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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Celulite orbitária em crianças é emergência médica



Não, você não leu errado. A celulite também pode atingir os olhos e, se isso acontecer com uma criança, o perigo é maior. A celulite orbitária é uma emergência médica. Segundo a oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, a celulite ocular, normalmente, surge após um quadro de sinusite ou de conjuntivite, pois é causada pela mesma bactéria.

“Alguns estudos apontam que a existência de sinusite, inclusive, é o fator de risco mais comum. Entretanto, a celulite orbitária pode tanto atingir os tecidos ao redor dos olhos, como a região atrás dos olhos, causando danos ao nervo óptico e, em outros casos, danos neurológicos. E essas duas condições são os principais perigos associados a essa doença”, comenta a médica.

Quando não identificada e tratada rapidamente, pode levar a um prejuízo visual grave. Para se ter uma ideia, antes dos antibióticos, 20% das pessoas com celulite orbitária perdiam a visão. E mesmo atualmente esse número não é pequeno: 11%. Além da perda visual, uma grande preocupação é que o quadro pode evoluir para uma meningite, com comprometimento neurológico grave

“Como os olhos, os seios da face (os espaços que ficam no interior da face e do crânio), a mucosa nasal e o cérebro estão localizados muito próximos uns dos outros, a celulite, se não tratada rapidamente, pode evoluir para um quadro de meningite”, comenta a médica.  E é por isso que a celulite orbitária é uma emergência médica e deve ser tratada com antibióticos, muitas vezes com necessidade de internação para administração endovenosa”, explica Dra. Marcela.   


Como diferenciar a celulite orbitária de outras condições?
 
A melhor maneira de fazer isso é observar a criança e entender melhor os sintomas. Uma alergia ocular, por exemplo, pode causar inchaço e vermelhidão, que também são sintomas da celulite orbitária.

"Entretanto, o quadro da celulite orbitária é infeccioso, então a criança terá outros sintomas associados, como febre, dor, calor no local e pode ficar mais prostrada, mais quieta do que o normal. Caso isso aconteça, os pais devem procurar um pronto socorro imediatamente”, explica Dra. Marcela. 


Crianças são as principais vítimas
 
Embora a celulite também possa acometer os adultos, ela é mais comum em crianças e adolescentes entre 7 e 12 anos, porque eles ainda não estão com o sistema imunológico totalmente formado. Ainda não se sabe porque, mas meninos têm duas vezes mais chance de ter o problema do que meninas.

O diagnóstico, geralmente, é feito com a ajuda de exames de sangue, que vão confirmar ou não a infecção, testes de visão – por exemplo, o movimento dos olhos, pressão ocular e como as pupilas da criança reagem à luz – e até exames neurológicos, dependendo do caso.

“O ideal é que a criança seja internada para administrar antibiótico na veia, cuja ação é mais rápida. Quando tratada a tempo, a celulite orbitária é curada e não deixa sequelas”, finaliza a oftalmopediatra.







Apneia do sono: obesidade, álcool e adenoide estão entre as causas da doença



Mudanças no estilo de vida podem contribuir para prevenção

 
Apneia é um termo que significa “falta de ar”. Ela pode se manifestar durante o sono por pausa ou diminuição temporária da respiração (de 10 a 20 segundos em cada episódio), em geral com vários episódios ao longo da noite. Ocorre um bloqueio transitório parcial ou total da via aérea, em geral superior, que é o canal por onde passa o ar que respiramos. Existem diversas causas para apneia do sono, que podem ocorrer isoladas ou em associação.

Dra. Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que dentre os mecanismos que podem contribuir para apneia do sono estão:

  • Desvio de septo nasal - o septo nasal é uma parede constituída por osso e cartilagem, que separa a narina direita da esquerda, tem cerca de oito cm de comprimento, atravessa o centro da face, indo da ponta do nariz até a altura das orelhas;
     
  • Hipertrofia de cornetos nasais - estruturas esponjosas que crescem e retraem dentro do nariz, importantes no aquecimento e na umidificação do ar que respiramos;
     
  • Adenoide - tecido de aspecto amoriforme que cresce no fundo do nariz, na sua transição com a garganta;
     
  • Amígdalas volumosas - estruturas que se localizam a cada lado da língua e que também possuem aspecto amoriforme;
     
  • Língua volumosa;
     
  • Palato mole rebaixado - tecido muscular mucoso que fica no fundo da garganta logo acima da língua;
     
  • Úvula longa - tecido em forma de campainha ou penduricalho que existe no fundo da garganta;
     
  • Retroposicionamento da língua - língua posicionada muito ao fundo da garganta;
     
  • Micrognatia - mandíbula pequena;
     
  • Genética - distúrbios na formação do colágeno por exemplo;
     
  • Flacidez - falta de tônus e rigidez no tecido;
     
  • Excesso de tecido na garganta;
     
  • Obesidade;
     
  • Abuso de álcool;
     
  • Uso de determinados medicamentos.

Os portadores de apneia do sono acordam cansados, podem apresentar sonolência diurna excessiva, cochilo fácil durante o dia, fadiga crônica, cefaleia, boca seca, irritabilidade, oscilações de humor, ganho de peso, ranger de dentes, respiração ruidosa ou ofegante, respiração pela boca e roncos.

A doença pode surgir em qualquer faixa etária, mas é bem mais comum em adultos pelas comorbidades (diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia) associadas ao avançar da idade, incluindo ainda obesidade, sedentarismo, hábitos de vida inadequados.

