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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O papel do professor diante da discriminação racial em sala de aula



É consenso que a rotina de trabalho de um professor vai muito além do que exigem as atribuições normais da função. Ele atua como um verdadeiro gestor em sala de aula; como mediador de conflitos e opiniões e, acima de tudo, como exemplo de conduta para os seus alunos. 

Um dos maiores problemas enfrentados atualmente pelas escolas é a discriminação racial, herança do nosso trágico passado escravagista, o que gera rejeição e bullying, ou seja, violência psicológica e até mesmo física contra alunos negros. Frente a tal situação lamentável, é evidente que se pergunte qual é o papel do professor face a esse problema? 

Uma criança branca que entra em uma escola pode estranhar a existência de um colega negro sem necessariamente que isso caracterize preconceito. O período de adaptação é um momento de transição e todas as novidades na escola podem parecer intimidadoras aos olhos da criança. Quem precisa mediar à situação acolhendo os alunos, auxiliando-os em sua percepção quanto às demais crianças, é o educador. Na maioria dos casos em que o professor intervém rapidamente, os acontecimentos envolvendo estranheza de alunos a colegas negros não chegam a virar problema. 

Existem ocasiões em que uma criança branca se recusa firmemente a sentar-se ao lado de um menino ou menina negra, negando-se a fazer os trabalhos juntos e a dividir o banco do refeitório. Nos casos em que a criança apresenta indícios de discriminação racial por outra criança, como o professor deve agir? Ele deve esperar até o mês de novembro – Dia da Consciência Negra – para abordar o assunto em sala de aula? 

Os traumas que o sentimento de rejeição e de exclusão podem causar em uma criança podem se tornar irreversíveis. Não se trata de um acessório de vestuário, por exemplo, que a criança pode simplesmente se negar a vestir novamente. A cor de pele não é escolha dela e não poderá ser alterada por vontade própria. Analisando a situação, o educador precisa agir para resolver a questão rapidamente e incluir em seu gerenciamento rotineiro a mediação de um problema que pode se propagar por toda a classe e até ultrapassar os muros da escola. 

Sabemos que não é usual em nossa sociedade tomar ações preventivas contra atitudes preconceituosas e as escolas seguem essa mesma tendência. A própria cartilha de bullying retrata bem isso quando orienta o professor sobre como proceder depois que o fato já ocorreu, mas em momento algum levanta questões sobre como prevenir o bullying. Estamos cientes da importância da tratativa imediata e de forma adequada nesses casos, muito embora o ideal seria evitar que a agressão ocorresse. 

Quando questionado sobre preconceito, bullying e agressividade das crianças, o profissional da educação geralmente responsabiliza exclusivamente a família e não se dá conta do quanto suas ações têm influência sobre os alunos. O aluno tem obviamente um direcionamento, uma percepção para comportar-se desta ou daquela maneira, espelhando sua vivência familiar; porém a escola tem igual influência na formação de seu perfil comportamental. 

No momento em o professor chama os alunos brancos pelos seus nomes enquanto dirige-se “carinhosamente” ao aluno negro pelo apelido de “neguinho” ele abre um precedente para que os colegas também o chamem dessa forma. Ocorre o mesmo quando o professor chama uma aluna que está acima do peso de “fofinha”. Neste caso será ele, o professor, e não a família, quem está abrindo a porta para um padrão de atitudes das crianças que poderá resultar em discriminação, exclusão ou bullying

A conduta do professor não pode em hipótese alguma ser tendenciosa. O tratamento deve ser igual para todos, chamando todos os alunos pelo nome, sem adjetivar ninguém em razão de suas características físicas. E a criança é peralta! Em muitos momentos passa a repetir a fala do professor, mas a interpretação feita pela criança pode não corresponder ao que o professor tinha como intenção quando falou; então para evitar esse tipo de mal-entendido, ele deve chamar cada aluno pelo nome próprio.  

Portanto, professor e família dividem as responsabilidades na formação do pensamento da criança e de como ela se comporta diante das situações. As ações, gestos e falas de todas as pessoas que fazem parte da vida da criança têm grande influência na formação de opinião, para o bem ou para o mal, ajudando a construir sua visão de mundo. 

Ações pontuais não trazem resultados satisfatórios para a formação de um cidadão crítico e consciente. O combate ao preconceito, em suas diferentes facetas, não terá resultados efetivos se só acontecer uma vez no ano. A atuação do professor para combater a discriminação deve ser permanente. 

E a discriminação atinge também outros grupos étnicos, como os índios. Como conseguiremos conscientizar a criança de que a cultura nativa faz parte da nossa formação cultural como nação se só nos lembramos dos índios no dia 19 de abril? Esse é um ponto em que o professor tem falhado geração após geração. Ora, somos um povo fruto da miscigenação; por que não assumir essa perspectiva e trazê-la, por exemplo, para rotina dos trabalhos de classe? 

