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segunda-feira, 20 de maio de 2019

SBU-SP alerta para o diagnóstico precoce do câncer de bexiga no mês de combate ao tabagismo



Com incidência de casos três vezes mais na população fumante, sendo mais comum em pessoas na faixa etária de 65 a 85 anos, o principal sintoma é o aparecimento de sangue na urina



Pelo segundo ano consecutivo, a SBU-SP, Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo promove a campanha Maio Vermelho, com o objetivo de chamar a atenção da imprensa e da população para a importância da prevenção e tratamento do câncer de bexiga, dada a relevância do assunto. O mês, que também é de combate ao tabagismo, é um chamado para os males do tabaco, já que é, comprovadamente, um dos fatores de risco para o aparecimento da doença. Segundo estimativas, o problema afeta cerca de 2,4% da população no País.

De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, até o final de 2019, serão 9.480 mil novos casos de câncer de bexiga, sendo 6.690 em homens e 2.790 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,43 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a sétima posição na lista de óbitos no Brasil.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer ocupa a sexta posição na região sudeste do País. Uma rápida retrospectiva mostra que, em 2015, o número de mortes chegou a 3.905, sendo 2.663 homens e 1.240 mulheres, segundo o relatório da Atlas de Mortalidade por Câncer.

A doença é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e o nono tipo mais incidente no mundo. Quando comparado por sexo, nos homens, ocupa a sexta posição de casos e, nas mulheres, a 19º causa de mortes mais frequente, sendo mais comumente em países desenvolvidos.

Já foi comprovado que esse tipo de tumor tem relação direta com a prática do tabagismo, com acometimento maior em pessoas com mais de 40 anos e, em 60%, atinge indivíduos entre 65 a 85 anos. O papel do tabaco no aumento de casos é decorrente da absorção e inalação dos componentes químicos presentes no cigarro.

“Essas substâncias altamente tóxicas e maléficas para a saúde caem na corrente sanguínea e são filtradas pelos rins, porém chegam até a bexiga, provocando uma degradação e destruição das células boas”, diz o urologista Dr. Roberto Vaz Juliano, Diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, coordenador e idealizador da campanha.

De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a probabilidade de desenvolver o câncer de bexiga é três vezes maior na população fumante do que na não-fumante. Levantamento realizado em pacientes atendidos pela instituição mostrou que, 65% dos casos diagnosticados em homens e 25% nas mulheres, estão diretamente ligados ao hábito de fumar.

“Em aproximadamente 75% dos casos, o diagnóstico é realizado em uma fase inicial, sendo possível o tratamento com chances de cura e menos riscos. Os custos para tratar o câncer de bexiga são altos, especialmente nos casos avançados. Sabe-se ainda que a sobrevida está relacionada com o estágio da doença”, explica o médico que também é membro do Instituto de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor auxiliar da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC – FMABC.

O urologista explica que o principal sintoma é o aparecimento de sangue na urina, também chamada de hematúria, bem como a mudança no aspecto da cor em um tom mais avermelhado. “Para o diagnóstico devem ser realizados exames de imagem como ultrassom de rins e bexiga, além de testes na urina. Estes casos devem ser investigados e o médico urologista deve ser procurado imediatamente”, completa.


Tratamentos

Entre as opções de tratamento, a depender do quadro apresentado por cada paciente, estão as cirurgias de grande porte, quimioterapia e radioterapia, acompanhamento oncológico, psicoterápico e fisioterápico com grande impacto na qualidade de vida. Cerca de 70 a 75% dos casos, a doença é superficial, em 25% invasiva e 5% já apresentam metástase à distância, portanto, quanto mais cedo o paciente inicia a prevenção, maior será a chance de cura.





Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

Saiba quais são os mitos e verdades sobre o câncer de ovário


O câncer nos ovários está entre os dez tipos de tumor mais comuns. Ele é pouco sintomático e, por isso, é preciso estar atenta; oncologista do Hospital 9 de Julho esclarece as principais dúvidas sobre a doença


Embora o câncer de ovário seja pouco incidente – apenas 3% dos tumores diagnosticados – ele está entre as principais causas de morte relacionadas a câncer nas mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018 foram registrados 6 mil novos casos de câncer de ovário no Brasil aproximadamente, valor muito inferior ao número de mulheres com diagnóstico neste mesmo ano de câncer de colo de útero (16.370 mulheres) e de mama (59.700 mulheres), por exemplo. Apesar da baixa incidência, está entre as principais causas de óbito relacionadas ao câncer nas mulheres. Isso está ligado ao fato de que 70% dos casos são diagnosticados em estágio localmente avançado ou com metástase (quando a doença já atingiu outros órgãos).

Aproveitando que 8 de maio é o dia de conscientização sobre o tema, a oncologista Dra. Michelle Samora do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, reuniu algumas dúvidas comuns e que podem fazer a diferença na busca pelo diagnóstico e tratamento da doença. Fique atenta e alerte seus familiares e amigas.


1- Durante a idade fértil (antes da menopausa) as mulheres não desenvolvem câncer de ovário.

Mito: Esse tipo de câncer é realmente mais comum em mulheres que já estão na menopausa, acima de 50 anos, mas isso não é uma regra. Recomenda-se que durante a idade fértil, as mulheres mantenham acompanhamento ginecológico regular, não apenas em razão do câncer de ovário, mas também para prevenção do câncer de colo de útero e avaliação de doenças sexualmente transmissíveis.


