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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Acidentes domésticos em tempos de coronavírus: todo cuidado é pouco para garantir a segurança de crianças e idosos


Confira dicas para deixar cômodos como banheiro e cozinha mais seguros para todos
 

Segundo dados do Ministério da Saúde, acidentes domésticos são a principal causa de morte de crianças brasileiras de até 14 anos. Por ano, são aproximadamente 3,6 mil crianças e outras 111 mil hospitalizadas. Os números são preocupantes, por isso a prevenção é fundamental.

Já entre os idosos com mais de 65 anos, estima-se que cerca de 30% caem pelo menos uma vez por ano. Esse número chega a 50% para os que passaram dos 80. As quedas podem ser muito sérias nessa fase da vida e podem levar a óbito. Em 25% dos casos, o acidentado precisa ser hospitalizado e metade não sobrevive após um ano do acidente.

Durante a pandemia de coronavírus, muito tem se falado dos cuidados de higiene necessários, como lavar as mãos com frequência e a utilização de álcool gel. Mas, para evitar a ida aos hospitais, precisamos nos preocupar também com os acidentes domésticos, muito comuns para quem tem crianças ou idosos em casa.

A Aldeias Infantis SOS Brasil, que atende crianças, adolescentes e famílias que se encontram em estado de vulnerabilidade social e conta com 59 Casas Lares em seu programa de acolhimento, listou algumas dicas para ajudar as famílias a deixarem os ambientes mais seguros para os pequenos.

"O ideal é que nenhum móvel tenha rodinhas e, de preferência, que sejam fixados no chão ou parede para não tombarem com facilidade quando alguém se apoiar. Os cantos devem ser arredondados, especialmente para quem tem bebês que ainda estão aprendendo a andar e podem bater nas quinas. Outra dica é ter espaço livre para circulação entre eles", diz Roucheli Tavares, Coordenadora Nacional da Política de Salvaguarda da Aldeias Infantis.

Deixar os ambientes mais claros e bem iluminados também ajuda na locomoção de todos pela casa, principalmente para os idosos. "Se possível, deixe um abajur e o interruptor do lado da cama, assim evita que os idosos se levantem no escuro. Com o confinamento, os idosos vão passar muito mais tempo em casa, aumentando o risco de acidentes", diz Dayane Alves, especialista em envelhecimento e gerente do projeto Viver Melhor do Instituto Família Barrichello, que atende 1.800 idosos em seus programas e nos passou orientações de segurança para eles.

Tanto para idosos, como para crianças, os acidentes mais comuns são provenientes de quedas. Por isso, evite panos e tapetes pela casa em que eles possam tropeçar. Não encere o piso, criando ambientes escorregadios. Em banheiros, é preciso ter cuidado com o piso molhado e vale a instalação de barras de suporte dentro do boxe para auxiliar na hora do banho.

Já nas escadas, instale portões de segurança para os pequenos e corrimão para os mais velhos. Evite desníveis e degraus nos ambientes, se for necessário, utilize uma inclinação. Em janelas e sacadas devemos instalar redes de proteção para evitar acidentes mais graves. Outra precaução é não ter cadeiras, camas ou outros móveis que as crianças possam subir e se debruçar.

A cozinha é um dos cômodos com mais riscos. Além do fogão, as gavetas estão cheias de objetos perigosos como facas, tesouras e garfos. Travas de segurança, nas portas e gavetas, funcionam bem para que crianças menores não tenham acesso a eles. Já para evitar queimaduras, os cabos das panelas devem estar sempre para o lado de dentro do fogão, assim é mais difícil que se esbarre neles, evitando que se derrame conteúdo quente. Em frente a pia da cozinha, coloque passadeira antiderrapante ou fita adesiva antiderrapante, evitando que possam escorregar com resíduos que caiam no chão.

Produtos de limpeza devem estar em suas embalagens originais ou ter avisos. Jamais utilizar embalagens de alimentos para armazená-los. Isso evita intoxicação acidental. Para as crianças, é bom deixá-los fora de seu alcance.

De acordo com o Diretor Executivo do Instituto Família Barrichello William Boudakian, o afastamento das atividades físicas pode debilitar ainda mais essas pessoas que, pela idade, perdem massa muscular muito rápido e ainda apresentam desequilíbrio para caminhar. "Para evitar que nossos assistidos passem por isso, estamos oferecendo aulas de maneira online e gratuitas, não somente para eles, mas para toda a população em nosso canal no Youtube".

Para crianças pequenas, os afogamentos também são um risco, já que apenas 2,5 cm de água em um recipiente possa ser suficientes para que a criança não consiga sair sozinha. Neste caso, é recomendado lacres nos vasos sanitários e baldes sempre no alto, fora do alcance

Roucheli Tavares ressalta a importância de todos esses cuidados, "Em nosso programa de acolhimento, podemos ter até 9 crianças convivendo na casa sob os cuidados de uma mãe social. Essas crianças vêm de diferentes realidades. Muitas sofreram sérios traumas nas suas famílias de origem e podem apresentar comportamentos desafiadores. Ter ambientes seguros para recebê-las é fundamental para evitar acidentes." 