Precisamos conscientizar as crianças de que nossas raízes são indígenas, negras e brancas para que nossas crianças, desde a Educação Infantil, aceitem com naturalidade o fato de ter amigos de todas as etnias. Transformar a fala sobre respeito e igualdade em um hábito contribuirá significativamente para a diminuição de um problema que paira sobre a nossa sociedade. 

O professor deve escolher para o seu material de apoio personagens e situações que representem essa realidade multiétnica e multicultural, independentemente das efemérides. Ele não deve esperar que um aluno de uma etnia oprimida consiga sozinho reconhecer-se ou desejar ser um herói, um escritor, um príncipe, um inventor ou personagem de sucesso, se em toda sua vida ele nunca se viu retratado dessa forma, se essa possibilidade nunca foi demonstrada pelo professor em sala de aula. Afinal, a principal missão do educador é desenvolver pessoas para torna-las cidadãs. 

Portanto, o educador não pode ficar neutro frente a uma injustiça cometida contra um aluno. Ele deve assumir um papel ativo contra todo tipo de discriminação, exaltando a importância e a beleza de todas as etnias que juntas formam a nossa população. E para isso ele não precisa ser um especialista em história, nem um ativista social. Precisa apenas ser um bom exemplo para seus alunos.







Tereza Cristina Prazeres - instrutora técnica na empresa Planneta (www.planneta.com.br). Atua com Educação Infantil e, na rede municipal de Osasco, no programa Informática na Escola, oferecendo o uso da Tecnologia Digital da Informação e Comunicação como um recurso didático e pedagógico no contexto educacional.






Almoço de família: separe uma cadeira para o smartphone



Em 1963, por meio do decreto 52.748, foi instituído a data de 8 de dezembro como sendo o dia da família. Afinal, o que podemos considerar família e por que tanta importância foi dada a esta instituição que mereceu um decreto lei determinando uma data para ser comemorada?

Família é um grupo de pessoas interligadas por parentesco e que, supostamente, se amam, se respeitam, se ajudam mutuamente, convivem em paz e harmonia. Constituída a partir de um casal que se uniu por laços de amor, procriaram, e desta procriação adveio outros que se uniram e assim deram origem a formação deste núcleo.

Mas infelizmente essa composição vem sofrendo com as inúmeras demandas e responsabilidades do dia a dia. Os momentos em grupos ficaram cada vez mais distantes da imagem de que tínhamos no passado. Além disso, as inúmeras crises que se originam umas das outras, afetam diretamente a entidade familiar e a prova disto é o aumento na dissolução de casamentos, disputas judiciais de guarda dos filhos e patrimônio familiar.

A total falta de respeito àquele grupo que deveria estar unido para poderem juntos enfrentarem as dificuldades, está se dissipando ou não mais existe.

As reuniões de finais de semana com os filhos, noras, genros, netos e até bisnetos em torno de uma enorme mesa nos finais de semana, na casa da matriarca ou patriarca, para juntos degustarem um almoço cercado de histórias, conversas, risadas, ou seja, uma enorme confraternização, a cada dia que passa torna-se mais um folclore a ser estudado.

Hoje em dia, quando ocorre uma reunião da família, mesmo que parcial, é comum que boa parte dos participantes estejam com a atenção voltada aos seus smartphones, nas redes sociais, estando a todo momento olhando seus smartphones para verificarem se há uma mensagem nova, um post novo.

Há pouco diálogo entre todos, encerrando-se o almoço rapidamente pois cada um possui ainda compromissos, deixando a imagem de que, àquela reunião, ocorreu por obrigação de todos, mas não por vontade de conviverem entre si, trocarem suas energias amorosas e fraternais.

Vale perguntar: o que é família para você?

Aquele patriarca ou aquela matriarca, hoje com seus 70 anos de idade, acostumados ao passado, quando se reuniam na casa de seus pais, irmãos ou parentes próximos, que passavam horas sentados na mesa de refeição, conversando, sorrindo, trocando suas energias positivas com os seus parentes, hoje assistem, quando eventualmente ocorre uma reunião, cada um sentado em um canto com seus telefones, pessoas agitadas para seguirem com seus compromissos (mesmo que não tenham imaginam ter), pessoas que não possuem mais aquela vontade de permanecerem na mesa de refeição conversando entre eles. Permanecem desligados daquele momento real que estão convivendo um com os outros.

Aqui vai um apelo: Que tal no próximo almoço em família, todos ao ingressarem no local do almoço, depositarem seus smartphones em uma caixa destinada a isto e somente retirarem no momento de ir embora? Que tal experimentarem uma experiência (que não o é) de se reunirem em volta de uma mesa de refeição sem estarem providas dos celulares e experimentarem a sensação de conversarem ao vivo e a cores com os seus parentes e amigos.

