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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

7 perguntas sobre a Medicina Nuclear



Especialidade médica ainda pouco conhecida pela população traz ferramentas para diagnóstico de precisão


Imagine um composto desenvolvido para circular pela corrente sanguínea e se fixar apenas em um tipo específico de molécula, encontrada na superfície de metástases microscópicas de um tipo de tumor, permitindo que, com a ajuda de um aparelho de tomografia computadorizada, os médicos possam rastrear punhados minúsculos de câncer que passariam invisíveis por qualquer outra forma de diagnóstico por imagem. Agora imagine que esse composto ainda traga em sua arquitetura uma porção de átomos radioativos, agindo como um míssil teleguiado que leva uma dose pequena de radiação para destruir apenas as células malignas.

É com essa premissa digna de um livro de ficção científica que funciona a Medicina Nuclear, uma especialidade médica (assim como a cardiologia ou a pediatria) que utiliza substâncias radioativas como ferramenta para realizar diagnósticos e tratamentos extremamente precisos. Embora não seja recente, o termo Medicina Nuclear (MN), ainda desperta certo receio na população, uma vez que remete aos acidentes ou mesmo bombas nucleares. Segundo Gustavo Gomes, diretor clínico do Grupo Núcleos, pioneiro em oferecer diagnósticos e tratamentos em Medicina Nuclear no Distrito Federal, a semelhança fica apenas no conceito.

“A dose de radiação aplicada por esse ramo da medicina é ínfima e segura, sendo indicada para utilização inclusive em pacientes pediátricos ou idosos. Esses compostos, chamados de radiofármacos, possuem uma meia vida muito curta, o que significa que em pouco tempo deixam de emitir radiação, além de serem facilmente metabolizados e eliminados pela urina dos pacientes”, explica.
Além da Oncologia, a Medicina Nuclear tem ferramentas para diversas outras especialidade, como Endocrinologia, Mastologia, Urologia e Cardiologia, entre outras.

Para ajudar a desfazer alguns dos mitos envolvendo a Medicina Nuclear, o Grupo Núcleos respondeu sete perguntas sobre a especialidade:


- Há algum risco para os pacientes em contato com a radioatividade da MN?
 
Não há nenhum risco. Todas as quantidades de radiação que são utilizadas, tanto para diagnósticos quanto para terapias, são muito pequenas e fazem uso de substâncias que são eliminadas pelo corpo com rapidez (meia-vida muito curta).


- Chernobyl e Fukushima, onde aconteceram os acidentes nucleares mais famosos, têm alguma coisa a ver com a radioatividade da MN?
 
De modo algum. Os acidentes são caracterizados pela enorme quantidade de radiação descontrolada, podendo sim por em risco o organismo. A MN faz uso de quantidades mínimas e controladas isentando as chances de danos aos pacientes. Além disso, é realizada a aferição da radiação presente nos pacientes para evitar qualquer tipo de problema: a dosimetria.


- A radioatividade pode permanecer em quem passa por tratamento com radiofármacos?
 
Não. A recomendação é que não se utilize os radiofármacos com frequência, além disso, a radioatividade dos medicamentos é baixa. De modo geral, esse tipo de tratamento é feito em dose única ou com poucas doses, diferentemente de medicamentos habituais em que é feito uso contínuo.


- Como é a decisão para uso da medicina nuclear como terapêutica ou diagnóstico? 
 
Para tomar essa decisão, os médicos levam em consideração os procedimentos minimamente invasivos, ou seja, as ações capazes de preservar a saúde do paciente e evitar intervenções desnecessárias.


- É possível fazer a combinação de radiofármacos com outros medicamentos?
 
Sim. Os radiofármacos, dependendo da situação, são utilizados em muitas circunstâncias em tratamentos com outros medicamentos. Essa combinação é chamada de terapia alvo, quando as substâncias e quantidades são calculadas individualmente para o paciente e sua situação.


- O que a MN tem de diferente para realizar os diagnósticos?
 
A medicina tem o que podemos chamar de diagnóstico funcional. Ou seja, ela faz uso de uma tecnologia que permite a visualização de tecidos e órgãos em pleno funcionamento. Essa tecnologia permite avaliar doenças nos ossos, o diagnóstico de tumores nos principais órgãos do corpo, além das complexas análises do coração, cérebro, tireoide, rins, fígado e pulmões.


- Como um paciente pode alcançar o tratamento por medicina nuclear nas esferas públicas e privadas?
 
O primeiro caminho para se chegar ao tratamento em clínicas de medicina nuclear é buscar por médicos de especialidades clínicas no sistema de saúde. Os especialistas clínicos são os responsáveis por encaminharem pacientes para os médicos nucleares para que exames e tratamentos sejam realizados.

 




Grupo Núcleos
www.nucleos.med.br




Férias: Bibliotecas da Secretaria da Cultura do Estado têm programação especial para crianças e adolescentes com foco na cultura maker



Oficinas são voltadas para crianças a partir dos sete anos e apresentam conceitos de robótica, arte e tecnologias digitais


No intuito de mostrar que as bibliotecas podem ser utilizadas como espaços de aprendizado coletivo - muito além dos livros e computadores -, a partir do dia 6 de janeiro as Bibliotecas de São Paulo e Parque Villa-Lobos, instituições da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, estão com uma programação especial voltada para crianças e adolescentes com foco na cultura maker.

