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domingo, 2 de junho de 2019

6 comportamentos do seu cão que você deve prestar atenção

Créditos: Envato Elements


Os cachorros podem mudar de “humor” várias vezes em um único dia, e os tutores devem estar sempre atentos se algo está diferente do habitual com seu pet; especialista em comportamento animal Cleber Santos lista alguns sinais que os cães costumam dar quando eles precisam de ajuda


Falar sobre comportamento animal é mais do que ensinar o seu pet a fazer xixi ou dormir no local certo. É pensar no bem-estar dos pets, de forma mais ampla. Por isso, é importante observar o comportamento do seu cão para saber não só se ele está feliz ou triste, mas também se sua saúde está bem. É necessário ter bastante atenção, visto que certas atitudes podem ser consideradas normais, mas, se repetidas muitas vezes, seu bichinho pode estar querendo te dizer algo.

“Para saber se está tudo bem ou não com o pet, é importante reconhecer suas necessidades básicas, sendo uma delas a atenção que o tutor deve dar ao animalzinho. Muitas vezes, o fato de o cão beber mais ou menos água que o normal já pode indicar algo, ou mesmo se o ele está fazendo xixi fora do lugar certo. Além disso, deixar um cachorro por muito tempo sozinho e sem atividade, por exemplo, pode gerar grandes problemas comportamentais”, comenta o especialista em comportamento animal Cleber Santos, adestrador e fundador da ComportPet.

Sabemos que, quando se tem um pet em casa, há muita coisa que os tutores desconhecem neles. Então, é responsabilidade do dono prestar atenção em todos os comportamentos e ações incomuns de seus cães, a fim de identificar possíveis doenças ou outras questões. “Os animais podem dar muitos sinais de que não estão bem, e é muito importante que os tutores identifiquem isso o quanto antes e busquem a ajuda de um especialista. Quanto mais cedo o problema for identificado, mais assertivo será o tratamento”, explica Santos.

Abaixo, o especialista resume algumas atitudes incomuns que podem servir de alerta para algum possível problema com o cãozinho:


Agressividade

Se um cão que não se mostra frequentemente agressivo passa a ter esse tipo de comportamento, sem motivo aparente, e tenta atacar pessoas ou mesmo outros animais, é sinal de que algo não está bem.

“Se o cão passou a ter atitudes agressivas ‘de uma hora para outra’, pode ser que esteja muito estressado e precise liberar mais energia. No caso de um novo animal ou membro novo na família, por exemplo, isso pode causar no cachoreo sentimentos como ciúmes, o que gera esse comportamento mais agressivo, em que ele quer mostrar que aquele é o território dele e não do membro que acabou de chegar. Além disso, se o animal passa a ser agressivo com seus tutores sem motivo, pode ser que esteja incomodado com alguma dor e isso precisa ser observado, a fim de evitar maiores problemas”, explica o especialista.


Latir ou chorar muito

O latido é a forma do cachorro se comunicar, uma vez que eles não falam, como os humanos. Porém, um simples som emitido por ele pode ser muito mais do que uma forma de chamar atenção de seu tutor. Geralmente, eles latem ou choram quando estão com fome, com sono, quando querem carinho e atenção, ou quando estão com frio, por exemplo. Alguns também choram muito quando se sentem sozinhos ou deprimidos.

“Cachorros também podem ter problemas como depressão e ansiedade, além de diversas doenças psicológicas. Em outros casos, o seu cachorrinho apenas precisa de algumas aulas de adestramento para parar com a ‘manha’ constante. Mas, antes de tomar uma decisão do que fazer, é preciso encontrar o problema pela raiz. Procure um especialista para traçar um diagnóstico”, alerta Santos.


Apatia e falta de energia

Se o seu cão parece apático, sem energia, e passa a dormir demais, pode ser indício de vários problemas de saúde, como anemia, fraqueza, dores, doenças como hipotireoidismo, raiva, cinomose, e até mesmo depressão.

Nesses casos, é importante que os tutores observem fatos recentes de sua rotina que podem ter desencadeado tal comportamento. “Estão tendo tempo para brincar com ele, por exemplo? Outro caso que pode gerar tristeza e apatia é o mesmo comentado anteriormente: ciúmes. Assim como o animal pode se tornar agressivo por conta disso, ele também pode aparentar estar triste e, assim, mais apático”, comenta.

Outro motivo que pode gerar tal comportamento é quando o animal passa por alterações bruscas em sua rotina. “Se ele passou por uma mudança de casa, por exemplo, ou mesmo perdeu alguém com quem convivia diariamente, isso pode afetar seu comportamento e deixá-lo mais cabisbaixo, quieto, sem energia e dormindo com mais frequência”, explica o especialista.


Respiração ofegante - mesmo quando parado

Embora na maioria das vezes não indique um problema de saúde sério, a respiração ofegante de um cachorro deve ser considerada um sinal de alerta para os tutores. Isso porque, em estado normal, o cão fica ofegante para manter a temperatura adequada do corpo. Porém, quando isso acontece em excesso, sem um motivo aparente, pode ser indício de doenças.

“Existem casos em que o animal está com problemas respiratórios graves, obesidade ou até mesmo excesso de calor em dias quentes. É preciso manter a atenção”, alerta Santos.


Alterações de peso

Muitos acreditam que o cachorro só vai perder peso quando, por algum motivo, para de sentir fome e comer. Porém, existem casos em que o animal come a quantidade de alimento recomendada para o seu peso e, mesmo assim, emagrece de forma repentina.

