Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU)
anunciou que mais de 2,7 bilhões de pessoas deverão sofrer com a falta de água
em 2025, se o consumo do planeta continuar nos níveis atuais. O estudo atribui
essa condição à má administração dos recursos hídricos, ao crescimento
populacional e às mudanças climáticas.
As boas práticas agrícolas e a gestão consciente
dos recursos naturais mostraram ser um dos caminhos para reduzir esses números
alarmantes. Para comprovar, a Fundação Espaço ECO realizou estudos com alguns
de seus principais clientes e parceiros.
Uma das pesquisas, elaborada por meio de uma
parceria com a Fundação Toyota do Brasil, mostrou que nos últimos oito anos
algumas cidades do interior de São Paulo fizeram uma economia de 716 milhões de
litros de água. Essa economia foi resultado do projeto Ambientação - desenvolvido pelo braço social da montadora japonesa que,
por meio de uma metodologia da Toyota, propõe soluções sustentáveis para
economia de água, energia e gerenciamento de resíduos.
A Fundação Espaço ECO, instituída pela BASF, atua
como consultora de sustentabilidade e desenvolve para as organizações projetos
e pesquisas que ajudam a medir e compreender os impactos ambientais, sociais e
econômicos de produtos e processos, com base no pensamento de Ciclo de Vida
(ACV).
Projeto Ambientação
O Projeto Ambientação, realizado pela Fundação
Toyota do Brasil, tem como objetivo desenvolver ações que promovam a educação
em questões ambientais como o consumo consciente de recursos naturais (água e
energia elétrica) e o gerenciamento de resíduos dentro de prédios públicos,
organizações não governamentais e na comunidade. A Fundação Espaço ECO está como
parceira desse projeto desde 2017 e tem o papel de levantar, por meio de
estudos, os impactos provocados pela ação em todo o ciclo de vida, ou seja, os
impactos diretos e os indiretos.
De acordo com o estudo, o volume de água
economizado nos últimos 8 anos equivale a 3,4 milhões de ciclos de uma
lava-roupa. Ou seja, volume suficiente para lavar a roupa de mais de 275 mil
habitantes, o equivalente a 33% da população da cidade de São Bernardo do Campo
por um ano. “Esses resultados demonstram de forma mais palpável as reduções que
temos conquistado a cada ano. Não se trata apenas de economia. O Ambientação é
educação ambiental, consciência, transformação pessoal e social”, afirma Elaine
Marques, coordenadora do projeto Ambientação.
Segundo Max Silva, especialista responsável pelo
estudo na Fundação Espaço ECO, “A iniciativa evitou o consumo de 3.334 GJ
(GigaJoule) de energia que seria necessário para as etapas de captação,
tratamento, produção de insumos químicos e distribuição da água tratada. Esta é
a importância do conceito de Pensamento de Ciclo de vida que oferece a
oportunidade de ampliar a visão sobre o impacto direto e indireto na escolha de
produtos e serviços que consumimos”.
O estudo da Fundação Espaço ECO identificou que por
meio do projeto da Fundação Toyota do Brasil foi evitada a emissão de 306
toneladas de CO2 na atmosfera. Esse volume equivale a 4 minutos de emissões
veiculares do Município de São Paulo, considerando a frota de quase 30 milhões
de veículos. Ou seja, o equivalente à 4 minutos sem que haja nenhum veículo
circulando na cidade de São Paulo.
Agricultura Consciente
As
práticas agrícolas adotadas pelos agricultores associados da ASPIPP (Associação
do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha), se utiliza de uma
tecnologia introduzida no Brasil na década de 70 e, por meio dela, comprovaram
a importância de um bom manejo do solo para conservação da água.
O manejo
agrícola adotados por eles são as boas práticas agrícolas para a conservação do
solo, cultivo por plantio direto - que não precisa “revirar” o solo e o uso de
irrigação de forma complementar. Essas técnicas contribuem para melhorar a
qualidade do solo, e, por consequência, permite uma melhor infiltração da água
da chuva no solo e o abastecimento dos lençóis freáticos. Isto garante uma
maior constância no volume de água que das nascentes ao longo de todo o ano.
“O manejo
de solo utilizado pela ASPIPP, junto com a conservação de áreas de preservação
permanentes, tem um papel protagonista para a conservação do solo e água. Se a água
escorre de uma vez após uma chuva, você tem um pico de água momentâneo nos
cursos d’água, mas ao longo do tempo o lençol freático, não abastecido, fará
com que as nascentes não tenham força e constância ao longo do ano,
principalmente nas épocas de estiagem”, explica o consultor de sustentabilidade
da Fundação Espaço ECO, Tiago Egydio.
Esta
constatação foi possível devido à realização de comparações, por meio de
estudos utilizando o geoprocessamento, entre as práticas agrícolas adotadas
pelos Associados ASPIPP com outros manejos agrícolas convencionais. Os estudos
fazem parte do projeto “Práticas agrícolas ASPIPP - por uma agricultura
sustentável”, fruto da parceria entre ASPIPP, Cooperativa Holambra, BASF e
Fundação Espaço Eco.
O padrão de chuva da região -
que costuma apresentar um volume anual de 1.200mm a 1.400mm - possui um padrão
de distribuição desfavorável para agricultura por ser muito concentrada em
poucos meses. Com a utilização de pequeno reservatório para produção de
alimentos – que represa o excesso de água que ocorre durante a estação chuvosa
- é possível ter água para a irrigação nos períodos de seca, e isso, associado
ao plantio direto, vem possibilitando o desenvolvimento de uma agricultura com
alta produtividade.
Sobre a Fundação Espaço ECO®
A Fundação Espaço ECO® (FEE®) atua como consultoria para
sustentabilidade, desenvolvendo projetos customizados para organizações medirem
e compreenderem impactos ambientais, sociais e econômicos de seus produtos e
processos - com base no pensamento de Ciclo de Vida. Nossa equipe oferece
conhecimento para cocriar soluções a uma sociedade em constante evolução,
visando apoiar os gestores em suas decisões estratégicas e conscientizar os
cidadãos em suas escolhas. Assim, facilita os negócios, otimizando a utilização
dos recursos, reduzindo custos, diferenciando produtos, agregando valor à marca
e conquistando reconhecimento do mercado. Também desenvolve e implementa
projetos de valorização da diversidade, alinhados com as estratégias
corporativas de forma a fomentar a inovação e a gestão de talentos. Ainda
oferece soluções para apoiar certificações e protocolos de sustentabilidade,
projetos de conservação ambiental e na concepção e mensuração de impacto de
projetos socioambientais. Criada e mantida pela BASF desde 2005, com a
qualificação de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), a
FEE® atua com a missão de “promover o desenvolvimento sustentável no ambiente
empresarial e na sociedade”; reinvestindo os recursos obtidos no financiamento
de novos estudos, pesquisas e ações que beneficiam toda a sociedade.
Conheça mais em: www.espacoeco.org.br,
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