O
câncer mais frequente em crianças e adolescentes é a leucemia, que não pode ser
prevenido, mas tem tratamento que pode levar a cura da doença
O câncer é a segunda
causa de morte entre crianças e adolescentes até os 19 anos de idade, de acordo
com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). A
leucemia é o tipo mais comum da doença nessa faixa etária e corresponde a 26%
de todos os tumores malignos. Não existe prevenção, mas com o tratamento já é
possível curar a doença em muitos pacientes. “A taxa de sobrevida,
principalmente para crianças, varia entre 60 a 80%. Em muitos casos, a doença
não ocorre mais após o tratamento”, afirma Juliana Souza Lima, hematologista do
Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba/Grupo Oncoclínicas.
Embora a leucemia não possa ser
prevenida, existem alguns fatores que podem favorecer o seu desenvolvimento.
“Não existe como saber se alguém irá desenvolver a doença, mas a exposição
prolongada e em altas doses a radiação ou a agrotóxicos podem desencadear uma
alteração nas células da medula óssea e facilitar o seu surgimento”, conta a
hematologista.
Os sintomas da doença costumam ser
desconforto extremo, cansaço, fraqueza e, em alguns casos, febre, sangramentos
e hematomas. “É muito comum as crianças e adolescentes também sentirem dor
óssea ou em articulações”, destaca. Para diagnóstico, é realizado um hemograma
completo. “Se o exame estiver alterado, indicando a presença da leucemia,
também é feito um exame específico direto da medula óssea”, complementa Juliana
Souza Lima.
O tratamento é realizado com
quimioterapia e, em alguns casos, que variam conforme cada paciente, também
pode ser necessário um transplante de medula óssea. “Muitos pacientes com leucemia
acabam necessitando de um transplante e por isso é importante que toda
população se conscientize sobre a importância de ser um doador de órgãos, pois
isso pode salvar uma vida”, considera a hematologista.
Segundo dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula
Óssea (REDOME), cerca de 4.700 crianças e adolescentes estão na lista de espera
por um transplante. Para ser doador de medula óssea, é necessário ter entre 18
e 55 anos e procurar um Hemocentro, onde será feita uma coleta de sangue para a
realização dos testes de compatibilidade genética e um cadastro válido em
todo o território nacional.
Entenda a leucemia
A leucemia é um câncer que surge na
medula óssea, onde são formadas as células sanguíneas. A doença provoca um
acúmulo de células anormais e dificulta a produção de plaquetas e glóbulos
brancos e vermelhos. Por causa disso, a doença acaba afetando o funcionamento
de todo o organismo. “Como a doença está no sangue, ela circula por todo o
corpo. Podem ocorrer anemias, infecções pela diminuição da imunidade e
hemorragias. A leucemia ocorre primariamente no sangue, mas existem casos em
que também existe a presença da doença na meninge (membrana que recobre o
cérebro e a coluna espinhal) e pele”, revela a hematologista.
Existem casos crônicos e agudos da
doença. “Em crianças é mais frequente o surgimento da leucemia aguda, chamada
de Leucemia Mieloide Aguda (LMA) ou Leucemia Linfoide Aguda (LLA), que é um
tipo de leucemia que tem uma progressão muito rápida”, aponta. “O importante é
sempre procurar um médico caso a criança apresente os sintomas, para que a
doença seja tratada o mais cedo possível”, orienta Juliana Souza Lima.
Instituto
de Hematologia e Oncologia Curitiba (IHOC)
Grupo Oncoclínicas