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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Mitos e verdades da conjuntivite, doença ocular mais frequente no País




A conjuntivite é uma das doenças oculares mais comuns no Brasil. É a inflamação ou infecção - dependendo da gravidade - da membrana mucosa que reveste a parte branca do globo ocular. Geralmente provoca aumento da secreção do muco, acentuada pela irritação, e pode ser causada por uma série de fatores.

Olhos avermelhados, irritados e difíceis de abrir pela manhã são alguns dos sintomas comuns, mas para saber identificar qual o tipo de conjuntivite e o tratamento adequado só mesmo recorrendo à orientação medica.

Para ajudar a esclarecer sobre os riscos que envolvem a doença, o oftalmologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Gustavo Seibin Takahashi, elencou os principais mitos e verdades sobre a conjuntivite.


1.Existem vários tipos de conjuntivite? Verdade. Na maior parte dos casos, elas são causadas por uma infecção de origem bacteriana ou viral, mas podem ser provocadas também por alergias – cerca de 20% da população mundial é propensa a desenvolver este tipo de inflamação. 


2.Os tratamentos para conjuntivite viral e bacteriana são iguais? Mito. No caso da viral é necessário apenas o uso de soro fisiológico para limpeza, colírios e compressas geladas para o alívio da dor. Já a bacteriana, exige medicação com antibióticos. 


3.A conjuntivite alérgica é transmissível? Mito. Neste caso a conjuntivite é uma reação do organismo do próprio paciente, podendo ser provocada por substâncias como poeira, pólen, mofo, produtos de maquiagem, entre outros. Por isso, não há risco de transmissão. 


4.Colírio pode ser usado todos os dias e também nos casos de conjuntivite? Verdade, com uma ressalva. Mesmo aqueles que servem apenas para lubrificar os olhos também são consideramos medicamentos, por isso é importante atenção ao excesso. A utilização diária ou pontual (para o tratamento de conjuntivite) de qualquer tipo de colírio deve ser adotada somente sob recomendação médica. 


5.Coçar os olhos pode causar conjuntivite? Verdade. As mãos estão cheias de microrganismos e bactérias que provocam irritação nos olhos, levando até ao desenvolvimento de uma inflamação ou infecção. 


6.Lentes de contato causam a conjuntivite? Mito, com ressalvas. A utilização do tipo adequado e o manejo de forma correta não causarão conjuntivite. Somente as lentes que não recebem a higienização necessária podem ser uma fonte de contaminação para os olhos. Além disso, se estiverem mal colocadas também causam irritação e, quando não reposicionadas a tempo, podem iniciar um processo inflamatório. Mas é recomendável evitar o uso caso esteja com conjuntivite.


7.Águas do mar ou de piscina causam conjuntivite? Mito. Se banhar em águas sujas pode causar inflamação ocular, que não é conjuntivite. Além disso, um paciente diagnosticado não pode frequentar piscina, pois o cloro agrava os sintomas. 


8.Ficar perto de uma pessoa com conjuntivite automaticamente causa transmissão? Depende. Varia de acordo com a imunidade de cada pessoa. Além disso, é preciso levar em consideração se houve contato direto com o microrganismo que causou a infecção. Aqui vale uma atenção especial às mães que amamentam devido à proximidade frequente com os bebês. 


9.Receitas caseiras como moeda no olho e leite materno ajudam? Mito. É importante enfatizar que tratamentos caseiros e automedicação podem elevar as chances de complicações da conjuntivite e, em casos mais graves, há o risco de comprometer a visão. O ideal é procurar um oftalmologista assim que aparecerem os primeiros sintomas para orientação e acompanhamentos adequados. 


10.Usar óculos ajuda a evitar o contágio? Mito. Não diminui as chances de transmissão, porém o uso de óculos escuros alivia a dor, já que um dos sintomas é a fotofobia – sensibilidade à luz.


 Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
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Especialista dá dicas para proteger os olhos no frio



Alterações ambientais, doenças respiratórias e uso indiscriminado de medicamentos são os maiores gatilhos. Saiba como proteger seus olhos. 

 
No frio é comum o olho coçar, arder e parecer que está raspando a cada piscada. De acordo com o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier algumas doenças oculares chegam a triplicar triplicam nesta época do ano acompanhando,  a estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) de aumento das doenças respiratórias como  gripe, resfriado, asma, rinite e sinusite .

O oftalmologista afirma que as doenças visuais relacionadas ao frio são a conjuntivite viral, síndrome do olho seco, alergia, piora do ceratocone (doença na córnea) e até o desenvolvimento de doenças mais graves como o glaucoma e a catarata por causa do uso indiscriminado de medicamentos. 


Conjuntivite pode sinalizar dengue, zika e H1N1

O médico explica que no frio a maior proliferação de vírus no ar faz com que as aglomerações em ambientes fechados representem o risco número um para a saúde dos olhos. Isso porque, facilitam a transmissão da conjuntivite viral. A doença, explica, é uma  inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna das pálpebras e a esclera, parte branca do olho. Pode acontecer em qualquer idade e tem como principal veículo as mãos, o compartilhamento de equipamentos eletrônicos e objetos pessoas. Os maiores grupos de risco são os idosos que têm o campo imunológico frágil e as crianças que estão com a imunidade em desenvolvimento e acabam contaminando toda a família .

Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção transparente e fotofobia (aversão à luz). A dica do médico para diminuir o desconforto visual é usar óculos escuros nas atividades externas. Quando a alteração ocular é acompanhada por febre, manchas na pele, dor periocular, nos músculos e articulações pode sinalizar dengue, zika ou H1N1.  Neste caso, ressalta, deve receber tratamento multidisciplinar, mas o desconforto nos olhos faz muitas pessoas encontrarem a porta de entrada para os cuidados com a saúde no oftalmologista.


Tratamento

Queiroz Neto afirma que o tratamento é feito com compressas geladas, lubrificação intensa e colírios anti-inflamatórios que só devem ser usados com indicação e supervisão médica. Isso porque, o vírus pode formar membranas na conjuntiva que exigem terapia com corticóide e até aplicação de laser para remover opacidades que reduzem a acuidade visual.


Prevenção

As principais dicas do oftalmologista para prevenir a conjuntivite viral são: lavar as mãos com frequência, evitar locais mal arejados, não levar as mãos aos olhos, nem compartilhar colírio, maquiagem, teclados, fronhas e toalhas.


Síndrome do olho seco

Coceira nos olhos, vermelhidão, visão borrada que melhora com o piscar,  aversão à luz e desconforto após ver TV, ler ou usar o computador são as queixas de 2 em cada 10 pessoas que consultam os oftalmologista durante o frio. Segundo Queiroz Neto estes são os sintomas da síndrome do olho seco, uma alteração na qualidade ou quantidade da lágrima que nessa época dobra por causa da baixa umidade e aumento da poluição. A disfunção também pode ser desencadeada pela climatização dos ambientes, vida digital intensa e uso de lentes de contato.

O filme lacrimal, ressalta, tem a função de  proteger, limpar, oxigenar e umedecer a superfície do olho. Isso garante a manutenção da  transparência da córnea,  essencial à boa visão.  


Tratamento 

Queiroz Neto afirma que para aliviar o olho seco é indicado instilar lágrima artificial. "Existem várias formulações desse tipo de colírio. Por isso, também deve ter indicação e acompanhamento médico" afirma. Algumas pessoas. comenta, desenvolvem sensibilidade ao conservante e o colírio deve ser substituído por outro sem conservante. Em outras a deficiência de lágrima é tão severa que é necessário implantar um plugue no canal lacrimal para manter a lagrima na superfície ocular.


Prevenção

Entre os cuidados preventivos do olho seco, destaca:

·         Evitar ambientes climatizados sempre que possível.

·         Piscar voluntariamente quando estiver usando computador e outras tecnologias.

