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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Meu filho não tem limites e na quarentena piorou. O que faço?

Por que é tão difícil a tarefa de dar limites aos filhos? Como resolver essa situação? Educar os filhos tem sido uma tarefa cada vez mais árdua. Pais e mães se perguntam: como podemos ser pais melhores? Sem saber como agir, se angustiam e vão cedendo na tentativa de fazer o melhor. Em tempos de pandemia, o estresse ficou mais intenso.

Quem de vocês vive com os filhos, quer pequenos, quer adolescentes com uma crise de autoridade, uma verdadeira inversão de papéis? Quem nunca viveu dificuldades relacionais com eles? Quem não sentiu culpas por que trabalha muito e deixa de estar com eles, por que viaja a trabalho, por que está cansado e fica pouco disponível para o relacionamento? Quem não foi liberando, facilitando, deixando para lá coisas ou circunstâncias e o filho foi “entendendo”, absorvendo, que a vida é fácil e, assim, foi sendo atendido e ficando sem limites.

Eu sei onde dói na vida de vocês, circunstâncias como essas. É como se tivessem perdido a autoridade de ser pai, de ser mãe.

Trabalhamos numa velocidade que (quase) impede a reflexão sobre o significado de nossa vida. Dormimos cada vez mais tarde e acordamos cada vez mais cedo. Estamos sempre muito ocupados, temos pouco tempo disponível para os filhos e, esperamos, simplesmente, que se comportem bem. Isso é enlouquecedor.

Alguns pais quase só dizem sim, porque temem que os filhos os considerem chatos e por não suportarem serem “odiados” ainda que momentaneamente, porque tem de  “aparecer na fita” como pais bacanas, afinados com o que eles querem, agradam-os incondicionalmente para ganhá-los e não o inverso, como no passado.

Também causa mal estar viver situações como: desespero por não ser mais a autoridade na dinâmica familiar, pelos conflitos que ocorrem com o marido ou esposa quanto à divergências na educação deles e até sobre a interferência dos avós. Por fim e muito importante, vocês permitem que eles vivam frustrações? Permitem que fiquem tristes?

Voltando ao título expresso, “limites e limites na quarentena piorou”, precisaremos pensar a criança em dois momentos distintos, pois são olhares diferentes para entender a falta de limites deles e a sua dificuldade para colocar limites neles:

1.         Limites, sem quarentena

2.         Limites, na quarentena.

E por que há diferença nesses dois contextos? O que a criança nos comunica em termos de ter ou não ter limites, nesses dois tempos?

Entendendo o que é limite!

Quando pensamos em limites, logo vem à cabeça a imagem de algo que nos freia, que mostra que chegamos a um ponto e não devemos avançar. Não ter limites, refere-se a não atender as regras estabelecidas para a boa convivência.

É aquilo que nossos filhos vão desenvolver ao longo da vida para saber até onde podem ir ou podem fazer. Esse trabalho é feito pelos pais, porque somos nós que sabemos os limites dos filhos. Dizer “não” é essencial e não é traumático, ao contrário disso, faz bem porque é assim que se aprende as regras. Portanto, serve como um norte aos filhos, vida afora. Os limites começam a ser estabelecidos desde o nascimento, quando a mãe vai definindo a rotina. A criança que conhece limites se sente mais segura por ter no adulto o seu referencial para a vida e tudo começa em casa com a aprendizagem das tarefas (escovar os dentes, guardar os brinquedos, arrumar a mochila da escola, por exemplo).

Contudo, a criança vai lhe testar e poderão chegar a se confrontar. Como agir?

Ensine a criança que há consequências para as decisões que tomamos, boas ou ruins.  Muitas vezes, os próprios pais acabam perdendo a linha por não achar o equilíbrio. Às vezes, são permissivos ou extremamente rígidos, com medo de perder o controle dos filhos. Geralmente, pais mais autoritários enfrentam a revolta dos filhos e os permissivos acabam tendo de lidar com sintomas de ansiedade, porque sem limites a criança se sente perdida, angustiada e expressam pelo comportamento seu mal-estar.


1.         Ausência de limites, antes da quarentena

Em tempos de pandemia, torna-se diferente uma criança não ter limites daquela criança que não tem limites em qualquer outro tempo. Atualmente, o mundo vive uma crise relacional, crise de autoridade e aqui estamos falando sobre a crise na relação pais e filhos.


Limites e a vivência de frustrações

Quando a criança não pode realizar o seu desejo, tem de parar e viver o sentimento de frustração, porque o limite está estreitamente ligado a ter de passar pela frustração, pelo pare, não poder continuar atuando da maneira que deseja.

Mas, por que isso acontece? Qual é a causa dessa dificuldade? Seria a frouxidão dos vínculos? A correria? O cansaço? O estresse? A busca do ter, a necessidade de turbinar o curriculum, o culto ao corpo? Parece que quase tudo tem substituído o encontro, o afeto nas relações. São promessas, viagens mirabolantes, presentes espetaculosos e tudo vira uma vida de glamour. Atenção, precisa ter afeto, acolhimento, troca.

Frases como “não reprimam seu filho...seja amigo de seus filhos...liberdade sem medo”, passaram a ser praticadas de modo tão linear que pais e filhos passaram a ter os mesmos direitos. Como assim? Autoridade é necessária, autoritarismo não*.