“O principal risco da apneia é que ela pode matar. A pausa temporária da respiração, que ocorre várias vezes durante o sono, determina uma restrição à adequada oxigenação do corpo. Essa falta de oxigênio pode atingir tecidos vitais como coração e cérebro, levar a infarto cardíaco ou derrame cerebral (AVC) ”, alerta Dra. Jeanne.

Quando a apneia tem como causa o aumento das tonsilas (faríngea e amigdaliana), ou o bloqueio da passagem de ar pelo nariz (desvio de septo nasal, hipertrofia de conchas nasais), ela repercute no crescimento e formação do arcabouço ósseo da face e pode levar à mordida aberta anterior, palato ogival, hipodesenvolvimento do terço médio da face, entre outros.



Tratamento -  O primeiro passo é determinar a causa da apneia e corrigi-la. “Por exemplo, se a causa for obesidade e sobrepeso, o tratamento é feito a partir do controle de peso. Se a causa for um determinado medicamento que a pessoa estiver usando, suspende-se o medicamento, é claro, se isto for possível. E assim por diante. Existem ainda inúmeros tratamentos disponíveis incluindo aparelho intraoral (serve para tracionar a língua para frente durante o sono impedindo que ela caia para trás e bloqueie a passagem do ar que respiramos pela via aérea), procedimentos cirúrgicos (septoplastia, turbinectomia, uvulopalatofaringoplastia, glossectomia parcial, avançamento maxilo-mandibular), CPAP (aparelho que proporciona pressão positiva nas vias aéreas durante o sono para evitar que estas colapsem) ”, detalha a médica.

Algumas mudanças de hábitos podem contribuir para a prevenção da apneia, como alimentação regrada, exercícios físicos regulares, evitar tomar medicamentos sem prescrição médica e adotar estilo de vida mais saudável.
 






Dra. Jeanne Oiticica - Médica otorrinolaringologista, concursada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP.
Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.






As complicações do diabetes podem levar à cegueira e até amputação de pé



Endocrinologista explica as principais decorrências do diabetes não controlado


Quando mal controlado, o diabetes pode levar a sérias complicações na saúde por causa das altas taxas de glicose no sangue. Entre as principais decorrências desse controle ineficiente estão a doença renal, a retinopatia e as complicações com pés e membros inferiores.


Doença renal – “Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando moléculas de proteína para a urina, a chamada microalbuminúria. Quando esses resíduos ficam muito tempo acumulados no sangue, os rins perdem sua capacidade de filtragem”, explica Dr. Marcio Krakauer, médico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo - SBEM-SP.

Entre os sintomas mais comuns da doença renal estão inchaço, perda de sono, falta de apetite, dor de estômago, fraqueza e dificuldade de concentração. A recomendação é que todo diabético faça pelo menos uma vez por ano o exame que pesquisa a microalbuminúria.

Para evitar a doença renal, o diabético tem de manter sob controle sua taxa glicêmica, além de cuidar da pressão arterial por meio de perda de peso, menor quantidade de sal na alimentação, evitar álcool e tabaco e fazer exercícios regulares.


Retinopatia – o diabético está mais sujeito a problemas nos olhos, entre eles, a cegueira. Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma, que é a pressão elevada nos olhos, e 60% mais chance de desenvolver a catarata, que ocorre quando o cristalino (a lente clara do olho) fica opaco, bloqueando a luz.

Todos os problemas de retina causados pelo diabetes são chamados de retinopatia, podendo apresentar entre os sinais: visão embaçada, flashes de luz no campo de visão, perda repentina de visão e manchas na visão.

O tipo mais comum da retinopatia é o não-proliferativo, que é quando os vasos sanguíneos atrás do olho incham, formam bolsas e ficam bloqueados. Quando esses vasos ficam totalmente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina trata-se da retinopatia proliferativa, muito mais grave.

O tratamento da retinopatia tem mostrado avanços com as técnicas de fotocoagulação, o laser e a vitrectomia, mas cabe ao paciente monitorar a saúde ocular pelo menos uma vez ao ano, já que nem sempre a doença apresenta sintomas. “Cerca de uma em cada quatro pessoas com diabetes têm retinopatia em algum momento da vida. Novamente, o controle constante do diabetes é fundamental para evitar qualquer complicação com a saúde dos olhos”, ressalta Dr. Krakauer.


Pés e membros inferiores – o diabetes pode causar danos aos nervos do pé e má circulação. Formigamento, dor, sensação de ardência ou picada, perda de sensibilidade são alguns dos sinais. “Muitas vezes o diabético pisa em algum material cortante, mas nem sente o corte, pois não há sensibilidade alguma nos pés, o que é muito sério, pois o machucado pode infeccionar e até levar à amputação”, conta Dr. Krakauer.

Pele ressecada e rachadura nos pés também são comuns, além do aparecimento de calos. Os médicos recomendam massagear os pés com cremes hidratantes, porém com cuidado para não deixar resíduos entre os dedos, pois a umidade favorece proliferação de fungos e infecções.

Existem limpezas e proteções especiais aos pés e é recomendado o uso de pedra pome nos pés ainda úmidos para o diabético que tiver muitos calos, mas sempre com aplicação de um creme hidratante indicado pelo médico.

“O cigarro prejudica ainda mais a circulação, já comprometida pelo diabetes, além da pressão alta e colesterol descontrolado. É possível evitar uma série de complicações advindas do diabetes com a adoção de hábitos de vida saudáveis e consultas regulares ao médico”, conclui Dr. Krakauer.


 


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