“Por isso, eu repito que é preciso ficar atento a todos os passos de nossos animais. Eles podem mostrar diferentes alertas de que precisam de ajuda. Emagrecer, ainda que comendo na quantidade e horários certos, não é normal e deve ser observado”, salienta o especialista.

Na contramão disso, se o animal está engordando rapidamente, também não é bom sinal. “A obesidade em cães é um dos maiores problemas que vem acometendo os cães nos últimos anos. É importante que os tutores estejam atentos e levem-os a um veterinário nesses casos, que indicará o melhor tratamento para resolver o problema”, completa.


Sede em excesso

Todo animal deve beber água, isso é extremamente importante para a saúde dele, afinal, já se sabe que a desidratação prejudica a saúde do animal. Porém, Santos explica que, quando o cãozinho está bebendo muita água, pode ser sinal de algum problema mais sério.

“É normal se hidratar mais quando está calor ou quando se pratica exercícios, por exemplo. Mas, se a ingestão de água aparecer sem nenhuma causa aparente, é preciso procurar um especialista, pois pode ser sinal de doenças renais ou diabetes, por exemplo”, finaliza o especialista.




Cleber Santos - Especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos, quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios e especializações, inclusive em outros países - Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet, centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de pets de famosos, entre eles o DJ Alok.

7 dicas de cuidados com seu cão no inverno

Cães requerem cuidados no inverno
Bigstock

A estação mais fria do ano se aproxima e, com ela, alguns cuidados precisam ser tomados, a fim de garantir a saúde e o bem-estar do seu cão. Se nós passamos a sentir mais frio e aumenta nossa necessidade de roupas, cobertas e alimentos quentes, por exemplo, o mesmo acontece com nossos amigos peludos. Embora algumas raças estejam mais preparadas para o frio, até mesmo em virtude de sua pelagem, como o São Bernardo e o Husky Siberiano, alguns pontos merecem atenção.


1- Alimentação

Com a chegada do frio, é normal que alguns cães tenham mais vontade de ficar na cama ou, pelo menos, fiquem menos ativos. Por isso, é preciso ficar de olho se estão se alimentando corretamente, na quantidade necessária. Como o corpo gasta mais energia para se manter aquecido, em alguns casos, é preciso aumentar as porções de alimento oferecidas, o que não é válido para cães acima do peso, que precisam de um controle maior. Caso ofereça comidas úmidas, elas precisam estar em temperatura ambiente, nunca diretamente da geladeira. Beber água é também muito importante, sendo preciso manter-se atento quanto a isso.


2 – Banho e tosa

Se o cão tem uma frequência de banho semanal, no frio é preciso espaçar um pouco mais essa higienização. O ideal é que ele tome banho a cada 15 dias e que a água não seja nem fria, nem muito quente. É preciso secá-lo bem e não sair para passear por alguns instantes, a fim de evitar um possível choque de temperatura. Quanto à tosa, evite que seja feita muito baixa, pois o pelo é a proteção natural do cão para enfrentar os dias mais frios.


3- Roupinhas e cobertas

Alguns cães são mais suscetíveis ao frio, principalmente os de pelo baixo. Por isso, o uso de roupinhas é fundamental para mantê-los aquecidos. Algumas raças, de pele mais sensível, podem apresentar alergia a lã ou tecidos sintéticos, mas é preciso testar e avaliar qual tecido ele se sinta mais confortável. Cobertas são também muito importantes, sobretudo se o cão fica em uma área menos aquecida da casa.


4- Vacinação em dia

Principalmente na época do frio, em que algumas doenças como            a tosse dos canis (traqueobronquite) acometem os cães com mais frequência, é preciso ficar de olho na carteira de vacinação. Sempre é tempo de mantê-la atualizada, mas como nós, tutores, os bichinhos tendem a contrair mais resfriados. Em alguns casos, se não tratados, esses resfriados podem evoluir para pneumonias, portanto, toda atenção é necessária. Manter a visita frequente ao veterinário pode também contribuir com a prevenção.


5- Atenção à hipotermia

Alguns cães sentem o frio com muito mais intensidade, portanto, é imprescindível observar o comportamento. Caso ele fique agitado, com tremores ou dificuldade de se movimentar, aqueça-o imediatamente, pois pode ser que esteja com um princípio de hipotermia. Se em alguns minutos não passar, é preciso procurar o auxílio de um veterinário.   


6 – Passeios e atividades físicas

Mesmo que o cão fique um pouco mais preguiçoso nessa época, é preciso estimulá-lo com passeios e atividades ao ar livre para evitar o sedentarismo. O ideal é escolher um dia que não esteja chovendo e um horário em que o sol esteja um pouco mais quente, próximo ao meio dia.


7 – Atenção às patas

É comum que no frio, devido ao contato constante com o chão gelado, as patas do seu cão fiquem mais ressecadas e, por vezes, até sangrem. Se achar necessário, proteja e mantenha-as limpas, principalmente após os passeios.

As medidas para manter a saúde e o bem-estar do seu cão são simples e muito parecidas com as que adotamos para nós mesmos. Quando optamos por ter um animalzinho é preciso ter consciência que necessitam de cuidados e principalmente, nossa atenção.




