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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Volta às aulas: é preciso estar preparado física e psicologicamente para o retorno


Divulgação
Especialistas alertam que os alunos devem retomar a rotina do período escolar pelo menos uma semana antes do reinício das aulas para evitar mudanças bruscas




Depois de um longo período de férias, o reinício das aulas costuma trazer, para pais e alunos, ansiedade e agitação - seja por conta da perspectiva de conhecer novos professores, amigos e até uma nova escola ou porque o fim do descanso está próximo. Sem precisar acordar cedo nem fazer lição de casa, o estudante, durante as férias, entra num outro ritmo e, à medida que o retorno à escola se aproxima, é preciso restabelecer a antiga rotina para que ele esteja, de fato, preparado para o reinício das atividades escolares. A diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana Sandi, afirma que é preciso atenção a esse período pré volta às aulas. “Muitos pais acabam subestimando essa transição das férias para o retorno à escola, mas os primeiros dias de aula são muito importantes para que os alunos se situem dentro dessa nova realidade e encarem, sem resistências, essa nova etapa. E isso só acontece quando estão física e psicologicamente preparados para tal”, explica Acedriana.

Segundo a diretora, mesmo quando o estudante retorna para a antiga escola, sempre existem novidades. É preciso atenção e cuidado para envolver a criança ou adolescente nessa fase de preparativos. “Leve o filho junto para escolher o material escolar, peça que ele ajude a organizar todo os itens. Se ele estiver mudando de escola, é importante, antes das aulas começarem, levá-lo para conhecer o novo ambiente e começar, aos poucos, a inserir conversas que o estimulem a pensar sobre o que irá encontrar e quais experiências irá viver neste novo espaço”, completa Acedriana.

Para o diretor do Colégio Positivo, Celso Hartmann, uma maneira eficaz de fazer o estudante encarar com entusiasmo o retorno às aulas é fazê-lo se lembrar de tudo o que a escola tem de bom. “Os pais devem falar dos colegas, dos antigos professores e destacar bons momentos vividos em sala de aula. Mostre a importância da escola, que estudar pode ser divertido e muito interessante. 

Dessa forma, ele terá vontade de voltar às aulas”, reforça Celso. Para ele, a parceria entre pais e escola - desde o início do ano - também é fundamental. “Quando os pais participam ativamente da vida escolar dos filhos, os alunos se sentem mais apoiados e estimulados e se dedicam mais. Os pais devem se lembrar disso desde já e não apenas no fim do ano”, afirma.


Retorno gradual

Mudanças bruscas são difíceis de serem absorvidas e podem comprometer o retorno às atividades escolares. Segundo o professor de Neuropediatria da Universidade Positivo, Antonio Carlos de Farias, os pais devem cuidar para, uma semana antes do reinício das aulas, restabelecer os horários para acordar, se alimentar e dormir. “O ritmo biológico do ser humano leva de 3 a 5 dias para se readaptar. Durante as férias, os hábitos, horários e atividades dos estudantes variam muito. É preciso voltar tudo no lugar para que o organismo se readapte como um todo. E é importante que isso seja feito antecipadamente para evitar desgastes desnecessários”, alerta Farias.

O professor reforça que “a demanda de sono de uma criança, dependendo da faixa etária, ainda é muito grande, assim como a dos adolescentes, que estão numa fase de pico de desenvolvimento e ritmo energético. Isso tudo deve ser considerado a fim de evitar mudanças de comportamento, irritabilidade, sonolência e até alterações somáticas, como dor de cabeça.” Portanto, se o estudante dormiu muito durante as férias ou ficou muito tempo na frente da televisão, é importante começar a rever, aos poucos, essa rotina desde já. “Dessa maneira, ele sentirá menos e não vai achar que parou de se divertir, de uma hora para outra, apenas porque as aulas recomeçaram”, reforça Farias.





Escolher uma escola para o filho, missão impossível



Muitas mães e pais têm muitas dúvidas sobre como escolher uma escola para o filho, seja a primeira escola ou quando há necessidade de trocar.

