Pesquisar no Blog

terça-feira, 26 de maio de 2020

Problemas cardiovasculares são a maior causa de morte entre as mulheres



“É que nem coração de mãe, sempre cabe mais um”. Quem nunca ouviu essa crença popular? Pois o dito tem sua verdade. As mães costumam ser tão presentes na vida de seus filhos, tão preocupadas com as questões que envolvem sua cria, que deixam de lado a própria saúde. Mas coração de mãe também inspira carinho e cuidados. Especialmente quando essa mãe divide sua rotina entre o cuidado dos filhos, a manutenção da casa e o mercado de trabalho. As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte em mulheres no país.   
“As tarefas de casa não são bem dividias na maioria dos lares, assim como a criação dos filhos. Esse é um problema grande para a mulher que trabalha fora, pois fica sobrecarregada dentro do próprio lar”, avisa a cardiologista Aurora Issa, do Instituto Nacional de Cardiologia (INC). A médica explica que o histórico de consultas das mulheres ainda é falho e que muitas delas, quando procuram atendimento especializado, não recebem na mesma proporção que os homens indicação de cirurgias ou procedimentos invasivos que podem vir a ser fundamentais para sua recuperação.
Uma dos principais cuidados que a mulher tem com a saúde é a prevenção do câncer de mama. É bem difundida a importância da consulta regular ao ginecologista e a realização do autoexame, apesar da doença matar menos mulheres do que as doenças cardiovasculares. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo divulgou um estudo recente que mostra que 39 mil mulheres morrem de infarto anualmente em todo o Brasil, número superior as 13 mil mortes anuais por câncer de mama. 
O Instituto Nacional de Cardiologia alerta para a necessidade de uma consulta regular também ao cardiologista.  Aurora Issa acredita que um dos motivos da baixa adesão das próprias mulheres aos cuidados com o coração seja porque a ocorrência de doença cardiovascular nelas se dá em uma fase mais tardia do que nos homens. “Tardia ou não, é altamente incidente entre o sexo feminino. Razão suficiente para prevenir cedo o problema”, orienta.
A médica do INC explica ainda que a mulher também deve procurar o médico sempre que surgir algum sintoma incomum ao ciclo menstrual. O ideal é fazer os exames de rotina antes de completar 21 anos, entre eles o exame de colesterol, para que o especialista trace o risco cardiovascular. Fatores como sedentarismo, tabagismo e alimentação irregular podem ser fortes indutores das doenças cardíacas.

Exercícios durante a gestação podem aliviar desconfortos, e auxiliam na recuperação pós-parto


Toda mãe passa por isso: aumento de peso, barriga e mamas maiores. Com isso, a postura corporal se altera. E conforme o bebê cresce no útero, o corpo da mãe se organiza de forma a comportar as mudanças estruturais, forçando diversos músculos e tentando equilibrar o peso extra.

Para evitar que tais desconfortos comprometam o corpo, o fisioterapeuta Marcel Sera dá algumas dicas para evitar distúrbios posturais durante a gestação. “Infelizmente não há como garantir uma gravidez sem dores nas costas, pois em determinado momento o peso da barriga é tão grande que joga o centro de gravidade da mãe para frente. Para ela não cair para frente, é comum que curve a coluna para trás, aumentando a dobra na região lombar”, analisa. “Mas para evitar que haja desgaste da musculatura, a melhor maneira é fortalecer os músculos que sustentam a coluna, como abdominais, glúteos e paravertebrais (costas) praticando dança, natação, yoga, pilates e até mesmo musculação, dentro da intensidade permitida pelo médico”, explica o especialista formado pela USP (Universidade São Paulo), com especialização em Fisiologia e Biomecânica pelo Hospital das Clínicas, e Ortopedia Esportiva, pela UNIFESP.

Na opinião de Sera, além de exercícios físicos, ainda existem métodos de consciência corporal que auxiliam na manutenção da postura durante os nove meses, diminuindo as chances de dores durante e após o nascimento. “Os desconfortos podem ser trabalhados com ajustes que melhoram a mobilidade e controle do corpo, como o RPG, o GDS e as terapias manuais. Com um trabalho de controle postural desenvolvido, a gestante consegue amenizar a acentuação da curvatura da coluna”.

Após o parto, também existem métodos que são fundamentais para a reestruturação física. “Caso não tenha conseguido cuidar destes aspectos antes, existem técnicas de correção postural e reeducação muscular que reabilitam o tônus abdominal, alinham o corpo e aliviam dores”, finaliza.


Posts mais acessados