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quinta-feira, 9 de abril de 2020

A importância da Gestão Financeira em tempos de crise


A Gestão Financeira de uma Empresa pode ser dividida em ferramentas, cada uma delas com um objetivo, de modo a levar ao pleno conhecimento do negócio e, possibilitar assim, um olhar mais crítico sobre o andamento das coisas e visualizar o ambiente de oportunidades.

A primeira das ferramentas, sem dúvida nenhuma, é o Planejamento. O sucesso de uma empresa tem início antes mesmo de entrar em operação. Pois é imprescindível que todo o negócio seja devidamente planejado. É necessário planejar o capital a ser aportado, as receitas, as despesas, os investimentos, o lucro, a geração de caixa ea lucratividade das vendas por produto a ser vendido e/oupor serviço a ser prestado.

Além disso, é fundamental conhecer o segmento de atuação. Quem são os clientes, qual o público-alvo, os fornecedores, a concorrência, o preço a ser praticado e também o local de instalação da Empresa.

Todos esses pontos são importantes independentemente do tamanho da empresa. Pode ser pequena, média ou grande. Planejar é visualizar o negócio antes. E os negócios exigem o aporte de recursos, que é o Capital e que se trata de um investimento. E só devemos levar em frente investimentos que tragam retorno, a palavra investimento exige retorno. Não podemos promover investimentos que só tragam despesas. Portanto, o empresário deve procurar conhecer antes a viabilidade econômica do seu investimento e, uma vez vislumbrada tal viabilidade, aí sim, colocar em prática o que foi planejado. Com o negócio em operação, a boa gestão financeira alcança outra ferramenta de gestão, que é o controle do fluxo de caixa.

Ter uma previsão de gastos e receitas dos próximos três, seis ou doze meses é importante demais. É imperioso ter um fluxo de caixa diário, com a previsão de gastos e receitas dos próximos 30 dias. Assim, é altamente recomendável que se trabalhe com um fluxo de caixa mensal com um determinado períodoà frente e um fluxo de caixa diário com 30 dias de previsão.

E outra ferramenta que merece toda a atenção é a gestão do capital de Giro, que fundamentalmente, revela o prazo de recebimento das vendas que vai se dar aos clientes e o prazo para pagamento aos fornecedores.E quando a empresa é comércio ou indústria, a gestão dos estoques é especial, porque estoque parado é dinheiro parado. Devemos sempre buscar o ideal que é receber antes e pagar depois. Esses conceitos formam a gestão do capital de giro, que é uma das principais razões de as pequenas empresas terem uma sobrevivência curta. Se a característica do segmento de atuação é vender a prazo e comprar à vista, ou por um prazo menor, é necessária a formação de uma reserva financeira comprometida com a operação da empresa. A essa reserva financeira se dá o nome de Necessidade de Capital de Giro, que é o Contas a Receber + Estoques - Contas a pagar.

E esse é o ponto - é necessário enxergar isso antes. Além do capital a ser empregado na empresa, é necessária a formação da reserva financeira para o capital de giro.

Assim sendo, uma eficaz gestão financeira passa pelas ferramentas do planejamento, pela gestão do capital de giro e pelo controle do fluxo de caixa. 






JULIO DINIZ JUNIOR
Consultor da Minder


ANS flexibiliza uso de mais de R$ 15 bilhões em garantias financeiras e ativos garantidores


Medida tem o objetivo de proteger beneficiários e rede prestadora. Operadoras deverão garantir contrapartidas


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu novas medidas para mitigar os impactos da pandemia de Coronavírus no setor de planos de saúde. Em reunião nesta quarta-feira (08/04), a Diretoria Colegiada da reguladora decidiu ampliar a flexibilização de normas prudenciais, permitindo autonomia na gestão dos recursos garantidores das provisões técnicas e equalizando a exigência de capital regulatório para as operadoras que já constituíam 100% do capital exigido, para uso em ações de combate à Covid-19. Para isso, contudo, a ANS estabeleceu contrapartidas que as empresas precisarão cumprir, mediante assinatura de termo de compromisso, para proteger os beneficiários de planos de saúde e a rede de prestadores de serviços. Considerando as medidas aprovadas hoje e as deliberadas em 31/03/2020, no total, o montante de capital e recursos financeiros disponibilizado soma, aproximadamente, R$ 15 bilhões.