* Autoridade: quando os pais ouvem, dialogam, combinam o que vão fazer. O posicionamento dos pais se efetiva pela coerência de suas palavras e ações. É primordial que os filhos reconheçam a autoridade dos pais para a própria formação.

* Autoritarismo: quando os pais têm a palavra onipotente, intransigente, apenas ele sabe e não importa o saber dos outros. No passado, a relação pais-filhos era baseada na posição autoritária. Hoje a proximidade é muito maior e os laços de amizade são construídos desde o nascimento da criança.

Observamos, hoje, a falência da autoridade dos pais em casa, do professor em sala de aula, do orientador na escola. A tarefa de educar os filhos em primeiro lugar é da família, depois é da escola. Se a família não cumpre a parte dela, a escola, tão somente, não dará conta.

Para colocarmos limites será preciso termos limites. Se ficamos frouxos para assumirmos essa importante ação, os filhos vão ocupando o lugar do pai\mãe, o seu lugar na dinâmica da casa, pois de fato você está se retirando do seu lugar de importância e está mandando a mensagem de que ele pode ser aquele que determina a dinâmica doméstica.

Embora reclamem, as crianças dependem do controle dos adultos. Quando não tem esse controle, sentem-se poderosas e, ao mesmo tempo, perdidas. Lhes faltam referenciais, parâmetros. Hoje, há muitos pais com medo dos próprios filhos.

Os papéis se inverteram e se instalou a crise de autoridade. Acontece que muitos pais foram dizendo sim para quase tudo e, consequentemente, foram ficando frouxos, frágeis e quando diante da necessidade de dizer não, dizem sim.

Em minha prática clínica como psicóloga, tenho visto o esforço que uma grande parte de pais e mães faz para serem os "melhores amigos" de seus filhos, dando-lhes de tudo.  Por que isso tem acontecido? No passado, o autoritarismo deixou os filhos com medo dos pais e, no presente, os pais por se mostrarem frágeis, são percebidos pelos filhos com menosprezo por vê-los perdidos, como eles. Pais que agem dessa maneira é porque não têm os próprios limites, estabelecidos.

A educação tolerante demais traz consequências. Os filhos precisam sentir que os pais são seus pontos de referência, seus modelos para a formação de identidade.


2.         Ausência de limites no período da quarentena

Em tempos de pandemia, pais e filhos estão confinados, portanto, estão muito juntos. Mas, tudo o que antes da pandemia desejava-se tanto (ficar mais com os filhos), na quarentena tornou-se um problema, porque a falta de limites\regras das crianças apareceu muito mais.

Antes da pandemia, na correria do dia a dia, a falta de limites era tamponada por compensações (presentes, viagens, permissões, concessões), agora ficou exposta a tal ponto que os pais estão exauridos, surtados, descabelados porque lidar com todas as imposições que a pandemia traz não está fácil (espaços para o home office do marido, da esposa, das aulas virtuais de cada filho, tarefas domésticas, lições, perdas de vidas e financeiras, por exemplo). A nova rotina ou ainda, na confusão de uma nova rotina, o estresse gerado está no topo. E com filhos sem limites, tudo só piora.

Se a comunicação com os filhos, estiver ruidosa, ou seja, se entre você e seus filhos, as regras não são claras, coerentes e justas, o caos se faz. Imaginem a cena: todos em casa, rotina estabelecida (ou não) e cumprida (ou não). Observa-se momentos tensos, nervosos, queixas múltiplas. Aí, você se dá conta que algo está errado. Pode ser a comunicação entre vocês, cheia de falhas. Estabeleça regras, critérios, horários, dê limites. A tendência é se tornar em ambiente harmônico, todos pelos mesmos propósitos ou quase isso.

Em tempos de pandemia, haja vivências de frustrações para todos, adultos e crianças. Festas\casamentos, viagens, planos adiados ou desistidos, liberdade impedida, entre outros. Um mar de incertezas e, nesse contexto, todos ficam sob domínio da angústia e a criança, por não saber expressar em palavras seus temores, o fazem através do corpo. Se mostram agitadas, desobedientes, com hábitos de sono e alimentares alterados, choro fácil, intolerante, agressiva ou arredia, dentre outros. Se elas não aprenderem a ter limites, agora está muito pior.


Pensando nos motivos

A criança perdeu, ainda que temporariamente, muitas coisas e está mais assustada que os adultos, por não entenderem tão claramente e por assistir, diariamente, as reações dos pais que podem estar sob forte impacto de estresse\pânico. Os filhos também estão estressados por toda essa atmosfera de preocupações (perdas de liberdade, de visitar ou receber os amigos, distanciamento dos avós, professores, passeios, por exemplo). Enfim, as crianças ficaram estressadas, assustadas pelo o que pode estar acontecendo de tão grave (na TV, cenas de caixões funerários em profusão). Como assim? Os adultos também fazem isso o tempo todo, sem perceber. Como? Com o chefe, com os próprios pais, com os amigos, no casamento. Ficam procurando culpados (na China, na política, no vizinho...).

A criança projeta a raiva por tudo isso, incertezas\angústias\inseguranças nos pais e, por não conseguir revolver essa “batata quente” sozinha, repassa para o corpo através de comportamentos, como: agitação, agressividade, ansiedade.

