Arquiteta
e paisagista Tatiane Matsuo lembra que o Brasil tem um diversidade de plantas
lindíssimas e que podem embelezar tanto escritórios quanto dentro de casa
Quem já não tentou ter
uma planta nova dentro de casa? Em geral, o que mais se vê são as mesmas
plantas, sem tanta diversidade e a maioria estrangeiras, quando no Brasil há a
maior biodiversidade vegetal do mundo à disposição. As plantas brasileiras são
desejadas no mundo todo e muitas podem se dar muito bem em ambientes de
escritório e dentro de casa.
“Atualmente, se fala
muito do conceito “Urban Jungle” como um estilo de decoração”, comenta Tatiane
Matsuo, arquiteta, paisagista e sócia-fundadora da Niwarq Projetando Harmonia.
“Há diversos influencers no mundo mostrando suas casas repletas de plantas
diversas e demais elementos, criando um ambiente bem orgânico, com elementos
naturais como pedras, madeira, muita claridade e vasos ou cestos”, complementa
a paisagista.
No entanto, a arquiteta
ressalta que, para cada tipo de planta que se escolhe, é importante estudar os
seguintes aspectos: insolação, irrigação, drenagem, adubação, ventilação e o
recipiente em que se pretende colocá-la. “É como nós ou qualquer outro ser
vivo: precisa de sol, água sem excessos pra não mofar, comida, uma moradia e
troca de ar para respirar com qualidade”, afirma.
No caso de plantas em
ambientes internos, o ideal é escolher espécies de “meia sombra” ou “sombra”,
ou seja, que exigem apenas boa claridade ou sol parcial de preferência matinal.
Além disso, em local onde há ar condicionado também exige plantas mais
resistentes.
A paisagista e arquiteta
Tatiane Matsuo lista algumas plantas brasileiras que podem ser bem
interessantes para quem quer se aventurar a ter uma companheira dessas no seu
dia a dia:
Philodendrons
crédito: Philodendron
undulatum - ondulado (foto autoral)
Há uma diversidade
enorme de filodendros nativos. São pertencentes à família das Araceaes. Os mais
queridinhos dos nossos jardins são a costela-de-adão (Monstera
deliciosa), o guaimbê (Philodendron bipinnatifidum), o pacová
(Philodendron
martianum) e o ondulado (Philodendron undulatum). Em geral,
essas plantas necessitam de um bom vaso e espaço ao redor, pois abrem bem suas
folhagens exuberantes. É interessante um vaso de, no mínimo, 50x50x50cm (altura
x largura x profundidade). Todas essas vão bem em ambientes fechados, mesmo com
ar condicionado, mas, como todas as plantas, preferem uma troca natural de ar.
crédito: pacová (Philodendron
martianum) (foto autoral)
crédito: costela-de-adão
(Monstera
deliciosa) - (foto autoral)
Avenca (adiantum spp)
São herbáceas
ornamentais do tipo pendente de folhas bem delicadas, não apreciam ficar em
ambientes sem corrente de ar, gostam de permanecer úmidas, meia sombra e não
crescem tanto. São ótimas para usar penduradas em “Hangers” ou vasos de parede.
Elas exigem um pouco mais de atenção para acompanhar sua adaptação ao novo
local em que ficarão, o bom é que rebrotam com facilidade.
Marantaceaes
crédito: maranta (foto
autoral)
As marantas ou calatheas
são também herbáceas, a maioria de meia sombra que possuem diversidade enorme
de cores, tamanhos de folhagens e texturas. Também gostam de solo levemente
úmido e solo fértil. A maranta zebrina (Calathea zebrina) é apreciada por suas
listras, a maranta pena-de-pavão (Maranta leuconeura) também é muito
conhecida, a maranta tricolor apresenta tons de vermelho com branco e verde
rajados, que compõem muito bem com outros tons de verdes.
Além dessas há diversas
bromélias, orquídeas e samambaias brasileiras que podem contribuir com o nosso
ambiente. “Sempre que comprar uma planta peça para saber se ela é nativa”,
recomenda a paisagista Tatiane Matsuo. Por que fazer isso? “As plantas
estrangeiras hoje ocupam mais de 80% das vendas de atacado. Se nós,
consumidores conscientes, começarmos a consumir mais as plantas nativas faremos
o resgate da nossa flora nativa pouco a pouco. Priorizar as nativas é deixar
nosso legado de gratidão pela nossa terra, é ter menos gastos, já que são
espécies já adaptadas ao nosso clima, é alimentar bem a nossa fauna e consumir
menos produtos industrializados para adubação e água. Ser fã de nativas é ser
um consumidor consciente”, finaliza.
Tatiane Matsuo -
formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, pós-graduada em
Gestão de Empreendimentos e especialista em desenvolvimento e execução de
projetos condominiais e residenciais. Colaborou com alguns dos maiores
escritórios no Brasil, como Gil Fialho, o arquiteto Benedito Abbud, Ricardo
Vasconcellos e em projetos de grandes incorporadoras. É autora de projetos de
vários empreendimentos para as construtoras Econ, Cyrela e Pillaster.