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terça-feira, 5 de maio de 2020

ADAPTAÇÃO Home office é destino de muita gente que perderá o emprego


A necessidade de isolamento social acelera tendência de se trabalhar em casa. Para especialista, profissionais precisarão se reinventar e aprender a trabalhar no ambiente doméstico


Uma projeção feita por analistas da CM Capital, uma das maiores corretoras independente de valores do País, aponta que o desemprego no Brasil irá chegar, entre os meses de julho e setembro, a um taxa que pode variar de 16% a 19%. O último índice de desemprego registrado pelo IBGE ficou em 11,6%, referente ao trimestre de dezembro a fevereiro, portanto, período ainda fora do impacto da pandemia.

Em Goiás, essa perspectiva negativa não será diferente. De acordo com sondagem feita pela Associação Comercial, Industrial e Serviço do Estado de Goiás (Acieg), com cerca de 100 empresários, com apenas dez dias de imposição de medidas de isolamento por parte do Estado 23% dos entrevistados afirmaram que já precisaram fazer demissões.

Por isso o home office, que ficou mais comum nestes tempos de pandemia, pode ser e será certamente o destinos de muitos profissionais que perderam seus empregos. “O impacto negativo é inevitável, por isso já é bom tirarmos lições desta crise. Para sobreviver, profissionais de diversas áreas precisarão se reinventar. Serão muitos os que partirão para a consultoria, para dar aulas, para o trabalho autônomo e nestas situações é frequente que o escritório seja também sua casa”, afirma Marcelo Camorim, consultor empresarial e especialista em gestão e governança corporativa.


Dicas

Segundo ele, o home office já é algo comum em muitos países e por aqui no Brasil essa tendência foi acelerada devido às medidas de isolamento social imposta para combater o novo coronavírus. “Devido a esse episódio da pandemia, muita gente e empresas descobriram que é possível, por meio da tecnologia, fazer muita coisa remotamente”, diz.

Mas o especialista lembra que essa nova forma de se trabalhar, embora seja uma tendência crescente, ainda exige muitas adaptações por parte da grande maioria dos profissionais. A primeira e principal dica dada pelo consultor é a disciplina. “Trabalhando em casa é grande a chance de perdermos o foco. Então é importante a quem se propõe a trabalhar no esquema de home office a ser rigoroso no cumprimento de horários. Tal como no ambiente laboral, é preciso cumprir horários de entrada, de saída, intervalos e também das reuniões”, explica Marcelo Camorim.

Para ajudar nesse foco quando se trabalha em casa, outra sugestão dada pelo consultor é vestir-se para o trabalho, mesmo se for cumprir expediente no ambiente doméstico. Buscar ter familiaridade com as novas tecnologias digitais e de comunicação é outra dica importante dada por Camorim. “A pessoa que, por acaso, tenha aversão à tecnologia não conseguirá trabalhar em casa. Não precisa ser um gênio tecnológico, mas dominar algumas ferramentas de comunicação digital é fundamental, como os programas de teleconferência e aplicativos de compartilhamento de documentos. Hoje com a internet de alta velocidade é possível realizar cursos, seminários e conferência totalmente de forma online”, destaca o executivo. 

Por fim, outra dica dada pelo especialista é quanto ao espaço. “Essas novas tecnologias que temos a disposição nos possibilitam montamos um escritório em qualquer lugar. Um celular, um notebook e internet e pronto você já pode começar. Porém, ter um lugar na casa específico para o home office também ajuda muito para se ter o foco necessário”, ressalta Camorim.



A escola dos filhos em tempos de pandemia


Acordar, tomar café, levar o filho para a escola, ir trabalhar, buscar o filho na escola, passar no supermercado, auxiliar o filho no dever de casa, jantar, dormir e, no dia seguinte, recomeçar as mesmas atividades. Essa era a rotina que acontecia na casa de muitos brasileiros. Acontecia, até aparecer um vírus danado e virar tudo de pernas para o ar.

A rotina de trabalho e da escola mudou, teve de ser repensada. De repente, nos vimos em casa, com nossos filhos, precisando acompanhar mais de perto do que nunca a jornada escolar deles. Isso em paralelo com atividades da casa e do trabalho, muitas vezes. Com isso, novas palavras se somaram ao nosso vocabulário: home office, homeschoolling, nome de plataformas digitais, educação remota...

Escolas e professores precisaram se reinventar e aprender, de repente, a produzir aulas remotas e a usar a tecnologia. Nós, em casa, tivemos que, de repente, sentar ao lado das crianças compartilhando o computador ou o celular – e o tempo!

E durante a aula ministrada por canais especiais da televisão, por plataformas diversas ou ainda após esses encontros com os professores, tivemos que relembrar conteúdos para ajudar nossos filhos nas variadas áreas: Ciências Naturais, Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Inglês... E ensinar! Ou tentar ensinar.

Com isso, coisas boas aconteceram: nos aproximamos da escola, dos professores e dos nossos filhos. Criamos afetos e parcerias preciosas. Mas também, alguns pontos nos levam a reflexões: como ensinar sem termos estudado para isso? É possível ensinar sem encontros presenciais? Nós, enquanto família, temos sido parceiros da escola dos nossos filhos? O que é educação? Todos têm o mesmo acesso ao conhecimento? Neste momento de pandemia, os conteúdos curriculares são os mais relevantes? Cozinhar juntos, arrumar a casa em parceria, cantar músicas, ver filmes, ler histórias, conversar com amigos e familiares utilizando a tecnologia, descansar, conviver... Isso não são aprendizagens importantes?