Contudo, os limites foram impostos, mundialmente. As frustrações foram aumentadas e algumas crianças, por serem (quase) sempre muito atendidas, nem sabiam que limites existem. Imaginem comer muito, mais do que o sistema digestivo dá conta. Então, você fica atolado de alimentos e passa mal. Algo parecido está acontecendo com as crianças, que estão passando mal com tanta angústia. Elas estão agitadas e agita a todos, por não conseguirem entender os sentimentos delas. “Ué, agora não pode mais? Como assim? E essa “batata quente” (isolamento, afastamento, quarentena), como eu faço?”

Nessa linha, os comportamentos externalizados por elas através do corpo deverão ser entendidos para serem atendidos como manifestação de angústia que precisam digerir. Assim, vão entrando em contato com limites que jamais tiveram.

Desse modo, sugiro aos pais que, além de colocar limites, as ajude a digerir a ‘batata quente”. Será preciso traduzir, decodificar a comunicação que ela está fazendo e transformar em algo que seja alcançável, palatável para ela. Como? Acolhendo, ouvindo-a, respeitando esse momento que ele não sabe dominar (“Vamos passar por isso juntos...imagino que está doendo muito em você ficar longe da vovó, do vovô, dos seus amigos, de sua professora...estamos vivendo tudo isso juntos...eu estou com você...”). Assim, o descontrole, tédio, dificuldades de aprendizagem, comportamentos agressivos, birra, tenderão a se acalmar porque a criança foi respeitada em seus sentimentos. Ela pediu ajuda e você compreendeu e parou para ajudá-la. Fácil? Não, não é fácil, pois os pais precisam estar sob equilíbrio emocional. Podem pedir ajuda a um psicólogo, que auxiliará nesse “caminho das pedras”.

Pais, diga-lhe: “sei que as aulas virtuais estão mais difíceis para você e, provavelmente, para seus amigos mais do que as aulas na escola. Estamos vivendo um momento novo e complexo e juntos estamos passando por ele...”. Lhe dê todas as explicações para ele se acalmar e assim, você, também se acalmará.

Não é simples e não é rápido, mas trará muita eficiência à comunicação na relação pais e filhos e lhes aproximará, sendo a colocação de limites primordial.

Em minha prática clínica como psicóloga, tenho visto o esforço que uma grande parte de pais e mães faz para serem os "melhores amigos" de seus filhos, dando-lhes de tudo.  Por que isso tem acontecido? No passado, o autoritarismo deixou os filhos com medo dos pais e, no presente, os pais, por se mostrarem frágeis, são percebidos pelos filhos com menosprezo por vê-los perdidos, como eles. “Filho, não faça isso... olha, se você fizer, vou ficar triste... eu já avisei, hein, vou ficar triste, não faça isso...”. Nessa linha, ficam todos débeis, pois é um discurso de quem está frágil, de quem está pedindo clemência ao filho para ser respeitado, atendido.

Certa vez, recebi, em meu consultório, um casal que disse: “Ah doutora, já tentamos de tudo, só falta falar com um pai de santo... nossa filha não nos atende mesmo... ela quer receber tudo pronto, não adianta, tem de ser do jeito dela. A pirralha manda na gente” (SIC).

Esses são conteúdos que os casais trazem para os consultórios de Psicologia e até para as escolas. São discursos da desesperança de pais desadaptados a seus papéis. Na tentativa de serem reconhecidos positivamente pelos filhos o tempo todo, fazem de tudo para a criança, perdendo-se na colocação dos limites. Assim, não sancionam as próprias regras. E o que resta? Arbitrariedade!

Outro casal diz: “Meu filho não faz nada sozinho, chora se não lhe damos tudo pronto”. Então, pergunto: Como vocês respondem às “exigências” dele?

Assim, ele está aprendendo o que estão lhe ensinando, como se fosse um reizinho cheio de súditos a lhe servir. Logo, para que fazer esforço? Já pensaram em lhe dar a oportunidade de fazer algo por si mesmo? Será preciso autorizá-lo a fazer algo sozinho, mesmo que fique mal executado para os critérios do adulto, incialmente.

Todas essas são manifestações de pais inseguros, que sentem temor de ver seus filhos crescerem, já que eles próprios não conseguem ficar “sem eles”. Alguns pais, por não terem podido viver os períodos da infância e/ou da adolescência de modo satisfatório, adaptado, interessante, projetam nos filhos suas inseguranças, suas frustrações pelo que não puderam viver, por algum motivo. Assim, tendem a se perder na função de ajudá-los rumo ao crescimento emocional, pelo temor de ficarem sozinhos, de não suportarem ver no filho o que eles próprios não conseguiram realizar. Então, é como se transmitissem a mensagem “não cresçam” ou “não suportaria...”. 

E mais, “Meu filho não mente”. Ahn? Você é quem está mentindo para si mesmo. Mentir é uma defesa para modificar a realidade objetiva, de acordo com o desejo de cada um. Claro que seu filho mente, pode ser uma mentira importante ou algo menor, mas mente e quanto a lição de casa? É compromisso da criança, não relativize a falta de compromisso dos filhos. Você como pai tem o compromisso de trazê-lo à escola no horário estabelecido, não atrasado; diga-lhe que tem de pagar a escola para que ele possa frequentá-la, a escola tem de ser competente para que ele aprenda e qual é o papel dele? É comparecer, não faltar, não se atrasar e se seguir as regras do ambiente escolar para receber o conhecimento proposto.

