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quarta-feira, 20 de março de 2019

Luto Infantil: como crianças e adolescentes lidam com o processo em ambiente escolar


 Shutterstock

A perda de um familiar, amigo ou colega é dolorosa. Para crianças e adolescentes, lidar com essa dor emocional é mais difícil ainda. Psicopedagoga explica que o luto na fase infantil precisa ser discutido de forma natural


Na última quarta-feira (13/03), brasileiros vivenciaram uma tragédia. Dois jovens entraram numa escola em Suzano (SP) e assassinaram cinco estudantes com idades entre 15 e 17 anos, além de duas funcionárias da instituição.

A tragédia soma-se aos tristes episódios do massacre de Realengo (RJ), em abril de 2011 e do ataque em uma escola de Goiânia (GO), em outubro de 2017, que também deixaram mortos e feridos. O que essas tragédias têm em comum? Aconteceram dentro de um ambiente escolar, onde convivem milhares de crianças e adolescentes.

Diante do cenário de dor e perda, os estudantes precisam lidar com o luto, com o fato de que perderam amigos e colegas. Precisam lidar ainda com o impacto emocional causado pela tragédia. É comum que crianças em luto expressem seus sentimentos mais através de comportamentos do que por meio de palavras, isso porque ainda estão se desenvolvendo emocionalmente.

É necessário que a família e a escola onde a criança estuda trabalhem algumas necessidades, que podem ajudar os pequenos a lidarem com a perda de um colega ou amigo. Uma dessas necessidades é o reconhecimento de que a morte é um ciclo natural, uma realidade. Permitir que a criança "sinta a dor" da perda também faz parte do processo de aceitação, como explica a psicopedagoga e orientadora educacional Keila Espíndola, do Colégio Objetivo de Brasília.

"Quando você fala com eles abertamente, podem estar mais tristes, porém mais receptivos. A tendência é que fiquem mais atentos uns com os outros, que se preocupem mais com o coleguinha. Quando você conversa de forma aberta, o medo que uma tragédia semelhante aconteça novamente vai diminuindo", explica a psicopedagoga.

Outra forma de "aliviar" a dor da perda é receber apoio de pessoas próximas, familiares e ainda de profissionais, como psicólogos, psiquiatras e orientadores, que possam apoiar o estudante durante o processo de luto. O apoio entre colegas também é imprescindível, como destaca Keila Espíndola.

"Diante de uma tragédia, os educandos criam uma consciência maior e começam a apoiar um ao outro, criam condições emocionais, começam a compreender melhor a tristeza. Eles percebem que a dor de um é a dor do outro, e criam uma base emocional mais sólida", conclui a orientadora educacional do Colégio Objetivo de Brasília.


Três dicas valiosas para os adolescentes


Psicóloga comenta como enfrentar questões como
vestibular, faculdade, casa nova e vida adulta


Foto Uliving Ribeirão Preto
Crédito: divulgação


A adolescência é marcante para os jovens de várias formas. Nessa fase, transformações significativas acontecem, como a escolha da profissão, as primeiras desilusões amorosas e também as primeiras saídas em grupo, celebrando a nova liberdade conquistada. Ao mesmo tempo, existe um grande marco de despedida da escola, um ambiente familiar desde a infância.

O convívio social também é um pilar importante. “Ouvir outras experiências traz a sensação ao jovem de que ele não é o único que está passando por essa fase de transição. Ajudar o outro também significa que a pessoa é passível de ser ajudado”, explica a psicóloga Caroline Yu, que completa: “uma relação de confiança pode ser estabelecida com outros jovens, criando uma sensação de estar sendo escutado, de que seus sentimentos são validados. O sentimento ‘grupal’, uma aliança, que se estabelece pode ser uma forma de dar conta das angústias vivenciadas”.

Pensando no comportamento dos jovens brasileiros, empresas têm investido para oferecer experiências positivas, principalmente em fases cruciais como a transição da escola para a universidade. Uma delas é a Uliving, que trouxe ao Brasil o conceito de residência estudantil, inspirado em países da Europa e Estados Unidos. “Estudos internacionais mostram que sair de casa, para o psicológico dos adolescentes, equivale a uma mudança de país. É a entrada para o mundo adulto. Nossa maior fortaleza é oferecer um ambiente exclusivo que incentive a troca entre os moradores”, afirma Juliano Antunes, CEO da empresa.

Segundo os especialistas, algumas dicas valiosas podem ajudar os jovens neste período:

  • Criar um vínculo em um ambiente de confiança em que os jovens se sintam respeitados e não diminuídos pelas suas angustias e sofrimentos. “Notamos que muitos moradores que nos procuram na Uliving estão preocupados em não se sentirem sozinhos durante o período em que estão cursando a faculdade. Vemos que, depois de integrados, eles ganham ainda mais confiança, o que impacta até no rendimento nos estudos”, conta Juliano.

·         Segundo a psicóloga, é importante sempre ter em mente “quais serão as memórias afetivas que ficarão guardadas dessa fase?”. A especialista reforça a importância do jovem se dedicar a atividades que sejam prazerosos, além das obrigações, e reforça “o vestibular passa, as dificuldades se resolvem e as questões se solucionam”.

·         Abrir o diálogo para falar sobre as emoções com os jovens facilita muito o processo de prevenção à possíveis problemas psicológicos. “O papel da família e dos amigos é de extrema importância nessa fase da vida, de tantas transformações, confusões e incertezas. É importante que os jovens se sintam confiantes em poder compartilhar algumas vivências e angústias que estão vivenciando. De serem ouvidos”, afirma a psicóloga.


