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terça-feira, 5 de maio de 2020

Como pacientes oncológicos podem fortalecer a espiritualidade em tempos de pandemia?


Psicólogo da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo explica que um dos recursos emocionais mais importantes para enfrentar o atual momento é conectar-se consigo mesmo

A espiritualidade é a forma pessoal e subjetiva do ser humano acessar aquilo que considera sagrado. Essa conexão com o interior permite que o indivíduo fique em paz e atravesse momentos turbulentos como esse que a humanidade passa atualmente. De acordo com Caio Vianna, psicólogo da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo , o paciente oncológico precisa fortalecer essa área para enfrentar não só as mudanças causadas pela pandemia, mas também o tratamento do câncer, seja no início, meio ou fim. "É importante que ele converse com o médico e entenda os reais riscos e em que momento do processo oncológico ele está. Quando temos a certeza do que estamos vivendo, temos uma sensação maior de controle sobre a vida e sobre o que pode ser feito", conta o profissional.
O especialista ressalta que muitos pacientes não procuram o oncologista por medo de descobrirem novas informações sobre o tratamento e isso não é benéfico. "Na verdade, é libertador quando compreendemos os detalhes do processo que estamos atravessando, pois nos apropriamos do que podemos ou não fazer diante da situação. Esse é o primeiro passo para promover autocuidado físico e emocional adequados. Quem tem o lado espiritual aflorado consegue usar isso como um recurso de enfrentamento para momentos difíceis da vida", afirma o psicólogo.
A prática espiritual permite que o paciente ganhe consciência. "Assim, ele evita distorções do pensamento, começa a pensar de acordo com as possibilidades concretas do que pode acontecer ou não e dá mais sentido à vida", conta. De acordo com ele, diante da atual pandemia, essa prática leva a manutenção dos pensamentos positivos e ajuda a conviver com a adversidade, se recordando de que o momento vai passar.
O paciente pode se apropriar de conhecimento para exercer a espiritualidade por meio da meditação, oração, leitura, de uma conversa com o mentor espiritual, ao cuidar de si mesmo, praticar a solidariedade, ouvir a voz interior e sendo grato pela vida. "Existem estudos que comprovam que as práticas espirituais melhoraram aspectos emocionais e a maneira como o paciente encara os sintomas físicos de um tratamento, por exemplo, alcançando uma melhora na qualidade de vida. E apontam que quem fortalece essa área apresenta índices menores de depressão, ansiedade e estresse", ressalta o psicólogo.
Segundo o especialista, a espiritualidade funciona como uma espécie de peneira dos sentimentos e faz com que o paciente se torne cada vez mais conectado com sensações boas. "Com isso é possível ter mais motivação, autonomia, autoconfiança, plenitude nas situações, ser positivo e tem força para conseguir encarar os momentos de medo e de tensão tão comuns", finaliza ele.

Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos - 5 de maio


Tratamento domiciliar não é automedicação, alerta Federação Brasileira de Hemofilia sobre uso racional


Nesta terça-feira (5) é celebrado o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos, data que consta no calendário Oficial do Ministério da Saúde para alertar para os riscos da automedicação. Um público que tem liberação garantida para tratamento domiciliar é o das pessoas com hemofilia - sendo que desde o ano 2000 há a liberação de doses de urgência para sangramentos e, entre 2011 e 2012, avanços para tratamento profilático para todas as pessoas com hemofilia com perfil de sangramentos, garantidos pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH). 

"Desde então, essas pessoas passam a ser capacitadas pelos Hemocentros, tanto para a infusão domiciliar como para o adequado armazenamento dos fatores de coagulação, a fim de manter suas propriedades de eficácia  e segurança", explica Tania Pietrobelli, presidente da FBH, ao alerta contudo que este tipo de tratamento não significa automedicação, uma vez que para tal é necessário um treinamento. 

Segundo dados da Federação Mundial de Hemofilia, órgão ligado à OMS e representado no Brasil pela FBH, apontam que há, em média, ganho de 80%, tanto para governo quanto para o cidadão com a prática do tratamento domiciliar. 

"O Brasil vem se destacando como exemplo mundial no tratamento de pessoas com Hemofilia e outras coagulopatias e, seguindo orientações da Federação Mundial, tem estimulado o tratamento domiciliar", explica a presidente da FBH, Tania Pietrobelli. "Os ganhos com a possibilidade de tratamento domiciliar são notórios, mas pedimos sempre que sejam seguidas as orientações médicas com responsabilidade  para a efetividade do tratamento".