René Rodrigues Júnior - médico veterinário da Magnus, fabricante de alimentos para cães e gatos


sábado, 1 de junho de 2019

Cinco dicas para incentivar a leitura na primeira infância

Acesso aos livros fortalece o desenvolvimento da criança e beneficia o hábito da leitura
O período que abrange a faixa etária de 0 a 5 anos é cheio de descobertas e novos conhecimentos. Nessa fase, também chamada de primeira infância, é hábito dos pais conversar, cantar e explicar as palavras novas que vão surgindo. Mas o que algumas pessoas não sabem é que nessa fase da vida o incentivo à leitura pode trazer inúmeros benefícios, como o fortalecimento da imaginação e dos vínculos familiares, além do desenvolvimento de habilidades importantes para o futuro.

Assim, o acesso aos livros é um convite para as primeiras experiências literárias. “Mesmo antes de a criança compreender as letras e números ela já faz a leitura de imagens e símbolos. Ler e ouvir histórias nesta fase aproxima o conhecimento das informações do mundo e da própria cultura a sua volta”, explica Marcia Nanaka, especialista em educação infantil das Escolas Sociais do Grupo Marista.

Neste processo os adultos têm um papel fundamental como grandes incentivadores. A escola, por exemplo, é um local bastante propício para isso. No Centro Social Marista Irmão Robru, que atende gratuitamente mais de 300 crianças na educação infantil, na Zona Leste de São Paulo, além da biblioteca, há espaços especiais criados com intencionalidade e acesso livre aos livros em sala de aula. “É o momento em que eles podem se dedicar a leitura, a ouvir as histórias. Além disso eles podem levar o livro para a casa, e assim contar da sua maneira a história aos seus familiares”, revela Verônica Lemos, coordenadora pedagógica da unidade.

Em casa, os pais podem dedicar momentos para leitura em família, assim como programas ao ar livre que incluam a leitura.

Veja algumas dicas da especialista Marcia Nanaka para promover o incentivo à leitura desde a primeira infância.

1. Ler para as crianças
Ao ler histórias para seus filhos os pais podem utilizar vários tipos de entonação na voz, assim como objetos e recursos para ilustrar a leitura. Desta forma, além de ensinar, podem também entreter as crianças. “As histórias mais longas podem ser lidas em partes, todas as noites, antes de dormir, por exemplo”, reforça Marcia.


2. Visitar bibliotecas públicas e livrarias
Incluir um passeio também é uma ótima referência da importância da leitura. Nestes espaços é comum encontrar uma série de atividades, como contação de histórias, por exemplo, além da possibilidade de manusear os livros.


3. Oferecer os livros de banho
Os livros de manuseio, conhecidos como livros de banho, são feitos especialmente para serem os companheiros, principalmente dos bebês, na hora do banho. São maleáveis e indestrutíveis, estimulam o sensorial da criança e promovem a introdução ao mundo literário com textos curtos que podem ser lidos durante a atividade.


4. Levar livros para as atividades ao ar livre
Um piquenique no parque ou até um passeio na praia podem ser atividades nas quais os livros são inseridos. De maneira lúdica, o ato de ler e contar histórias conta com cenários ainda mais reais e bonitos.


5. Criar um canto de leitura
Manter os livros organizados em casa é essencial para que a criança tenha acesso facilitado a eles. Criar um canto de leitura no quarto também pode contribuir e despertar o interesse dos pequenos.

4 coisas que uma Especialista em desenvolvimento infantil quer que você saiba


A 1ª gestação é um momento único na vida da mulher. As expectativas do parto, a preparação da casa, o enxoval, tudo é pensado no mínimo dos detalhes. Mas toda a espera pode acabar gerando ansiedade e uma série de dúvidas para os pais. Por isso, a fonoaudióloga especialista em desenvolvimento infantil, Raquel Luzardo, listou 10 coisas que todas as mamães e papais de primeira viagem precisam saber.


1- Dar a chupeta não é crime! O acessório é sempre o centro de diversas polêmicas. Mas a especialista explica que dá-lo ao bebê não é nenhum ato inadmissível. Segundo Raquel, a sucção é uma necessidade da criança e, por isso, os bebês de até seis meses que mamam no peito não sentem tanta atração pelo objeto por terem essa necessidade saciada. “O uso da chupeta pode, sim, prejudicar a posição dos dentes, a estrutura muscular e causar desequilíbrios que repercutirão na fala, respiração, deglutição, mastigação e até na estética. Mas seu uso pode ser saudável, desde que os pais controlem a frequência, a duração e a idade da criança”.

Raquel também recomenda que, se for inevitável, os pais prefiram às chupetas anatômicas com formato e tamanho proporcionais à face do bebê.


2 - Você não precisa coar tudo! Uma das coisas mais comuns na introdução alimentar é que os pais coem o máximo os alimentos. Porém, a consistência dos alimentos é muito importante no desenvolvimento dos órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, bochechas, palato, dentes). Os alimentos muito molinhos, que não exigem mastigação, acabam não estimulando o exercício dos órgãos. E no caso das crianças menores, que ainda não têm dentinhos, não tem problema, já que a gengiva faz o papel deles.

Por isso, a dica é evitar ao máximo passar os mantimentos pelo liquidificador e dar preferência aos alimentos amassadinhos com o garfo. As peneiras também podem ser usadas, começando com uma mais fina para os bebês menores em fase de introdução alimentar e depois passar para uma maior e que proporcione à criança o contato com a textura de cada mantimento.