Todos irão sentir um estado de abstinência, mas que será suprido por uma sensação especial: convívio familiar e amor. Certamente seus avós ou tios vão sentir que estão recebendo atenção, que aqueles ali sentados são seres humanos e não robôs usando tecnologia.

Vamos todos experimentar ser uma família, vamos todos sentir o prazer de conviver com seres humanos e não com aparelhos "devices" eletrônicos.
Quem sabe, com esta experiência possamos a voltar aos princípios básico de família, e através disto, termos uma visão diferente da vida.






Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados, atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. Para mais informações acesse http://www.akiyamaadvogadosemsaopaulo.com.br/ ou ligue para (11) 3675-8600. E-mail akyama@akiyama.adv.br




Depressão e estresse: os ladrões da libido feminina



Para um dos maiores estudiosos da mente humana da história, Sigmund Freud, a libido é a força motriz da vida sexual. Para ele, inclusive, o desejo sexual é o que nos motiva e nos dá forças para nossas tarefas diárias. Porém, para uma boa parcela das brasileiras, incluindo as mais jovens, nada anda mais em baixa do que a libido. Segundo o estudo Mosaico 2.0, do Projeto Sexualidade da Universidade de São Paulo (SP), um terço das entrevistadas tem dificuldade em se interessar pelo sexo.

De acordo com psicóloga e neuropsicóloga, Carolina Marques, cofundadora da Estar Saúde Mental, atualmente a falta de desejo sexual atinge mulheres e homens. Entretanto, a mulher apresenta algumas peculiaridades que faz com que a prevalência da queda ou da ausência da libido seja mais alta nelas do que neles.

Montanha-russa hormonal
“As mulheres são marcadas pela oscilação dos hormônios sexuais durante toda a vida. Além das mudanças hormonais típicas do ciclo menstrual, há aquelas que ocorrem durante a gravidez, no pós-parto e na menopausa. Até mesmo o anticoncepcional, dependendo do tipo, pode reduzir a libido”, explica Carolina.

Além de lidar com a montanha-russa hormonal, as mulheres têm duas vezes mais risco de desenvolver o estresse, a ansiedade e a depressão, transtornos que mexem muito com o desejo sexual. “Aliado a estes dois fatores, precisamos levar em conta que a mulher moderna, em geral, trabalha fora, cuida dos filhos e do lar, numa tripla jornada exaustiva. Portanto, a chance de pensar em sexo no final do dia, pode ser realmente mínima”, conta a especialista.

Como a depressão afeta o sexo
A depressão afeta 11,5 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o Brasil o país com maior prevalência da doença na América Latina e nas Américas só perde mesmo para os Estados Unidos. Um dos sintomas da depressão é justamente a queda ou a perda da libido.

“A depressão afeta o funcionamento normal da mente e isso se reflete na vontade de fazer sexo de várias maneiras. Uma delas é que para despertar o desejo sexual precisamos usar a imaginação, ter fantasias, ideias ou lembranças. Além disso, exige uma disponibilidade para a estimulação dos sentidos, do contato com o outro. Mas, as pessoas deprimidas tendem a se isolar socialmente e ficar mais apáticas, o que também impacta na libido. Sem contar que o efeito colateral mais comum de vários antidepressivos é justamente a perda da libido ou a dificuldade de se atingir o orgasmo”, explica Carolina.

Estresse crônico afeta sexualidade
Outro fator que pode detonar a vida sexual é o estresse, presente em 70% da população economicamente ativa no Brasil. Um estudo mostrou que o aumento dos níveis do cortisol, o hormônio do estresse, interfere na resposta sexual das mulheres.

Sexo alivia o estresse
Os motivos para a baixa da libido, como vimos, são quase óbvios. Porém, a pergunta que fica é: será que tem solução? “Uma vida sexual saudável é um dos pilares da qualidade de vida. Mas, a sexualidade é muito individual. Há pessoas que não sentem necessidade ou falta de manter relações sexuais e convivem muito bem com isso. Já para quem gosta de sexo e enfrenta problemas nessa área, o ideal é procurar ajuda”, comenta Carolina.

Descartados os problemas físicos, a psicoterapia pode ajudar muito a recuperar o desejo sexual e ter mais alegria debaixo dos lençóis. Carolina explica que para recuperar a libido é preciso identificar o que a está afetando, como depressão, estresse, insônia, cansaço, pós-parto, etc. A partir disso, é possível tratar a condição e melhorar a sexualidade.

Além do tratamento por meio da psicoterapia, por exemplo, é bom lembrar que o sexo é uma ótima maneira de relaxar, já que libera neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer. Então, depois de um dia estressante, fazer sexo pode ser sim uma boa ideia!



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