Há muitas maneiras dos pais saberem se a escola desejada será boa ou não para o seu filho, tais como olhar no site da escola, perguntar para outros pais que tenham filhos que lá estudam ou até mesmo perguntar para as crianças que lá estudam. Se for uma escola de ensino médio, há possibilidade de olhar o ranking no INEP sobre o desempenho no ENEM. Os pais também podem olhar os cursos extracurriculares, a metodologia de ensino e se é próximo da casa.

Todas essas questões são importantes. De certo modo, isso dá segurança para saber se o filho estará qualificado para enfrentar o mundo quando adulto. Mas, a pergunta que fica é se realmente isso é importante, somente isso basta? Será que colocar o filho na melhor escola irá garantir que ele será uma pessoa bem-sucedida no futuro? De acordo com a coach familiar Valeria Ribeiro, a resposta para essas perguntas é não. "De tudo que tenho visto posso dizer com firmeza que não. A melhor escola pode não estar de acordo com os valores da família, pode não ter o perfil da criança, bem como pode gerar alguns danos em seu filho." Assim afirma a profissional.

Valéria Ribeiro retrata um caso recente na vida dela que pode exemplificar a situação. No começo do ano passado, ela matriculou o seu filho em uma escola renomada, no entanto, a qualidade de ensino não supria as situações de bullying que o filho passava. "A questão é que meu filho sofreu bullying o ano todo naquela escola. Sabe porquê? A educação que dava para meu filho, os valores, que nós ensinávamos para ele, eram diferentes dos valores praticados naquela escola. A professora me disse: 'seu filho é inteligente, cooperativo, procura sempre ajudar os amigos e os professores, é educado e respeita a todos, por isso ele é diferente'. Bem! Isso era o que eu ensinava em casa, esses eram valores que eu gostaria que ele tivesse. Mas, para aquela escola isso não servia. Era uma escola competitiva e o que valia era ser o mais "esperto". Ao final daquele ano o que fiz foi trocar ele de escola."

Ao trocar o filho de escola, Valeria afirma que buscou compreender não só a estrutura física da escolha, qualificação dos professores e as matérias, mas também a formação socioemocional que a escola propunha. "Fui saber quais eram os valores ensinados no dia-a-dia da escola (disciplina, organização, cooperação, inclusão, aceitação, desenvolvimento cognitivo e intelectual), como essas coisas todas eram ensinadas. Os pais precisam ficar atentos nesses fatores também. A adaptação dos filhos faz diferença na sua trajetória de sucesso." 

Atualmente, há a compreensão de que a escola se limita a ensinar as matérias básicas na construção do cidadão. Em outras palavras, a escola só teria o papel de ensinar português, matemática, história e assim por diante. No entanto, Valeria Ribeiro afirma que a escola precisa agir como reforço da educação de casa, logo compreender se os valores da escola condizem com o seu é de suma importância. "A escola precisa ser uma continuidade do que se ensina em casa. Precisa ser uma parceira na educação dos filhos."

Outro fator importante é considerar o perfil ou personalidade da criança, se ela é tímida, mais expansiva, gosta de montar coisas, competitiva ou colaborativa por exemplo. A coach especializada em desenvolvimento humano retrata que "tudo isso pode indicar qual a linha pedagógica da escola que melhor se adéqua ao seu filho. Há diferentes métodos pedagógicos: Tradicional, Socioconstrutivista, Construtivista, Comportamentalista, Montessoriana, Waldorf, Freinet, Freiriana, Optmistic, Progressista Humanista, entre outras."

O essencial não é falar que o seu filho está no melhor colégio ou no mais caro, mas sim que ele está feliz e se desenvolvendo da melhor forma possível. Assim, as crianças passam a ter alegria em ir à escola e principalmente, adquirem o prazer de estudar. Cabe destacar que o MEC define o currículo que todas as escolas devem cumprir, logo, a felicidade do seu filho precisa estar no primeiro parâmetro nessa escolha.

"E aí quais são os parâmetros de uma escola para seu filho? Defina antes de procurar qualquer escola, pois sem essa definição qualquer uma pode servir ou você pode se encantar com características que talvez não seja adequada ao perfil do seu filho." Essas são as dicas de um profissional.








Valeria Ribeiro - Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano





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