Enfim, os limites provocam em nós a revisão dos próprios limites. Para dar limites é preciso ter limites.


Tem solução?

Se os pais passarem a flexibilizar muito, os filhos se perdem. A criança não deve ter tudo o que quiser, pois quando crescer acreditará que o mundo lhe dará tudo o que deseja. Assim, não conseguirá suportar a frustração pelo NÃO ouvido por não ter sido o candidato selecionado para a vaga de emprego, por não ter sido o(a) escolhido(a) pela garota(o) que lhe interessa ou, simplesmente, por ter perdido a vaga no estacionamento. Enfim, pela contrariedade vivida, pela frustração não tolerada.

Esse cenário poderá ser evitado, se os pais atuarem como modelos pertinentes, coerentes do discurso às ações. Assim, evitaremos que os jovens se afoguem nas drogas, no roubo, no sexo irresponsável, numa sociedade que parece ir sem destino, “sem lenço e sem documento” (Veloso, 1967).

Então, experimente seguir esses quatro pilares:

1º) reveja os seus limites;

2º) dê limites (para dar limites é preciso ter limites);

3º) permita vivências frustrantes (para se fortalecer e enfrentar os desdobramentos...).

4º) seja exemplo.

 

... e tenha ações práticas:

  • crie normas coerentes de disciplina; estabeleça normas claras;
  • aplique as consequências imediatamente;
  • explique com clareza/aja com firmeza;
  • incentive a independência da criança, estimulando atividades autônomas;
  • participe da vida escolar dela (respeito: horários, lição de casa, regras...);
  • alerte-o sobre a possibilidade das drogas;
  • tranquilize-o quanto a dizer não;
  • reforce os valores éticos;
  • dê-lhe amor/afeto/segurança/ambiente familiar saudável;

 

A educação tolerante demais traz consequências. Os filhos precisam sentir que os pais são seus pontos de referência, seus modelos para a formação de identidade.

Estudos mostram que o narcisismo dos jovens norte-americanos cresceu nos últimos 15 anos e que os Estados Unidos podem passar por problemas sociais, quando estes jovens chegarem à idade adulta e assumirem cargos de poder. O estudo detectou traços de "autorrespeito exagerado" e de um "infundado senso de merecimento".  São os jovens da "Geração N", aqueles que não têm noção de limite, pois acham que são merecedores de tudo; não sabem se esforçar para conseguir algo, não sabem como agir em situações adversas e são criados por pais narcisistas que competem entre si e não respeitam limites. Sob essa ótica, só podemos esperar a ocorrência de situações impactantes, haja vista os atentados recorrentes à escolas nos Estados Unidos.

Pais, permitam que as crianças vivam as próprias experiências, que busquem outros vínculos, promovendo o desenvolvimento. Se os pais os ajudarem nessa tarefa, no crescimento, provavelmente o filho formará os próprios critérios a partir dos já vividos com os pais. Nessa convivência, pais e filhos vão errando, acertando, aprendendo de modo a poder crescer ou perpetuar as dificuldades que os enfrentamentos mobilizam.

Limites possibilitam a convivência com o outro. Não os ter, não significa ser livre. Enfim, os limites provocam a revisão dos próprios limites, pois para dar limites é preciso ter limites.

 


Profa. Dra. Joana d´Arc Sakai - psicóloga clínica e escolar. Especialista em Psicanálise de Crianças e Adolescentes,  mestra e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP) e atua na área educacional em instituições de ensino em assessoria educacional. É ex-supervisora de estágios clínicos em Psicoterapia Psicanalítica e ex-docente titular nas Faculdades de Psicologia e Medicina da Universidade de Santo Amaro; professora convidada para cursos de pós-graduação. Atende, em consultório próprio, crianças, adolescentes, adultos e supervisão clínica para estudantes e profissionais da área. Ministra palestras sobre temas pertinentes às áreas de Educação e Psicologia e corporativos, sobretudo os dirigidos à mulher. Ministra cursos in company (Escola de Pais), além de ser escritora e psicopedagoga.


Sono desregulado prejudica aprendizagem, alertam neurocientistas

Isolamento social mudou o padrão de sono dos estudante; saiba como isso interfere nos estudos

 

Uma pesquisa publicada recentemente pelo Journal of Child Psychology and Psychiatry aponta que 70% das crianças e adolescentes com menos de 16 anos estão indo para a cama mais tarde desde que a pandemia do novo coronavírus começou. As consequências da perda do padrão de sono podem ser muito graves para a capacidade de aprendizagem nessas faixas etárias, segundo especialistas.

Adriessa Santos, coordenadora da pós-graduação em Neurociência do Instituto Singularidades e especialista em Neurociência e Educação, explica que o processo de aprender uma nova habilidade ou conteúdo precisa das horas de sono para se fortalecer. Quando uma pessoa está aprendendo algo novo, o cérebro começa a realizar conexões para absorver e gravar os conteúdos com que seus cinco sentidos entram em contato. Essas conexões são chamadas de sinapses. De acordo com a especialista, depois que as sinapses são feitas é preciso garantir que elas sejam fortalecidas de modo a fixar aquele novo aprendizado. E o sono é um ingrediente indispensável para isso.

