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quarta-feira, 22 de maio de 2019

A cor da urina pode revelar doenças



O médico nefrologista Dr. Marcos Alexandre Vieira, presidente da Fundação Pró-Rim – referência nacional em tratamento e transplantes renais (www.prorim.org.br) -, chama a atenção para a importância de se observar a cor da urina. Segundo ele, um simples olhar pode prevenir doenças como uma insuficiência renal. Muito mais do que eliminar toxinas do organismo, a urina e suas manifestações de cor e aspecto, podem revelar muito sobre a saúde, especialmente dos rins.


Qual é a cor normal da urina?

R – A cor ideal da urina é amarelo claro.


Se a urina está transparente, significa que a pessoa ingeriu muita água?

R - A urina bem clara pode indicar que há água em excesso.


Quando urina está amarelo-escura é preocupante?

R - A cor pode ser considerada normal, porém é um sinal que precisa ingerir mais água.


E se ela está laranja?

R - Então pode indicar falta de água ou pigmentos de comida. Se persistir, pode ser problemas de fígado ou na vesícula. É importante consultar um médico e realizar exame para descartar qualquer problema.


Urina vermelha o que pode ser?

R - Se for persistente, pode indicar problemas no fígado, rim, próstata, infecção ou ainda um tumor.


Se a cor da urina está castanha ou marrom, qual o indicativo?

R – Indica que pode ser desidratação severa ou problemas de fígado.

Urina verde ou azul o que pode significar?

R - Pode ser de comida, medicação ou ainda infecção bacteriana.


Existe uma quantidade ideal de água para pessoas com mais de 50 anos de idade? Ou a própria cor da urina revela a quantidade certa?

R - Pessoas com 50 anos ou mais devem se hidratar sob orientação. Pessoas saudáveis o consumo em torno de 2 litros é adequado. Pessoas com doenças como insuficiência cardíaca ou renal exige a orientação médica e de um nutricionista.


Urina alaranjada pode ser consequência de remédios?

R - Urina com cor laranja pode estar muito concentrada. Além disso, medicamentos como fenazopirina podem deixar a urina laranja. Doenças do fígado também podem deixar a urina laranja ou escura


Urina vermelha levanta a primeira suspeita de ter comido beterraba?

R - Urina vermelha deve ser avaliada. Pode ser sangue na urina. A beterraba pode alterar a cor da urina também, mas é temporário e, quando o consumo é maior. Toda urina com suspeita de hematúria, ou sangue, deve ser investigada.

O paciente pode produzir excesso de bilirrubinas, que podem ser eliminadas pelos rins e colorir a urina de cor marrom?

R - Sim pode ser a presença de bilirrubinas.  A urina também pode ficar turva ou com alteração da cor pela presença de infecção ou bactérias.


Verde ou azul pode ser o corante azul de metileno, utilizado na fabricação de algumas medicações?

R - A urina verde ou azul pode ser pela presença de altos níveis de cálcio no sangue, infecção e medicamentos como sepurin.


 Em que casos são necessários procurar imediatamente um médico? 

R - Prestar atenção na cor da urina deve ser um hábito simples e que a qualquer suspeita é importante procurar um médico, pois um exame de urina pode alertar sobre algo mais sério.

Para finalizar, médico afirma que o bom aspecto da urina pode ser mantido com a ingestão de água na quantidade correta. "A água é muito importante para o organismo. Nada funciona bem sem a água. Ela mantém o aparelho renal em perfeito funcionamento, melhora o sistema cardíaco, neurológico, faz bem para a pele e estômago", finaliza.


Pró-Rim 

Procedimento rápido detecta e trata doenças importantes para a saúde da mulher


Procedimento é simples e detecta precocemente diversas doenças, como câncer de endométrio, por exemplo


Pouco  conhecida entre as mulheres, a histeroscopia é um procedimento que pode detectar e problemas complementando a avaliação do ultrassom: ajuda na definição das causas de sangramentos anormais, mal-formações uterinas, causas de infertilidade e abortos e pode já no mesmo momento tratar diversas dessas doenças, dentro do conceito mais atual chamado “see and treat - ver e já tratar”


A histeroscopia é um procedimento minimamente invasivo da endoscopia ginecológica que proporciona visão direta  e pode ser realizado, sem o uso de anestesia Se a mulher assim quiser. "Com uma câmera acoplada, o aparelho histeroscópio, que é bem fininho, segue pelo canal cervical e vagina chegando a cavidade do útero e amplia a imagem a ser pesquisada no monitor de tevê. Por não usar espéculo pode ser feito mesmo nas mulheres que são virgens ainda”, explica a Dra. Bárbara Murayama.

