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segunda-feira, 18 de março de 2019

Múltiplas tragédias, uma causa!


Qualquer ser humano, desde o mais jovem ao mais adulto, sabe que, se não mantiver o seu corpo com alimentação saudável, exercícios regulares e bons hábitos, provavelmente acabará numa cama de hospital. Qualquer pessoa tem plena ciência de que seu carro, bicicleta ou mesmo sua casa, se não passar por manutenções periódicas, perderá valor rapidamente.

No campo do desenvolvimento urbano e infraestrutura, não é diferente. O planejador urbano, ao se deparar com o crescimento das cidades, precisa gastar muito tempo, não só para definir como elas irão desenvolver-se, mas também como preservarão, cuidarão e valorizarão seu patrimônio. De nada adianta prever e implantar parques, se eles ficarem sem manutenção e se tornarem lugares inóspitos para frequência. Tampouco terão retorno áreas cuja zeladoria pública esteja ausente.

O centro da cidade de São Paulo e as áreas de mananciais da Região Metropolitana são exemplos clássicos do absentismo do poder público quanto ao planejamento e cuidados urbanos. De nada adianta permitir a ocupação urbana em áreas de risco, colocando a vida das pessoas em jogo, se não há responsáveis para cuidar ou manter um nível aceitável de bem-estar para esses moradores. Da mesma forma, tornam-se ineficazes as várias restrições urbanísticas impostas ao centro de São Paulo, se levam os proprietários de imóveis a abandoná-los. A manutenção não precisa constituir-se em ônus para a administração pública. Também pode representar custo zero, seja através de investimentos da iniciativa privada, ou de incentivos a ela conferidos.

Recentemente, temos sido surpreendidos, por uma série de acidentes, que revelam o quanto o assunto "manutenção" é importante, mas deixado de lado. Os viadutos de São Paulo estão sob ameaça de queda. Já são dois interditados e agora se fala em outros. Quando há excesso de chuvas, as cidades alagam, aflorando a ineficiência de seus sistemas de drenagem e escoamento de águas. Também ficam sem energia, indicando não haver suficiente investimento em renovação e manutenção das instalações elétricas. Sem falar dos casos mais dramáticos, como o Edifício Wilton Paes de Almeida (São Paulo), Mariana e Brumadinho (MG), com vítimas fatais.

Nunca foi costume do Brasil investir na preservação de seu patrimônio cultural, ambiental, esportivo ou mesmo na sua infraestrutura urbana. Aliás, há uma ironia em tudo isso. Enquanto nossos legisladores, no afã de constituir um legado para as futuras gerações, continuam tombando prédios urbanos, criando áreas de preservação, ou mesmo projetando equipamentos públicos gigantescos, como os estádios da Copa ou o Parque Olímpico no Rio de Janeiro, constata-se a absoluta falta de planejamento quanto aos recursos humanos e financeiros necessários para sua manutenção. Não é surpresa, portanto, vermos periodicamente, essas tragédias e dramas nos veículos de imprensa. A rigor, todos os acidentes têm a mesma causa, atrelada a essa questão cultural de nosso país. 

Mas, não precisa ser assim, pois, ao redor do mundo e mesmo no Brasil, bons exemplos de investimentos em manutenção não faltam. Tomemos a cidade de Orlando, na Florida. São mais de 60 milhões de visitantes, anualmente, frequentando os parques e a cidade, atraídos por sua beleza urbana e segurança, aportando quase US$ 50 bilhões aos cofres do município. Aqui, temos a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, onde, há mais de 30 anos, centenas de milhares de pessoas frequentam o bairro, encantadas com sua praia sempre limpa, água e esgotos tratados, sem problemas relacionados ao lixo ou inundações. Essa frequência proporciona transferência permanente de renda de seus proprietários e usuários de 200 milhões de reais por ano para Bertioga. Manutenção não é despesa. É investimento. É geração de riqueza e bem-estar. 

Estamos na era digital, das cidades criativas ou smart cities, cujo sucesso ou fracasso será pautado pela inovação, a tecnologia, a capacidade intelectual e de investimento de seus administradores e empreendedores, aliadas aos cuidados e manutenção dos espaços urbanos, por meio de processos regulatórios e fiscalizatórios. Está aí um desafio para os nossos novos administradores. 






Luiz Augusto Pereira de Almeida - diretor da Fiabci-Brasil — Federação Internacional Imobiliária e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.



Empregos do futuro: como se manter mais relevante que as máquinas?