Para Michele Muller, pesquisadora, escritora, especialista em neurociência clínica e neuropsicologia educacional e mestre em Ciências da Educação, "a sociedade subestima um pouco essa questão. As aulas começam cedo demais ou os pais não levam muito a sério o horário de ir para a cama, por exemplo. A criança, enquanto dorme, acaba ensaiando aquilo que aprendeu durante o dia. Então, tanto para a saúde física quanto para a saúde mental e para a aprendizagem, o sono é uma questão que precisa ser levada muito a sério", alerta. Adriessa concorda. "Não aprendemos dormindo, mas sem dormir  não aprendemos. O dormir é um pilar fundamental na consolidação da aprendizagem", diz.

Isso porque, da mesma forma que as sinapses podem ser fortalecidas, também podem ser enfraquecidas. Assim, garantir que o cérebro tenha as horas necessárias de sono para que os conteúdos aprendidos se tornem mais fortes é também uma forma de ajudá-lo a aprender. Outra boa estratégia, orientam as especialistas, é insistir algumas vezes nos conteúdos abordados com os alunos. Isso pode ser feito, por exemplo, iniciando as aulas seguintes revisitando os conceitos e oferecendo novas formas de o aluno ter contato com os mesmos assuntos.

As conexões - ou sinapses - são diferentes para cada pessoa. De acordo com os princípios da neurociência, as inúmeras conexões feitas pelo cérebro durante o processo de aprendizagem podem ser determinantes para que alguém tenha maior ou menor facilidade para aprender.

Michele opina que tratar a educação sob a perspectiva da neurociência pode contribuir para que os alunos aprendam mais e melhor. "Durante muito tempo, focamos a educação no conteúdo, no que a criança tem que aprender", afirma, ressaltando que, hoje, sabe-se que o mais importante é focar na maneira como a criança aprende. "Muitas vezes, o conteúdo não é dado de uma forma que faça sentido para quem está aprendendo. Então, a neurociência nos ensina a dar sentido ao conteúdo para quem está aprendendo".

Isso significa repensar a forma de ensinar, fazendo com que os conteúdos sejam mais interessantes para as crianças e adolescentes. Michele explica que uma boa estratégia para isso é despertar a curiosidade dos alunos. "As crianças vão se engajar na aprendizagem se elas estiverem interessadas no assunto - e os interesses variam de acordo com cada um. A curiosidade é super necessária para a retenção da informação porque, quando a gente está em um estado curioso, uma série de neurotransmissores entra em ação para que a atenção fique focada e o conhecimento fique retido", sintetiza.

Como destaca Adriessa, a capacidade de fazer e desfazer conexões - chamada de neuroplasticidade - é sempre única. "Gêmeos idênticos, por exemplo, têm o mesmo material genético e, se expostos à mesma aprendizagem, as conexões que eles formam serão diferentes". Assim, segundo ela, pode-se concluir que todas as pessoas têm formas únicas de aprender. Então, a aprendizagem personalizada não tem fórmulas prontas, receitas que podem ser aplicadas a todos os alunos e que terão sempre os mesmos resultados.

Essas e outras observações de Michele e Adriessa sobre as contribuições da neurociência para o futuro da Educação estão disponível no 10º episódio do podcast PodAprender, cujo tema é “Como utilizar a neurociência a favor da educação“. O programa pode ser ouvido no site http://sistemaaprendebrasil.com.br/podaprender/, nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis.


Emoções negativas e suas consequências


Especialista comenta sobre a influência do pensamento negativo para a saúde e resultados insatisfatórios na vida

 

Já imaginou como os seus sentimentos influenciam diretamente suas ações e quais são seus resultados? No que eles impactam? As chamadas “emoções negativas” possuem papel fundamental na forma como cada indivíduo consegue lidar com o mundo. E o reflexo delas podem influenciar não só o presente, como o futuro, as relações e, até mesmo, aspectos sobre a saúde física e mental do corpo.


Cida Montijo, escritora e especialista em terapia integrativas, esclarece que toda essa conexão acontece porque as emoções estão diretamente ligadas aos pensamentos, e muitos arquétipos, estão armazenados no subconsciente, que é basicamente, responsável por tudo que define cada ser humano. 

“Tudo o que projetamos externamente é apenas a ponta do iceberg em relação ao que está em nosso subconsciente, aos modelos que construímos e vamos carregando ao longo da vida. Portanto, o que é considerado pequeno, por exemplo, pode ser sinal de algo mais complexo está começando a surgir, porém sem ainda a devida consciência do fato. Ao final, vemos somente um resultado não tão favorável quanto gostaríamos e não temos claro como tudo ocorreu daquela maneira.” 

 

Consequências 


A vibração emocional negativa está atrelada ao nível de consciência da contração, segundo pesquisa do Dr. Hawkins, mais exatamente ao nível da consciência do medo - “Por ser algo ligado ao pensamento e assim às emoções, nosso corpo e nosso sistema imunológico, bem como nossas células, ressentem-se profundamente, manifestando-se através de doenças psicossomáticas. Deste modo, é comum que doenças surjam a partir do estresse ou da tristeza profunda”, destaca.

Exatamente por isso, as emoções negativas devem ser tratadas, quando se tornam conscientes, para evitar esse tipo de situação. “Para todos nós é normal sentir essas vibrações negativas, em algum momento, é claro. Porém, há maior risco quando essas emoções se tornam frequentes, pois elas desequilibram nossos chacras, que afetam nosso corpo, nossa mente, nossa alma. Portanto, é preciso sempre estar em busca de meios para evitá-las”, diz.

