto e perplexidade, sobretudo em famílias e educadores. Alguns especialistas em comportamento humano têm defendido, inclusive, que as redes sociais estão colocando a humanidade em risco. Em um determinado momento, ao serem questionados sobre “qual é o problema das redes sociais”, esses executivos reagem com silêncio nervoso, indicando a complexidade dos danos; elas têm trazido riscos, até mesmo, para as democracias do mundo. 

O vício, a meu ver, é o que tem preocupado mais os pais, responsáveis e educadores. Isso porque as redes sociais precisam do nosso tempo, ou seja, quanto mais disponibilidade o usuário passa dentro do sistema, mais ele fica exposto aos anúncios e produtos. O modelo de monetização e o acesso à geolocalização – trabalhados via algoritmos e inteligência artificial – compõem o “Capitalismo de Vigilância”, que monetiza dados que os usuários oferecem, gratuitamente, às empresas de tecnologia no processo cotidiano de navegação. Esse é um novo mundo para o qual nossos filhos não estão preparados. E o documentário mostra isso, claramente. Então, essa falácia de que os nativos digitais estão mais talhados a lidar com esse mundo cai por terra. 

Diante de constatações sobre os dilemas éticos e como a sociedade deve responder a esse novo cenário, o que nos cabe – como pais e educadores – é preparar os nossos filhos e alunos para essa nova realidade. Como mestre em Educação pela Universidade de Stanford e pai de quatro filhos, há alguns anos tenho me preocupado com essa temática. Para preparar os estudantes, a Geekie – empresa referência em educação com apoio de inovação no Brasil e no mundo, que cofundei com Eduardo Bontempo – transformou a disciplina de Educação Digital em ferramenta pedagógica para que as escolas possam preparar os alunos para o cenário contemporâneo.

Alinhado a essa forma de pensar o Geekie One – que conversa a preocupação da exposição de crianças e adolescentes aos riscos apresentados pela conectividade – tem, entre as disciplinas eletivas, Educação Digital e Cidadania Digital, sendo esta inspirada no livro “Digital Citizenship in Schools”, de autoria de Mike Ribble em parceria com a International Society for Technology in Education. Ambas têm por finalidade auxiliar jovens a compreender as oportunidades, os riscos e os desafios de estarem conectados. O conteúdo prepara os alunos do Ensino Fundamental e do Novo Ensino Médio para lidarem com a complexidade da vida digital. Habilidades como a argumentação, a empatia, o pensamento crítico e a autorreflexão são partes importantes desse conteúdo. O Geekie One representa a mais completa iniciativa de personalização da aprendizagem; resulta da experiência de uma empresa que alcançou mais de 5 mil escolas públicas e privadas de todo o país, impactando cerca de 12 milhões de estudantes.

As disciplinas Educação Digital e Cidadania Digital estão pautadas no tripé oportunidades, riscos e desafios que o mundo digital proporciona. A condução ocorre dentro de um processo de aprendizagem significativa que leva para a sala de aula casos reais e próximos da vida de cada estudante. Com metodologias ativas, abre-se espaço para discussões sobre fatos reais – casos que agregam valor não apenas ao que é aprendido, mas que impulsionam o desenvolvimento da autonomia do aluno para criar um ambiente de aprendizagem colaborativa dentro da sala de aula. Como resultado, torna-se possível desenvolver competências bastante relevantes para a formação de estudantes, alinhadas inclusive à BNCC e em sintonia com o Novo Ensino Médio. O aluno exercita, na sala de aula, a empatia, o diálogo, o desenvolvimento do pensamento crítico, a cooperação e a capacidade de resolução de problemas. Essa capacitação tem o potencial incrível de formar cidadãos com escuta ativa e sensibilidade para as questões coletivas.

Educar os jovens para enxergar os desafios e as oportunidades das redes sociais é um tema de especial relevância. A escola e a família precisam ensinar os jovens a lidar com as complexidades do estar conectado; educar para a cidadania digital vai além da disseminação da compreensão de conceitos como pegadas digitais. O aluno tem que ser preparado para ver e compreender a relevância desse conhecimento; entender como as pegadas digitais influenciam na forma como ele será visto na internet; como a reputação on-line pode influenciar a busca de um emprego ou a vaga acadêmica, no futuro. Esse aprendizado envolve disponibilizar insumos para o alcance da cidadania – ou seja, uma aprendizagem significativa e relevante para o cotidiano do aluno.

 


Claudio Sassaki - mestre em Educação pela Stanford University.


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