2- Tomar pílula diminui as chances de câncer nos ovários?

Verdade: Estudos apontam que mulheres que fazem uso de medicamentos anticoncepcionais têm menos chances de desenvolver câncer nos ovários, mas não significa que quem toma ou tomou anticoncepcional não terá a doença.


3- Cisto no ovário é câncer!

Mito: Definitivamente ter um cisto não significa ter um câncer. Mas é importante que a mulher que tem um cisto faça acompanhamento médico para que seja tratado corretamente e, dependendo do caso, removido.


4- Câncer de ovário não tem sintomas.

Mais ou menos: É verdade que no estágio inicial da doença os sintomas são bem discretos, mas podemos considerar os sinais abaixo como um alerta:

● Aumento desproporcional na vontade de urinar;

● Dores na região abdominal;

● Indigestão;

● Cansaço intenso e sem motivo aparente;

● Sangramentos vaginais anormais;

● Rápida perda de peso.

O câncer de ovário possui maior incidência principalmente em mulheres na menopausa e o risco de desenvolver este câncer ao longo da vida é de 1,3%. Entre os fatores que contribuem para um risco aumentado desta doença estão a primeira menstruação precoce (abaixo dos 12 anos), menopausa tardia (acima dos 52 anos), obesidade e tabagismo. Por outro lado, a gravidez, a amamentação e o uso de contraceptivos orais agem reduzindo o risco do câncer de ovário.

Cerca de 15% dos tumores ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditária, herdada de pai ou mãe. No entanto, especialistas ressaltam que as mutações genéticas que predispõem ao câncer de ovário podem não se limitar às mulheres com uma forte história familiar da doença. De fato, cerca de 1/3 das pacientes portadoras da mutação do gene BRCA (principal gene envolvido no surgimento desta enfermidade) não apresentam sequer um familiar portador de câncer. É por este motivo que ao se realizar o diagnóstico de câncer de ovário, todas as mulheres devem ser testadas geneticamente. “Se você é mulher, não deixe de procurar o seu ginecologista periodicamente. Isso pode fazer toda a diferença para a sua saúde”, finaliza a Dra. Michelle Samora.

Tabagismo pode atrapalhar resultado da cirurgia plástica


O cigarro pode ser uma substância prejudicial para o pós-operatório de quem realiza o procedimento

O tabaco contém centenas de substâncias prejudiciais à saúde, entre elas a nicotina, o alcatrão e o benzeno, além de metais pesados e tóxicos. Esta combinação, ao entrar em contato com a corrente sanguínea de forma contínua e duradoura, pode causar mais de 50 doenças, entre elas os cânceres de pulmão e de boca, enfisema pulmonar, angina e infarto do miocárdio.
Deixar de fumar pode ser extremamente difícil, mas se você planeja se submeter à uma cirurgia plástica ou procedimentos estéticos,  é bom pensar em abandonar a nicotina pelo menos por algum tempo. Suspender o cigarro um mês antes e um mês depois do procedimento, ainda que não seja o ideal, já pode ajudar significativamente.
“O cigarro afeta diretamente o desempenho do sistema vascular, comprometendo a irrigação sanguínea dos tecidos e absorção dos líquidos da área que sofreu a intervenção, dificultando o processo normal de cicatrização e a recuperação geral”, explica o cirurgião plástico Fernando Bianco, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Portanto, livrar o organismo da nicotina, pelo menos por algum tempo, pode contribuir para que os resultados sejam melhores e a recuperação seja mais rápida e livre de complicações. Com uma interrupção temporária do fumo por 30 dias, o índice de complicações pode cair entre 21% a 41 %.
O tabagismo pode complicar o pós-operatório com hematomas que persistirão por mais tempo; pontos poderão se abrir; cortes cirúrgicos estarão mais vulneráveis à infecção; inchaços serão maiores e a drenagem dos líquidos pode demorar.
“Cada caso será visto individualmente e pode-se até abrir uma exceção e realizar a cirurgia em quem fuma. Mas, esse paciente poderá ter que tomar alguns medicamentos que, em não fumantes, não seriam necessários. O paciente deverá assinar um “Termo de Consentimento”, onde constará que a operação somente será realizada após o médico ter certeza que as orientações serão observadas pelo paciente”, ressalta o médico.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet, nos últimos 25 anos o número de fumantes no Brasil tenha diminuído, mas o país ainda conta com 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens – aproximadamente 10% da população – dependentes do tabaco. Além de causar dependência física, o tabagismo é uma doença epidêmica que ocasiona morte precoce e incapacidade de indivíduos em todo o mundo.
“A cirurgia plástica é um procedimento cirúrgico como qualquer outro, com seus benefícios e riscos e seu sucesso vai depender do estado geral do paciente.  No caso específico, ele jamais poderá omitir do médico a informação do período que fumou. Caso contrário, o resultado da operação poderá ser comprometido”, finaliza Bianco.

25/05- DIA INTERNACIONAL DA TIREOIDE - NOVAS TECNOLOGIAS FAZEM DIFERENÇA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NA GLÂNDULA


        Mulheres são as mais atingidas por doenças na tireoide, que vêm crescendo nos últimos anos. Novas tecnologias permitem tratamento minimamente invasivo sem cicatriz e e até sem cirurgia. 


