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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A Violência sem Limites e as eleições




Fica claro pelos noticiários que a violência no Brasil aumentou muito de um ano para cá. Os fatores desencadeantes que de certa forma colaboram com esse quadro são o desemprego, a corrupção generalizada e endêmica dos governantes e, acima de tudo, um descrédito da democracia, além, é claro, da certeza da impunidade. A exegese dessa violência tem sido palco no Brasil de explicações sociológicas tanto pela esquerda quanto pela direita, que se aproveita desse verdadeiro caos.

É verdade que, no bojo da violência ostensiva, existe a violência ideológica, preconceituosa e racista que dá a sustentação para os discursos dos presidenciáveis que evidentemente prolatam uma linguagem de fácil acesso aos que mais sofrem com esta situação calamitosa a que chegamos.

Crianças são mortas em tiroteios no Rio de Janeiro, pessoas incautas que não conhecem determinados trajetos dentro das comunidades são alvejadas sem o menor pudor, alunos agridem professores em salas de aula, automóveis são parados e seus motoristas, assaltados, quando não mortos em arrastões. O feminicídio aumentou barbaramente. Tudo isso ao som agora das marchinhas de Carnaval e das cidades coloridas por essa festa tradicional, tão tradicional quanto tem se tornado o costumeiro conformismo com a deliberada agressão ao cidadão de bem.

Abrigando por volta de 100 mil habitantes, vista para o mar da zona sul do Rio de Janeiro e um sem fim de becos e vielas espalhados entre os bairros da Gávea e de São Conrado, a favela da Rocinha passou nos últimos quatro meses por alguns dos momentos mais violentos de toda sua história. Fica patente que ninguém tem uma fórmula mágica para acabar com a criminalidade, que, num país pobre, em crise moral, com um nível de desemprego assustador, tende a piorar.

 O mais intrigante é a difusão da violência pelo país, que não mais se restringe ao Rio de Janeiro, contudo, entendo que neste ano eleitoral é importante nos abstermos dos discursos delirantes de presidenciáveis que vendem a facilidade do “olho por olho”, muito embora eu tenha a convicção de que o endurecimento do Estado deve ser aferrado para o bem da sociedade e para o equilíbrio contencioso do crime a céu aberto, típico do que podemos chamar de “rotina de guerra”.

Na próxima eleição, vamos ter os “Rambos”, os candidatos do antigo argumento de que “tudo se resolve com a educação” e os liberais com a tese de que “aumentando os investimentos” o tiroteio diminui. Por ora, é bom contar com D´us, saber por onde transitar ou a última opção, para os que podem mudar de país, uma atitude que alguns podem achar covarde ou tão corajosa como ficar no meio de um tiroteio na linha vermelha... E ter a sorte de sair vivo.





Fernando Rizzolo - Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, Professor de Direito


Síndrome do Edifício Doente: você sabia que sua saúde pode estar em perigo?



Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, dentre inúmeras outras no nosso país, possuem histórias longas, pois foram fundadas logo no início da colonização portuguesa. Isso fez com que muitas das suas construções sejam antigas, em parte por um uso contínuo desses prédios, e também em grande parte pela preservação histórica. Claro que os prédios não são tão velhos quanto a cidade, a maioria data de períodos mais recentes com algo em torno de 40 ou 50 anos, mas o fator histórico mostra uma cultura de preservação dos cidadãos, que é muito positiva para a cidade em termos de turismo, conhecimento e patrimônio cultural. 

O problema é quando esses edifícios, alguns nem tão históricos apenas antigos, possuem problemas de saúde que não são imediatamente notados, pois são problemas de saúde estrutural, uma doença da construção, por assim dizer. Uma delas é a SED, Síndrome do Edifício Doente. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a SED é definida como "um conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição do ar em espaços fechados". Estes espaços fechados, em sua maioria, são as grandes edificações as quais começaram a surgir na década de 1970 e hoje são os lugares onde passamos a maior parte de nosso tempo. Em casos extremos chegamos a ter construções do fim da década de 1930. Prédios de serviços públicos ou de empresas mais velhas no centro da cidade, e até mesmo residências, sãos os principais focos do SED.

É possível notar essas construções pelo estilo arquitetônico da época, pelo tamanho, pela ausência de tecnologias que só vieram a surgir mais adiante, e que não foram atualizadas na construção. No caso de riscos à saúde é que temos umproblema. A SED pode ser percebida quando em pelo menos 20% dos usuários (ocupantes) destas grandes edifições aparecem sintomas tais como dor de cabeça, náuseas, ardor nos olhos ou coriza. A existência da SED só foi reconhecida pela OMS na década de 80, quando houve uma contaminação coletiva de pneumonia num hotel na Filadélfia, o que ocasionou a morte de 29 pessoas. 