A melhor forma de fazer isso é incentivando exatamente o oposto: as boas vibrações. “É necessário se autoconhecer e descobrir tudo aquilo que te faz bem. Essas são ocasiões que nunca são demais e podem ajudar em todos os aspectos da vida. Busque formas de lazer, de relaxamento e saiba o momento de parar para recarregar suas energias”, acrescenta.

 

 

Fonte: Cida Montijo - escritora e consultora empresarial. Formada em Letras, atuou como professora de português e espanhol. É graduada em pedagogia empresarial pela PUC. Migrou para a área de consultoria empresarial e recursos humanos. Criou um programa de consultoria em gestão empresarial, com experiência dentro e fora do Brasil. É especialista terapias integrativas. Autora do livro “Emoções e suas frequências – Salto quântico para o equilíbrio”.


Sociedade igualitária começa na infância

 Pediatra alerta para a necessidade de dialogar sobre a diversidade com as crianças


A intolerância contra gênero, raça, religião e orientação sexual tem sido cada vez mais combatida e repelida pelas sociedades de todo o mundo. No entanto, ainda temos muito a trilhar para podermos ter uma sociedade mais igualitária para todos.

"E o que estamos fazendo para que nossos filhos cresçam em uma sociedade mais justa e igualitária?", essa é a pergunta do Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria que lembra uma frase importante de Nelson Mandela: "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".

Não existe receita pronta, quando se trata da criação de filhos, mas cabe aos pais conversar, discutir e até mudar sua postura para dar exemplos positivos aos pequenos. O primeiro passo, segundo o pediatra, está em reconhecer que existe o problema.

"Muitas vezes noto que o problema ainda não está escancarado. Ainda ouço que se trata de ‘mimimi’, quando, na verdade, estamos falando de um crime! Reconhecer a falha é essencial para que a sociedade se organize e tenha condições de achar soluções. Todos precisam deixar de lado os preconceitos para que possamos evoluir."

E o assunto não precisa ser abordado de forma sisuda. Mesmo nas mais tenras idades, as crianças são capazes de compreender e o pediatra sugere explicar conceitos de racismo, xingamento, injúria e estereótipos de forma lúdica. "Também temos que dar o exemplo e colocar os conceitos na primeira infância, no núcleo familiar e dentro das escolas", afirma.

Estamos inseridos em uma sociedade que se estruturou a partir de ideias preconceituosas, com atitudes de discriminação e relações que se estruturaram a partir da ideia de superioridade de um grupo sobre o outro. Mudar isso é essencial e começa com a convivência com a diversidade e isso também passa pelas histórias que contamos aos nossos filhos.

O médico também cita algumas maneiras preconizadas pela Unicef para contribuir para uma infância livre de discriminação:

1. Eduque as crianças para o respeito ao que é diferente. A diferença está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos costumes entre amigos e pessoas de variadas culturas, raças e etnias e enriquecem nosso conhecimento.


2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja certo se isso acontecer!


3. Não classifique nunca o outro pela cor de pele -- o essencial você ainda não viu. Lembre-se de que racismo é crime.


4. Se seu filho foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.


5. Denuncie! A discriminação é uma violação de direitos.


6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula em casa e em todos os lugares.


7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito.


8. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra. Ajude a escola de seus filhos a adotar essa postura.


"Como pediatra, sigo esperançoso de que crianças bem orientadas e educadas conseguirão fazer esta diferença e mudar o final da história. Cabe a cada pai iniciar essa mudança dentro de sua casa para que tenhamos uma sociedade melhor para todos", conclui.

 


Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 @paulotelles • Formado pela Faculdade de medicina do ABC • Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP • Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP • Título de Especialista em Pediatria pela SBP • Título de Especialista em Neonatologia pela SBP • Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012 • 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura.


Para bem viver, precisamos nos reinventar!

Não há nada melhor que a arte de recomeçar. Aquela sensação de que aquilo que passou já não lhe cabe mais e que você está de volta para reprogramar a sua vida. E arrisco a dizer que todos no mundo, irão começar em breve essa nova fase. Com ou sem o novo normal, as pessoas vão se reinventar, recomeçar e focar em outros caminhos.

A Pandemia pode não ter mudado a todos, mas uma boa parte da sociedade repensou, e o abraço ficou mais valoroso, o afeto fez falta e a presença dos amigos em uma roda de conversa ficou mais importante, porque ficamos sem por um longo tempo.

Mas como partir do zero? Se na verdade nem sabemos mais como podemos continuar o que estávamos fazendo. Diante de tudo que passamos e quando vejo tudo que aprendi com minhas especializações e experiências de vida, o que eu posso dizer é que não podemos continuar, precisamos nos reinventar.

 

5 passos para se reinventar:

1º passo: se especialize! Você pode fazer tudo que fazia antes, mas precisa se preparar. Quanto mais conhecimento tiver, mais fácil vai superar uma crise como esta que estamos vivendo e terá um plano B.


2º passo: não pare! Se ainda está em casa, pense de que forma pode ser produtivo e tudo que pode preparar para quando as coisas amenizarem. Muitas pessoas acharam novos caminhos durante essa jornada e todos nós podemos conhecer outras forças de trabalho que nem imaginávamos ter.


