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terça-feira, 11 de junho de 2019

Pet x alergia: isso pode dar certo?



Especialista garante que com adaptações no ambiente domiciliar é possível controlar as alergias e ter um animal de estimação



É possível ter um animal de estimação sofrendo com alergias? Para a pediatra Déborah Rocha, do Plunes Centro Médico, a resposta é positiva. As alergias são causadas por substâncias alergênicas originárias do corpo ou mucosa dos bichos, que se desprendem da pele do pet e fixam-se no ambiente, ocasionando as alergias. 

O grande problema é que as casas com pets exigem uma atenção especial com a limpeza e, muitas vezes, isso acaba não acontecendo com tanta frequência, o que favorece a proliferação de ácaros - os principais causadores de alergias. O que acontece, no fim das contas, é que os pets acabam levando a culpa das alergias que, na realidade, são causadas pelos ácaros.

“É possível ter um pet mesmo manifestando crises alérgicas desde que sejam tomados alguns cuidados específicos no local onde o animal vive. A primeira dica é manter uma rotina de limpeza em todas as áreas onde o bichinho circula. Isso ajuda a evitar ácaros e substâncias alergênicas. Já para os sintomas, pode-se usar medicações de efeito antialérgico ou a imunoterapia, que diminui a sensibilidade do paciente a determinadas substâncias”, recomenda a especialista.

O ácaro é um inseto que vive em carpetes, tecidos, sofás, cortinas, colchões, onde absorve umidade do ambiente e se alimenta de matéria orgânica, especialmente da descamação da pele humana e de animais. Lavar as cobertas com água morna e secar na secadora em alta temperatura, ter o mínimo possível de carpetes, móveis estofados e cortinas de tecido (prefira persianas de vinil facilmente laváveis), além de evitar bichos de pelúcia nos quartos contribuem para aliviar as crises alérgicas.

As alergias podem ser detectadas por testes de reação cutânea e de dosagem no sangue de igE específico. Quando a pessoa tem o teste positivo e sintomas, caracteriza-se a alergia. Quando somente tem o teste positivo e não tem sintomas ao ser exposta ao alérgeno, caracteriza-se a sensibilização. 

“O único mal que o ácaro causa ao humano é desencadear reações alérgicas. Então a limpeza constante realmente funciona, já que diminui os ácaros e as substâncias alergênicas dos pets”, diz a pediatra. 



Junho Vermelho incentiva doações de sangue e plaquetas


Hemocentros de todo o Brasil sofrem com a falta de doadores por causa das baixas temperaturas


   Mesmo com o tempo frio neste começo de junho, o biólogo Tacachi Hatanaka (58) veio de Araraquara – a 75 km de Jaú, para doar plaquetas no Hospital Amaral Carvalho (HAC). Solidário, ele compreende a importância do esforço que ajuda a salvar vidas. Mas nem todos fazem como o senhor Hatanaka: nesta época do ano, por conta das baixas temperaturas, as doações de sangue e plaquetas diminuem consideravelmente. 

   Para conscientizar a população sobre a necessidade da colaboração neste período, o governo do estado de São Paulo instituiu a Lei nº 16.389, em 2017, que define a campanha “Junho Vermelho”. Responsável pela distribuição de bolsas de sangue e outros hemoderivados para 11 hospitais da região, o Hemonúcleo Regional de Jaú aderiu à ação.

   De acordo com o hematologista responsável pelo Hemonúcleo, Marcos Mauad, o clima é propício para o aumento da incidência de infecções respiratórias, entre outros fatores que impedem a doação. “Para atender nossa demanda, o ideal seria coletarmos 60 bolsas de sangue por dia, mas normalmente, recebemos 30, em média, e no frio, dificilmente chegamos a esse número”, comenta. 

 
Motivação

   Para Tacachi, a doação é também um exercício espiritual. “As pessoas precisam sentir no coração a importância desse componente que traz a vida de volta para quem precisa, e que não pode ser substituído por nenhum remédio”. 

   Até pouco mais de dois anos, ele também não sabia ao certo como era o processo. Se tornou doador quando um de seus filhos, Daniel, na época com 27 anos, foi diagnosticado com leucemia e passou por um transplante de medula óssea no HAC. “Eu e minha família sentimos na pele o que é essa necessidade de doações. Durante o tratamento, fazíamos campanha para reposição do banco de sangue e comecei a doar”, lembra. 

   Hoje, com o filho bem, Tacachi só volta ao hospital para doar e afirma que espera ansioso pela próxima vinda ao Hemonúcleo. “Conto os dias, respeito todos os requisitos e me cuido para não ficar gripado nem ter que tomar algum medicamento que impeça a doação. Quando saio daqui, saio feliz, com o sentimento de dever cumprido”, destaca. 

 
Mesmo com o tempo frio neste começo de junho, o biólogo Tacachi Hatanaka (58) veio de Araraquara – a 75 km de Jaú, para doar plaquetas no Hospital Amaral Carvalho (HAC).


Veja os requisitos para ajudar:

   A triagem de doadores segue normas nacionais e internacionais e visa oferecer segurança e proteção ao doador e ao paciente. Homens podem doar sangue até quatro vezes ao ano, com intervalo de 60 dias entre cada doação. Já mulheres, podem colaborar três vezes, com intervalo de 90 dias.  