Cada mínimo detalhe da vagina, colo uterino e cavidade uterina onde fica a entrada das trompas podem ser explorados pelo aparelho. "Faz muita diferença quando a suspeita é de mioma e  pólipo,  malformações uterinas, infertilidade para o diagnóstico de endometrite crônica também.  Até 24% das mulheres possuem pólipos e até 25% das mulheres em idade fértil podem ter miomas. A endometrite pode causar infertilidade e abortos de repeticão se não for realizado o tratamento adequado. Frequentemente ela é assintomática, não aparece em exames de sangue, nem ultrassom, na maioria das vezes. O melhor exame é de fato a histeroscopia, pois até mesmo uma biópsia pode não ser tão conclusiva. A recomendação é que se houver suspeita pela histeroscopia que seja tratada com as medicações adequadas, pois o tratamento pode melhorar a fertilidade.


COMO FUNCIONA

“Para distender o útero e facilitar a visualização é injetado apenas soro fisiológico, essa distensão permite que a médica possa enxergar as possíveis formações dentro da cavidade," completa a Dra.

Há diversos procedimentos como algumas polipectomias, alguns miomas pequenos e até correção de septo, além de biópsias que podem ser realizadas no mesmo momento do diagnóstico, e, a mulher pode voltar às atividades de rotina no mesmo dia. Essa pequena cirurgia também é possível para certos casos de mioma. A maioria das pacientes sente apenas uma pequena cólica durante o exame. Mas é claro que o limite de dor de cada mulher deve ser respeitado já que é variável, portanto, pode-se preferir o procedimento com anestesia para algumas mulheres e até a histeroscopia cirúrgica em casos de procedimentos maiores como miomas etc.





BARBARA MURAYAMA - Médica Ginecologista da Gergin Ginecologia. Especialista em Histeroscopia e Videolaparoscopia. Coordenadora da Equipe de Ginecologia do Hospital 9 de Julho
 Instagram: @barbara.murayama

Reconstrução mamária recupera a autoestima de mulheres que sobreviveram ao câncer de mama


Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a técnica é viável em cerca de 90% dos casos

Quando uma mulher recebe o diagnóstico de câncer de mama, inevitavelmente, a partir desse momento, tudo pode mudar. Além de precisar entender o que é estar com a doença, ter medo pela própria vida e lidar com a rotina de tratamentos, essa nova realidade afeta diretamente a sua autoestima. De acordo com o mastologista e especialista em reconstrução mamária, Dr. Rogério Fenile, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, em muitos casos, a retirada da mama é necessária e isso faz com que muitas mulheres não consigam fechar este ciclo, mesmo depois de ter alcançado a cura.
O médico explica que a técnica, que recebe o nome de oncoplástica, permite não apenas o resultado oncológico adequado, mas a relação estética mamária pós-cirurgia. Além dos benefícios psicológicos para a autoestima e o convívio social: “Infelizmente, estamos falando de uma doença, que para tratá-la, afeta-se diretamente a beleza de uma mulher. Eu estou falando do emagrecimento, da queda dos cabelos e da perda da mama. Muitas vezes, ao alcançar a cura, essa mulher ganha peso novamente, o seu cabelo cresce, mas a ausência da mama ainda é um fator que não lhe permite encerrar esse ciclo emocionalmente”, comenta o especialista.
Hoje, no Brasil, o procedimento é garantido por lei, tanto para mulheres atendidas por planos de saúde, quanto para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A legislação estabelece que a reconstrução seja feita logo após a mastectomia. Caso a paciente não tenha condições clínicas de realizá-la tão rapidamente, ela deve ser acompanhada por um especialista para que possa fazer assim que houver a liberação médica.
No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 20% das 92,5 mil mulheres que fizeram a cirurgia de mastectomia para tratamento do câncer de mama entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução mamária. Ainda de acordo com a SBM, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos. 
“Com a evolução dos tratamentos, maiores taxas de cura e diagnóstico precoce, temos conseguido realizar cirurgias cada vez menos agressivas e preservar, ao máximo, a mama de uma mulher. Também é possível reconstruir não apenas a mama, mas a aréola e o mamilo. Assim, buscamos devolver, da melhor maneira possível, a vida de cada paciente por completo”, destaca o especialista.

Tipos de técnicas para a reconstrução
Diferentes técnicas podem ser trabalhadas para isso. A escolha vai depender da localização de retirada do tecido mamário, tamanho e forma. As mais comuns são feitas com implante de silicone, uso de expansor cutâneo e transferência de retalhos de pele.
- Prótese de silicone: indicada quando a mastectomia foi feita sem comprometer quantidade de pele significativa e para pacientes que não possuem mama suficiente para reconstruir a mama.
- Uso de expansor: é a inserção de um tipo de prótese vazia sob a pele, usado para promover gradualmente a expansão do tecido mamário, por meio da aplicação de soro fisiológico, até atingir o tamanho adequado. É possível inserir um implante definitivo em uma segunda intervenção cirúrgica ou usar um expansor definitivo.
- Transferência de retalhos de pele: nesta opção usa-se tecido de alguma área do corpo da própria paciente para se reconstruir a mama.
Mesmo que em muitos casos a técnica permita o encerramento de um ciclo, há situações em que as mulheres preferem não fazer a reconstrução. Os motivos vão desde querer se lembrar de todo o caminho percorrido a não querer novas cirurgias. E essas são situações em que o especialista vai analisar o método mais apropriado a ser adotado. “A técnica é escolhida através de uma conversa franca e esclarecedora entre médico e paciente, de acordo com a necessidade apresentada de cada caso. A prioridade, em qualquer circunstância é a qualidade de vida da paciente”, finaliza Fenile.





Dr. Rogério Fenile – Mastologista – Dr. Rogério Fenile é Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica. Além de ser especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. Instagram: @drrogeriofenile  

A importância da alimentação na prevenção do câncer


De acordo com o cirurgião oncológico do HCor, uma dieta rica em gordura animal, carnes processadas e baixa ingestão de fibras, frutas frescas e vegetais pode impulsionar o surgimento da doença, principalmente no aparelho digestivo


A alimentação inadequada é responsável por cerca de 20% dos casos de câncer no país, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). De acordo com a instituição, um em cada três casos poderia ser evitado com a adoção de dieta saudável, controle de peso e prática de atividade física. "Principalmente os casos de colorretal ou do intestino grosso", ressalta Dr. Ulysses Ribeiro, cirurgião oncológico do aparelho digestivo e coordenador do Serviço de Cirurgia Oncológica do HCor. "É o tumor maligno mais frequente que acomete o aparelho digestivo. Corresponde a 8% de todas as mortes por câncer no país e está no 3º lugar em incidência no mundo", afirma.

Com prevalência maior nas regiões Sudeste e Sul, o câncer de intestino atingiu em São Paulo, de 28 a 36 homens por 100 mil habitantes e 25 a 33 mulheres por 100 mil habitantes. Embora as estatísticas sejam preocupantes, a boa notícia é que há como prevenir a doença, na grande maioria dos casos. "A prevenção primária se baseia numa dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas frescas, cereais (preferencialmente os integrais), verduras, legumes, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular e diminuição da obesidade. Além disso, deve-se parar de fumar, evitar ou diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, de carnes processadas e de quantidades acima de 300 gramas de carne vermelha por semana", explica o cirurgião oncológico.

Já a prevenção secundária ocorre por meio da busca ativa dos pólipos e tumores pequenos, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia que é o exame endoscópico do intestino grosso. Este método permite além do diagnóstico, o tratamento com a retirada dos pólipos e/ou tumores pequenos e não profundos.


Prevenção e diagnóstico precoce:

Inicialmente, este tipo de câncer pode não apresentar sintomas, fase denominada assintomática. Muitas vezes as pessoas já podem apresentar pequenas lesões na parede interna do intestino, que se parecem com elevações ou verrugas, chamadas de pólipos, e não tem quaisquer queixas. Na maior parte dos indivíduos, os tumores ocorrem a partir destes pólipos. "Se retirarmos os pólipos, o risco de evolução para tumor diminui. Quando os tumores progridem e invadem os tecidos podem ocasionar alterações do hábito intestinal, sangramento ou dor abdominal", alerta Dr. Ribeiro. 


Rastreamento e métodos minimamente invasivos:

O rastreamento na fase assintomática deve começar a partir dos 50 anos para a população geral. O procedimento cirúrgico ainda é o principal recurso para os tumores do intestino e pode ser indicado no início do tratamento, pós-quimioterapia, ou pós-radio/quimioterapia. O método laparoscópico veio trazer as vantagens da cirurgia minimamente invasiva ao tratamento, incluindo-se menores incisões abdominais, menor tempo de recuperação, menor dor pós-operatória, maior rapidez de início da quimioterapia para pacientes que precisam e retorno mais rápido ao trabalho. "Faça os exames de rastreamento para o câncer do intestino de acordo com as orientações de seu médico. O tumor de intestino é passível de prevenção, não tenham medo", orienta o cirurgião oncológico do HCor.

Saiba como identificar precocemente os indícios de infarto


Segundo o cardiologista do HCor, dores no tórax, falta de ar, náusea e fraqueza são alguns dos sintomas com os quais portadores ou pessoas que pertencem ao grupo de risco de doenças cardiovasculares devem ficar atentos


Responsável por cerca de 30% das mortes no Brasil, o infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, como é mais conhecido, ocorre quando coágulos de sangue, formados sob placas de gordura (ateromas), obstruem, abruptamente, as artérias coronárias. Porém, embora ocorra de maneira repentina, o problema pode fornecer indícios com dias ou até semanas de antecedência. “Isso é possível porque, antes que um infarto aconteça, há um acúmulo gradativo de trombos (coágulos) nas paredes arteriais internas. Ao debilitar a saúde, esse processo permite que o paciente possa perceber sintomas que podem indicar a iminência de algo mais sério. Portanto, é imprescindível ficar atento”, afirma o Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista e coordenador do Programa de Cuidados Clínicos do Infarto Agudo do Miocárdio do HCor.

Para alertar portadores ou pessoas que pertencem ao grupo de risco das doenças cardiovasculares, o médico aponta quais sinais podem ser sentidos antes de um infarto. “Muitos dos eventos cardiovasculares ocorridos podem apresentar sintomas precoces. Porém, em quase todos esses casos, tais indícios costumam ser ignorados”, acrescenta o cardiologista, lembrando que os principais fatores de risco para infartos são tabagismo, hipertensão, colesterol elevado, diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse e histórico familiar.


Dores torácicas

De acordo com o Dr. Piegas, o primeiro indício de que o paciente deve procurar um médico, o quanto antes, são dores na região do tórax e do peito que costumam se irradiar de diferentes maneiras para os ombros, costas, braços, pescoço e o maxilar. “Esse tipo de dor pode aparecer semanas antes de um infarto de maneira bastante súbita. Pode ser sentida durante o dia, em meio à rotina, ou a noite, quando o indivíduo se recolhe para dormir”, acrescenta.


Dificuldades respiratórias

Outro sinal preocupante é a dificuldade para respirar. O cardiologista do HCor explica que, em muitos casos, o paciente pode ter uma sensação de compressão peitoral que afeta os pulmões. “Esse sintoma geralmente provoca falta de ar e incomodo. Mesmo que não seja frequente, os indivíduos que sentem esse tipo de evento, a recomendação é marcar uma consulta o quanto antes”, alerta.


Desorientação e desmaios

Tontura, vertigem e até desmaios também podem apontar para problemas cardiovasculares. Nos casos em que tais ocorrências são frequentes é preciso primeiro passar por uma consulta médica, antes de voltar aos afazeres do dia-a-dia como dirigir, trabalhar ou mesmo realizar as tarefas do ambiente doméstico. “Esse cuidado pode evitar graves acidentes, caso o indivíduo desmaie ou fique desorientado em situações nas quais precise de equilíbrio, por exemplo”, avalia.


Náusea e mal-estar estomacal

Sintomas como dores abdominais, náuseas, entre outros relacionados a mal-estar estomacal, como azia, também merecem atenção. O Dr. Piegas explica que essas sensações geralmente são confundidas com uma simples indigestão, mas podem representar a presença de angina. “Por isso, poucos dão atenção necessária ao problema e não procuram ajuda médica, sendo surpreendidos por eventos cardiovasculares. Portanto, é preciso todo cuidado, também, com essas situações, já que costumam ocorrer quando infartos já estão próximos", pontua.  


Suor frio 

Paralelamente à tontura e as dores torácicas, alguns indivíduos que integram o grupo de risco cardiovascular costumam sentir que estão suando frio. "Esse sintoma costuma aparecer dias ou horas antes de um infarto. O mais indicado é que, diante deste sintoma, é aconselhável procurar um hospital”, recomenda. 


Fraqueza

Mais um sintoma que pode anteceder eventos cardiovasculares é a sensação de fraqueza. Por se tratar de algo comum, o problema pode passar desapercebido, já que pode ser motivado pelas mais diferentes razões. “Contudo, também precisa ser levado em consideração já que, em alguns casos, pode ocorrer em função do mal funcionamento do sistema cardíaco. À medida em que esse e todos os demais cuidados necessários são tomados, as chances de prevenir um infarto aumentam consideravelmente”, finaliza o Dr. Leopoldo Piegas.

Doença de Parkinson pode atingir adultos jovens e até adolescentes

 Foto: Banco de imagens

Mais rara, a Doença de Parkinson precoce pode ter diagnóstico difícil, mas tratamento mais amplo.



A Doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo progressivo, incurável.  Em geral, a doença acomete pacientes acima de 60 anos, mas pode ocorrer mais precocemente e surgir antes dos 21 anos de idade.

Mais de 200 mil pessoas possuem Doença de Parkinson em todo o Brasil, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde. Os sintomas da doença ocorrem devido a perda gradual de neurônios produtores de dopamina no mesencéfalo, uma região bem específica do cérebro, que leva a lentidão do movimento, associado a tremor de repouso ou rigidez. Quando esses sintomas surgem antes dos 40 anos, chamamos de Doença de Parkinson precoce.

Dr. Gustavo Franklin, neurologista do Hospital de Clínicas do Paraná, explica que a Doença de Parkinson precoce “possui um caráter hereditário mais acentuado do que na Doença de Parkinson ‘clássica’, de modo que os familiares têm maior chance de adquirir.” O especialista também alerta para a importância do diagnóstico precoce. “Como não é comum, é frequente o paciente demorar muito tempo para ser corretamente diagnosticado”.

Embora o tremor seja o sintoma mais marcante, o indicativo principal é a lentidão do movimento, que é chamada de bradicinesia. Muito além dos sinais relacionados ao movimento, existem sintomas chamados “não-motores”, que envolvem todo o corpo do paciente e incluem constipação, transtornos de humor como ansiedade e depressão, distúrbios do sono, alteração do olfato, apatia, e muitos outros. 

Os sintomas na Doença de Parkinson precoce são os mesmos que acontecem na manifestação tardia da doença, a diferença fundamental é, de fato, o início do aparecimento. Como se inicia mais cedo, as complicações são percebidas anteriormente. 

“Os pacientes mais jovens tendem a possuir menos efeitos colaterais dos medicamentos, abrindo uma gama maior de alternativas ao tratamento. Além disso, a cirurgia de DBS (Deep Brain Stimulation) é contraindicada para pacientes mais velhos (em geral, acima de 70 anos), assim o paciente mais jovem tem maior chance de se beneficiar da cirurgia”, explica. De acordo com o neurologista, a operação melhora significativamente os sintomas motores e, junto a um tratamento multidisciplinar, com fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia é capaz de oferecer uma independência e qualidade de vida ao paciente.

Embora ainda não tenha cura, há diversos tratamentos específicos. Dr. Gustavo explica que cada vez mais medicamentos estão surgindo e, por ser muito prevalente, os avanços na medicina são promissores. “Novos tratamentos surgem todo ano e hoje o paciente com Parkinson pode ter uma vida com poucas limitações”, finaliza. 


Mulheres grávidas com periodontite têm risco duas vezes maior de parto prematuro


 

Revisão de estudos reforça a importância do acompanhamento odontológico durante a gravidez. Descubra por que problemas bucais da mãe repercutem no bebê



Uma pesquisa da Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia, com base em uma revisão sistemática da literatura mundial, revelou que mulheres grávidas com periodontite correm risco duas vezes maior de ter parto prematuro, ou seja, com menos de 37 semanas de gravidez.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 20 artigos científicos sobre o tema. No total, a análise abrangeu 10.215 mulheres de diversos países. A associação entre a infecção periodontal e aumento da possibilidade de parto prematuro foi encontrada em 60% deles.

De acordo com o odontopediatra Gabriel Politano, do Ateliê Oral Kids, em São Paulo, a periodontite, infecção que destrói a gengiva e até os ossos que dão suporte aos dentes, surge por meio de  bactérias da saliva. Quando não há higiene bucal adequada, elas grudam nos dentes, formando a placa bacteriana. “O organismo, então, passa a se defender da infecção e, dessa maneira, surge uma inflamação: a gengivite. Se não for tratada, ela evolui para a periodontite”, explica o dentista, que também é diretor do Departamento de Odontologia para Gestantes e Neonatos da Associação Brasileira de Odontopediatria (Aboped).

Os sintomas costumam ser brandos: pequenos sangramentos na hora da escovação, mau hálito e inchaço gengival. “As pessoas acabam negligenciando por não causar dor, como uma cárie, que atinge o canal do dente”, diz Gabriel Politano.

O agravante é que as bactérias que causam a periodontite não ficam restritas, necessariamente, à boca. Elas são capazes de viajar pelo corpo através dos vasos sanguíneos. “Quando a infecção é severa, que acomete todo o tecido de sustentação do dente, e o agente infeccioso cai na corrente sanguínea, se dissemina pelo organismo, alcançando o útero, o sistema imunológico aumenta a produção da prostaglandina, uma substância que ajuda a combater esses inimigos, mas também pode induzir ao parto prematuro”, justifica Politano.


Tratamento

Então, quanto antes for diagnosticado, menor perigo a futura mamãe corre.
A detecção da periodontite geralmente é realizada no consultório do dentista – às vezes, um exame de raios x é necessário – e o tratamento também ocorre por ali. Nas mulheres grávidas, o momento ideal para intervir é no segundo trimestre, quando há menor risco para a mãe e o bebê. Contudo, sempre vale conversar com o profissional.


Prevenção

Mais importante que o diagnóstico precoce é a prevenção. Assim como qualquer outra pessoa, as gestantes precisam manter a saúde bucal em dia. Isso significa se alimentar conforme a sugestão do obstetra e escovar os dentes de forma correta. O especialista aconselha que as mulheres visitem o consultório odontológico duas vezes durante a gravidez.

As associações médicas e odontológicas brasileiras e internacionais, além do Ministério da Saúde, colocam o exame bucal como essencial durante a gestação. Se mulheres fizessem o pré-natal odontológico, a maioria dos casos de gengivite poderia ser evitada, já que a doença é difícil de ser detectada pela própria paciente.


Consultórios especializados em gestantes

A visita ao dentista irá prevenir e tratar condições, muitas vezes, com sintomas sutis, como por exemplo o sangramento da gengiva, que ocorre com frequência neste período.  Foi o que aconteceu com a web designer Janna Palma Waisman, de 35 anos, que procurou o Ateliê Oral Kids, divisão especializada em atendimento infantil e de gestantes do Grupo Ateliê Oral, quando observou que sua gengiva estava muito sensível e começou a sangrar – sintomas que nunca havia sentido. 

Durante a consulta ela foi informada que isso acontece por causa da grande quantidade de hormônios liberadas durante a gestação. Esses hormônios dilatam vasos sanguíneos periféricos, por exemplo, na gengiva, facilitando que eles inflamem na presença das bactérias. Com as orientações da equipe especializada, coordenada por dr. Gabriel Politano, Janna recebeu instruções para sua saúde, além de recomendações para a saúde bucal do bebê. 

“Eu fui me consultar para verificar se havia algum tipo de inflamação e fiz uma limpeza com os cuidados necessários para uma gestante. Como não havia inflamação, fui orientada a continuar com as escovações, sempre com fio dental, e voltar após o nascimento do meu bebê para outra análise”, relata Palma. 

A gravidez requer atenção redobrada pois, neste período, os vômitos e, por consequência, a acidez da saliva aumentam, facilitando o desenvolvimento da erosão do esmalte. Ainda, caso haja dificuldade de escovar os dentes pelo mesmo ou outros motivos, o risco de cárie também aumenta bastante. 


Mas e a saúde do futuro bebê?

De acordo com dr. Gabriel Politano, alguns cuidados de posicionamento na cadeira odontológica e condutas clínicas adequadas para gestantes são importantes, mas, além disso, o profissional deve saber escolher o anestésico local e medicações adequadas. De forma geral, para gestantes saudáveis, todos os tratamentos curativos devem e podem ser realizados.        
     
E a saúde do futuro bebê é tão importante quanto a saúde da gestante. E começa ainda nesse período. Na reta final da gravidez, a gestante já receberá orientações sobre os cuidados primários que, se deixados para serem realizados após alguns meses, já poderá ser tarde. Por exemplo, o incentivo ao aleitamento materno e dúvidas quanto ao uso de mamadeira e chupetas precisam ser informados aos pais o mais cedo possível. Além disso, há condições bucais, como a anquiloglossia (língua presa), que inviabilizam o aleitamento materno em alguns bebês. O odontopediatra é um dos profissionais que costuma diagnosticar e operar esses recém-nascidos quando necessário. 

Posteriormente, orientações quanto ao tipo de escova, pasta de dentes e hábitos alimentares são fundamentais. O importante é os pais entenderem que a prevenção da cárie depende de alimentação regrada, baixa frequência de carboidratos e escovação com pasta de dentes com flúor (acima de 1000ppm), pelo menos duas vezes ao dia, desde o primeiro dente. Para menores de 3 anos deve-se utilizar o equivalente a um grão de arroz e, acima dessa idade, um grão de ervilha. Com consultas ao odontopediatra desde a gestação e, após o nascimento, a cada 3, 6 ou 12 meses (de acordo com cada indivíduo), as crianças crescerão sem doenças bucais.

No Dia Mundial da Pré-eclâmpsia um alerta: a doença afeta até 7% das brasileiras


Entre as complicações, a hipertensão na gravidez é uma das principais causas de parto prematuro, afirma a ONG Prematuridade.com


Quase 76 mil mães e 500 mil bebês no mundo perdem suas vidas por causa da pré-eclâmpsia e distúrbios hipertensivos na gestação, todos os anos.  É a causa de 25% das mortes maternas na América Latina e aparece entre 5 e 7% das grávidas brasileiras.

Vidas demais são perdidas ou seriamente afetadas por distúrbios hipertensivos da gestação, o que ressalta a importância da identificação dos sintomas e do tratamento rápido e eficaz por profissionais de saúde treinados.

A pré-eclâmpsia ocorre quando a grávida tem pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg) a qualquer momento após a 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Além da pressão arterial elevada, outras complicações como excesso de proteína na urina e edema devem acontecer para se ter o diagnóstico de pré-eclâmpsia.

Além do mês de maio ser marcado pela mobilização internacional de conscientização da hipertensão, há dois anos o dia 22 de maio ficou conhecido como o Dia Mundial da Pré-eclâmpsia (World Preeclampsia Day). O objetivo é aumentar a conscientização sobre a doença, principalmente como uma complicação potencialmente letal da gravidez.