Sobre a Aldeias Infantis SOS Brasil
Como organização humanitária global, líder em cuidado infantil direto, a Aldeias Infantis SOS Brasil (SOS Children’s Villages International) atua no país há 53 anos, onde cuida de crianças, fortalece famílias, dá resposta a situações de emergência e advoga pelo direito de viver em família e comunidade. Presente em 31 localidades de Norte ao Sul do país, a Organização oferece atividades diárias que geram impactos positivos para mais de 11 mil pessoas, por meio de projetos de educação, esporte, lazer, geração de renda e empregabilidade, com foco na quebra dos ciclos de pobreza, violência e exclusão. 





Sobre o Instituto Família Barrichello
O Instituto Barrichello, criado pelo piloto Rubens Barrichello, nasceu em 2005 como entidade sem fins lucrativos, para combater à desigualdade e a exclusão social. Desenvolve projetos inovadores capazes de provocar impacto social e mudanças de comportamento bem como gerar novas possibilidades sociais, contribuindo para abrir horizontes de crianças, adolescentes, jovens e idosos. A direção está focada na promoção da ética, da cidadania e do fortalecimento dos vínculos e valores familiares e comunitários. Atuando em rede com organizações sociais, movimentos e escolas públicas localizadas em bairros com registro de alta vulnerabilidade social e econômica, o Instituto Barrichello temos o Esporte, a Atividade Física e o Brincar como ferramenta de transformação que promove educação, desenvolvimento humano e gera qualidade de vida. Hoje, beneficiamos mais de 3 mil pessoas semanalmente em 4 projetos, alcançando 25 núcleos em São Paulo, além de 4 em Mogi Mirim, totalizando 31. Mais de 16 mil pessoas de todas as idades já foram atendidas pelos projetos do Instituto Família Barrichello nesses 14 anos de atuação.



Tempo de aquietar


Há 90 dias, uma nova palavra surgiu no vocabulário do mundo: coronavírus. Para muitos, ela apareceu como sinônimo de preocupação e pânico. Mas, a verdade é que de nada adianta "entrar em pânico", porque esta é apenas mais uma situação complexa que precisa ser encarada. E, nesse caso, quanto mais lucidez e bom senso, melhor.

Se olharmos pela janela, as ruas estão mais vazias. Aulas suspensas para as crianças. Quem pode, está em home office. Algo que começou do outro lado do mundo impacta diretamente nosso dia a dia. Parece o cenário daquela velha canção: "o dia em que a Terra parou".

Mas, na verdade, ela continua girando como sempre, no mesmo ritmo. Quem teve de parar fomos nós. E, em vez de lamentar, temos a oportunidade de olhar para um outro prisma desta situação. A correria do dia a dia parecia interminável? Agora, o ritmo é mais lento, e ganhamos de presente mais tempo, para alguns o bem mais precioso e luxuoso da sociedade contemporânea.

Claro que é difícil encontrar equilíbrio em tempos tão desafiadores. O caos refletido nas notícias nos afeta e agora elas chegam pela TV, pelo computador, pelo celular… Lidar com esse cenário exige mudanças em nossa postura diária.

Se às vezes as reuniões de família eram sinônimo de pessoas isoladas olhando para uma tela de celular, agora somos obrigados a olhar-nos nos olhos, porque estaremos o tempo todo "confinados" em nossas casas, sem poder "fugir" para ambientes maiores e círculos sociais mais amplos. Mas, a melhor parte disso é que este "confinamento" acontece no mesmo ambiente em que estão as pessoas que mais amamos, e a quem escolhemos para serem nossos laços mais íntimos.

Nesse momento em que precisamos focar em coisas simples como lavar bem as mãos, a palavra "empatia" tem sido usada por diversas autoridades, dos mais variados países: precisamos pensar nos outros, para não contaminar quem pode estar mais suscetível; precisamos cuidar do todo para diminuir o nosso próprio risco.

Essa inversão é uma linda chance para que, de fato, passemos a olhar para o outro, suas necessidades e dificuldades. É uma oportunidade para voltarmos a conversar, para estabelecermos uma relação mais harmoniosa com as pessoas. Para exercitar a escuta atenta, para retomarmos relacionamentos que haviam sido comprometidos por opiniões diferentes e pontos de vista discordantes.

Como afirma Oren Jay Sofer, professor de mindfulness, meditação e comunicação não violenta: "É possível conversarmos sobre estes assuntos (política, religião, saúde) sem prejudicar relacionamentos. Ao invés de culpar, julgar ou rotular, podemos falar de coração, sobre como nos sentimos em relação a determinados assuntos e o porquê. Dizer que gostaria que todos fossem tratados com respeito, não importa cor, nacionalidade, sexo ou religião…". Para ele, a questão é tentar olhar para além de si mesmo. "Quando permanecemos com nossos próprios sentimentos, em vez de tentar imputá-los a outras pessoas, podemos minimizar conflitos".

