2018 promete ser um ano com fortes emoções para a
sociedade brasileira, teremos Copa do Mundo de futebol e eleições presidenciais
No futebol, devido aos conhecidos vexames e fruto
da pressão popular e da imprensa, trocou-se o comando, e uma nova comissão
técnica da seleção foi convocada. Com isso, o time passou a ganhar. Neste caso,
a troca do "comandante" resolveu o problema. E os jogadores eram
praticamente os mesmos. Com nova gestão, novas táticas, nova conversa, com
trabalho eficaz e disciplina, passamos do inferno iminente da desclassificação
para o paraíso da empolgação desenfreada, mas o objetivo foi atingido, estamos
classificados.
Na política, o ano de 2014 também foi vexatório. A
reeleição de Dilma Roussef aconteceu graças a um verdadeiro estelionato
eleitoral. Medidas populistas e sem respaldo orçamentário garantiram a
reeleição. Em consequência dessas medidas a inflação subiu, o desemprego
aumentou, veio a operação Lava-jato e a presidente caiu! Economia em frangalhos
e popularidade em baixa, ninguém queria ficar ao lado do perdedor(a). Melhor
trocar o "técnico". Mas aqui o jogo é outro. O novo presidente, vice
do governo anterior, está tendo algum sucesso, embora superficial, na área
econômica, mas não conseguiu implementar as necessárias reformas que o país
precisa.
O que esperar do resultado das urnas?
Diferentemente do futebol, nada! Não há esperança. Não importa quem tomará
posse, nada mudará substancialmente. O Brasil precisa de um novo sistema
político. O atual proporciona gastos impagáveis, o orçamento da União para 2018
é de R$ 3,5bi, apenas 5% deste volume é destinado para investimentos. A maior
parte destina-se à Previdência, Pessoal, Refinanciamento de Dívidas. É
necessário o devido enxugamento da máquina pública! Isto nos três poderes e em
todas as esferas de governo.
Venha quem vier, seja eleito quem for, o discurso
já está pronto: as prioridades serão a saúde, a educação, moradia popular, a
diminuição da pobreza, o bem estar social, enfim, o mesmo de sempre. E depois
terão que distribuir verbas e mais verbas para sua "base
governamental", pois ficarão reféns dos parlamentares fisiológicos,
corruptos, a elite política que assalta o Brasil há décadas e que está apenas
interessada em se manter no poder, nunca no bem comum da população. Precisamos
de um sistema político que dê um mínimo de governabilidade para o executivo,
caso contrário viveremos em uma eterna crise.
O Brasil precisa se transformar, ter como visão o
bem comum para toda sua população, e para isso precisa encarar seus problemas
de frente, não bastam medidas paliativas. Não basta trocar as peças, precisamos
trocar o tabuleiro! Já!
Celso Luiz Tracco - economista e autor do livro Às Margens do Ipiranga - a esperança em sobreviver numa sociedade
desigual.