3 - Os marcos do Desenvolvimento: Existem alguns parâmetros que auxiliam os pais e os médicos a acompanhar o crescimento dos filhos. Raquel explica que, embora esses marcos representem a maioria das crianças, é possível que haja exceções e o principal é buscar por um profissional no caso de atrasos. Esses marcos são:


·         Após o nascimento: Logo que nasce, o bebê já começa a mamar e demonstra sinais de prazer como esboçar sorrisos e desconforto, como resmungar e chorar quando sente fome, cólicas ou sono;


·         Até os dois meses: O bebê começa a se interessar por objetos coloridos;
·         Dos três aos quatro meses: A criança já acompanha o movimento com o olhar, levanta a cabeça quando é colocado de bruços;


·         Entre cinco e seis meses: É esperado que a criança vire a cabeça na direção dos sons, rola e senta com apoio e também leva os pés à boca


·         De sete a nove meses: Já gosta de brincar com a mãe e familiares e pode estranhar pessoas que não sejam de seu convívio diário. Fica sentado com apoio;


·         Dos dez aos doze meses: Começam a apontar para as coisas que quer. Engatinha ou anda com apoio e fala, ao menos, uma palavra com sentido;


·         Até os 18 meses: Já estão mais independentes, insistem para comerem sozinhos e se reconhecem no espelho. Também falam algumas palavras e andam sozinhos;


·         Até os dois anos: A criança já anda com mais segurança e até sobe degraus baixos. Se interessa pelos brinquedos e aceita a presença de outras crianças;


·         De dois a três anos: O bebê já não é tão bebê mais, já começa a formar pequenas frases e é também nesta fase que a criança começa a demonstram melhor seus sentimentos, como alegria, tristeza e raiva. Já se interessam por histórias e tem muitas perguntas;


·         De três a quatro anos: A curiosidade faz parte do cotidiano, gosta de descobrir as novidades e de brincar com outras crianças, além de imitar situações do cotidiano e se veste com ajuda;


·         De quatro a seis anos: Nesta fase a criança já é capaz de reproduzir corretamente os sons da fala e se interessa por ouvir histórias, ler livros e cantar. Já consegue correr e pular alternando os pés.


4 - Eles falam como crianças, você não. É mais que comum e normal que as crianças falem errado. Afinal, elas estão aprendendo e reproduzindo como podem o que ouvem dos adultos. Por isso, se os pais falarem errado estarão reforçando a falha, ao invés, de corrigi-la. A especialista garante que não é preciso brigar ou chamar a atenção da criança. “Se você falar certo, uma hora a criança conseguirá reproduzir o som de maneira correta”.

Raquel Luzardo - fonoaudióloga, especialista em linguagem e desenvolvimento infantil, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 19 anos em atendimento de crianças, orientação familiar e assessoria escolar. Casada com o Yan e mãe do Gabriel, acredita que a comunicação é a ferramenta para as relações acontecerem de forma plena e feliz!


Aprendizado infantil depende da interação com outras crianças

Crédito: divulgação/Colégio Positivo

O avanço tecnológico e as transformações no estilo de vida das famílias estão fazendo com que as crianças troquem, cada vez mais cedo, os brinquedos e brincadeiras tradicionais por aparelhos eletrônicos que oferecem uma diversão virtual, algo muito diferente das experiências vividas pelos pais, por exemplo. Se, por um lado, a tecnologia traz vantagens quando se trata de ensino e aprendizado, por outro, quando o foco é a primeira infância, é preciso cuidado para evitar que tablets, smartphones e computadores não tornem o brincar um ato cada vez mais solitário e artificializado, nos primeiros anos de vida.

As escolas devem levar isso em conta, a fim de impedir que a socialização e o progresso da criança sejam prejudicados. “Brincar é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Vai além do lazer. É o momento de compartilhar, de construir regras e combinados, de experiências”, explica Ana Flávia Justus, gestora de Educação Infantil da Escola Girassol, de Ponta Grossa (PR). Segundo ela, é brincando - e interagindo - que a criança tem a possibilidade de compreender pontos de vistas diferentes e resolver conflitos. E é por isso que a Educação Infantil é uma das etapas escolares mais importantes da vida de um estudante.

Diante das mais variadas situações, a relação entre o brincar e o aprendizado é cada vez maior - mas é preciso cuidado e planejamento para que essa relação apresente resultados significativos. Segundo Ana Flávia, o ato de brincar para aprender exige atenção por parte do adulto, que deve interferir quando necessário para garantir que a criança se desenvolva brincando. “Ao criar condições para jogos e brincadeiras, o professor oferece a chance da criança explorar os novos cenários e situações e, a partir do conhecimento que já possui, aprender ainda mais”, conclui a gestora.

Durante a primeira infância - fase que vai do nascimento até os seis anos de vida da criança, o processo de desenvolvimento não se dá de forma fragmentada. As atividades e brincadeiras devem visar o conhecimento e a descoberta de habilidades nos mais diversos âmbitos. Num jogo, por exemplo, ao mesmo tempo em que a criança aprende a contar ou a criar estratégias, ela também aprende a respeitar as regras, os colegas e a não criar artifícios para se sair melhor que os demais. O aprendizado é mais completo quando a proposta pedagógica garante essa articulação nas atividades. E quando se trata de brincar, o assunto deve ser levado muito a sério, priorizando brincadeiras que garantam que essa seja o plano principal do processo de aprendizado e que, por meio delas, a criança tenha condições de aprender muito.