Podemos aproveitar o momento para voltar a olhar com mais calma para o outro. Um outro muito próximo, que mora na mesma casa, que faz as refeições ao nosso lado. Podemos investir em dialogar mais, em brincar com as crianças, em apenas passar o tempo e aprender com nossa família. E, o mais importante, não deixar o medo tomar conta, agindo de forma lúcida.

Nesse aspecto, mindfulness nos ajuda a criar espaços, "olhar fora da caixinha" sem nos fecharmos em nosso próprios problemas. Se nos fechamos em um problema, as nossas reações neurológicas fazem com que não possamos ver outras possibilidades, mas quando damos um passo para trás, conseguimos ver este espaço, e nele enxergar o que há de positivo. Isso tem a ver com não se fixar numa postura muito estreita de mente e também com enxergar o lado bom das coisas. 







Daniela Degani - especialista em meditação mindfulness, certificada pelo Mindfulness Training Institute da Inglaterra, e idealizadora da MindKids.
 

Idosos precisam de atenção e atividades específicas para manter saúde mental


Coordenadora do curso de psicologia da Anhanguera Santana elenca dicas e ações importantes para fortalecer relações com familiares da terceira idade neste período
 

Impacientes com a quarentena, os idosos se tornaram o centro de memes nas redes sociais e vídeos no WhatsApp. O fato é que para eles está sendo um grande desafio enfrentar esse período, associado a todas as limitações naturais - físicas e cognitivas da idade - e, claro, as mudanças bruscas diárias impostas.

Uma atenção a mais a eles é fundamental para que a saúde mental continue ajustada neste momento de tanta tensão e ansiedade. "Muitos idosos possuem rotinas bem estabelecidas de vida (ida a bancos, centros de convivência, mercados, etc) e alterar seus hábitos cotidianos pode ser extremamente estressante. Além disso o distanciamento dos familiares e de pessoas significativas podem potencializar estes sentimentos de ansiedade e solidão. Por esta razão, é preciso olhar para eles com mais empatia", explica a psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da Anhanguera Santana, Lizandra de Campos Brandani.

A especialista elenca algumas posturas e ações importantes que toda a família pode ter com os mais velhos neste momento para manter a saúde mental deles e de todos na casa, além de dicas práticas direcionadas para quem já está na terceira idade. Confira! 


Calendário e organização bem ajustadas
 
Manter uma rotina fará que o dia possa ser estruturado por atividades importantes como horário de acordar, comer, assistir TV, exercitar, falar/ligar para um parente ou amigo, lazer e descanso. Oriente o tempo e o dia por meio de calendário (vale circular o dia atual e checar o que passou), murais específicos e bilhetes pontuais. 


Atividades: nada de sobrecarga ou cobrança por produtividade
 
Respeite as atividades rotineiras e possíveis, tomando o cuidado com a inclusão de novas atividades. Não há a necessidade de sobrecarregar o idoso. Se possível, realize atividades de estimulação cognitiva com jogos e brincadeiras, como ‘stop’, ‘imagem e ação’, palavras-cruzadas e charadas. Aproveite para unir a família. 


Observar uma paisagem e regular a postura corporal podem mudar o dia!
 
Massagem, escalda pés, observação de paisagem pela janela ou de uma fotografia, manuseio de texturas diferentes e exercícios de respiração podem auxiliar no alívio da ansiedade. Atividades físicas como alongamento, regular postura corporal, exercícios de mentalização e atenção nas partes e funções do corpo auxiliam na liberação de hormônios que promovem o bem-estar. 


Relembre o que passou, conte histórias e planeje o que está por vir!
 
Ao final do dia, recorde as tarefas realizadas, planeje o dia seguinte, valide os sentimentos, conte histórias de família, tudo isso ajuda a manter a saúde mental e a sensação de utilidade. Caso o idoso já tenha passado por uma situação parecida com a pandemia no passado, questione as histórias, aprendizados, conhecimentos e sentimentos naquela situação e que podem auxiliar na situação atual, bem como os benefícios e resiliências retirados daquele momento. Idosos com rebaixamento cognitivo tendem a repetir histórias, não censure, faça novas perguntas para gerar novas respostas, e demonstre interesse. 


Preparando uma boa noite de sono
 
Deixe a casa mais silenciosa e escura, diminua a emissão de ruídos. Os aparelhos eletrônicos, principalmente telas, devem deixar de ser utilizados pelo menos uma hora antes de deitar. Não faça uso de bebidas estimulantes próximo ao horário de dormir e, se for do gosto do idoso, prepare um chá calmante. 






Anhanguera



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