Nível de decibéis, tempo de uso e falta de
higiene adequada podem resultar em surdez e contaminação por fungos e bactérias
O
uso do fone de ouvido tem se tornado um hábito cada vez mais popular, pois
permitem privacidade ao ouvir músicas e filmes, principalmente em ambientes
públicos. Entretanto, segundo o padrão de segurança da Organização Mundial da
Saúde, o nível do som em fones de ouvido, de acordo com o tempo de uso, deve
ser no máximo 80 decibéis.
Segundo
a otorrinolaringologista Milena
Costa, “Alguns hábitos são extremamente necessários para manter
a saúde auditiva e prevenir doenças, como não deixar que o volume do fone se
sobreponha aos sons ambientes; evitar ficar próximo das caixas de sons em
locais com sons muito altos, como shows e baladas; dar preferência aos
fones em formato de concha e não ficar exposto a sons altos por um longo
período de tempo. Lembrando que na presença de sintomas como perda auditiva ou
zumbido, é de extrema importância realizar uma avaliação com um otorrino para
obter o diagnóstico e o tratamento precoce”.
Além
do volume, existem outras preocupações que devem ser levadas em consideração,
como infecções. Os fones intra-auriculares, que por serem colocados
dentro do canal auditivo podem promover micro-escoriações, favorecendo a
ocorrência de infecções externas. Sendo assim, o compartilhamento dos fones é
arriscado porque, além da presença de micro-organismos, a flora auditiva de uma
pessoa é diferente da outra, o que resulta em uma contaminação cruzada.
A Dra. Milena também
alerta que fones intra-auriculares podem empurrar e impactar o cerume para
porção mais interna do conduto, ocasionando sensação de perda
auditiva. "Lembre-se de procurar um otorrino se sentir dor de
ouvido, coceira excessiva, diminuição de audição, zumbido, desconforto ao toque
ou secreções”, diz.
Limpeza
A
limpeza dos fones e headfones deve ser feita todos os dias, antes e após o uso,
ou, no mínimo, uma vez por semana com álcool isopropílico – nunca com água e
sabão – para não prejudicar os condutos eletrônicos do aparelho. Com um
cotonete ou um pedaço de algodão, o usuário deve passar o produto nos fios e na
parte que fica em contato com a orelha afim de higienizá-los.
Dra. Milena Costa - Médica
otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com
residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da USP e também fellowship
de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.