Tablets e smartphones na primeira infância: cuidados que os pais devem ter

Equipamentos tecnológicos como tablets e smartphones despertam fácil o interesse dos pequenos e também servem como ferramenta que ajuda a estimular e desenvolver a criança. “Entretanto, é preciso equilíbrio no uso e moderação constante. Recomenda-se que seja utilizado com tempo determinado e o ideal é realizar as tradicionais brincadeiras de criança também”, afirma a gestora de Educação Infantil do Positivo - Santa Maria, Shirley Szeiko.

Em recente estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o órgão recomenda que menores de 2 anos não devem ter contato com telas e, ainda, crianças com 2 anos ou mais podem assistir televisão até uma hora por dia. Tais equipamentos podem comprometer a orientação espacial, temporal e a interação com o outro e, quando usados em excesso, podem trazer prejuízos. “As crianças precisam se comunicar, verbalizar, errar, serem corrigidas - e os jogos e aparelhos eletrônicos nem sempre dão margem para isso - pois a aprendizagem nessa fase se dá, principalmente, pela interação”, completa a professora.

Saiba quais são os riscos a que o seu filho está exposto com o uso excessivo dessas telas:
  1. Problemas de visão
A Academia Americana de Pediatria (AAP) estima, por meio de suas diretrizes, que crianças de 2 a 5 anos não devem passar mais que uma hora diária expostas a telas de tablets, smartphones ou computadores. Acima de 6 anos, esse tempo pode aumentar, mas com moderação por parte dos pais. O tempo usado para atividades escolares no computador, no caso de crianças mais velhas ou adolescentes, fica de fora dessa conta. Crianças que passam muito tempo utilizando tais ferramentas podem se tornar vítimas da síndrome pediátrica do olho seco, quando a produção de lágrimas é menor do que deveria e provoca uma anomalia na produção natural de muco e lubrificação do órgão da visão. Tal situação, muitas vezes incômoda, pode afetar a visão da criança e, consequentemente, prejudicar seu desempenho escolar.
  1. Menos atenção em sala de aula
Usar smartphones ou tablets desde criança significa acessar múltiplas formas de entretenimento ao mesmo tempo e oferecer um universo infinito de informações e estímulos para os pequenos. Tal possibilidade traz vantagens para a evolução infantil como o desenvolvimento do raciocínio, da lógica, mais acesso à cultura e às artes, mas também pode tornar as crianças mais facilmente distraídas, criando dificuldades em prestar atenção na aula. Junto com os déficits de atenção, vem a deterioração da memória visual, a imaginação e a capacidade de trabalhar de forma eficiente e eficaz ou se concentrar em uma tarefa.
  1. Menos empatia
A internet e, em particular, as redes sociais permitem também às crianças e, principalmente aos adolescentes, uma interação virtual e o desenvolvimento da capacidade de socialização. Mas é fundamental garantir que haja tempo e espaço para que eles também se socializem no mundo real.  Um estudo da Universidade da Califórnia chegou à conclusão de que crianças que ficam mais de 5 dias sem os dispositivos móveis sentem mais empatia e compreendem melhor os sentimentos e emoções.
  1. Atraso na fala
Desenhos e conteúdos voltados para bebês e crianças pequenas têm a capacidade de acalmar, alegrar e até mesmo servir de motivação para determinados avanços comuns nessa fase, mas precisam ser oferecidos de forma limitada para evitar comprometer os demais desenvolvimentos da criança. Uma pesquisa conduzida no Hospital para Crianças Doentes da Universidade de Toronto, no Canadá, indica que quanto mais “tempo de tela”, maior é o risco de os bebês apresentarem atraso no desenvolvimento da fala. Segundo os pesquisadores, os resultados da análise apontam que, para cada 30 minutos de “tempo de tela”, os riscos de a criança ter alguma demora para falar sobem em 49%.
  1. Aumento da agressividade
Jogos, atividades e animações infantis disponíveis atualmente podem passar uma mensagem positiva e serem educativos, ajudando a criança a aprender e a compreender melhor o certo e o errado. Mas é preciso controlar o conteúdo a que seu filho está exposto. Práticas e situações violentas, especialmente em videogames e jogos online, têm sido fortemente associadas a tendências antissociais e pensamentos, comportamentos e ações agressivos.
  1. Dependência
Os pais devem limitar desde cedo o uso da tecnologia a fim de evitar vícios e excessos e a melhor forma de fazer isso é mostrando para os filhos as razões para tal. Dessa forma, ajudarão as crianças a formar hábitos que permitirão a elas, quando adultas, saber a hora de se desconectar. Se não entenderem isso logo cedo, não conseguirão fazê-lo no futuro. A via fronto-estriatal, que é a mesma via neural ligada à dependência de drogas e distúrbios comportamentais, como o jogo, também está associada a certos tipos de mídia. Dar aos seus filhos acesso ilimitado a um smartphone ou tablet aumenta o risco de seu filho desenvolver um vício real na tecnologia.
  1. Dormir mal
O uso de celulares e monitores, especialmente antes de dormir, interfere diretamente na quantidade e na qualidade do sono - ação fundamental para o bom desenvolvimento da criança. A luz das telas diminui a produção de melatonina, hormônio que faz a gente ter vontade de dormir. Os pais devem restringir o uso desses equipamentos pelo menos uma hora antes de deitar. TVs e videogames devem ser mantidos fora do quarto dos filhos. Celulares e outros gadgets também não devem ser levados para a cama. O ideal é que crianças e adolescentes aproveitem todos os benefícios e vantagens da tecnologia em outros momentos do dia.