7 dicas para estimular a independência das crianças


É muito comum que os pais sintam saudades da fase em que os filhos eram pequenos ou bebês. Mas, não há como parar o tempo. Por isso, é importante aproveitar ao máximo cada fase do desenvolvimento infantil. Entretanto, também faz parte da maternidade e da paternidade incentivar a autonomia e a independência dos pequenos.

De acordo com a fonoaudióloga e psicopedagoga, Marli Kondo, profissional da equipe de Fisioterapia Neurológica Pediátrica da Clínica Walkíria Brunetti, alguns aprendizados são naturais, por observação e imitação do comportamento dos colegas da escola, dos pais ou irmãos. “Além da imitação, a criança também precisa de vários estímulos para desenvolver as habilidades necessárias para sua autonomia”, reforça a especialista.


Pais não devem fazer tudo pela criança
 
De acordo Marli, as atividades da vida diária como vestir-se, tomar banho, escovar os dentes, comer, entre outras, estimulam a coordenação motora, a cognição e são fundamentais para o processo de aprendizagem escolar.

“Portanto, quanto mais os pais incentivarem a criança a se independer, melhor. O oposto também é verdadeiro: quando os pais fazem tudo pela criança, podem ocorrer sérios prejuízos ou atrasos no processo de desenvolvimento que podem prejudicar a vida escolar e a vida como um todo”, ressalta Marli.


Cada coisa no seu tempo
 
Não existe um manual de como ser mãe ou pai ou ainda do que é certo ou errado na criação dos filhos. Assim, o mais importante é que os pais se tornem conscientes e procurem se informar sobre o assunto para aplicar os estímulos certos, de acordo com cada fase do desenvolvimento.

"Os pais devem procurar conhecer o que é esperado para cada idade, o que pode e deve ser estimulado, o que precisa de supervisão, entre outros aspectos”, comenta a psicopedagoga.

Com a ajuda da especialista, preparamos sete dicas para ajudar os pais a incentivarem a autonomia dos filhos, de acordo com as fases do desenvolvimento infantil. Confira.
 
  1. Hora da comida: Hoje há diversos métodos para a introdução alimentar. Deixar a criança comer com as mãos no início pode ser muito bom, pois irá incentivar a coordenação motora fina, assim como o tato. Ao longo do processo, é possível introduzir os talheres, como as colheres e os garfos, que já podem ser usados por bebês a partir de um ano. Este aprendizado é longo. Espera-se que por volta dos quatro anos completos a criança já seja capaz de se alimentar sozinha, pelo menos usando a colher.
     
  2. Com que roupa eu vou? Os atos de vestir-se ou despir-se são atividades da vida diária essenciais. Os pais podem começar a treinar ou a incentivar o interesse depois que a criança completar um ano e meio ou menos. Tirar ou colocar sapatos e meias, tirar as peças íntimas, colocar uma calça, um vestido, etc. Espera-se que ao longo do tempo a criança aprimore essa habilidade. Vale lembrar que para os mais velhos é fundamental que os pais ensinem a fechar e abrir zíperes, amarrar cadarços, abrir e fechar botões. Todas essas habilidades contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora fina.  
     
  3. Uma mão lava a outra: Lavar as mãos é um ato altamente recomendado para qualquer pessoa, inclusive para as crianças. Esse aprendizado pode e deve ser feito por volta dos 12 meses. Aos dois anos, espera-se que a criança já saiba lavar e secar as mãos sozinha.
     
  4. Banho é muito bom: O banho já é uma atividade que necessita de supervisão por mais tempo, por vários motivos. Para as crianças que tomam banho na banheira, a principal razão é prevenir afogamentos. O banho é um momento que exige cuidados para a criança não escorregar, cair, entre outros. Além disso, lavar a cabeça, o corpo e todo o resto são aprendizados que demoram mais tempo. O ideal é que por volta dos seis anos a criança consiga tomar banho sozinha, mas ainda com a supervisão de um responsável. O aprendizado pode começar por volta dos três anos em diante ou antes, de acordo com o perfil de cada criança.  
     
  5. Dentinhos limpos: A higiene bucal deve começar ainda no primeiro ano de vida. Entretanto, escovar os dentes é uma atividade mais complexa, com uma curva de aprendizado mais longa. Aos quatro anos, a criança pode escovar os dentes sozinha, desde que os pais supervisionem a atividade. A autonomia total na higiene oral só ocorre por volta dos sete anos em diante.
     
  6. Desfralde: O desfralde deve ser iniciado por volta dos dois anos e meio. Espera-se que por volta dos quatro anos a criança já tenha desfraldado, tanto da urina, quanto das fezes. Até por volta dos sete anos, os pais precisam ajudar ou ainda supervisionar os pequenos a fazer a higiene correta na hora de usar o banheiro, para evitar infecções, como a cistite, por exemplo. Crianças com quatro anos completos, que ainda não conseguiram desfraldar, devem ser avaliadas por um especialista. Isto vale tanto para a urina, quanto para as fezes.
     
  7. Tarefas domésticas: Outra forma de incentivar a autonomia da criança é envolvê-la nas atividades da casa. Lavar a louça, regar as plantas, ajudar a colocar a mesa para o jantar, jogar a roupa suja no devido lugar, guardar os próprios brinquedos. Engajar a criança a participar da vida doméstica estimula a independência e contribui para que se sinta parte da família. Além disso, a participação nas tarefas domésticas ajuda no aprendizado do valor da responsabilidade, do trabalho em equipe, da colaboração e da importância da organização.  

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