Em 25 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Tireoide e especialistas alertam para novos tratamentos , já que há um crescimento de novos casos de doenças de tireoide nos últimos anos. Os problemas são três vezes mais frequentes em mulheres do que em homens. A tireoide é pequena, mas uma das maiores glândulas do nosso corpo, fica no pescoço, produz os hormônios T3 e T4, sendo essencial para o funcionamento de órgãos importantes como fígado, coração e rins. 

INOVAÇÃO NO TRATAMENTO - Novas tecnologias minimamente invasivas são uma tendência da medicina no mundo todo e estão sendo feitas com sucesso no Brasil nas doenças de tireoide. Após descartada a hipótese de câncer, os nódulos benignos ainda geram desconforto, principalmente em mulheres que não querem uma cicatriz no pescoço. Hoje, um procedimento  chamado Ablação por Radiofrequência é feito com a introdução de uma agulha fina no nódulo, guiada por ultrassonografia e que age por meio de ondas de calor. O paciente não precisa de internamento porque vai embora no mesmo dia, a anestesia é local com sedação, não há corte no pescoço, nem cicatriz. A técnica reduz consideravelmente de tamanho o nódulo, resultado visto já nos primeiros meses após a sessão. Em 80% dos casos há uma diminuição de 75% do tamanho dos nódulos entre 6 meses a 1 ano. Além disso, preserva as funções hormonais da glândula e evita uso de remédios de reposição hormonal para o resto da vida. 
NOVA TECNOLOGIA PARA O CÂNCER DE TIREOIDE- Mas se o diagnóstico é de câncer, o tratamento sempre é cirúrgico. Conforme cada paciente e sua condição clínica, agora a tireoidectomia total ou parcial também pode ser feita com acesso endoscópico dentro do lábio e não só pelo pescoço como a cirurgia tradicional. ”A cirurgia endoscópica é feita com equipamentos de vídeo, a câmera aumenta a imagem e muda a forma como o cirurgião manipula e enxerga as estruturas da glândula, diminuindo certos riscos, a dor no pós-operatório e a cicatriz é invisível por dentro da boca ”, afirma o cirurgião de cabeça e pescoço Leonardo Rangel, especialista pelo INCA, médico e pesquisador da UERJ e professor do curso que aconteceu em abril deste ano sobre o método, na Johns Hopkins University, EUA, a mais renomada faculdade de medicina do mundo e pioneira da técnica.
 "O câncer de tireoide é o mais comum da região de cabeça e pescoço e  quase 80% dos casos são do tipo papilífero, que é menos agressivo e quando pequeno pode se detectar em exames de rotina", diz Rangel. Outros tipos de carcinoma são: o folicular, (responsável por 10 a 30 % dos casos), o medular (quase 5%) e o anaplásico, que corresponde a 2%, mas é o mais agressivo, além de tumores mais raros. Ainda segundo o cirurgião, “o câncer de tireoide requer  tanto cuidado no tratamento quanto qualquer outro tipo de  câncer, não deve ser visto como um câncer mais fácil ”.  
De acordo com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), 67% da população brasileira entre 30 a 60 anos poderá desenvolver nódulos na glândula em algum momento da vida. O risco do nódulo ser câncer depende do seu tamanho, características e da presença de gânglios cervicais. As causas podem ser histórico familiar de câncer de tireoide, dieta pobre em iodo e manter o peso corporal adequado ajuda a prevenir disfunções na glândula. "Em 90% dos casos, os nódulos são considerados benignos. Mesmo assim precisam atenção e ser tratados, porque podem causar hipotireodismo e hipertireoidismo, dificuldades de fala, respiração, mastigação e até para engolir, além do aumento exagerado do pescoço, conhecido por papo; e em muitos pacientes há nódulos que não respondem ao tratamento clínico, precisam ser retirados”, finaliza Rangel.

Hipertensão: doença afeta 24,7% da população que vive em capitais


24,7% da população que vive em capitais têm hipertensão.

24,7% da população que vive em capitais têm hipertensão. O dado de 2018 é da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas. Uma apuração feita pelo Ministério da Saúde, por meio de ligações telefônicas nas capitais do país e com maiores de 18 anos. Os idosos acima de 65 anos são os mais afetados. 60,9% dos entrevistados com essa idade disseram ter hipertensos. Olívia Medeiros, técnica da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, alerta que esta realidade preocupante.

“A hipertensão pode acarretar outros problemas de saúde. Está ligado a riscos de doenças do coração, a riscos do acidente vascular cerebral. E essas doenças que são decorrentes da hipertensão, especialmente a hipertensão não controlada, elas podem ter consequências muito ruins para a vida das pessoas, de diminuir a autonomia, deixar sequelas.”

Também conhecida como pressão alta, a hipertensão é uma doença crônica, que ocorre por causa dos altos níveis da pressão sanguínea nas artérias. Mas, ela pode ser prevenida com a prática regular de atividade física e uma alimentação baseada em alimentos in natura ou pouco processados, com baixa quantidade de sal, como explica Olívia Medeiros.

“Então à medida que a gente evita alimentos industrializados, a gente consegue ter uma alimentação saudável com mais facilidade. Esse é um fator importante”.
Em 2017, o Brasil registrou quase 142 mil mortes provocadas pela hipertensão ou outras doenças relacionadas a ela. Para saber mais sobre prevenção, acesse o Guia Alimentar para a População Brasileira, disponível no site do Ministério da Saúde. Ou confira a página temática saude.gov.br/hipertensao.





ACHADO NÃO É ROUBADO. SERÁ?



Existe um ditado popular, bastante conhecido e disseminado, que diz expressamente que ‘achado não é roubado’. Ele é muito utilizado para justificar a conduta de quem encontra e não devolve coisas alheias. A pergunta que se faz a respeito, é justamente se este ditado traduz uma verdade e quais as consequências jurídicas, no âmbito criminal, de se achar algo e pegar para si.

Recentemente, aqui no Brasil, um italiano foi detido pela Polícia Federal porque tentava vender, pela internet, 20 quilos de moedas históricas, que ele havia encontrado dentro de uma botija enterrada na praia de Ipioca, no litoral de Maceió.

Munido de um detector de metais, o homem rastreou o solo e acabou encontrando as moedas, que constituem verdadeiro acervo histórico. Ele as fotografou e anunciou a venda pela internet, nas redes sociais. As postagens foram descobertas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que informou a Polícia Federal, objetivando a apreensão do acervo histórico.

Primeiramente, antes de adentrar na análise jurídica, é importante ressaltar que a questão posta apresenta um debate moral. Embora todos tenham conhecimento de que achar algo e não devolver é imoral, a sociedade, por vezes, ignora que além de imoral, não devolver também pode ser crime.

Assim, em linhas gerais, pode-se dizer que o ditado popular está, em parte, correto, pois quem acha algo, realmente não pratica o crime de roubo, previsto no artigo 157 do Código Penal. Jamais se poderia cogitar falar em roubo neste caso, pois não se verifica uma situação de violência ou grave ameaça capaz de tipificar (como roubo) a conduta de encontrar coisa alheia. Também não se cogita falar, nesses casos, do crime de furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, pois, quando a pessoa acha algo, não há subtração dolosa.

Por outro lado, é importante ressaltar que, dependendo das circunstâncias em que a coisa for achada e do comportamento da pessoa que achou, poderá ficar caracterizado um crime, com consequências no âmbito penal.

No caso do italiano, ele acabou indiciado pelo crime de apropriação de coisa achada, previsto no artigo 169 do Código Penal, e punido com detenção de um mês a um ano, ou multa. De acordo com este dispositivo, em três hipóteses a pessoa que acha coisa alheia e não devolve comete um crime.

A primeira hipótese, prevista no caput do artigo 169, se dá quando alguém se apropria (toma para si, como sendo de sua propriedade) de coisa alheia perdida, que vem a seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza.

A segunda hipótese, prevista no inciso I do artigo 169, trata de descoberta, em prédio alheio, de tesouro (objeto antigo de grande valor, que estava oculto e não tem dono), e apropriação deste tesouro, em detrimento do direito que teria o proprietário do prédio sobre a coisa.

A última hipótese, prevista no inciso II do artigo 169, contempla a figura da apropriação de coisa achada. Trata justamente daquela coisa que foi perdida e é encontrada por alguém, restando a quem encontrar, a obrigação de, ao menos, tentar devolver ao dono. É a situação mais corriqueira.

No caso concreto apresentado, o estrangeiro foi acusado do crime previsto no inciso II do artigo 169 do Código Penal, pois, de acordo com a legislação brasileira, todo objeto arqueológico ou histórico é protegido por lei e considerado patrimônio da União, mesmo que tenha sido encontrado fora de sítios arqueológicos e de forma ocasional. Neste caso, o homem, ao encontrar as moedas, deveria ter comunicado ao Iphan sobre a existência e localização das mesmas, e não tentado vendê-las na internet, como fez.

Além disso, é importante mencionar que aquele que acha coisa alheia perdida e a restitui ao dono ou à autoridade competente, tem direito a uma recompensa, de acordo com o previsto no Código Civil.

Conclui-se, portanto, que, moralmente e juridicamente falando, o que se espera de alguém que acha algo perdido, que não é seu, é a devolução ao legítimo dono da coisa, ou às autoridades competentes. Caso a pessoa venha a devolver, terá direito a uma recompensa. Já se a pessoa não devolver, incorre em crime. O crime em questão é a apropriação de coisa achada, e não o roubo, o que torna verdadeiro o ditado que diz que ‘achado não é roubado’. Fica a lição: ao encontrar algo, o melhor a se fazer é sempre a devolução!
 




Adriana Filizzola D’Urso – Advogada criminalista, mestre e doutoranda em Direito Penal pela Universidade de Salamanca (Espanha), pós-graduada em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade de Coimbra (Portugal), e em Ciências Criminais e Dogmática Penal Alemã pela Universidade Georg-August-Universität Göttingen (Alemanha), Diretora da Comissão Brasileira das Advogadas Criminalistas da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM) - Instagram: @adrianadursoadv


No Dia Mundial sem Tabaco, a Fundação do Câncer promove a causa e relembra suas principais ações de conscientização


A Instituição reforça o conceito #EuMeImporto, traduzindo uma cultura de empatia e respeito pelas pessoas


No dia Mundial sem Tabaco (31/05), a Fundação do Câncer apresenta sua nova campanha, ‘’Importe-se com alguém além de você’’, com o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos do tabaco para a saúde individual e coletiva, bem como os problemas ambientais que gera. A ação faz parte do conceito #EuMeImporto, tônica da Instituição que traduz a cultura de empatia e respeito pelas pessoas.

Além das peças publicitárias informativas divulgadas a partir de 22 de maio nas redes sociais da Instituição, a ação conta com depoimentos de um entusiasta da causa antitabagista e de duas personalidades que decidiram parar de fumar por conta da campanha de Dia Mundial do Câncer, promovida pela Fundação do Câncer em fevereiro deste ano. 

Pedro Salomão, sócio e cofundador da Radio Ibiza, aderiu motivado pela perda do pai por conta do cigarro. Para ele, o importante é incentivar cada vez mais as pessoas a deixarem esse hábito. Já para Raphael Alvarez, ator e diretor, a maior motivação para eliminar o tabaco de sua vida é a influência positiva que deseja despertar nas próximas gerações. Fred Barroso, chef executivo do grupo Le Vin, por sua vez, contou que o cigarro estava afetando seu paladar e, por ele se importar com os seus clientes e com a qualidade dos pratos que oferece, decidiu parar de fumar. 

Também faz parte da ação deste ano uma retrospectiva dos últimos cinco anos de ações realizadas pela Fundação do Câncer no Dia Mundial sem Tabaco. A proposta é mostrar a atuação da Instituição no controle do tabaco, uma das principais bandeiras desde a sua criação. Nesse sentido, a campanha deste ano reforça como a Fundação tem contribuído para que o Brasil seja uma referência mundial na luta contra o tabagismo.

Um dos resultados dessa contribuição foi a queda do percentual de fumantes brasileiros maiores de 18 anos de 34,8%, em 1989, para 14,7% em 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Atualmente, há mais ex-fumantes do que fumantes no país, também segundo a PNS.

Para o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Jr., ‘’a Instituição sempre atuou em ações de conscientização voltadas para a população. Nosso fundador e presidente do conselho curador, Dr. Marcos Moraes, é um dos precursores da causa e desenvolveu, ao longo dos anos, um importante papel, em âmbito nacional, na luta contra o tabagismo” destaca o executivo. Um exemplo de atuação a ser citado foi o envolvimento do Dr. Marcos na criação de lei para proibir o fumo em voos, que representou, na época, um avanço significativo no controle do tabaco no país. 

A seguir, confira as campanhas realizadas pela Fundação do Câncer desde 2014 até hoje:

2019: Importe-se com alguém além de você


Fumar é prejudicial também para aqueles que estão próximos da fumaça e traz impactos ao meio ambiente. Essa consciência pode ser um importante incentivo de mudança para quem deseja parar de fumar. Pensando nisso, em 2019, a Instituição lança a ação: ‘’Importe-se com alguém além de você”, que poderá ser vista nas redes sociais da Fundação a partir de 22/05.
Esse trabalho conta com os depoimentos do incentivador da causa antitabagista Pedro Salomão, sócio e cofundador da Radio Ibiza, e de dois ex-fumantes que tomaram essa decisão motivados pelo Dia Mundial do Câncer, Raphael Alvarez, ator e diretor; e Fred Barroso, chef executivo do grupo Le Vin. Ambos, incentivados pela campanha de Dia Mundial do Câncer, promovida pela Fundação, em fevereiro deste ano, contam como se importar com a saúde das pessoas próximas os engajou nessa luta e os incentivou a abandonar o tabaco. 


2018: Vidas em cinzas


 No último ano, a Fundação do Câncer produziu o vídeo ‘’Vidas em Cinzas’’ para sensibilizar e orientar a população sobre os malefícios do cigarro.


  
2017: Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento



A campanha “Tabaco: Uma ameaça ao desenvolvimento” teve o objetivo de revelar à população o impacto econômico do tabagismo no crescimento sustentável dos países e os riscos à saúde da população. O consumo do tabaco gera impactos negativos para a economia, meio ambiente, saúde e para o futuro de cada país. Durante o período da campanha, a Instituição divulgou, em seus diferentes canais nas redes sociais, peças com frases e imagens sobre o efeito do tabagismo na natureza e na vida das pessoas.



2016: Embalagens Padronizadas



Em 2016, a Fundação do Câncer se uniu com a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e publicaram um vídeo nas mídias sociais em que a médica epidemiologista Veronica Hughes, diagnosticada com câncer de pulmão há mais de 10 anos, convocou a população brasileira a assinar a petição online pela adoção das embalagens padronizadas para cigarros. A campanha ‘’#AcabouoDisfarce’’ ganhou também as páginas dos jornais impressos O Dia, Destak, Meia Hora e Metro. 



2015: Dicas para parar de fumar



Na campanha de 2015, a Fundação do Câncer divulgou depoimentos de pessoas que deixaram de fumar. Nas publicações, os ex-fumantes contavam como o cigarro atrapalhava suas vidas e compartilhavam experiências, além de mostrar o que os incentivou a parar de fumar.

No mesmo ano, a Instituição divulgou as “Dicas para parar de fumar”.



2014: “Preços mais altos, mais vidas salvas”



Aumentar os preços e impostos dos produtos de tabaco para reduzir doenças e mortes foi o tema central da campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014. O alerta foi sobre a necessidade de se elevarem os preços do cigarro para diminuir a prevalência de fumantes nos países.