·         Proteger os olhos do vento, poeira, fumaça e cosméticos

·         Incluir na alimentação fontes de vitamina A encontrada na cenoura e mamão, frutas cítricas que são ricas em vitamina C e os alimentos que contêm ômega 3 como a sardinha, bacalhau, semente de linhaça e nozes.


Alergias afetam a visão

O oftalmologista ressalta que no mundo todo as doenças alérgicas não param de crescer. No Brasil não é diferente. Há 10 anos as alergias atingiam 20% da população. Hoje, de acordo com  a Asbai (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia) atingem 30% das pessoas. A previsão da OMS é de que até 2050 metade da população tenha algum tipo de alergia. Segundo Queiroz Neto, estudos mostram que 6 em cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos. Isso porque,  no frio diminuição da lágrima faz o sistema imunológico de uma pessoa alérgica entender que é necessário produzir mais anticorpos para proteger os olhos das agressões externas. Isso desencadeia conjuntivite alérgica que tem como sintomas intensa coceira nos olhos,vermelhidão,  inchaço das pálpebras e fotofobia.


Riscos da automedicação

Em alguns casos a coceira nos olhos é tão intensa que muitas pessoas compram um colírio com corticóide anteriormente receitado. O médico afirma que de todos as classes de medicamento existentes no mercado o corticóide é o mais efetivo para aliviar um processo alérgico. O problema é que o medicamento só deve ser usado com supervisão médica. Isso porque se for interrompido repentinamente provoca efeito rebote. Significa que a coceira volta mais intensa e o uso prolongado de corticóide causa catarata e glaucoma.  O único tratamento para catarata é a cirurgia que substitui o cristalino do olho por uma pente intraocular. O uso indiscriminado de medicamentos está entre as principais causas da catarata precoce.

O glaucoma lentamente rouba a visão periférica e é a maior causa de cegueira irreversível por só ser percebido em estágio avançadp e o tratamento  cccontínuo com colírios não ser feito corretamente. 


Alergia recorrente e ceratocone

A alergia ocular recorrente no frio pode evoluir para o ceratocone. Segundo o oftalmologista  a doença é caracterizada pelo afinamento da córnea que toma o formato de um cone e responde por 70% dos transplantes no Brasil. Atinge cerca de 100 mil brasileiros e geralmente aparece na adolescência. Os sintomas são idênticos aos do astigmatismo, com a diferença que a troca de óculos é bem mais frequente. O médico afirma que hoje é possível ter o diagnóstico precoce da doença. Isso porque a tomografia que examinava a face frontal da córnea foi substituída pela tomografia que examina as duas faces. "O diagnóstico logo no início aumenta a chance de manter a integridade do olho, afirma.


Tratamentos para evitar transplante de córnea

O especialista diz que a evolução de terapias para o ceratocone hoje permite evitar o transplante.
Uma dela, ressalta, é o crosslink, único tratamento capaz de interromper a progressão da doença.. "Consiste no aumento da resistência das fibras de colágeno da córnea em até 3 vezes, através da aplicação de vitamina B2 (riboflavina), associada à radiação ultravioleta". afirma. 

Para passar pelo procedimento, ressalta, a córnea precisa ter a espessura mínima de 400 micras. Quando é mais fina, a alternativa para melhorar a visão e a adaptação à lente de contato é o enxerto de anel intracorneano que aplana a curvatura. Nos casos de ceratocone avançado que não podem ser submetidos ao crosslink , uma alternativa de tratamento é o implante de anel intraestromal que achata a córnea e por isso melhora a correção visual.

Outra alternativa que  diminuiu a indicação de transplantes é a lente de contato escleral que se apoia na esclera, invés de se apoiar na borda da córnea. "Esta lente também evita o retransplante em quem já passou pelo enxerto de córnea e permanecem com alto grau de astigmatismo. Muitos pacientes afirmam que não sentem esta lente nos olhos",  conclui. 





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