Datas
ambientais são marcos na atuação de um dos principais projetos da Associação
Caatinga, cujo bioma é o único exclusivamente brasileiro e um dos mais
ameaçados do país
Desde
2011, a ONG já construiu 180 cisternas de placas em 24 comunidades, nove
sistemas Bioáguas em oito diferentes localidades e apoiou a criação de 24 RPPNS
Nos dias 21 e 22 de março
serão comemorados os Dias Mundiais da Floresta e Água, respectivamente. Esses
recursos naturais são de extrema importância para Caatinga brasileira. Ações e
projetos de capacitação para a população local possibilitam formas eficientes e
sustentáveis de relacionamento com o bioma, além de promover a conscientização
para conservação da fauna e da flora nativas.
O projeto No Clima da
Caatinga que acontece no Ceará e no Piauí, possui como linha de atuação
prioritária: floresta e clima, com o enfoque em biodiversidade, água e
educação. “O nosso principal objetivo é a proteção e conservação da Caatinga e
todos os seus elementos. Buscamos através das ações de conscientização e
educação ambiental mostrar que tudo na natureza está interligado. Não tem, por
exemplo, como desassociar a floresta do manejo correto da água”, destacou
Gilson Miranda, Coordenador de Conservação do projeto.
O projeto No Clima da
Caatinga, realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras por
meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, contribui de forma
direta e indireta para a conservação da Caatinga, único bioma exclusivamente
brasileiro e um dos mais ameaçados do país. Segundo, Miranda, além de preservar
o bioma, as ações do No Clima da Caatinga possibilitam uma transformação da
relação entre comunidade e o meio ambiente. “Buscamos trazer mudanças reais e
significativas com desenvolvimento local sustentável que possibilitem mudança
de pensamento em relação a sua localidade, a conservação dos recursos naturais
e como viver de forma sustentável”, destaca.
A Associação Caatinga também
é responsável pelo apoio na criação de 24 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN), reforçando a ideia da importância da proteção da floresta e os
benefícios da sua conservação. Das 36 RPPNs do estado do Ceará, a Associação
Caatinga participou do processo de criação de 24 e 13 tiveram seus planos
de manejo elaborados pela organização. Uma delas é a Reserva Particular do
Patrimônio Natural Serra das Almas, mantida pela instituição, e reconhecida,
pela Unesco, como primeiro Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga
por abrigar uma significativa área preservada do bioma, bem como as ações
desenvolvidas junto às comunidades situadas no entorno desta Unidade de
Conservação. São mais de 6 mil hectares de área protegida que resguardam três
nascentes e espécies ameaçadas de extinção.
Em seus 20 anos de atuação a
instituição produziu aproximadamente 150 mil mudas e mais de 100
hectares foram restauradas, além da construção de 180 cisternas de placas
em 24 comunidades, nove sistemas Bioágua, que consiste no reaproveitamento da
água para irrigação destinada à produção de alimentos, em oito comunidades e
deverá produzir mais cinco ainda em 2019. Com eles, as famílias poderão
aumentar a produção de alimentos e oferta de água, já que aproximadamente 300
litros serão reusados diariamente. Todas estas ações têm forte aderência com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a Década de Recuperação
dos Ecossistemas (2021/2030) estabelecidos pela ONU.