Concessão de incentivos regulatórios a operadoras em situação regular junto à ANS 

•         Retirada de exigência de ativos garantidores de Provisão de Eventos/Sinistros a Liquidar (PESL-SUS): A operadora fica desobrigada de manter ativos garantidores relativos aos valores devidos a título de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (PESL SUS) no período que vai da data de assinatura do termo de compromisso até 31/12/2020. A medida visa ampliar a liquidez das operadoras, liberando recursos financeiros que poderão ser utilizados para fazer frente a eventual aumento da demanda por atendimento médico ou índices de inadimplência. Com essa medida, há a previsão de redução imediata de R$ 1,4 bilhão de exigências de ativos para as operadoras que atuam no setor.  

•         Possibilidade de movimentar os ativos garantidores em montante equivalente à Provisão de Eventos Ocorridos e Não Avisados (PEONA): Será retirada a exigência de vinculação dos ativos garantidores na proporção equivalente à PEONA contabilizada, o que permitirá às operadoras uma gestão mais proativa dos seus ativos financeiros. Assim, será possível à operadora adequar o fluxo de pagamento à sua rede prestadora médica e hospitalar em um cenário de eventual queda da liquidez. Conforme previsto na legislação do setor, as operadoras devem manter ativos garantidores registrados junto à ANS na proporção de um para um em relação as provisões técnicas, vinculando-os conforme previsto no art. 3º da referida RN. Neste sentido, estima-se um impacto de R$ 10,5 bilhões em PEONA. 

•         Redução da exigência da Margem de Solvência para 75% também para as seguradoras especializadas em saúde e operadoras que não estão em fase de escalonamento: Essa medida permite uma resposta mais rápida às necessidades financeiras dessas empresas, oportunizando equiparação das regras com os demais agentes do setor. Dessa forma, há a previsão de redução imediata de aproximadamente R$ 2,7 bilhões para as nove seguradoras que atuam no setor com alto nível de capitalização e que concentram uma parcela expressiva de beneficiários no setor, além de outros R$ 0,2 bilhão para as demais operadoras contempladas. 

Em reunião realizada no dia 31/03/2020, a ANS já havia deliberado sobre a antecipação do congelamento de exigências de capital (Margem de Solvência) para as operadoras que manifestem a opção pela adoção antecipada do capital baseado em riscos (CBR). Assim, para as operadoras que se encontram em constituição escalonada (exigência crescente a cada mês), a margem de solvência será estabilizada e em percentual fixo de 75%. Para as operadoras que manifestarem essa opção até 30/05/2020, os efeitos do congelamento da margem de solvência serão retroativos a 31/03/2020. O objetivo da medida é conceder liquidez ao setor, tendo em vista o congelamento de percentual de exigência que crescia mensalmente. Estudos técnicos apontam uma redução de aproximadamente R$ 1 bilhão da quantia exigida para todo o setor, utilizando como referência as projeções para o mês de dezembro/2019.  

Contrapartidas exigidas 

Como forma de proteger os beneficiários e os prestadores de serviços de saúde que fazem parte de da rede credenciada, a ANS exigirá contrapartidas das operadoras que aderirem às medidas. Para isso, assinarão termo de compromisso se comprometendo a: 
•          Renegociação de contratos: a operadora deverá oferecer a renegociação dos contratos, comprometendo-se a preservar a assistência aos beneficiários dos contratos individuais e familiares, coletivos por adesão e coletivos com menos de 30 (trinta) beneficiários, no período compreendido entre a data da assinatura do termo de compromisso com a ANS e o dia 30 de junho de 2020.  
•          Pagamento regular aos prestadores: a operadora deverá se comprometer a pagar regularmente, na forma prevista nos contratos com sua rede prestadora de serviços de saúde, os valores devidos pela realização de procedimentos e/ou serviços que tenham sido realizados entre 4 de março de 2020 e 30 de junho de 2020. A medida deve atingir todos os prestadores de serviços de saúde integrantes de sua rede assistencial, independentemente de sua qualificação como contratados, referenciados ou credenciados.

As medidas contribuem para que o setor possa enfrentar a tendência de diminuição da solvência e da liquidez das operadoras, reflexo do cenário de retração econômica deflagrado pela pandemia, evitando que a assistência à saúde dos beneficiários seja colocada em risco. A preocupação da ANS frente aos impactos econômico-financeiros no setor decorrentes do surto de Coronavírus vem sendo discutidas amplamente pela reguladora. As medidas mais recentes nesse sentido foram tomadas na semana passada, com a antecipação do congelamento de exigências de capital (Margem de Solvência) e o adiamento de novas exigências de provisões de passivo. Com isso, a ANS visa conferir às operadoras de planos de saúde maior flexibilidade de recursos para que respondam de maneira mais efetiva às prioridades assistenciais deflagradas pela Covid-19.