Empreendedorismo na sala de aula: mitos e verdades sobre empreender



                                                                        Por Eduardo Bontempo


Os educadores têm sido influenciados, sobretudo pelas famílias, a levarem o empreendedorismo para dentro da sala de aula. A cobrança é reflexo de uma preocupação concreta com o futuro profissional dos filhos: o país conta com mais de 13 milhões de desempregados, sendo 4 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em um cenário de poucas oportunidades profissionais, empreender passou a ser associado a uma força econômica que permite o Brasil gerar empregos e vislumbrar um novo patamar de desenvolvimento econômico.  A escola, com o papel de formar cidadãos e capacitá-los profissionalmente, passa a ser desafiada a criar uma educação empreendedora – embora muitas não tenham vivência prática na temática.

Um dado relevante é que o empreendedorismo, a investigação científica, os processos criativos e a mediação e intervenção sociocultural são eixos que surgem fortemente no novo Ensino Médio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – modelo que deve ser implementado nas escolas públicas e privadas do país até 2021. A proposta é que essas temáticas orientem os itinerários formativos, ou seja, as atividades que os estudantes poderão escolher para serem objeto de aprofundamento de conhecimentos referentes ao mundo do trabalho e à gestão de empresas. Essa é uma medida que dialoga com a demanda de uma escola que capacita o aluno a gerir conflitos e a propor soluções para problemas socioculturais e ambientais nas comunidades nas quais o estudante vive. Na prática, uma postura perante a vida que tem muitos pontos em comum com o empreendedorismo.

Perante a urgência da demanda de preparar o aluno dentro de uma lógica de educação empreendedora – e diante de estudo da Dell Technologies que aponta que 85% das profissões que teremos em 2030 ainda não foram inventadas –, vemos surgir inúmeras iniciativas para levar a temática do empreendedorismo para dentro da sala de aula. Alguns, inclusive, com um viés pedagógico que não reflete a realidade das startupse empresas brasileiras. Parte desse equívoco reside na distância entre o ambiente e processos educacionais e os adotados no universo empreendedor. As novas formas de aprendizagem e competências levadas para o espaço escolar sobre o cotidiano de um empreendedor mostram esse abismo quase intransponível ensino e realidade.

Para se ter uma noção sobre essa distância entre escola, profissão e empreendedorismo, cito uma pesquisa conduzida pela Udemy com mil brasileiros com idades entre 21 e 35 anos. Esse mapeamento apontou que os jovens profissionais se ressentem do déficit de habilidades fundamentais para a vida profissional. Para dois terços dos entrevistados, o que mais faz falta não é o conhecimento técnico, mas capacidades que deveriam ser desenvolvidas no ambiente escolar como inteligência emocional, comunicação, gestão do tempo e pensamento crítico. Aliás, essas são capacidades fundamentais tanto para o trabalho em grandes empresas, quanto para o empreendedor. A falta da habilidade de liderar também foi apontada por um terço dos participantes da pesquisa como uma lacuna importante dentro das habilidades profissionais – temática que tem muito a ver com levar inovação, tecnologia e empreendedorismo para dentro da sala de aula. 

Nos últimos sete anos, como cofundador da Geekie, tenho trabalhado com toda a comunidade escolar para projetar e implementar estratégias de aprendizagem, apoiadas por soluções tecnológicas, metodologias inovadoras e formação continuada do corpo docente. Com a experiência de ter impactado mais de 12 milhões de estudantes e 5 mil escolas de todo o país, vejo a importância de criar um ambiente escolar no qual o cotidiano do aluno na escola esteja conectado com as demandas não apenas do futuro – mas, principalmente, do presente.

Nessa conjuntura é importante abordar os seis mitos que permeiam o imaginário dos alunos sobre o empreendedorismo. Embora haja um enorme glamour em torno do ato de empreender – muitos jovens acham que ter o próprio negócio é sinônimo de não ter chefe e ter uma rotina flexível –, a verdade é bem diferente. Há de se considerar, também, que o fato é que muitos educadores não têm como se contrapor a esse repertório equivocado sobre criar e gerir uma empresa, pois não têm vivência que ofereça suporte para aulas baseadas em evidências sobre a temática.

O primeiro mito que destaco é que não é possível ganhar dinheiro e mudar o mundo. Com uma nova geração pautada pela empatia e pela preocupação com o legado pessoal, essa é uma questão cotidianamente presente. A boa notícia é que é possível conciliar essas duas coisas. O país é o celeiro de uma série de negócios que surgiram para resolver problemas que atingem uma parcela grande da população. A Geekie, por exemplo, surgiu dessa forma; uma empresa conectada com o desafio de contribuir para melhorar a qualidade da educação no Brasil.

O segundo mito é que empreender garante uma rotina mais flexível. Alguns especialistas dizem que ter uma startupvirou um sonho tão popular entre os jovens de hoje como era, nas décadas de 1980 e 1990, montar uma banda de rock. Parecia que a questão se resumia a reunir os melhores amigos, compor as músicas mais bacanas e aguardar ser descoberto para virar um astro. Sabemos que a teoria na prática é outra! Não há uma rotina queseja adequada ao estilo de vida que o empreendedor quer levar. O terceiro mito reside na ideia de que para empreender nunca devemos desistir de uma ideia original. Esse é um completo e complexo mito. O empreendedor não pode se apaixonar pela própria ideia; a busca deve ser por resolver um problema. A partir daí vários ajustes devem ser feitos até tornar o produto ou serviço adequado ao consumidor que se deseja conquistar.