 










Sobre a Fundação do Câncer
A Fundação do Câncer é uma instituição privada e sem fins lucrativos que há 28 anos atua na pesquisa, prevenção e controle da doença. Localizada no Rio de Janeiro, também oferece assistência direta ao paciente, com tecnologia de ponta e atendimento humanizado, por meio do Hospital Fundação do Câncer, projetado para ser um centro de referência em oncologia no país. Algumas das principais iniciativas da Fundação são o desenvolvimento do Programa Nacional de Formação em Radioterapia, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca); o apoio ao Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a gestão operacional do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

LEI GERAL IRÁ ESTIPULAR REGRAS PARA CONCURSOS PÚBLICOS NO BRASIL



Estatuto dos concursos será relatado pelo deputado Luiz Flávio Gomes

 
O Deputado Federal Professor Luiz Flávio Gomes irá relatar na Câmara dos Deputados projeto que cria a Lei Geral dos Concursos Públicos no Brasil, também chamada de Estatuto dos Concursos. A Lei estabelece normas gerais sobre a realização de concursos públicos no âmbito da administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A criação do “Estatuto dos Concursos” tem o objetivo de suprir lacunas na legislação e disciplinar direitos e deveres de todos os concurseiros, das bancas e a forma de realização dos concursos. O projeto visa regulamentar importantes questões como extinção dos concursos para formação de cadastro reserva; tempo mínimo entre o edital e a realização da prova; critérios de correção das provas; responsabilização no caso de quebras de sigilo ou venda de gabaritos; garantia de possibilidade de inscrições pela Internet; garantia de nomeação dos selecionados dentro do número de vagas previsto, entre outras regras.

Segundo Luiz Flávio Gomes é urgente a implementação de um marco regulatório dos concursos que ofereça expressamente a devida segurança aos candidatos. “Quem se prepara para concursos tem a mesma rotina de como se estivesse trabalhando. O concurseiro é muito sacrificado e precisa de segurança. É necessário um marco regulatório que discipline o que deve e o que não deve conter na organização do certame, quais são os direitos e os deveres do concurseiros e das bancas”, afirma Gomes.

Além de especificar regras, a criação de uma lei geral para os concursos também tem o objetivo de extinguir irregularidades na organização e realização dos certames. O diploma legal específico garante a eficácia e aplicação dos princípios da transparência e de igualdade ao delimitar regras claras e gerais. “Cabe ressaltar que o projeto pode resguardar o sigilo das provas e responsabilizar os culpados no âmbito civil e criminal, desde que comprovada de fraude”, explicou o relator. 





LUIZ FLÁVIO GOMES - professor, jurista e Deputado Federal Contra a Corrupção. Criador do movimento de combate a corrupção, “Quero um Brasil Ético”. Delegado de Polícia aos 21 anos, Promotor de Justiça aos 22 e Juiz de Direito aos 25, exerceu também a advocacia. Fundou a Rede LFG, democratizando o ensino jurídico no Brasil. Doutor em Direito Penal, jurista e professor. Publicou mais de 60 livros, sendo o seu mais recente “O Jogo Sujo da Corrupção”. Foi comentarista do Jornal da Cultura. Escreve para sites, jornais e revistas sobre temas da atualidade, especialmente sobre questões sociais e políticas, e seus desdobramentos jurídicos. Em 2018 candidatou-se pela primeira vez com o objetivo de defender a Ética, a Justiça e a Cidadania.

Golpe do Motoboy”: fraude atinge aposentados e correntistas de bancos


É crescente o número de correntistas de instituições financeiras, principalmente aposentados e idosos, que têm sido vítimas da fraude popularmente conhecida como o “Golpe do Motoboy”. Nesse golpe, “falsos” funcionários do banco entram em contato com o correntista e informam que o sistema detectou uma suposta compra com características fraudulentas em sua conta bancária e questionam a sua veracidade. Por se tratar de uma “falsa” compra, o cliente informa que não a realizou, assim o suposto funcionário do banco explica que houve uma fraude no cartão e sugere o seu cancelamento através do telefone da central de atendimento localizado atrás do cartão.

Os estelionatários mencionam na ligação os dados pessoais da vítima como nome, CPF e instituição financeira. Após esse primeiro passo, o golpista, se passando por funcionário do banco,  orienta o aposentado a realizar uma ligação posterior na qual confirmará alguns dados e questionará  de fato as compras realizadas indevidamente em seu cartão. Então, neste intervalo de tempo, do término de uma ligação para a discagem de uma nova, estes criminosos "prendem" a linha de seu telefone, de forma que a ligação posterior, que o correntista acredita ser direcionada ao banco, fica novamente sob o controle dos golpistas.  É também neste momento que é solicitado que a vítima digite a senha de seu cartão. Desta forma, todos os dados ficam expostos permitindo que os golpistas façam transações 
comerciais em seu nome.  
E os próprios golpistas realizam um “falso” cancelamento do cartão e “por motivos de segurança” solicitam ao cliente que envie o cartão à agencia bancária, mantendo o chip, junto com uma carta escrita a próprio punho acerca do ocorrido, para que seja realizada uma sindicância, disponibilizando um motoboy para a retirada. Ocorre que, o cancelamento de fato não ocorreu e o motoboy que retira o cartão na residência do correntista é o próprio golpista, que na sequencia realiza diversas compras, empréstimos e saques na conta bancária.
Ao descobrir que caiu no “Golpe do Motoboy”, o correntista solicita ao banco o bloqueio de fato do cartão, bem como o cancelamento das compras realizadas pelos golpistas. Contudo, na maioria dos casos, a instituição bancária rejeita a solicitação e o consumidor tem que arcar com o prejuízo.
Dessa forma, muitos correntistas estão recorrendo à Justiça para pleitearem o cancelamento das compras e empréstimos realizados pelo golpista, bem como a devolução de valores sacados ou pagos. É possível também solicitar, liminarmente, a suspensão das cobranças até o término da ação, não correndo durante esse período, caso seja deferida a liminar, juros sobre o débito.
Na maioria dos casos, a liminar é deferida, sendo confirmada ao final do processo, condenando o banco a cancelar o valor cobrado e a devolver os valores pagos ou debitados da conta do correntista. Ainda existe a possibilidade de condenação em danos morais, tendo em vista todo transtorno passado pelo correntista, o abalo psicológico sofrido, além de ter todos os seus dados pessoais e bancários expostos a terceiros que o utilizam de má-fé.
Não obstante tudo isso, a orientação é para sempre que o consumidor tiver que inutilizar o cartão, corte ao meio, inutilizando a tarja magnética e também, quando possuir, corte ao meio o chip, adotando tal procedimento as chances de qualquer fraude diminuem consideravelmente. E também é recomendável nunca entregar seu cartão para qualquer funcionário. E caso tenha sido vítima do golpe, registrar de imediato um Boletim do Ocorrência (BO) na delegacia mais próxima. O "Golpe do Motoboy" é o mais utilizado por quadrilhas especializadas em aplicar golpes em pessoas da terceira idade.  




