Março é o mês de Conscientização da Endometriose que atinge uma em
cada 10 mulheres e é uma das causas de infertilidade
A endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento do tecido
endometrial fora do útero. Essa condição médica pode causar fortes dores
pélvicas durante a menstruação e possivelmente pode se transformar em uma dor
crônica intermitente, gerar desconforto e também comprometer o dia a dia de
muitas mulheres. Sendo uma afecção ginecológica comum, a endometriose atinge de
5% a 15% das mulheres no período reprodutivo e até 3% a 5% na fase pós-menopausa.
Em países industrializados, é uma das principais causas de hospitalização
ginecológica. Apesar disto, grande parte destas mulheres não tem o diagnóstico
da doença, o qual pode demorar até dez anos após o início dos sintomas.
A doença é uma das principais causas de infertilidade feminina.
Inclusive, muitas só descobrem que possuem a doença ao tentar a gravidez sem
sucesso.
Isto acontece porque a endometriose compromete as trompas, órgão
responsável pela condução do óvulo ao útero, além de estar relacionada a
alterações funcionais e da qualidade dos óvulos liberados pela reação
inflamatória local o que dificulta a gestação.
Dores durante as relações sexuais também podem estar presentes e
costumam ser um sinal de aviso para essa e outras condições clínicas. "Os
sintomas mais comuns são dor na região pélvica e dor intensa durante as
relações sexuais. Normalmente, as dores na região pélvica acontecem durante o
período menstrual. A maior diferença entre essa dor e a cólica menstrual é a sua
intensidade, que tende a ser mais alta que o normal", explica o Dr.
Alfonso Massaguer diretor-médico da Clínica Mãe de Reprodução Humana.
De acordo com o especialista, essa dor pode ser progressiva e em
alguns casos acompanhada de dor nas costas, em especial na região lombar.
Urgência ao urinar e esvaziamento da bexiga doloroso também podem acompanhar o
quadro da endometriose. Em alguns casos clínicos a dor é progressiva, e pode se
tornar incapacitante conforme as semanas (ou meses) passam. Também existem casos
em que a mulher não sente dor alguma, o que mais uma vez demanda atenção da
mulher para visitas regulares ao seu ginecologista. Os fatores de risco para o
desenvolvimento de endometriose são a herança genética e os baixos níveis de
progesterona, que frequentemente contribuem para um desequilíbrio hormonal.
"Se há um parente de primeiro grau afetado na família, as chances de uma
mulher desenvolver endometriose é até seis vezes maior", acrescenta o
Dr. Massaguer.
Os tratamentos para endometriose podem ser realizados com
medicações e, se necessário, cirurgia.As principais medicações são diferentes tipos de hormônios que
visam o bloqueio do estímulo hormonal existente sobre as lesões endometrióticas, e não
são indicadas para mulheres que desejam engravidar, pois também têm ação
anticoncepcional, “os efeitos do tratamento são variáveis e costumam permanecer
apenas durante o tempo de uso dos mesmos. Atualmente, os resultados mais
duradouros e eficazes costumam ainda advir do tratamento cirúrgico”, acrescenta
Dr. Vamberto Maia
Filho, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana da Clínica
Mãe.
Cada caso deve ser avaliado individualmente para que um bom plano de
tratamento seja indicado. Na maioria das vezes, o tratamento clínico é
indicado antes de uma medida invasiva. Entretanto, em alguns casos o tratamento
cirúrgico é inevitável e deve ser realizado com certa urgência para que os
sintomas sejam aliviados. A cirurgia avançada para tratamento
da endometriose pode ser realizada por laparoscopia. Recentemente, relata-se
também o uso da cirurgia robótica para tratamento da endometriose. Exames
complementares, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a
ressonância magnética, permitem uma adequada avaliação da extensão das lesões e
planejamento cirúrgico apropriado, quando realizados por profissionais
experientes na área. “O resultado cirúrgico final dependerá, fundamentalmente,
da adequada avaliação clínica e laboratorial da doença no período
pré-operatório, da experiência da equipe cirúrgica, e da extensão da ressecção
das lesões. Todos estes aspectos devem ser discutidos com seu médico
previamente à opção pela realização de cirurgia”, finaliza Dra. Paula Fettback, ginecologista e obstetra
da Clínica Mãe.
Mesmo com a possibilidade de tratamento, é
preciso informar que não são todas as mulheres que sofrem de endometriose que
conseguirão ter sua fertilidade de volta. A avaliação do quadro clínico
individual se faz mais uma vez necessária para que seja discutido a viabilidade
desse tratamento. A idade, o tipo de endometriose e até mesmo a intensidade dos
sintomas são fatores determinantes quando falamos a respeito dos tratamentos
para fertilidade feminina."Portanto, se você está tentando engravidar e não consegue, ou mesmo se vem
apresentando algum dos sintomas descritos nesse post, procure um médico
especialista no assunto e veja se o que você tem se trata ou não de
endometriose", conclui o Dr. Alfonso Masaguer.
Clínica Mãe