Desde a 1ª Revolução Industrial, existe uma tensão na relação entre homens e máquinas. Enquanto a tecnologia avança, do tear mecânico à inteligência artificial, movimentos ludistas tomam formas diferentes, e a obsolescência humana força uma evolução de pensamento que mantenha na humanidade um recurso valioso para os processos produtivos.

Por um lado, a tecnologia se desenvolve para servir de aliada, enquanto que por outro, ela se torna aparente uma ameaça. Há um impasse que parece jamais ser resolvido, ou que ao menos ainda precisa de mais variáveis para chegar a uma solução completa. A verdade é que já temos os meios de resolvê-lo, mas isso demanda uma certa mudança na postura humana com relação ao trabalho.

Precisamos das máquinas para sustentar a crescente de nossa sociedade, mesmo que isso custe empregos. Entretanto, a própria economia depende de humanos com poder aquisitivo para funcionar. É um impasse que atinge o trabalhador, o detentor do meio de produção, o consumidor e, basicamente, toda a atividade socioeconômica humana.

Em 2013, um famoso artigo de Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, ambos pesquisadores da Universidade de Oxford, mexeu com a visão que temos da tecnologia em crescente desenvolvimento. O estudo apontava que 47% dos empregos nos Estados Unidos estavam ameaçados por robôs que fariam as tarefas de forma mais eficiente, eficaz e lucrativa, dispensando a mão de obra humana.

É a metade dos empregos de uma nação. Não à toa, o estudo motivou milhares de outros trabalhos semelhantes, que se utilizam de análises, métodos e variáveis distintas. Hoje, já temos números que indicam uma mudança, mas que não é exatamente tão catastrófica.

Já sabemos que muitos trabalhos podem ser substituídos por máquinas, sejam elas robôs, algoritmos, etc. Porém, há muito mais trabalhos surgindo, indicando algumas mudanças na atuação humana, ao invés de sua obsolescência. O impacto tecnológico já mudou o modo como o mundo funciona e continuará mudando. 

Logicamente, a maneira como os profissionais são formados também precisa mudar, assim como os espaços de trabalho, as composições de equipes e, acima de tudo, a mentalidade dos profissionais. Não há volta. Não se pode impedir o progresso, mas se pode progredir com ele.

É preciso haver movimentos que incentivem mais e mais uma evolução do pensamento humano. Não falo de uma alteração genética, nem nada vindo de uma história de ficção científica, mas de uma melhor utilização do potencial e capacidades humanas. Atualmente, lemos em um único dia mais do que nossos bisavôs leram em suas vidas inteiras. Interagimos com mais pessoas em uma semana do que eles em anos.

Exercitamos a mente de formas diferentes. Temos maios acesso à informação e, com tudo isso, já mudamos a maneira como nossos cérebros funcionam. Estamos mais produtivos e capazes do que nunca. Os papas da inovação afirmam que todas as atividades repetitivas, vazias de criatividade, deverão ser substituídas por máquinas.

O fato é que as máquinas imitam o homem, mas elas ainda não tem a capacidade de criatividade e imaginação humana. Por mais impressionante que seja um robô que sabe tudo sobre um determinado assunto, nossos cérebros ainda são superiores, mais eficientes e complexos. Eles só são diferentes.

Uma máquina pode analisar inúmeros livros jurídicos e dominar as leis, aplicar atenuantes. Contudo, o julgamento, a criação das leis, as considerações éticas, morais e a compreensão sociológica, demandam um tipo de abstração que ainda é apenas humana. O que é mecânico será sim substituído, mas novas portas serão abertas porque o valor humano está em coisas intangíveis e complexas. As profissões do futuro são as que demandam um pensamento abstrato, a arte, a imaginação, a criatividade. 

Ser mais relevante que uma máquina inclui ainda saber usá-las da melhor forma possível, alimentar sua mente com informação, com criatividade, com uma postura e pensamento capaz de retirar o melhor das situações. Enquanto seu bisavô se preocupava em apertar um parafuso, você pode observar toda a cadeia de produção e como ela pode ser melhor.

Seus netos poderão melhorar produtos, métodos de produção, gerenciamento de recursos, dentre diversas outras coisas, de maneira ágil, descomplicada e simplesmente porque sua mente está preparada para lidar com problemas mais complexos. O chão de fábrica se tornará lugar dos qualificados a pensar além, gerenciar grandes quantidades de problemas e ideias. A evolução das máquinas, na verdade, representa apenas mais um passo da evolução humana.