O quarto mito que precisa ser desfeito é que a entrega precisa ser perfeita logo no início do negócio. Essa lógica está equivocada porque é a partir do feedbackdos consumidores em potencial que o empreendedor pode melhorar o produto ou serviço. Esse tema nos remete ao quinto mito do empreendedorismo. Você precisa escutar o seu cliente para conhecê-lo. A questão é complexa porque não deveríamos focar apenas em escutar, sim de calçar os sapatos dele; observar e vivenciar o cotidiano desse cliente. O sexto mito é, na minha opinião, muito emblemático: o empreendedor é o melhor funcionário que a empresa pode ter. O empreendedor precisa contratar pessoas melhores que ele em determinadas especialidades, ou seja, tem que ter humildade para conseguir fazer o melhor para a empresa ou startup– e isso passa pela contratação correta de talentos.

Para finalizar, trago uma ideia do professor José Moran, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores referências no Brasil sobre metodologias ativas e inovação na educação. Em conversa com equipe da Geekie, Moran afirmou que a escola se transforma mais lentamente do que desejamos e emritmos diferentes.O professor aponta que o empreendedorismo e a mudança de mentalidade são essenciais para transformar a escola tradicional em um ambiente inovador; salienta, entretanto, que esse fazer empreendedor deve ser associado à humanização. Concordo plenamente. Como a inserção da tecnologia, o empreendedorismo na sala de aula deve estar conectado com a intencionalidade pedagógica e com um conteúdo ancorado em evidências; na experiência de empreendedores que lidam com luzes e sombras; com desafios e alegrias de tornar um desafio em negócio.    




Eduardo Bontempo - graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e iniciou MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Por entender que estava diante de uma janela de oportunidade para para empreender, deixou o MBA e fundou a Geekie com Claudio Sassaki. Menos de três anos depois, teve a certeza de que a difícil decisão foi a certa: foi reconhecido comoInovador do ano pelo próprio MIT, na publicação global MIT Technology Review



Pediatrias lançam manual sobre os benefícios da natureza no desenvolvimento de crianças e adolescentes



A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta semana o Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”. Elaborado pelo Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza, a publicação tem como objetivo fornecer orientações para pediatras, educadores e famílias sobre a importância do convívio junto ao meio ambiente para a saúde e bem-estar da população pediátrica.

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De acordo com a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, apesar da literatura médica já reconhecer os benefícios obtidos através de brincadeiras, atividades de lazer e aprendizado ao ar livre, há cada vez menos oportunidades para a população pediátrica usufruir desse direito universal nas cidades brasileiras. Para a pediatra, é necessário refletir sobre o modo de vida que tem sido proporcionado às crianças.

“Existem diversos avanços relacionados à infância e adolescência no Brasil, como o aumento da escolaridade e o combate à exploração do trabalho infantil. No entanto, não podemos deixar de considerar que os efeitos da urbanização, entre eles, o distanciamento da natureza, a redução das áreas naturais, a poluição ambiental, bem como a falta de segurança e de qualidade nos espaços públicos ao ar livre, levam a população a passar a mais tempo em ambientes fechados e isolados”, alerta a especialista.

O Manual de Orientação da SBP aponta diferentes fatores determinantes para a ampliação desse contexto de confinamento, entre eles a atual dinâmica familiar; a falta de planejamento e mobilidade urbana; o excesso do uso de equipamentos eletrônicos; o consumismo; a violência e a sensação de insegurança; além da precária conservação da natureza.

Segundo o documento, um amplo conjunto de pesquisas relacionam a falta de oportunidades de brincar e aprender junto à natureza com o aumento da prevalência de problemas de saúde entre crianças e adolescentes, como obesidade, hiperatividade, baixa motricidade, falta de equilíbrio, pouca habilidade física, miopia, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.


BENEFÍCIOS – Evidências científicas demonstram que o convívio com a natureza, desde a infância, melhora o controle de doenças crônicas – como diabetes, asma e obesidade –, diminui o risco de dependência ao álcool e a outras drogas, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e reduz os problemas de comportamento. Além disso, proporciona bem-estar mental, equilibra os níveis de vitamina D e diminui significativamente o número de visitas ao médico.

“O contato com a natureza ajuda também a fomentar a criatividade, a iniciativa, a autoconfiança, a capacidade de escolha, de tomar decisões e resolver problemas, o que por sua vez contribui para o desenvolvimento de múltiplas linguagens e a melhora da coordenação psicomotora”, enfatiza a publicação.


RECOMENDAÇÕES – No documento, a SBP reuniu uma série de orientações para auxiliar pediatras, educadores e famílias na importante função de reconectar crianças e adolescentes com a natureza e transformar o atual cenário, sendo as principais:

·         Aconselhar e recomendar o acesso diário a no mínimo uma hora de atividades em contato com a natureza, seja para brincar, aprender ou conviver em contato com o meio-ambiente.

·         As escolas e instituições de cuidados devem organizar suas rotinas e práticas de forma a equilibrar o tempo destinado às atividades curriculares com o tempo livre (recreio), a fim de permitir que as crianças e os adolescentes tenham amplas oportunidades de estar ao ar livre.

·         O poder público deve garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a áreas naturais, seguras e bem mantidas, a uma distância inferior a 2 km de suas residências.