De acordo com Adriano Paião, médico obstetra no Hospital Ana Costa e Hospital São Lucas, de Santos – SP, diretor clínico da Afetus e especialista em cuidados materno-fetais e gestação de risco, explica que a pré-eclâmpsia está entre as principais causas de morte materna e de agravamentos e danos à vida e à saúde da mulher. Também é uma das principais causas de mortalidade fetal e neonatal por complicações relacionadas à doença, sendo a prematuridade uma das consequências da evolução desfavorável da pré-eclâmpsia.

Adriano também explica que “o rastreamento do risco para a doença, possível por meio da associação de dados clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos, deveria ser o principal aliado na prevenção das complicações, orientando o profissional que assiste a gestante quanto às medidas de ação e cuidados, certamente impactando nos números desfavoráveis relacionados à doença, em especial em áreas de acesso mais restrito aos cuidados com a saúde da mulher e da gestante. A identificação do risco, antecipação de conduta e monitoramento materno e fetal são, com certeza, as melhores ferramentas para uma boa assistência obstétrica e melhores resultados perinatais”, finaliza.

Como consequência das ações de mobilização para conscientizar sobre os riscos da prematuridade, a Associação Brasileira de Pais e Familiares de Bebês Prematuros - ONG Prematuridade.com, também está engajada na redução das taxas de mortalidade materno-infantil relacionadas à pré-eclâmpsia.

Uma vez instalada, a pré-eclâmpsia aumenta o risco de parto prematuro induzido, já que a retirada da placenta, ou seja, o nascimento do bebê, tende a baixar a pressão arterial da mãe. Partos prematuros induzidos respondem por 20% de todas as hospitalizações de recém-nascidos para tratamento intensivo neonatal.

Para as mães, as complicações da pré-eclâmpsia são fortemente associadas com o futuro desenvolvimento de doenças debilitadoras como problemas cardiovasculares, diabetes e insuficiência renal.

O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG).

Não existe uma única causa. Há o consenso de que a condição é resultado, dentre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Embora o começo do problema esteja na formação da placenta, os principais agravantes da hipertensão são mesmo alguns hábitos maternos. Excesso de sal na alimentação, sedentarismo e principalmente consumo de álcool e cigarro, que aumentam o risco de doenças arteriais e, durante a gravidez, causam malformações do feto e elevam as chances de parto prematuro.

No Brasil, aproximadamente 35% da população sofre de hipertensão arterial, segundo dados do Ministério da Saúde, mas metade nem sabe disso. Quem já era hipertensa antes da gravidez deve, junto com o cardiologista e o ginecologista, estudar soluções para controlar o problema durante a gestação. Não há como diagnosticar a DHEG antes da gestação, claro. Mas alguns cuidados básicos podem ajudar a controlar a pressão arterial antes e durante a gravidez.

A mulher deve estar constantemente vigilante sobre sua pressão arterial. Cheque-a sempre que achar conveniente, siga uma dieta equilibrada e permaneça na faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista e cardiologista.

Raquel Azevedo Silva, voluntária da ONG Prematuridade.com e atendente de farmácia de 36 anos, sabe bem como a pré-eclâmpsia pode afetar a gravidez e a própria saúde de mãe e filho. Na vigésima semana de gestação começaram as alterações da pressão arterial. Os medicamentos não deram resultado e ela lembra que “numa madrugada, muito inchada, sem nem conseguir abrir os olhos, fui até um atendimento de emergência. Imediatamente fui internada. Desenvolvi uma complicação da pré-eclâmpsia o que exigiu uma cesárea de emergência com 27 semanas de gravidez. Paula nasceu com 790 gramas e 32 centímetros, prematuridade extrema”. Por conta disso, a bebê passou por cirurgias nos intestinos e para correção da visão. Os primeiros seis meses de vida de Paulinha foram no hospital.

“Após a cesárea, só depois de uma semana eu consegui levantar da cama para ver a Paula na UTI neonatal. Fiquei 15 dias internada, cheguei a ir para casa, mas tive que voltar para mais 15 dias de internação por causa das complicações. Foi muito difícil, mas hoje estamos ótimas”, comemora Raquel.





ONG Prematuridade.com, Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros
·         Site: https://www.prematuridade.com/
·         Facebook: fb.com/Prematuridade
·         Instagram:@prematuridadepontocom   

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