Isabela Perrella - advogada do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados

Cinco mitos sobre economia de dinheiro para pequenas empresas



Muitas vezes, administrar uma pequena empresa pode ser financeiramente desafiador e, portanto, os empreendedores precisam manter seus custos baixos onde puderem. Como proprietário de uma pequena empresa, você precisará verificar regularmente suas despesas para garantir que não está gastando demais, o que também ajudará a avaliar onde você é capaz de fazer cortes para economizar dinheiro.

Abaixo, a Sage aponta 5 mitos de economia para as pequenas empresas:


Mito 1: Preciso aumentar minha receita antes de economizar

Poupar dinheiro todos os meses deve ser inegociável, independentemente das suas circunstâncias. Se você está esperando que seu volume de negócios aumente para começar a economizar, esse dia provavelmente nunca chegará. Sempre haverá outra desculpa - mesmo quando você estiver ganhando mais.

Considere economizar uma porcentagem de cada venda, mesmo que seja uma pequena quantia. Você pode aumentá-la no decorrer do tempo. Quanto mais cedo você começar a economizar, mais cedo começará a ganhar juros compostos, o que é basicamente ter o dinheiro trabalhando para você.

Economizar deve ser sua prioridade toda vez que receber. Pense nisso como investir em você e no seu negócio. Talvez seja necessário revisar seu orçamento inicialmente para que funcione, mas é sempre bom revisar regularmente suas finanças.


Mito 2: Eu preciso economizar para algo

Sim, pode haver um item de grande valor para o qual você deve economizar, como a aquisição de um veículo para entregas ou novos acessórios para a loja, mas você não precisa de um motivo para economizar. Na verdade, é muito importante economizar para o desconhecido e o inesperado.

O que você faria, por exemplo, se um incêndio destruísse seu escritório e você tivesse que pagar um excesso massivo de seguro? De onde você tiraria o dinheiro?

E se é o fim do mês e você ainda está esperando a grande corporação ou entidade governamental pagar pelos serviços que você entregou há três meses? Como você pagará sua equipe e seus fornecedores quando tiver problemas de fluxo de caixa?

Poupar dinheiro nunca é uma má ideia. Infelizmente, você só vai perceber isso quando enfrentar uma crise de liquidez e não tiver rede de segurança.


Mito 3: Os bancos são minhas únicas opções de poupança

Colocar seu dinheiro em uma conta poupança é conveniente porque você pode vê-lo e acessá-lo sempre que precisar. Mas ser capaz de acessar seu dinheiro com rapidez e facilidade aumenta a tentação de tomar decisões financeiras impulsivas (você realmente precisa dessa nova máquina de café só porque está na promoção?).

Outra desvantagem de economizar dinheiro no banco é que você limita sua rentabilidade. Colocar seu dinheiro em contas de investimento ou comprar ações, no entanto, produz maiores retornos, especialmente para economias de longo prazo. Além disso, como você não vê seu dinheiro, é menos provável que você gaste desnecessariamente: fora da vista e fora da mente.


Mito 4: posso começar a economizar depois

Pode não ser gratificante economizar dinheiro para uma emergência um dia. Mas quando esse dia chegar (e vai acontecer), você ficará feliz por ter feito isso. Você se poupará do estresse de acumular dívidas ou dificuldades para garantir um financiamento, o que pode ser especialmente difícil para pequenas empresas.

Encontrar desculpas para não economizar dinheiro é fácil: o fluxo de caixa está baixo; há despesas adicionais este mês; entre outros serviços. Comece definindo uma meta financeira - como economizar o equivalente a seis meses de receita - e dê pequenos passos em direção a ela.


Mito 5: Colocar dinheiro fora é a única maneira de economizar dinheiro

Reduzir os custos operacionais da sua empresa é uma maneira rápida de liberar dinheiro que você pode investir.

Aqui estão algumas ideias:

· Compartilhe espaço de escritório com outra pequena empresa ou adote um modelo de negócios virtual, que não precise de um escritório físico, economizando custos de aluguel e operacionais.