Realizadas sempre aos finais de semana, as atividades são voltadas para crianças a partir dos sete anos e trazem conceitos de robótica, arte e tecnologias digitais. Não é necessário inscrição. As vagas são limitadas e serão preenchidas por ordem de chegada. Confira:


Robótica: Construa e Programe
Essa oficina leva a brincadeira de Lego para outro patamar. Nela, as crianças irão, por meio de programação, dar movimento aos bloquinhos. Que tal construir, programar e testar seu próprio carrinho para participar de uma corrida?
Biblioteca Parque Villa-Lobos: sábado, 6, das 14h00 às 16h00
Biblioteca de São Paulo:  sábado, 13, das 14h00 às 16h00


Posso criar um Videogame
Já imaginou inventar um jogo no computador e depois compartilhar para todo mundo poder jogar? Nessa oficina as crianças irão aprender a criar um jogo no estilo PacMan, usando o programa online Scratch, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Biblioteca Parque Villa-Lobos: sábado, 13, das 14h00 às 15h30
Biblioteca de São Paulo: sábado, 6, das 14h00 às 15h30


Criação de Engenhocas
As crianças poderão liberar a imaginação nessa oficina em que, a partir de elementos mecânicos, circuitos elétricos, sucatas e ferramentas básicas, criarão um robô-desenhista.
Biblioteca Parque Villa-Lobos: sábado, 20, das 14h00 às 15h45


Autômatos Motorizados
Nessa atividade, os artistas mirins vão ter a chance de construir uma escultura móvel com elementos mecânicos e circuitos elétricos. Cada participante terá liberdade para desenvolver seu projeto com um tema de sua escolha. Para essa oficina, as crianças deverão ir acompanhadas de pais ou responsáveis.
Biblioteca Parque Villa-Lobos: sábado, 27, das 14h00 às 16h00
Biblioteca de São Paulo: sábado, 27, das 14h00 às 16h00


Cuspindo Histórias em Quadrinhos
Essa atividade vai possibilitar a criação de uma história em quadrinhos por meio de uma geringonça batizada de “Cuspideira”. Trata-se de um robô engraçado que distribui páginas em branco para quem quiser desenhar sua primeira HQ.
Biblioteca Parque Villa-Lobos: domingo, 28, das 14h00 às 16h00
Biblioteca de São Paulo: sábado, 27, das 14h00 às 16h00




Serviço

Biblioteca de São Paulo – Parque da Juventude
Endereço: Avenida Cruzeiro do Sul, 2.630, Santana.
Telefone: (11) 2089-0800
Estação Carandiru do Metrô – Linha Azul
Funcionamento: terça a domingo e feriados, das 9h30 às 18h30 


Biblioteca Parque Villa-Lobos
Endereço: Avenida Queiróz Filho, 1.205, Alto de Pinheiros
Telefone: (11) 3024-2500
Funcionamento: terça a domingo, das 9h30 às 18h30


Local com acessibilidade para deficientes com estrutura de locomoção, informativas, de conteúdo, programação, tecnológica e a disponibilização de profissionais capacitados para inclusão de pessoas com deficiências aos espaços.

Para conhecer a programação cultural de todo o estado, acesse www.cultura.sp.gov.br. Acompanhe a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo nas mídias sociais:
Facebook: /culturasp
Twitter: @culturasp
Instagram: /culturasp


 

O Estado brasileiro em estado terminal


Ainda me lembro da década dos anos 70, sob o regime militar, quando num supermercado li, um tanto assustado, no Jornal da Tarde, na época editado pelo Jornal O Estado de S. Paulo, uma manchete em letras garrafais em que se dirigia uma crítica ao Estado brasileiro como o mais estatizante do planeta, chegando a compará-lo aos países socialistas. 

É claro que, na época, qualquer crítica, mesmo construtiva, e que se relacionasse a regimes socialistas, chamava muito a atenção, e o jornal vendeu rápido.

Ao ler a matéria pude, nos meus 18 anos, inferir que realmente a economia no regime militar era baseada no papel predominante do Estado, porém tinha uma diferença, sentíamos que o Estado era sério, havia desenvolvimento, vivíamos o famoso “vamos crescer o bolo para dividi-lo”. Depois, com a abertura democrática, surgiu o neoliberalismo, com as privatizações que trouxeram desenvolvimento, sem dúvida nenhuma. 

Mas o que eu gostaria de analisar neste simples texto é a cultura do Estado que nos foi legada durante anos e a apropriação oportunista político-cultural do papel do Estado brasileiro junto ao povo. Parece-me que as benesses que o Estado brasileiro deformado culturalmente oferece estão enraizadas no idealismo profissional em fazer-se funcionário do Estado, em lutar para entrar num concurso público, em obter através do Estado remunerações muito acima da iniciativa privada, haja vista o Judiciário e outros setores.

Imaginem que, sem a aprovação da famosa reforma da Previdência, a dívida pública brasileira pode chegar a 100% do PIB em 2021, em face da sucessão de déficits e também da piora nas expectativas para a economia; no cenário atual, em termos de reforma tributária, não basta que a queda dos juros a 7% ao ano seja motivo de otimismo, a grande verdade é que o Estado brasileiro ainda é atrasado e ineficiente, um Estado que cobra muito em termos tributários e devolve à sociedade apenas corrupção, má gestão, barganhas políticas e péssimos serviços. Estamos vivenciando o estado terminal do Estado brasileiro, politicamente desmoralizado, e me surge agora, salvo engano, uma percepção de que o povo brasileiro enfim está se dando conta e se desfazendo dessa cultura Estatal, vez que aquele Estado honesto, e até provedor, que havia no regime militar entrou em colapso. Imaginem se as privatizações não tivessem ocorrido! Hoje o lema é privatizar, enxugar o Estado, maximizar um Estado mínimo, para que a classe política e o corporativismo não nos levem para a Unidade de Terapia Intensiva da corrupção e do desalento de um Estado terminal.





Fernando Rizzolo - Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, Professor de Direito





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