3º passo: tenha hábitos mais benéficos! Aproveite esse tempo para melhorar a alimentação, começar a se alongar ao sair da cama e a fazer exercícios para a mente. Você pode não mudar, mas precisa se transformar.


4º passo: sinta seu coração! No frenético mundo antes da pandemia, apenas a razão reinava e esquecíamos de ouvir nossa intuição. Agora, com calma, devemos pensar para onde nosso coração aponta e descobrir qual a nossa real felicidade.


5º passo: bem viver! Corpo, mente e alma são os três pilares da vida. Precisamos nos cuidar! Entenda bem, os exercícios são para os três. Veja vídeos de como se exercitar em casa, claro com muita moderação. Procure fazer meditação ou auto hipnose. E, por fim, cuide da sua espiritualidade, e entenda bem, não precisa de uma religião para isso, pois ninguém precisa de um templo para orar, é só acreditar, fechar os olhos e ter fé ao conversar com o seu Deus.

 



Andreza Carício - Palestrante, tabeliã e CEO da marca Todo Santo Dia. Especializou-se em autoconhecimento com diversos cursos consistentes como Tony Robbins - Business MASTERY (Las Vegas e Amsterdã); Brendon Burchard – Curso de autoconfiança; ativismo quântico com o cientista indiano Dr. Amit Goswami, astro do filme “Quem somos nós”; PNL e MASTER PNL no Instituto INEXH; e Napoleon Hill – Master Mind. Ainda, tem formações importantes para quem quer estender os conhecimentos nessa área como formação Internacional-Constelação Sistêmica Familiar e Pensamento Sistêmico com Cornelia Bonenkamp; formação de treinadora de alto impacto com Massaru Ogata; e formação internacional em coaching na SLAC professional e self coaching/ business e executive coaching.


Encontrar sentido na vida é mais importante do que felicidade

Mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla, mostra como o propósito pode nos ajudar a encontrar o sentido na vida


É a ausência de sentido, e não ausência de felicidade, que faz com que países de elevado grau de desenvolvimento econômico, como o Japão, tenham altas taxas de suicídio. Pessoas que encontram sentido na vida se apoiam nestas razões quando o mundo parece desabar. Já a felicidade não é uma constante na vida de ninguém, muito menos um refúgio seguro quando tudo vai mal.

Segundo Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva pela Universidade da Pensilvânia, encontramos sentido para a vida de diversas formas, uma delas é tendo um propósito. “A palavra propósito gera 50 milhões de resultados no google – uma palavra super utilizada e pouco compreendida. Sofisticamos o propósito. Hoje ele tem a ver com causas grandiosas, com pessoas que inspiram milhões de outras durante a vida. Hoje ter propósito é quase equivalente a escalar o Monte Everest, um projeto para poucos”.

Mas o propósito, explica Adriana, não é um luxo disponível apenas para os que podem largar o emprego ou investir horas sem fim em uma causa. “Talvez estejamos em crise com relação ao nosso propósito porque cometemos um erro na definição do termo. Propósito tem a ver com usar as suas habilidades para adicionar valor para o mundo. Tem a ver com contribuir para uma, ou algumas, causas que são coerentes com os seus valores”. 

Você pode encontrar mais propósito ajudando o morador de rua que está na frente da sua casa, ajudando uma creche ou abrigo de animais, fazendo uma campanha em benefício de algo ou alguém que você se importe, ou ainda na criação de seus filhos.

Se entendermos propósito como um conjunto de ações (que podem ser simples) em prol das outras pessoas, fica mais fácil incorporar mais propósito em nossas vidas. E mesmo que propósito tenha a ver com o que você doa, e não com o que você ganha, uma das consequências de agir em prol do outro é uma imensa sensação de bem-estar.

“Somos seres sociais e sentimos que a nossa vida tem sentido quando o mundo (ou parte dele) é melhor por que a gente existe. E o mundo está cheio de oportunidades para acrescentarmos valor. É só deixarmos de olhar para o topo do Monte Everest e olharmos ao nosso redor”, finaliza a especialista.

 



Adriana Drulla - Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo.  Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.


5 estratégias de mentalidade para criar hábitos saudáveis a longo prazo

 


Especialista em bem-estar do Freeletics dá algumas dicas para superar os desafios diários e colocar o autocuidado em prática

 

Exercitar-se com mais frequência e ter uma alimentação mais saudável são algumas das ambições de muitas pessoas. Mas, com o passar do tempo, essas metas relacionadas ao bem-estar e à saúde mental são deixadas de lado. Neste ano, diante da abrupta quebra de rotina promovida pelo isolamento social, grande parte da população teve de adaptar seu dia a dia, e isso causou impactos nos objetivos de cuidar mais do corpo e da mente ao longo dos meses. 

Para Liora Bels, especialista em bem-estar do Freeletics, aplicativo líder em exercícios físicos e estilo de vida com uso de inteligência artificial, diante desse cenário, é essencial que as pessoas possam transformar o autocuidado em uma prática cotidiana. “O corpo segue a mente. A mentalidade é importante quando se trata de criar hábitos saudáveis, como treinar de forma consistente e ter uma dieta equilibrada”, explica. “Essas atitudes ajudam a aliviar o estresse e trazem equilíbrio às situações do dia a dia. Para começar, é preciso desenvolver uma mentalidade de sucesso”, completa. 