Certamente, nossos filhos – e nós também – levarão lembranças deste tempo de quarentena. Que sejam boas! Que sejam intensas! Certamente, precisamos repensar nossa relação com o tempo, conosco, com o outro, com o meio, com a escola. E, diante de tantas reflexões e pensamentos, preparamos algumas dicas para que, em casa, a rotina de estudos possa ser um momento de interação afetiva entre pais, filhos e escola.

Mesmo não sendo fácil, foi a única opção nos dada até agora para que nossos filhos continuassem a estudar. E mesmo sem preparo pedagógico, nos vimos diante deste novo desafio: ajudar nossos filhos a acompanhar aulas on-line. E quantos de nós, adultos e pais, nunca sequer assistimos a uma aula neste modelo, não é?

O objetivo destas dicas é apontar possíveis caminhos para tornar a rotina em casa mais tranquila, alinhando trabalho, estudo e tarefas domésticas:

  1. Os pais ou responsáveis precisam buscar conhecer junto com os filhos a plataforma, canal de comunicação, ambiente virtual, em que serão disponibilizadas as matérias;
  2. Manter a rotina com os filhos: horário de dormir e acordar, tomar o café da manhã, almoçar, realizar as atividades da escola como faziam;
  3. Preparar o material escolar da criança: caderno, estojo, deixando tudo organizado para assistir à aula;
  4. Procure organizar o espaço onde a criança assistirá à aula, de preferência um lugar arejado, tranquilo e claro;
  5. É necessário assistir à aula completa;
  6. É importante que a criança registre os conteúdos no caderno, folha ou material que tiver disponível;
  7. A concentração é importante, então cuidado para que outros ruídos de televisão e conversas não distraiam a criança;
  8. É importante montar um cronograma organizando os horários de estudo e as entregas de trabalhos e avaliações; 
  9. Os jovens podem realizar esta etapa com mais autonomia, para que não se sintam pressionados;
  10.  Combinar a pausa das suas atividades de home office com o intervalo dos filhos: é importante respeitar os intervalos, assim como no colégio;
  11. Valorizar a realização de atividades domésticas junto com as crianças: cozinhar, colocar a mesa, tirar o pó dos móveis. Isso também é um momento de aprendizagem;
  12. Reservar momentos para o lazer: assistir a filmes, ler livros, ouvir música e brincar também são atividades importantes.

Há ainda pais que precisam sair de casa para ir presencialmente ao trabalho. Provavelmente, os filhos ficarão em casa. Assim mesmo, é preciso estabelecer uma rotina e acompanhá-los quando retornarem.

Enfim, sem dúvida, esse tempo ficará cravado na memória: tempo de repensar o ritmo, de recriar afetos, pensar novos caminhos para a educação.




Deisilly de Quadros - coordenadora da Área de Linguagens e Sociedade da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter



Gisele do Rocio Cordeiro - coordenadora da Área de Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter

Como estará o sistema de saúde pós-pandemia?


Neste exato instante, estamos pensando no sistema de saúde atual, em que os hospitais tanto da rede pública quanto da privada estão no limite do seu gargalo — ou seja, próximos a sua última respiração: alguns com suas portas fechadas por estarem com sua capacidade de ocupação máxima; pacientes à espera de uma vaga em leito de unidade de terapia intensiva (UTI) enquanto agonizam para conseguir respirar sem auxílio de equipamentos; municípios onde não existem leitos de UTI; profissionais de saúde sobrecarregados e cansados de exaustivas jornadas, que muitas vezes são duplicadas, e ainda desfalcados, pois colegas adoeceram e em algumas situações foram a óbito pela gravidade que o vírus da COVID-19 causa nos sistemas corporais. Sim, o sistema de saúde em muitas regiões do Brasil está em colapso e, em outras, prestes a entrar nos próximos dias ou semanas.

Esse aumento desordenado na demanda de atendimento faz com que o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Ministério da Saúde, amplie a rede de modo emergencial, para que haja atendimento a demanda. Aliado à rede SUS, tem-se também a rede privada, que precisa expandir para atender aos seus segurados, o que em ambas as situações faz com que ocorra o aumento das despesas e requer um reforço de caixa para as operadoras de saúde por parte dos órgãos públicos.

Os reflexos da atual pandemia, quando analisados de 6 a 12 meses a posteriori, faz com que ocorram altas variações nas mensalidades dos planos de saúde, pois há um maior volume de procedimentos médicos que foram realizados. Dessa forma, o bolso do usuário, que é assegurado pela saúde suplementar, sentirá o peso no reajuste. Ainda o SUS sofrerá forte impacto, pois necessitará reordenar os investimentos, que poderão ser verbas cortadas de outros setores para a manutenção da saúde.

Outro ponto de importante reflexão é a força de trabalho. Se mantida com as condições atuais, com carência de equipamentos de proteção individual, falta de isolamento para os trabalhadores de saúde, ambientes insalubres e sem as mínimas condições para o atendimento necessário que esta pandemia requer. Sim, são eles que estão na linha de frente de atendimento e quem mais tem risco a exposição ao vírus, podendo contaminar-se e até mesmo contaminar os seus familiares, e o maior padecimento é a perda da sua própria vida, reduzindo assim também o número de profissionais de saúde em todo o território nacional.
É importante pensarmos em um sistema de saúde pós-pandemia desde o momento atual, para que melhores medidas “profiláticas” possam ser tomadas.






Cristiano Caveião - enfermeiro, doutor em Enfermagem e coordenador da área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.


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