·         Os adultos devem compartilhar seu apreço pela natureza e pelas atividades de lazer ao ar livre pautadas pelas relações, pelos encontros, pelo movimento e também pela contemplação e momentos de relaxamento.

·         As crianças e adolescentes devem ser orientados a buscarem o equilíbrio no qual tanto o uso da tecnologia como a conexão com o mundo natural prosperem de forma benéfica.


INTOXICAÇÃO DIGITAL – O Manual de Orientação reforça ainda que tanto crianças e adolescentes quanto seus responsáveis passam boa parte do tempo imersos no mundo digital, em exposição crescente a publicidade e conteúdos tóxicos, violentos ou inadequados. Tais hábitos podem produzir efeitos impressionantes na convivência e na saúde física e mental, além da perda de contato com o mundo real e com as relações presenciais.

O texto apresenta ainda materiais de apoio para auxiliar a população na construção de hábitos mais próximos à natureza, além de enfatizar que os impactos do confinamento e da falta de contato com áreas verdes e o meio-ambiente são mais agudos em localidades densamente habitadas e com alta vulnerabilidade social.

O documento foi produzido sob coordenação de Laís Fleury (Instituto Alana) e Luciana Rodrigues Silva (SBP). A organização do texto foi de responsabilidade de Maria Isabel Amando de Barros (Instituto Alana) e os autores Daniel Becker; Dirceu Solé; Emmalie Ting; Evelyn Eisenstein; José Martins Filho; Laís Fleury; Luciana Rodrigues Silva; Maria Isabel Amando de Barros; Ricardo Ghelman; e Virginia Resende Silva Weffort. O texto contou ainda com a colaboração de Liubiana Arantes de Araújo e Ricardo do Rego Barros, e revisão de Regina Cury (Metatexto).


Professor dá dicas para não cometer gafes na hora de escrever



A escrita é, de acordo com o dicionário Aurélio,
 a representação de palavras e ideias por sinais gráficos,
sendo um dos recursos mais utilizados para a comunicação no mundo atual
Créditos: VisualHunt

Iniciada na Mesopotâmia por volta de 3500 a.C., a escrita é, de acordo com o dicionário Aurélio, a representação de palavras e ideias por sinais gráficos, sendo um dos recursos mais utilizados para a comunicação no mundo atual. Nós a praticamos todos os dias por meio de e-mail, bilhetes, mensagens e avisos. Mas quem nunca teve aquela dúvida na hora de registrar algo da rotina?
Para sanar algumas dúvidas comuns e muito presentes na escrita do dia a dia, o professor de Língua Portuguesa do Colégio Positivo Master, Claudinei Fernando Lichoveski, lembra como fazer a utilização de alguns termos.

  • Muito “obrigado” ou muito “obrigada”, menina?
Quando utilizamos essa expressão (diante de uma gentileza que alguém nos fez, por exemplo), estamos querendo expressar que nos sentimos obrigados a retribuir aquele gesto. “Foi assim que a expressão nasceu. Portanto, quando alguém nos faz alguma coisa pela qual ficamos agradecidos, dizemos um muito obrigado(a), no sentido de expressar que nos sentimos obrigados a retribuir”, explica Claudinei. Sendo assim, a expressão sempre concordará com o gênero daquele que está falando, e não do seu interlocutor.
  • Quando o “bastante” vira “bastantes”
De acordo com o professor Claudinei, a resposta é muito simples: trata-se de um termo que pode ter função adjetiva, acompanhando um substantivo, caso em que deve concordar com o substantivo a que se refere. O mesmo acontece com a palavra “muito”. Inclusive, é possível substituir “muito” por “bastante”. Onde você utilizar “muitos”, poderá utilizar “bastantes”. “Se alguém tem muitos amigos, podemos também dizer que essa pessoa tem bastantes amigos. Quando uma pessoa possui muitas riquezas, ela possui bastantes riquezas. A carga semântica (de sentido) das duas expressões (muito, bastante) é a mesma”, conta.
  • Cuide com a grafia de determinadas expressões
“Há expressões recorrentes que acabam sendo grafadas indevidamente pelas pessoas mais desatentas”, conta Claudinei. Alguns exemplos são: beneficente, privilégio, de repente, com certeza, por isso, de novo, nada a ver (e não nada haver), bem-vindo e mau-humor (com hífen), ao encontro de (quando estiver de acordo, na mesma direção) e de encontro a (quando vier no sentido oposto).
  • Têm ou tem?
A explicação do professor Claudinei é de que o acento diferencial está mantido e de deve ser utilizado nas formas plurais dos verbos ter e vir quando conjugados na terceira pessoa do plural no tempo presente. “Na hora de utilizar esse acento, basta lembrar que: ele tem, ele vem. Mas eles têm e eles vêm”, explica.
  • Vêm, veem ou vêem?
"Essa confusão é muito frequente", lembra o professor. A terceira pessoa do plural do verbo ver e a do verbo vir são muito semelhantes - tanto na grafia, quanto na pronúncia. Enquanto o verbo vir segue a mesma regra do verbo ter (ele vem, eles vêm / ele tem, eles têm), o verbo ver traz o "e" duplicado - ele vê, eles veem. "Antes do acordo ortográfico, o primeiro 'e' de veem levava acento circunflexo, hoje o acento não existe mais no encontro “ee” - outro erro bastante cometido também", ressalta o professor Claudinei.


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