Alexandre Pierro - fundador da Palas, consultoria em gestão da qualidade e inovação, engenheiro mecânico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma/ Black Belt, especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade, ambiental e inovação. Atualmente, cursa MBA em inovação.

 


Por que é tão difícil fazer network depois de uma certa idade?


Jovens se conectam por osmose! Estão descobrindo o mundo, fazem parte de mil grupos. Têm paixão e desejo pela quantidade e não ligam tanto para qualidade porque querem experimentar.

Conforme vamos amadurecendo, consolidamos os grupos, as preferências e com isso adequamos também o número à forma de vida. Temos uma rotina pesada, mais responsabilidades e menos tempo para estar em grupos. Para quem tem filhos, o tempo livre é ainda mais escasso. Nos momentos de lazer procuramos estar com quem temos mais intimidade e assim, vamos diminuindo as redes, restringindo o network às pessoas que já conhecemos.

Entretanto, chega um momento em que por razões profissionais cada vez mais desafiadoras, nos damos conta que é necessário sim ampliar a rede de conexões, mas como estamos um pouco enferrujados, não sabemos muito como retomar o processo.

No início, os obstáculos são muitos, pois além de acharmos um pouco chato e cansativo, tememos ser invasivos e não sabemos como iniciar a aproximação, ou seja, temos dificuldades em criar uma conexão efetiva.

Porém, temos de nos lembrar que a evolução da humanidade se deu pela criação das comunidades, que se uniram em torno de interesses comuns, sendo isso algo natural e fundamental. Até o surgimento das redes sociais (que muitos consideram antissociais), transitamos em comunidades de interesses comuns. As novas plataformas apenas transformaram a forma de encontro, dado que vivemos num mundo congestionado, de difícil deslocamento, violência e tantos outros fatores que impossibilitam que os encontros físicos sejam tão presentes como no passado.

Portanto, continuamos os mesmos! Só mudamos a maneira de fazer as coisas. Os encontros que antes se davam em torno da fogueira, hoje acontecem nas redes sociais também. E o bom é que há espaço para todas as tribos, juntos e misturados. Podemos achar quase tudo na rede e isso é maravilhoso, mas há de se ter cautela sempre, pois temos, também, inúmeros problemas quando nos relacionamos mal com a ferramenta. Cabe somente a nós mesmos evitar os riscos, as exposições desnecessárias e o tempo destinado ao mundo virtual. Administrando bem, o desenvolvimento é positivo. 

A vida evolui, muda o tempo todo. Por que não seria assim com as possibilidades que a tecnologia nos traz? Deixemos os medos e as resistências no passado, afinal não há retorno e a inteligência artificial veio para ficar e mudar o que conhecemos em todos os aspectos. Mas não se esqueça, você precisa também de vitamina D e o mundo lá fora, apesar de tudo, continua lindo e as pessoas precisam e, muito, de contato físico. Ache seu equilíbrio e transite por todas as comunidades, sejam elas físicas ou virtuais. 

E não esqueça o mais importante: Faça network! Não importa como: seja pelo resgate do jovem – cheio de energia - ou do homem neolítico -  que fazia conexões movidas a interesses de sobrevivência -, acione o botão que te faz reagir e siga em frente. E lembre-se não adianta só ter o perfil na rede. É necessário conhecer as pessoas, contribuir, compartilhar conhecimento, interagir, comentar, aplaudir e criar conexões verdadeiras, nas quais esteja no papel de ajudar e de ser ajudado.

Outra coisa importante é a imagem que você projeta. Num mundo onde a informação está disponível para todos 24x7, não existe mais lugar para pessoas alienadas, que não falem de assuntos diversos, que não se interessem pelo outro e não sustentem uma conversa séria ou banal. Há de se divertir também, pois o humor é um grande aliado!

Você precisa se destacar no meio da multidão! E a melhor forma de fazê-lo é tendo inteligência e elegância emocionais para transitar sobre as mais diversas situações e ambientes com humildade, empatia e personalidade.

Hoje, as melhores vagas não estão nas mãos dos recrutadores. A indicação é extremamente importante na busca por recolocação profissional e seu amigo da pista de dança ou da rede social pode ser aquele que vai lhe indicar para a vaga que você tanto sonha. Portanto, tome a iniciativa. Seja agente da mudança que quer ver em sua vida.

O início pode ser duro, mas depois vira rotina e incorporamos com alegria.









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