Com a segunda maior população de animais de estimação do mundo,
não restam dúvidas de que os pets conquistaram os corações dos brasileiros.
Apesar disso, alguns temas ainda merecem a atenção dos tutores quando o assunto
é cuidar da saúde dos animais de estimação: maior expectativa de vida, menos
espaços para atividades físicas, pouco conhecimento sobre a alimentação
adequada, dentre outros.
O ditado “prevenir é melhor do que remediar” é verdadeiro tanto
para humanos quanto para os pets. Para levar mais conscientização sobre a
importância da prevenção e celebrar o Dia Mundial da Saúde, comemorado todos os
anos em 07 de abril, a Médica-Veterinária Natália Lopes, Gerente de Comunicação
Científica da ROYAL CANIN® Brasil, selecionou alguns dos principais problemas
que impactam diretamente a saúde dos gatos e cães no mundo e que merecem a
atenção do tutor.
1. Obesidade e Sobrepeso
Mais de 50% da população mundial de pets sofre com o sobrepeso e
a obesidade, sendo essa a condição clínica mais importante que afeta os pets do
mundo todo. Como doença primária, a obesidade pode predispor ao aparecimento de
várias outras condições, como diabetes, doenças osteoarticulares,
dermatológicas, digestivas, entre outras. Mas não é só isso. A partir de um
estudo realizado pela Universidade de Liverpool, com mais de 50 mil cães do
continente americano, de 12 raças diferentes, descobriu-se que, para cada uma
delas, o sobrepeso estava associado com um menor tempo de vida. Em cães de
porte grande isso representou uma média de 6 meses, enquanto raças pequenas
representou cerca de 2 anos a menos.
As pessoas, de um modo geral, amam agradar seus pets com
petiscos ou sua própria comida. Afinal, muitas têm o entendimento de que comida
é amor, e esse é um dos grandes desafios na luta contra a obesidade:
conscientizar o tutor de que pequenas atitudes na dieta do pet podem levar à
obesidade, acarretando consequências graves. A recomendação é não oferecer
alimentos destinados a humanos e limitar o consumo de calorias vindas de
petiscos em até 10% da necessidade energética do pet, um cálculo que o
Médico-Veterinário ajudará o tutor a fazer.
Somado a esse cenário, uma pesquisa do WALTHAM™ Science
Institute, parte da Mars Pet Care, identificou que somente 20% dos tutores de
cães e gatos pesam a quantidade de alimento que oferecem aos seus pets. Os
resultados ainda apontaram que 61% dos entrevistados não sabiam que animais com
excesso de peso podem ser suscetíveis a diabetes e doenças ortopédicas; 53% não
sabiam dos riscos cardíacos; e 51% não tinham ideia que seu pet poderia viver
menos por ter o peso acima do recomendado.
2. Doenças vs Alimentação
Alergias alimentares e intolerâncias são exemplos de reações do
organismo do animal a determinadas substâncias presentes no alimento. Alguns
sintomas característicos desses quadros são vermelhidão da pele, pequenas
feridas, coceira, lambedura excessiva de uma área e alterações
gastrointestinais como vômito e diarreia. Desta forma, é essencial a consulta
ao Médico-Veterinário frente a quaisquer alterações que sejam notadas no pet.
Hoje, é frequente tutores optarem em preparar o alimento do pet
em casa, uma escolha que, se realizada sem a supervisão e prescrição do
Médico-Veterinário Nutrólogo, pode acarretar danos à saúde do animal. As
deficiências nutricionais, como de vitaminas e minerais, levam a riscos que
afetam, por exemplo, a visão, o crescimento e a saúde da pele. Um estudo
realizado pelo WALTHAM™ Science Institute, que avaliou cientificamente dois
livros didáticos para alimentação caseira, nove livros de dicas para tutores e
Veterinários e 22 portais de internet (64% voltado para Veterinários e 36%
destinado a tutores), identificou que 95% das receitas tiveram, pelo menos,
deficiência em um nutriente, e 83% apresentaram múltiplas deficiências, como
falta de Zinco, Vitamina E, Vitamina D e Cálcio.
3. Doença Renal Crônica
Gatos e cães estão ficando, cada vez mais, dentro dos lares e
sendo acolhidos como membros das famílias. Essa atitude, combinada com a
conscientização da importância de se oferecer cuidados e assistência
veterinária de qualidade, faz com que os pets vivam mais. Embora seja uma ótima
notícia, o aumento da expectativa de vida de gatos e cães merece atenção: com a
idade avançada surgem algumas doenças que não são tão comuns em animais mais
jovens e, muitas vezes, são descobertas tardiamente. Um exemplo é a Doença
Renal Crônica (DRC), condição marcada por diferentes causas, que pode acometer
1 a cada 3 gatos e 1 a cada 10 cães ao longo da vida, sendo mais evidente em
animais acima de 10 anos.
Alguns dos sinais clínicos dessa doença são perda de apetite,
perda de peso, pelagem em má qualidade, vômito e diarreia. Aumento no consumo
de água e na micção também podem ser indicativos. Além disso, o animal pode
apresentar fraqueza, abatimento e palidez de mucosa. Mas atenção: muitos destes
sinais são comuns a outras doenças e, portanto, somente o Médico-Veterinário
pode determinar o diagnóstico definitivo.
Um dos agravantes é que a DRC pode ser silenciosa e, muitas
vezes, os sinais clínicos aparecem somente em uma fase mais avançada da doença.
A melhor forma de prevenção da doença é a visita anual ao Médico-Veterinário
para check ups semestrais, principalmente para pets acima de 7 anos.
4. Outras Doenças
Para uma melhor qualidade de vida, além de uma alimentação saudável
e atividades físicas regulares, é necessário estar em dia com as vacinas.
Para os cães, protocolos que incluam a vacina antirrábica
(obrigatória) e as polivalentes V8 ou V10 devem ser considerados, prevenindo
doenças tais como raiva, parvovirose, cinomose ou leptospirose. Outras, como
vacinas contra gripe, giardíase e leishmaniose devem ser consideradas de acordo
com a região e estilo de vida do animal.
Já nos gatos, a vacina antirrábica também é obrigatória, e eles
ainda podem se beneficiar das polivalentes, tríplice ou quádrupla felina. Como
vacinas eletivas, aquelas contra leucemia felina e peritonite infecciosa
poderão ser discutidas com o Médico-Veterinário responsável.
Vale ressaltar que é
importante manter a carteira de vacinação do pet sempre atualizada e seguir
todas as recomendações do Médico-Veterinário de confiança.
ROYAL CANIN®