Para desenvolver a mentalidade certa e ajudar a lidar com situações difíceis de maneiras positivas, a especialista listou cinco estratégias que podem ser implementadas na rotina diária.



1. Escreva sua programação

 

“É muito mais provável que você adote hábitos saudáveis, como se exercitar ou meditar, se definir em quais dias serão feitos. Faça com que sejam parte da sua programação semanal e siga-a da melhor maneira possível”, recomenda Liora. “Seja realista e não se estresse se uma vez ou outra precisar fazer reajustes, mas certifique-se de planejar qualquer sessão adiada para que ela não seja esquecida”, completa. 

 

2. Domine a situação

“Prepare-se mentalmente na noite anterior, seja para uma reunião difícil, uma sessão de treino ou qualquer outro evento”, destaca a especialista. Para Liora, não importa se essa preparação for verificar o que será preciso para o treino ou simplesmente adiantar uma refeição, essa é uma tática bem fácil e que vai poupar tempo. “Ao fazer isso, você pode ter uma boa noite de descanso, dormir mais e se recuperar do dia de treino”, explica.

 

3. Pense em seus objetivos

Segundo a especialista, às vezes, desenvolver hábitos duradouros exige que você supere barreiras mentais e pense em seus objetivos de longo prazo. “Se você não gostar do treino que tem de fazer e estiver preso nessa batalha mental, tente fazer um bom aquecimento e reavaliar como se sente. Às vezes, simplesmente mover o corpo desperta essa motivação extra. Você também pode adaptar sua rotina de treinos para adequá-la à sua necessidade”, recomenda. 

 

4. Seja positivo

Liora destaca que, se algo estiver te causando ansiedade, é necessário ser gentil consigo mesmo e adotar uma atitude mental positiva. Algumas estratégias para momentos assim incluem: 

·  Dividir seu "problema" em marcos importantes

·  Observar cada conquista

·  Falar consigo mesmo de forma positiva

 

5. Durma bem

Priorize seu sono. “Dormir entre 7 e 9 horas por noite vai te ajudar a se recuperar melhor e com mais rapidez e a lidar com situações difíceis com mais facilidade”, conclui a especialista.

 

 


Freeletics

www.freeletics.com


Dia Mundial e Nacional da Osteoporose: Conheça os mitos e verdades sobre a doença


Médico esclarece dúvidas sobre o problema que atinge 10 milhões de pessoas no Brasil

Celebrado em 20 de outubro, o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose chama a atenção para uma doença silenciosa e sem sintomas aparentes que atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil, com 200 mil óbitos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e, no mundo, afeta 200 milhões de pacientes.

A enfermidade causa a diminuição da massa óssea, resultando em ossos frágeis e porosos. Como não há a presença de dor entre seus sintomas, na maioria das vezes, as pessoas só descobrem quando há alguma fratura.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens acima dos 50 anos desenvolvem a doença.

Porém, ainda há muitas dúvidas que as causas e tratamentos para essa patologia. Por isso, o doutor Ulisses dos Santos, Diretor Médico do Hospital HSANP, esclarece o que é mito ou verdade:

 

- A osteoporose atinge mais o sexo feminino.

VERDADE. A doença atinge mais mulheres após os 50 anos devido à queda brusca de estrogênio, hormônio que ajuda a manter o equilíbrio da estrutura óssea.

 

- Quem tem a doença não pode praticar atividades físicas.

MITO. O exercício físico estimula a formação e fortalecimento ósseo, por isso, a prática é indicada. Contudo, recomenda-se que a atividade seja acompanhada por um educador físico.

 

- A enfermidade não tem cura.

VERDADE. Embora não tenha cura, existem diversos tratamentos incluindo medicamentos e medidas não medicamentosas. O tratamento varia de paciente para paciente, por isso, é essencial o acompanhamento médico.

 

- A principal forma de prevenção é aliar uma alimentação saudável com a prática de exercícios físicos.

VERDADE. As medidas de prevenção contra a osteoporose podem e devem ser realizadas durante a vida toda, pois cerca de 90% da estrutura óssea é formada até os 20 anos de idade. Portanto, é fundamental a ingestão de alimentos ricos em cálcio, além de manter uma dieta equilibrada. Já as atividades físicas são importantes para fortalecer e formar o tecido ósseo. Outro benefício dos exercícios é o desenvolvimento do reflexo e equilíbrio, prevenindo as quedas.

 

- Hábitos alimentares na infância podem impactar no desenvolvimento da osteoporose.

VERDADE. A massa óssea é formada na infância e adolescência e necessita do cálcio e da vitamina D para sua formação. Por isso, é importante adotar uma alimentação saudável, com alimentos ricos em nutrientes desde a infância, para que a estrutura óssea seja forte quando adulto. Quanto mais sólido o processo de calcificação do osso, menor será a probabilidade de desenvolver a doença.

 

- Apenas os laticínios são fontes boas de cálcio.

MITO. Existe cálcio também de origem vegetal, como nozes, sementes, alho e vegetais de folha verde escura. É importante a consulta com o nutricionista para adaptar fontes variadas de cálcio no cardápio.

 

- A doença pode afetar diversas partes do corpo.

VERDADE. Ela pode atingir diversas partes do corpo, tais como: coluna, punho, braço e fêmur, sendo que este último membro citado é considerado bastante perigoso, pois pode colocar em risco a vida do paciente, em função das complicações do trauma.

 


HSANP


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