No Brasil, o caso marcante foi no fim da década de 1990, quando morreu o então ministro das Comunicações, Sérgio Motta, em função do agravamento de seu quadro clínico que, segundo muitos, foi devido à presença de fungos no ar. Segundo especialistas no assunto, a SED não provoca doenças, mas pode colaborar para agravar males em pessoas pré-dispostas ou até mesmo provocar um estado passageiro. Ou seja, quando estas pessoas saem das edificações consideradas com SED os sintomas desaparecem. 

Numa outra linha de raciocínio, a SED pode provocar alguns males (ou doenças) compartilhados. Um exemplo clássico disso é o caso da já citada contaminação coletiva no hotel na Filadélfia (EUA) em 1976 pela bactéria assassina Legionella pneumophila a qual causou uma forma rara e grave de pneumonia. 

Um dos grandes problemas é que não temos uma ideia de quantos prédios hoje sofrem disso, nas grandes metrópoles. Este é um dado difícil de se adquirir, talvez por medo dos responsáveis pela administração dos prédios e condomínios em passar a informação. Porém, segundo a própria OMS, pelo menos 30 % das edificações em todo o mundo sofrem de SED. No Brasil, este número pode chegar a 50 %. São números alarmantes, mas que não tocam as autoridades competentes, surpreendentemente.

Talvez a pergunta mais importante nesse momento, seja: como combater isso? Já que muito está em risco. Uma das primeiras coisas a se fazer é cuidar das instalações de ventilação e climatização, como ar condicionado, desses prédios. Já ouvi dizerem que o ar condicionado é o culpado desse tipo de situação, porém isso é um dado enganoso. O equipamento só é causa quando o mesmo foi mal dimensionado, mal projetado, mal instalado e muito mal mantido. Podemos citar vários outras causas importantes da SED tais como acúmulo de poeira, grande presença de VOC (compostos orgânicos voláteis) e até mesmo os produtos de limpeza, todos eles responsáveis por alergias e irritações nas vias respiratórias. 

Portanto, a melhor forma de combater (ou evitar) a SED é, entre outras, manter o ambiente limpo, ter controle sobre a quantidade de VOC dentro dos ambientes, ter controle sobre a quantidade e qualidade dos produtos de limpeza e conceber um bom sistema de ar condicionado, desde o seu projeto, passando pela instalação e comissionamento, até uma manutenção com qualidade. O próprio ar condicionado é algo necessário, vivemos em um país de altas temperaturas, mas é preciso estar atento aos cuidados pertinentes. 

Os cuidados com o prédio fazem muita diferença, então estar atento a isso é tarefa da administração, mas também pode ser motivada por um olhar cuidadoso e proativo dos ocupantes em geral.





Francisco Pimenta - engenheiro e membro do DNPC


ABRAVA - http://abrava.com.br



O Brasil prefere carnaval às reformas?



A resposta ainda não sabemos, mas o pessimismo parece crescer. Essa é a avaliação de João Francisco de Aguiar, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie campus Alphaville, acredita que, por razões diversas nos EUA e aqui, as bolsas vêm caindo. 

Isso têm acontecido nas bolsas NYSE e Bovespa e entre as principais causas podemos alinhar as seguintes: nos EUA investidores têm reduzido a posição na renda variável desde o início de janeiro com receio de que as boas notícias da economia americana possam reacender a chama inflacionária; esse conservadorismo acentuou-se com a recente mudança no comando do Federal Reserve – FR (saiu Janet Yellen e entrou o republicano Jerome Powell). O fato é que os juros já vinham subindo progressivamente nos EUA já no antigo comando FR. 

No Brasil, o sucessivo adiamento da reforma da previdência (já enfraquecida), mostra a dificuldade de se obter apoio do Congresso em ano eleitoral. Esse cenário vem afetando os mercados de ações lá e aqui. Enquanto o índice S&P 500 tem caído cerca de 10% desde o seu pico recente em 26 de janeiro, aqui o Índice Bovespa está caindo por volta de 6% desde a mesma data. “Como bons brasileiros precisamos manter o otimismo, mas é possível que esses adiamentos nos levem a perder o melhor momento no contexto internacional pois os juros externos ainda são historicamente muito baixos”, afirma.




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