O que é mentalidade infinita? O que é jogo infinito?
Recomendo fortemente o
livro "O Jogo Infinito" do Simon Sinek. Para ilustrar, vou contar uma
história pessoal. Com a questão da pandemia, a Escola ELAS, que era totalmente
do abraço e do toque, teve que adentrar o mundo online. Nossa primeira
mentalidade finita foi esperar maio. Todos os workshops que tínhamos agendados
optamos por reagendamento. Mas, os contratos começaram a ser cancelados e nada
voltava, ainda estávamos e estamos em uma crise mundial.
Estávamos operando em
mentalidade finita porque não pensávamos em outros formatos de conteúdo e
experiência. A partir daí, começamos a retomar nossos trabalhos e viramos a
chave. Tínhamos somente uma mentalidade fixa no presencial, acreditando que as
mulheres somente podiam ser transformadas dessa forma.
E essa é a diferença
entre operar com uma mentalidade finita em relação à infinita. Simon Sinek fala
que quando estamos em uma mentalidade finita estamos em um jogo finito, sabemos
quem são os jogadores, sabemos quais são as regras do jogo e há vitória quando
termina o tempo proposto para a partida.
Já a mentalidade
infinita é entendermos que não precisamos vencer as pessoas, não temos clareza
das regras do jogo. Dentro de empresas temos leis e normas, mas cada um joga da
sua forma. Não é por mim, é por nós. E aí começam a ser desconstruídos os
conceitos.
Quando estou em
mentalidade infinita não existe vencedor e nem fim. Quando olhamos a política,
há influência, poder e dinheiro, mas o jogo não acaba. Da mesma forma na sua
carreira, quando você é promovida, você não venceu o jogo. Quando falamos de
negócios, precisamos operar em mentalidade infinita, não tem fim, não temos
clareza total dos competidores.
E com a pandemia,
precisamos operar em mentalidade infinita. Não sabemos quando vamos retornar,
não sabemos sobre o futuro do nosso trabalho. Não há necessidade de aceitar
tudo como é, mas sim de ter resiliência.
Não é sobre bater
metas. O líder finito foca somente na empresa e se os colaboradores bateram as
metas, mas não sobre o nível de satisfação ou de fidelização dos clientes, por
exemplo. Para ter mentalidade infinita, é preciso focar no ambiente e na
comunidade. O que é bom para nós?
Faz toda a diferença
atuar em mentalidade finita ou infinita. As empresas que operam hoje com mentalidade
infinita tem maiores níveis de confiança, inovação e de satisfações de seus
colaboradores. Muitas empresas ainda pensam em vencer a empresa concorrente ou
o produto que está no mercado e isso é mentalidade finita pensando apenas nas
métricas.
Aqui é necessário
pensar o que é melhor para o cliente. Pergunte a eles: como você se sentiria
hoje se sua empresa morresse? É sempre importante jogar suas perguntas para
fora e não para dentro da sua empresa. A medida de sucesso são as pessoas, é o
impacto que você promove no mundo.
Empresas que, durante
a pandemia, tiveram mentalidade finita pensaram nos gastos, em demitir as
pessoas. É um momento de apertar os custos, você precisa olhar sua saúde
financeira. Mas é bem diferente da empresa que optou por proteger o maior bem:
as pessoas que trabalham com e para ela. Um bom exemplo é oferecer capacitação
aos funcionários por meio de lives e projetos, pensando além do negócio
próprio.
O que eu posso fazer
de diferente hoje? Como meu conhecimento pode apoiar as pessoas? Mesmo em uma
situação crítica financeira, podemos atuar em mentalidade infinita.
Existem cinco
elementos que Simon nos traz para operarmos em mentalidade infinita. O primeiro
deles é: precisamos promover uma causa justa dentro das empresas. Ela precisa
ser positiva e intencional, é de fato estar engajado para que haja mudança. Um
exemplo é a equidade de gênero. Não é somente ser a favor da igualdade entre
homens e mulheres, mas também promover atitudes práticas que mudem este
cenário. Neste caso, as pessoas são consequências diretas das suas atitudes e
as metas são indiretas.
O segundo ponto é ter
equipes de confiança. O que é isso? É aquela equipe que acredita na empresa,
são pessoas que têm brilho nos olhos, elas entendem que fazem parte de um todo.
Se algo acontece em outra área, ela entende a interdependência entre elas e os
possíveis impactos para os clientes e a comunidade. Você constrói uma cultura
de cooperação para possibilitar a mentalidade infinita.
O terceiro,
surpreendentemente, é ter rivais. Mas rivais dignos. Competidores que você
admira, empresas semelhantes a sua que possuem resultados importantes, pessoas
engajadas, que geram impactos e inovação. Você tendo mentalidade infinita, não
há vencedor no jogo e você só tem a aprender fazendo esse exercício. A ótica
aqui é inspirar e, consequentemente, desenvolver.
A flexibilidade é o
quarto ponto. Dentro deste contexto de pandemia, a resiliência é essencial.
Falamos tanto essa palavra, mas como colocá-la em prática? Seu negócio precisa sobreviver
à tecnologia, à pandemia, a questões ambientais e a questões estruturais. A
partir dos acontecimentos, é necessário entender como é possível continuar
gerando transformação em diferentes formatos.
Por último, a coragem
é essencial para a mentalidade infinita. Não sabemos qual vai ser o resultado
no final do dia e o frio na barriga está sempre presente, por isso, a coragem
para liderar precisa ser sua aliada. O fracasso precisa ser ressignificado como
aprendizado. Quais são meus aprendizados a partir do fracasso?