A
escola é uma das instituições mais relevantes de um país. É através dela que
são dados os primeiros passos para a evolução de uma sociedade. Porém, com o
passar dos anos, não só a figura do professor foi perdendo respeito, como
também as escolas se tornaram um ponto de amplificação da violência ocorrida
nas ruas, demonstrando o impacto das mudanças na sociedade na vida das crianças
e adolescentes.
Os
resultados são muros e portões cada vez mais altos, descaracterizando a
instituição escolar, que não resolvem o cerne da violência neste espaço, além
dos alunos com necessidades de ajuda comportamental, que são vítimas de
bullying, crise de ansiedade, depressão, dependência química, entre outros
problemas.
Somado
a isso, vemos uma gestão pública ineficiente com poucos movimentos para
combater as razões estruturais da insegurança nas ruas e tampouco nas escolas.
É sabido que é preciso olhar de forma prioritária para questões administrativas
e de infraestrutura nas instituições de ensino. Os governantes também precisam
olhar com mais inteligência para os programas de melhoria de segurança pública.
São inúmeras as saídas para brecar o avanço de criminalidade, inclusive nas
escolas.
Policiamento
e rotas ostensivas são necessárias, mas conscientização e treinamentos também
são igualmente fundamentais. Pessoas treinadas tornam-se mais eficazes em
situações de risco. Não limitando-se ao uso do armamento de fogo, mas sim de
termos pessoas bem preparadas para casos inesperados. O Brasil não está
acostumado com isso. No México, por exemplo, pessoas são treinadas para abalos
sísmicos. Nos Estados Unidos há simulações para ataques em escolas. Ou seja,
temos que olhar para fora e reconhecer que não somos mais expectadores de
tragédias internacionais.
Em
aspectos práticos, a adoção de medidas de primeiro nível de segurança já seria
um passo inicial para garantir a integridade de alunos e professores. A criação
de um sistema de inteligência, contemplando o monitoramento comportamental dos
estudantes de canais de ajuda é o ponto inicial para criar círculos que possam
identificar e antecipar tragédias. Essas iniciativas integradas, somadas ao
mapeamento dos riscos,
revisão dos procedimentos, e das estruturas físicas e tecnológicas das escolas,
seminários de comportamento preventivo treinamentos periódicos dos agentes de
segurança para capacitar estes profissionais a identificarem situações
vulneráveis e como agir nos momentos de crise são medidas que ajudariam no
controle da violência.
Lembrando
que não são regras, mas sim boas práticas de segurança e proteção nos ambientes
escolares. Alunos, educadores e pais agradecem.
Ellen Pompeu -
especialista em segurança e sócia-diretora da ICTS Security, consultoria e
gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense.