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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Saiba como evitar que a criança adoeça na volta às aulas



Especialista do Hospital CEMA explica por que é tão comum que os pequenos fiquem doentes nessa época e o que fazer para minimizar as infecções de repetição


Fim de férias costuma ser um período estressante para os pais. Não bastassem os gastos extras com material escolar, a readequação da rotina das crianças, há ainda a ameaça constante de que no momento em que o filho pisar na escola vai começar a ficar doente. Ninguém está livre de pegar alguma doença, mas crianças - graças ao seu sistema imunológico imaturo - tendem a ser ainda mais vulneráveis. Consequentemente, são dias, muitas vezes semanas ou meses, de ida a hospitais e consultórios. "Crianças até 3 anos têm ainda o risco de desenvolver a 'Síndrome da Creche', que acomete os pequenos a infecções repetidas, como faringites, otites, amigdalites, entre outras", explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Milton Orel.

Mas por que crianças adoecem tanto nos primeiros anos de vida escolar? "Um dos fatores mais importantes é que elas entram cada vez mais cedo na escola. Nessa fase alguns anticorpos ainda estão em processo de formação; o sistema imunológico pode ser um pouco mais deficitário", detalha o médico. Fora esse aspecto, existem outros que entram na conta: o verão e a maior frequência em praias, rios e piscinas aumentam os casos de otites (inflamações no ouvido), enquanto o uso intenso de ar-condicionado e ventiladores favorece as alergias respiratórias. 

E tem mais: viajar também faz com que as crianças se alimentem em lugares incomuns e diferentes, o que pode ser porta de entrada para verminoses. Muitas escolas tendem a fazer reformas no período de recesso, o que aumenta a exposição a poeira e produtos químicos, como a tinta, por exemplo. Por fim, o contato com crianças, que voltam das férias não somente com novidades, mas também com uma "flora bacteriana" nova, aumenta os episódios de viroses, conjuntivites e problemas respiratórios, graças à exposição a novos vírus e bactérias. "Tem ainda o fato de que os cuidados são menores, por parte dos pais, do que no período escolar. Os pais tiram férias também", diz o especialista.

Não é possível evitar completamente que as crianças adoeçam nessa fase. Faz parte do desenvolvimento do sistema imunológico essa exposição aos micro-organismos. No entanto, algumas medidas podem ajudar a minimizar os episódios de doença. "Manter a carteira de vacinação em dia, prolongar a amamentação o máximo possível, tendo em vista que o leite materno é um dos principais responsáveis pelo fortalecimento do sistema imunológico infantil; alimentação equilibrada e rica em nutrientes, hábitos de higiene pessoal e coletiva, banhos de sol diários e prática de atividades físicas são algumas ações bastante eficientes", garante Orel.

Entre as principais medidas de higiene que devem ser ensinadas e adotadas desde cedo está a de lavar as mãos regularmente, principalmente antes das refeições, antes e depois de ir ao banheiro, ao chegar da rua, especialmente se a criança ficou em lugares com aglomeração, como transportes coletivos. Essa importante atitude é essencial, tendo em vista que a maior parte das viroses entra pela via digestiva, começando pela boca. "Lavar as mãos é uma atitude que faz o ser humano viver mais a cada ano, por incrível que pareça", esclarece o médico. Quando não for possível fazer isso, pode-se utilizar álcool gel. Além de tudo, é preciso caprichar na higiene dos alimentos, objetos e brinquedos. Com essas medidas, os episódios de doença certamente serão menores, para alívio das crianças – e também dos pais.





CEMA
http://www.cemahospital.com.br




Professor chama a atenção para o aumento de casos de suicídio nas Faculdades de Medicina



O pneumologista Marcelo Rabahi comenta sobre os motivos que levam ao estresse e depressão entre os alunos das escolas médicas. O tema ainda é tratado com obscurantismo no Brasil, onde não se divulga dados específicos sobre estes casos.

Preocupação e angústia por causa da quantidade de matérias e provas, além da quase total falta de tempo para lazer e convivência familiar são algumas das causas do aumento de depressão e suicídio entre os alunos de Medicina, de acordo com Marcelo Rabahi, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT 2018).

O Datasus aponta que os casos de suicídio em geral no Brasil ultrapassaram 170 mil nos últimos 20 anos. Na comparação entre 1996 e 2016, o aumento foi de 100%. "Poucas são as causas de mortalidade que cresceram nesta magnitude", comenta o pneumologista.

Pesquisas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo¹ alertam que a depressão pode ser interpretada pelo aluno como uma fraqueza ou como parte da profissão - como se ele precisasse sofrer para entender o que é ser médico.

De acordo com Rabahi, a proliferação de escolas médicas é um ponto crucial nessa discussão, porque é preciso que todas as instituições estejam preparadas para oferecer apoio psicológico aos estudantes, cheios de incertezas e questionamentos sobre a profissão.

“Para a família do aluno, o ingresso na Faculdade de Medicina pode ser motivo de orgulho, mas não se deve esquecer da responsabilidade de dar suporte emocional ao jovem para que ele enfrente o que está por vir”, recomenda o médico.