· Sustentável - reduza o uso de papel, mude para lâmpadas e aparelhos que economizam energia, seja inteligente com água, compre móveis reformados. Tudo pode ser reduzido.

· Execute seus negócios na nuvem. Você pode acessar praticamente todos os seus softwares de gerenciamento de negócios na nuvem, o que significa que não precisa investir em hardware caro e na infra-estrutura para mantê-lo. As soluções de gestão empresarial em nuvem também ajudam você a gerenciar seu inventário, de modo que o dinheiro não está vinculado a estoque excedente.

· Pagar faturas dentro do prazo para evitar taxas de juros e pagamentos atrasados. Aproveite possíveis descontos para pagamento antecipado.

· Reduza as reuniões para que sua equipe possa se concentrar em funções estratégicas. Realize reuniões importantes através de ferramentas gratuitas para essa finalidade, e economize tempo e dinheiro em deslocamentos/viagens.

· Terceirizar o trabalho, como design e redação, para freelancers, em vez de contratar um recurso em tempo integral. Contrate estagiários para fazer trabalhos administrativos, para que você possa dedicar mais tempo ao planejamento estratégico.

Ganhar dinheiro, economizando, é, sem dúvida, o maior desafio de gerir uma pequena empresa. Comece a fazer seu dinheiro trabalhar para você - não apenas hoje, mas daqui a cinco, 10 e 20 anos.





Osvaldo Meneghel - Diretor de Product Marketing and Management da Sage Brasil

NÃO, SENHORES, DEMOCRACIA NÃO É ISSO!



 “Vejo grandes perigos que são possíveis conjurar, grandes males que se podem evitar ou restringir, e firmo cada vez mais a crença de que, para serem honestas e prósperas, basta ainda que as nações democráticas o queiram.” Alexis Tocqueville

        “Ingênuo!”, exclamarão alguns. “Não entende de política!”, dirão outros. “Quem é esse cara?”, indagarão muitos.
Que as pessoas argumentem para defender o próprio interesse é perfeitamente comum. Na política, muito “escondidinho” é feito com esse recheio. Bem diferente é o que acontece quando os sofismas são apresentados por pessoas e por meios de comunicação dos quais se espera melhor discernimento.
        Afirmar que o Congresso pode barrar a Medida Provisória da Reforma Administrativa e argumentar sobre os fundamentos desse direito, é bem diferente de sair em defesa do Centrão (do Centrão!) quando faz isso. Aqui estamos diante do interesse público, do desrespeito à vontade popular que quis eleger um governo e um programa comprometido com a austeridade e a redução do gasto. A MP da Reforma Administrativa define o modo como o Presidente pretende governar. Com ela, reduziu para 22 o número de ministérios, extinguiu 21 mil cargos de confiança e eliminou custos fixos que ascendem a centenas de milhões de reais.
        O Centrão, que não se confunde com o Congresso, e certamente não reúne a elite moral do Parlamento, decidiu – de modo inédito – intervir na forma como o governo deve ser organizado, cobrando a recriação de pelo menos dois ministérios (o das Cidades e o da Integração Nacional). Além de ser, o primeiro, um anacoluto na gramática de uma Federação, as duas pastas serviam aos interesses políticos dos congressistas junto aos prefeitos e governadores. Eram ministérios endinheirados e agências de negócios tão importantes quanto escusos. Reabri-los é uma bofetada na face da maioria do eleitorado que se manifestou nas urnas de outubro do ano passado. O mais desinformado jornalista de Brasília sabe disso e sabe que, exatamente em nome do respeito devido a quem venceu a eleição, o Parlamento deve se manter em prudente distância do modo como o governante eleito pretende organizar seu trabalho.
        Não há, nesse sentido, uma autonomia absoluta do Executivo, mas há uma autonomia relativa, saída da consideração à decisão das urnas. Há coisas que não se deve fazer e uma delas é exigir a criação de ministérios como condição para aprovar projetos de governo. Isso não expressa uma convicção técnica sobre gestão, mas uma operação comercial. É indecente com todos os créditos do adjetivo, principalmente quando o Centrão quer a volta dos ministérios para si, com porteira fechada!
        Portanto, dizer que tal conduta é própria da democracia e das prerrogativas dos poderes é defender um jogo político que levou muitos aos desconfortos dos cárceres! Tudo bem que Rodrigo Maia e seus seguidores queiram isso. Tudo bem que a oposição formal estimule todos os descréditos daí decorrentes. Tudo bem que muitos se deixem levar na conversa e que se ouricem os políticos beneficiados pela “negociação” que troca voto por cargo e influência. Mas não venham membros da Academia, jornalistas de relevo (valor é outra coisa), dizer que o Presidente, ao manifestar seu desgosto, revela espírito autoritário e incapacidade de conviver com os fundamentos da democracia. Todos nós sabemos o quanto era desprezível e quanto mal fez às finanças do país, a harmoniosa relação dos governos petistas com sua base.
Quando foi decidido que é inconveniente escandalizar-se diante de algo escandaloso?  “Democracia” com esses fundamentos descreve bem os governos anteriores, aos quais correspondem outros adjetivos que recheiam milhares de páginas de inquéritos e sentenças judiciais condenatórias. A isso a maioria do eleitorado de outubro, que exige respeito, disse um redondo não. Isso tem menos a ver com Bolsonaro e mais a ver com o Brasil querendo ser honesto e próspero.



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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