Pandemia do novo coronavírus

Atenta ao avanço do novo coronavírus, no início da pandemia, a Federação Brasileira de Hemofilia contatou o Ministério da Saúde solicitando orientação para este público, que não está enquadrado no grupo de risco, e solicitou aumento da disponibilidade de medicamento de um para dois meses. "Anteriormente a isso, os hemocentros dispensavam fatores de coagulação  para trinta dias", explica Tania. "Fizemos este movimento junto ao governo para reduzir o deslocamento até o Hemocentro e para que as pessoas não deixassem de se tratar por medo  de falta de medicação", completa.


Dia da Asma: Doença que afeta mais de 6 milhões de pessoas no país pode ser responsável por piores quadros da COVID-19


Fatores ambientais apontados como agrave da asma e gatilho de crises incluem infecções virais

Organizado pela Iniciativa Global Contra a Asma, a GINA - Global Initiative for Asthma, em inglês -, a primeira terça-feira de maio é responsável por destacar uma doença que afeta mais de 6 milhões de brasileiros e leva a óbito cerca de 3 a 5 pessoas diariamente no país e, neste ano, durante a pandemia da COVID-19, se faz ainda mais importante.

Segundo o Ministério da Saúde e análises dos quadros clínicos chineses e italianos, quando não controlada, a asma pode levar a complicações decorrentes do novo coronavírus. Além disso, a exposição à poeira, ácaros e fungos, variações climáticas e infecções virais, como a COVID-19, são apontadas como aspectos ambientais responsáveis por levar a crise.

Segundo o Dr. Mauro Gomes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a orientação é seguir o tratamento da asma normalmente para reduzir o risco de expor o trato respiratório a uma infecção grave. Essa medida serve, também, para tempos menos preocupantes: mesmo fora da pandemia, a asma tem grande impacto nos sistemas de saúde no Brasil. Segundo dados do DATASUS, a asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações, conforme o grupo etário considerado. E, de acordo com a pesquisa "Asma na vida e na visão dos brasileiros", realizada pela Abril Inteligência sob encomenda da AstraZeneca, 1 em cada 5 pacientes foram internados por conta de crises asmáticas em um ano².

Como diferenciar os sintomas?

"O sintoma mais grave do coronavírus é a falta de ar, indicativo de necessidade de ajuda médica. Por ser também um sintoma da asma, pode gerar confusão no paciente. Nesses casos, é necessário observar outros sinais, tais como como febre, cefaleia e dores pelo corpo, que não costumam ocorrer na crise de asma, e tentar lembrar se as crises anteriores foram semelhantes", explica Dr. Mauro. "Se não for o caso ou o paciente estiver em dúvida, procure por um médico. Uma forma válida é a telemedicina, que diminui a exposição do paciente à infecção pelo coronavírus", conta.

Sobre a asma

A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns no brasileiro, caracterizada pela inflamação e o estreitamento dos brônquios, que impede a passagem de ar tornando a respiração difícil. As principais características são dificuldade de respirar e respiração curta e rápida4. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas4.

Segundo o especialista, a asma tem diferentes tipos que, com frequência, são diagnosticados erroneamente. Uma pesquisa mostrou que 82% dos asmáticos demoram cerca de 5 anos para obter o diagnóstico correto e que 74% foi diagnosticado com algum tipo de bronquite, o que acaba minimizando o tratamento².

Se não tratada corretamente, as complicações decorrentes da asma podem ser fatais. Segundo o Dr. Mauro, "O tratamento personalizado é uma realidade. Embora não exista cura para a asma, existem tratamentos que controlam a doença, proporcionando mais conforto e bem-estar para que o paciente, assim ele não precisa deixar de realizar suas atividades diárias".

 Referências
[1] Gina no Brasil: http://www.ginanobrasil.org.br/mortes-por-asma-2016/
[2] Pesquisa quantitativa: "A asma na visão e na vida dos brasileiros" realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca entre outubro e novembro de 2018. Coleta de dados via web com 1810 respondentes, 1.600 não asmáticos e 210 asmáticos
[3] Ministério da Saúde http://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/20/20200318-ProtocoloManejo-ver002.pdf
[4] Ministério da Saúde: http://saude.gov.br/saude-de-a-z/asma
[5] Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Disponível em: http://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/
[6] http://saude.gov.br/saude-de-a-z/asma

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