Anvisa aprova novo antibiótico para combater bactérias multirresistentes



Zerbaxa é indicado para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa, considerada uma das três bactérias mais resistentes pela OMS (Organização Mundial de Saúde)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o novo antibiótico ceftolozana-tazobactam, comercialmente conhecido como Zerbaxa, para o tratamento de pacientes com infecções causadas por bactérias resistentes, entre elas, enterobactérias produtoras de ESBL ou BLEE (β-lactamase de espectro estendido) e  Pseudomonas aeruginosa. Desenvolvido pela farmacêutica MSD, o novo antibiótico está aprovado para infecções intra-abdominais complicadas e infecções do trato urinário complicadas.  
A resistência bacteriana tem se agravado progressivamente. Estima-se que 700 mil pessoas morram anualmente em todo o mundo devido ao fenômeno. Dados divulgados recentemente  revelam que até 2050, infecções por bactérias multirresistentes poderão matar 10 milhões de pessoas no mundo por ano, impacto maior que a mortalidade por câncer[1].
No Brasil, a realidade não é diferente. De acordo com dados da Anvisa, cerca de 25% das infecções registradas no país são causadas por micro-organismos multirresistentes[2] – aqueles que se tornam imunes à ação dos antibióticos. Na lista das bactérias com menos opções de tratamento disponíveis, elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)  em 2017, está a  Pseudomonas aeruginosa.
Atualmente, até 40% dos casos de P. aeruginosa  detectados no Brasil apresentam resistência aos carbapenêmicos, como o meropenem, que é o antibiótico mais usado para tratar infecções graves. “O antibiótico ceftolozana-tazobactam, atualmente, é considerado a melhor opção para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa. Esse tipo de bactéria sempre foi um desafio para nós médicos, pois são muito frequentes em ambientes hospitalares, particularmente nas UTIs”, destaca Clóvis Arns da Cunha, infectologista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).  
Frequente agente infeccioso, a Pseudomonas aeruginosa pode ser resistente aos antibióticos escolhidos inicialmente para o tratamento. Sem antibióticos eficientes contra bactérias resistentes, muitos procedimentos médicos, como cirurgias e quimioterapia para pacientes com câncer poderiam  ser suspensos ou postergados. “Nós utilizamos antibióticos em complicações infecciosas de diversos procedimentos hospitalares, o que possibilitou vários avanços em várias áreas da saúde, incluindo os transplantes, por exemplo. Se as bactérias se tornarem resistentes aos antibióticos que temos disponíveis hoje, poderemos voltar à era pré-antibióticos, onde um simples ferimento infectado poderá causar graves danos”, alerta o médico.
Segundo estudos clínicos,  o novo antibiótico ceftolozana-tazobactam  demonstrou 87% de eficácia no tratamento de infecções bacterianas intra-abdominais complicadas, quando comparadas ao tratamento padrão com meropeném - eficácia de 83%, antibiótico de referência para o tratamento de bactérias resistentes.  Já para tratamento das infecções do trato urinário causadas por Pseudomonas aeruginosa, os números são ainda mais expressivos e a nova terapia demonstrou eficácia de 75%, quando comparados ao levofloxacino (eficácia de 47%), utilizado  como comparador para tratamento desta infecção[3].  

Resistência bacteriana, uma ameaça global
Em 2016, durante a Assembleia Geral da ONU, os países membros se comprometeram a implementar medidas globais para enfrentar a ameaça de microrganismos multirresistentes. Após anos de alertas sobre o problema da escassez de antibióticos e antifúngicos eficazes disponíveis, esta foi a primeira vez que os países assumiram o compromisso de enfrentar ativamente essa questão.
No início de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela primeira vez na história, divulgou uma lista de bactérias resistentes e fez um apelo pelo desenvolvimento de novos antibióticos[4], já que a descoberta de novas opções de tratamento contra estes organismos vem diminuindo há anos. Além da Pseudomonas aeruginosa, estão citadas no documento  Acinetobacter baumannii e diversas Enterobacteriaceae (incluindo Klebsiella pneumoniae, E. coli, Serratia spp. e Proteus spp.).
Entre os doze grupos de bactérias incluídas na lista da OMS, em três, a resistência aos antibióticos foi classificada como crítica, ou seja, que o desenvolvimento de novas opções terapêuticas é urgentemente necessário. Entre elas, está a Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos.
A resistência microbiana é um problema mundial e a MSD investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos para reverter este cenário. Além disso, a empresa se preocupa com o uso consciente e adequado destes medicamentos, uma vez que, se utilizados corretamente, podemos aumentar o tempo de vida do arsenal terapêutico existente e, até certo ponto, retardar a resistência microbiana,  explica Fernando Serra Brandão, diretor médico da MSD.




Sobre Zerbaxa
Zerbaxa, é uma solução composta por 1 g de sulfato de ceftolozana + 0,5 g de tazobactam sódico, encontrado em embalagem contendo 10 frascos-ampolas. É uma substância de uso hospitalar e indicado no tratamento de infecções bacterianas complicadas do abdômen e do trato urinário, incluindo uma condição chamada “pielonefrite aguda” (um tipo de infecção do trato urinário que afeta um ou ambos os rins) em adultos com idade a partir de 18 anos. A dose usual para adultos com função renal normal é 1,5g (1,0g ceftolozana/0,5g tazobactam) 8/8h por via intravenosa, com infusão em 1 hora.



MSD





[1] O’NEIL, J.Tackling Drug-Resistant Infections Globally: Final Report and Recommendations. Acessado em 12/09/2017 Disponível em: https://amr-review.org/sites/default/files/160525_Final%20paper_with%20cover.pdf
[2] Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Boletim de Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 14: Avaliação dos indicadores nacionais das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência microbiana do ano de 2015. Acessado em: 30/11/2017 Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/boletim-de-seguranca-do-paciente-e-qualidade-em-servicos-de-saude-n-13-avaliacao-dos-indicadores-nacionais-das-infeccoes-relacionadas-a-assistencia-a-saude-iras-e-resistencia-microbiana-do-ano-de-2015

[3] Circular aos Médicos (bula) de Zerbaxa. São Paulo; Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda., 2017.
[4] WHO. WHO publishes list of bacteria for which new antibiotics are urgently needed. Acessado em 30/11/2017 Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2017/bacteria-antibiotics-needed/en/







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