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segunda-feira, 6 de abril de 2020

Obstetra especialista em parto natural responde as principais dúvidas das grávidas sobre o Coronavírus


A COVID-19 fez com que toda a população entrasse em estado de alerta. Os cuidados com a higiene devem ser redobrados e o isolamento social cumprido para impeder a disseminação da doença, e, assim, achatar a curva de contágio.

Nesse cenário, o grupo das mulheres grávidas e mamães com filhos em aleitamento materno têm expressado muitas dúvidas e preocupacões. O Coronavírus passa pelo leite? Preciso interromper a amamentação? É seguro amamentar? Para esclarecer as principais dúvidas acerca do assunto, o Dr. Antonio Julio Sales Barbosa, obstetra e fundador do Centro Paulista de Parto Natural, responde, abaixo, os principais questionamentos que tem recebido no consultório. Confira!


1) O COVID-19 durante a gestação pode levar a má-formação?

Dr. Antonio Julio Sales Barbosa: Ainda não há relatos nesse sentido, já que, até o momento, não existe nenhum estudo que indique o vírus como causador de má-formações em bebês. Como o COVID-19 ainda é recente, precisamos de um maior tempo de observação para fazer afirmações nesse sentido.


2) É possível transmitir o Coronavírus de mãe para filho, ainda na gestação ou durante o parto?

Dr. Antonio Julio Sales Barbosa: Até o momento, não foram constatadas transmissões verticais, nem na gravidez, nem durante o parto.


3) Precisarei deixar de amamentar se contrair Coronavírus? 

Dr. Antonio Julio Sales Barbosa: A Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP), e mesmo a OMS, afirma que a amamentação pode ser realizada normalmente. A atenção fica aos cuidados, pois é necessário cumprir atentamente com as orientações para evitar a transmissão, como higienizar rigorosamente as mãos antes de pegar o bebê e usar máscara.


4) Gestante é grupo de risco? Precisa de cuidado especial?

Dr. Antonio Julio Sales Barbosa: A gestante não foi inserida em grupos de risco, mas deve ter maior cuidado por ter a imunidade mais baixa do que a população em geral. Não existem cuidados especiais para esse grupo – os cuidados são os mesmos amplamente divulgados para toda a população: fique em casa, evite aglomerações e contato com pessoas com suspeita da doença, lave bem as mãos e evite tocar no rosto. Aconselho particularmente as gestantes a seguirem à risca as orientações, não falhar na questão do isolamento social e, se eventualmente precisar ir a algum lugar, ter bastante cuidado e utilizar o álcool gel.


5) Devo comparecer às consultas de pré natal e realizer exames?

Dr. Antonio Julio Sales Barbosa: Para as minhas pacientes, se a gestação estiver no começo e correndo tudo tranquilamente, tenho indicado espaçar as consultas e exames, para garantir o resguardo e isolamento necessário nesse memento. Já aquelas acima de 32 semanas, quando precisamos ter uma vigilência um pouco maior, oriento seguir as consultas normalmente. Vale lembrar que as salas de espera não devem ter aglomerações e deve ser ventilada e higienizada constantemente, para dar as melhores condições à gestante nesse sentido. O mesmo serve para os exames. Quando necessário realizá-los, procurar por horários alternativos.





Dr Antonio Julio Sales Barbosa - Centro Paulista de Parto Natural 



Estudo aponta que o coronavírus está interferindo no planejamento familiar dos brasileiros


Gestantes não fazem parte dos grupos de risco. Mesmo assim, 1 em cada 3 mulheres alterou seus planos de gravidez.


Desde que chegou ao Brasil, no início de fevereiro, e segundo dados do Ministério da Saúde, o coronavírus já infectou mais de 11.100 pessoas e matou mais de 480. Sendo que esses números, infelizmente, não param de subir. No mundo, a Organização Mundial da Saúde já registrou mais de 69 mil mortes. 

Comparado à versão anterior do estudo, feita há quatro semanas, a parcela da população preocupada com a Covid-19 aumentou de 72% para 86% dos entrevistados, segundo estudo atual da Famivita. Inclusive, os jovens, que não fazem parte do grupo de risco, estão preocupados com o vírus.

O estudo ainda aponta que a pandemia também está interferindo no planejamento familiar dos brasileiros. Pelo menos 1 em cada 3 mulheres com intenção de engravidar, já alteraram seus planos de gravidez; principalmente as mais jovens. Dentre todos os estados do Brasil existem diferenças. No Paraná e na Bahia, foram 44% e 43% das participantes que adiaram seus planos de gravidez, respectivamente. Já em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados com os maiores números de infectados e mortes, no mínimo 32% das mulheres mudaram seus planos.

Além disso, 5 em cada 8 participantes acham que as medidas adotadas pelo governo não são suficientes para conter a pandemia. Em São Paulo, 62% da população está insatisfeita com as medidas. Já no Rio de Janeiro, somente 34% das pessoas estão satisfeitas com o governo. O Paraná é o estado mais descontente com as medidas adotadas, sendo que somente 22% acham que o governo está fazendo tudo que pode.

Economicamente, o impacto também já está sendo sentido pela população. Segundo um estudo feito pelos pesquisadores Débora Freire, Edson Domingues e Aline Magalhães, da UFMG; entre os brasileiros, a camada de menor renda deve ser a mais afetada. Portanto, nosso estudo identificou que, 4 em cada 7 entrevistados já estão sentindo os impactos financeiros negativos; e percebe-se um aumento do percentual em famílias que têm filhos. O Acre está no topo da lista dos estados com consequências econômicas negativas trazidas com o vírus; com 64% da população. Em São Paulo e Rio de Janeiro, 56% dos participantes também já estão sofrendo com os impactos financeiros negativos. 

Segundo o estudo, o estado mais preocupado com a pandemia é o Tocantins, com 93% dos participantes. Seguido da Bahia e da Paraíba com 91% e 90% respectivamente. Rio de Janeiro e São Paulo também estão no topo da lista, sendo que pelo menos 87% dos entrevistados estão preocupados com o coronavírus. Em todos os estados, o número de pessoas preocupadas é alto, e não chega a ser menor que 79%.

A preocupação é natural, por isso, é importante notar que, conforme dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC), mais de 80% dos casos analisados são brandos. Os grupos de riscos envolvem, pessoas com doenças pré-existentes e as mais velhas. Por isso, ficar em casa é tão importante! Para que o coronavírus não se espalhe para as pessoas que estão nos grupos de risco. 


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