Para doar é preciso

- Estar em boas condições de saúde;

- Ter entre 16 e 69 anos (menores, a partir dos 16 anos podem doar acompanhados de um dos pais ou responsável legal; maiores de 65 anos só podem doar se já doaram antes dos 60 anos);

- Pesar mais de 50 kg;

- Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas);

- Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa duas horas antes da doação);

- Portar documento oficial com foto (obrigatório);



O doador não pode

- Estar utilizando determinados medicamentos (informe-se com a equipe do Hemonúcleo quais remédios impedem a doação);

- Ter tido hepatite após os 10 anos de idade;

- Ter tido evidência clínica ou laboratorial de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como Hepatites B e C, AIDS (Vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;

- Ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses;

- Estar resfriado ou com gripe (aguardar sete dias depois do desaparecimento dos sintomas);

- Estar grávida ou amamentando;

- Ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação;

- Ter usado drogas ilícitas injetáveis;

- Ter realizado parto normal (esperar 90 dias após o parto) ou cesariana (esperar 180 dias após o parto);

- Ter sido exposto à situações de maior risco para contração de doenças sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses);

- Ter viajado para os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins - locais com alto índice de malária (aguardar 12 meses).





Contato
Hemonúcleo Regional de Jaú
Telefone: (14) 3602-1355
Endereço: Rua Dona Silvéria, 150 - Jaú, SP
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h, e sábado, das 7h30 às 12h.





Como os remédios psiquiátricos agem no organismo junto com outras medicações


Uma pesquisa feita em todo o país pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, apontou que entre pessoas que tomaram algum medicamento nos últimos seis meses, 47% fez isso sem prescrição médica pelo menos uma vez por mês, sendo que em um quarto destes casos, amigos, vizinhos e parentes foram os principais influenciadores na hora da decisão. Dentre os 77% que confessaram que se automedicam, 25% fazem isso todos os dias ou pelo menos uma vez por semana, 22% uma vez ao mês e 30% menos de uma vez a cada 30 dias

No caso dos remédios psiquiátricos, o grande perigo é que, além de causarem dependência química ou psicológica, muitos consumidores fazem uso concomitante a outros remédios, sem orientação médica ou mesmo sem comunicar ao seu profissional de saúde. E a interação de antidepressivos com determinados medicamentos pode representar uma verdadeira bomba-relógio no organismo.  


Sobre interação medicamentosa 

Há dois tipos de interação medicamentosa: farmacocinética e farmacodinâmica. A farmacocinética é a influência de uma medicação sobre outra no que diz respeito ao “trajeto” do remédio no corpo, desde sua absorção e circulação no organismo até sua metabolização e excreção. A farmacodinâmica diz respeito à influência de uma medicação no funcionamento (sua ação farmacológica) de outro remédio.

A interação farmacocinética ocorre principalmente no fígado, responsável pela metabolização da maioria dos medicamentos. Há um sistema de enzimas (o sistema citocromo P450) que metaboliza as medicações. Se um determinado remédio inibe o funcionamento de alguma enzima desse sistema, outro medicamento que seja metabolizado por esta mesma enzima sofrerá uma redução desta metabolização, resultando numa quantidade maior da medicação circulando no organismo, o que pode causar mais efeitos colaterais ou mesmo uma intoxicação medicamentosa.

Inversamente, se um medicamento estimula o funcionamento de uma enzima, outra medicação, que reaja por esta mesma enzima, será metabolizada em quantidade maior, resultando na redução de sua quantidade no sangue, com redução do seu efeito terapêutico.

Tomamos como exemplo os antifúngicos, usados para tratamento de micoses como pé de atleta, dermatofitoses, candidíase, infecções sistêmicas como meningite, entre outros. A terapia envolvendo os antifúngicos imidazólicos fluconazol ou cetoconazol, concomitantemente ao escitalopram, um antidepressivo inibidor seletivo de recaptação da serotonina (isrs), pode resultar no aumento dos efeitos colaterais deste.

Isso acontece porque o escitalopram é um substrato da cyp450, e tanto o fluconazol como o cetoconazol inibem esta enzima. Com a ingestão dos dois medicamentos, o paciente pode ter náusea, vômitos, constipação, diarreia, dor abdominal, redução da libido, insônia, sonolência diurna, aumento da sudorese, entre outros. No caso da interação do antidepressivo com o antifúngico imidazólico, é raro que haja necessidade de reduzir a dose do antidepressivo.

Neste caso, o médico responsável pela prescrição do antidepressivo deve verificar a necessidade de ajustar a dose do medicamento e/ou monitorar periodicamente a eficácia e os efeitos colaterais dos antidepressivos, especialmente no início do tratamento. Daí a importância de deixar o médico a par de todas as medicações que estão sendo usadas pelo paciente.


Sobre o álcool e suas interações

O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central (SNC). Ele age estimulando o sistema GABAérgico (inibidor do SNC) e inibindo o sistema glutamatérgico (estimulador do SNC), além de agir em outros sistemas de neurotransmissão. O álcool é metabolizado no fígado pelas enzimas álcool-dehidrogenase e aldeído-dehidrogenase. Medicações que inibem a aldeído-dehidrogenase provocam aumento dos níveis de álcool no sangue (interação farmacocinética), por exemplo, algumas substâncias antifúngicas (metronidazol, cetoconazol).

Em relação aos psicofármacos como benzodiazepínicos, antidepressivos e antipsicóticos, a interação medicamentosa mais importante é a farmacodinâmica. Esses medicamentos potencializam o efeito depressor do álcool, pois são, eles próprios, substâncias depressoras do sistema nervoso central. Do ponto de vista da pessoa que ingeriu álcool e alguma dessas substâncias, a sensação é de ter bebido muito mais do que bebeu de fato; os efeitos de embriaguez são mais acentuados com doses pequenas de álcool.




Prof. Dr. Mario Louzã, psiquiatra - doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo


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