Especialista elenca prós e contras do ensino a distância no contexto do coronavírus


Diretora pedagógica da Escola Viva selecionou os pontos mais importantes para escolas e famílias ficarem atentas durante os estudos na quarentena


Uma das consequências mais sentidas pelas famílias brasileiras com a pandemia de Covid-19 foi a suspensão de aulas presenciais nas escolas. Com o fechamento físico das instituições de ensino, a modalidade de educação a distância ganhou protagonismo nas escolas do país, fazendo equipes pedagógicas questionarem e repensarem as melhores maneiras de entregar aos estudantes um conteúdo de qualidade.

A mudança brusca de rotina impacta toda a comunidade escolar: o mundo presencial deixa de ser o centro da convivência e as interações passam a acontecer principalmente por meio da tecnologia, com as pessoas distantes fisicamente. Nesse contexto, a diretora pedagógica da Escola Viva, Camilla Schiavo, comenta os pontos positivos e negativos do ensino online, analisando o que escolas e famílias precisam levar em consideração na quarentena.


Continuidade das aulas

Para as escolas que estão oferecendo o EAD, Camilla enxerga como primeiro ponto positivo a continuidade dos estudos, sem a interrupção do fluxo de trabalho pedagógico e dos conteúdos que estavam previstos para esse momento. A diretora pedagógica, porém, ressalta que esse é um benefício dado o cenário de quarentena. “A Escola Viva acredita que a interação entre os pares (alunos e alunos, aluno e professor) é insubstituível e o que faz toda diferença no processo de ensino e aprendizagem. Estamos criando formas e ferramentas para dar conta dessa interação, mas sabemos que nada se compara com o momento olho no olho entre professor e aluno e a turma toda”, atenta.


Imersão da escola no ambiente digital

A quarentena surpreendeu muitas escolas que precisaram transpor seu material pedagógico para o ambiente digital. Apesar de algumas instituições ainda estarem se adaptando ao ensino online, Camilla entende esse momento como uma oportunidade para equipes pedagógicas, alunos e famílias se inserirem na cultura digital. “O que todos nós (professores e demais educadores) precisamos é aproveitar essas ferramentas que o ensino a distância fornece para aprimorar o trabalho de sala de aula e reinventar os habituais processos de ensino”. Ela explica que as possibilidades oferecidas pelo EAD permitem que o aluno caminhe em um percurso de investigação mais individual, ao mesmo tempo em que ele mergulha em uma tecnologia que facilita o contato com pessoas, recursos e lugares do mundo inteiro.


Tempo de exposição às telas digitais

Um ponto negativo em relação ao estudo a distância é o tempo de exposição às telas de celulares, tablets ou computadores que crianças e jovens podem ficar submetidos. Por isso, Camilla reforça a importância da escola também propor atividades analógicas, feitas no material didático. “Estamos buscando equilíbrio entre as propostas virtuais, as realizadas em materiais físicos, bem como, as que as crianças precisam da mediação dos adultos e as que elas já conseguem fazer com autonomia”. A especialista explica que uma criança consegue ficar dentro de sala durante as horas de aula porque nesse período ela se move, vai ao banheiro, desce para o recreio e conversa com os colegas. Já em casa a interação com os colegas e com os ambientes não é tão grande, por isso, não é aconselhável mantê-la tanto tempo no ambiente virtual.


Dificuldade em estabelecer rotina

Outro ponto que tem sido constantemente debatido na comunidade escolar é a dificuldade dos familiares de alunos mais novos estabelecerem uma rotina de estudos, já que as crianças demandam supervisão. Para ajudar pais e responsáveis a solucionar esse problema, Camilla conta que professores e coordenadores da Escola Viva estão disponibilizando sugestões de rotina de estudos durante a quarentena. Ela avalia que o momento atípico (com familiares trabalhando em casa, por exemplo) precisa da colaboração de toda família e a escola pode contribuir com organização e na delimitação de prazos, considerando os desafios da realização a distância.


Valorização da interação presencial

Esse momento que as escolas e o mundo estão vivendo nos traz um olhar para o que é necessário e genuinamente humano, algo que jamais uma máquina poderá suprir. O que vamos banalizando no olhar, em um momento como esse se torna uma oportunidade para revermos conceitos e relações. O lugar da escola na vida das pessoas vai tomando um espaço que, até então, poderia ser visto como algo corriqueiro. Se antes algumas famílias e alunos pensavam ‘Faz parte ir pra escola todo dia, é uma obrigação’, agora não é apenas uma necessidade de aprender conteúdo, mas também uma necessidade de aprender a ser e a se relacionar. Acreditamos que ninguém sairá igual depois desse período de reclusão obrigatória, de algum modo todos estamos sendo tocados e convidados a pensar a vida cotidiana por outras perspectivas”, finaliza Camilla.




Escola Viva


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